- Por Fabio Luigi / Redação da Central do Timão
Na última terça-feira, 17 de junho, Diego Pereira, ex-preparador físico do Corinthians no período em que Ramón e Emiliano Díaz estiveram no Parque São Jorge, concedeu uma entrevista ao canal Alambrado Alvinegro e respondeu sobre várias pautas, dentre elas sua relação com o atacante Memphis Depay.
O neerlandês foi contratado em setembro de 2024 após não renovar o seu contrato com o Atlético de Madrid, da Espanha, e foi fundamental na campanha de recuperação do Corinthians no Brasileirão, que terminou com vaga na fase preliminar da Conmebol Libertadores. Sua passagem pelo futebol espanhol foi marcada por um alto índice de lesões, algo que foi interrompido no Alvinegro.

“O Memphis (Depay) foi desafiador ali. É um cara que a gente teve um primeiro contato muito positivo. Mostrei pra ele todo um plano de trabalho que seria feito até dezembro, as minutagens, o que a gente faria pra diminuir as lesões dele, pra cessar as lesões dele. Graças a Deus, até ele, inclusive semana passada, tem uma publicação depois do jogo contra a Malta que ele sofreu com as lesões no Atlético de Madrid e no Barcelona e quando ele chegou no Brasil ele não teve mais lesões. Acho que foi bacana, até uma forma dele reconhecer o trabalho que foi feito, então tem uma relação muito boa que é meio controverso, porque eu sou um dos caras da comissão responsável por tirar eles da zona de conforto“, iniciou.
O profissional também falou sobre sua dedicação enquanto esteve no clube e a forma como fazia para motivar os atletas nos treinamentos em busca de atingirem o melhor rendimento possível.
“Eu sou um cara extremamente vencedor, tenho uma mentalidade que eu busco os caras no limite, e são 20 anos de carreira, então a gente vai encontrando formas pra fazer com que os atletas compitam em alto nível, pra que eles possam competir entre eles com respeito. E acaba que eu acredito que o ser humano, de uma forma geral, não é somente o jogador de futebol que ele percebe quando você se entrega ao trabalho quando você faz aquilo ali de corpo e alma e eu não tava ali de brincadeira. Tava ali pra ser campeão, para botar meu nome na história. Eu vim pro Corinthians pra criar um legado. O tempo que iria durar a gente nunca vai saber, mas todo dia que eu pisava no CT naquela Arena ali, era como se fosse o meu último dia. Então, acho que isso fazia com que essa energia os caras valorizassem“, continuou.
Em seguida, ele comentou a cerca do trabalho da comissão técnica da Família Díaz à frente do Corinthians. A última partida aconteceu no dia 17 de abril, após uma derrota para o Fluminense pelo placar de 2 x 0, em Itaquera, pela quarta rodada do Brasileirão. A demissão ocorreu cerca de 21 dias após a conquista do Paulistão, diante do Palmeiras, também na Neo Química Arena.
“Eu acredito que até pela questão de instabilidade política, naquele momento, a coisa não encaixou. Eu acredito que o ciclo não terminou. Eu tenho essa sensação, assim, foi fantástico tudo que a gente viveu ali dentro. Eu acredito que o ciclo sim foi interrompido, mas não foi finalizado. Eu não acompanhei os últimos jogos, porque foi tão triste sair do Corinthians que às vezes me dava até tristeza. Apesar de eu ter ido pro estádio algumas vezes. Eu tinha essa vontade, né? Enquanto eu estava no banco, falava: ‘cara, o dia que eu sair do Corinthians, eu vou lá para a arquibancada.”
“Eu fui no jogo contra o Sport, que ganharam de 2 x 1 , de virada, no segundo tempo; Fui reconhecido e aí eu tive que sair porque aí ficou um negócio que eu não conseguia mais assistir o jogo, cara. Foi bacana demais, mas assim, não consegui assistir o jogo, me fez mal de saber que eu não estava mais ali, entendeu?”
Posteriormente, o preparador físico também foi questionado sobre o desempenho do meia Igor Coronado, que ainda não se firmou no Corinthians, e do zagueiro André Ramalho, que teve queda de rendimento em relação ao ano de 2024.
“O calendário no futebol brasileiro se joga de três em três dias. Então, ele (Igor Coronado) sem dúvida sofreu um pouco com o calendário. É um atleta que tem muito talento, tem uma técnica rebuscada realmente um atleta diferenciado. Mas eu acho que o grande lance do dele foi é uma adaptação física, o estilo de jogo. Principalmente até pelo Ramón (Díaz) fazia com que os meias marcassem alto e fossem mais intensos gerou a dificuldade dele se adaptar a isso a gente chegou ele tinha acabado de chegar também. “
“Eu acho que o (André) Ramalho, o problema dele é o excesso. O Ramalho é um cara que não tem freio. Ele chega, teve um dia que a gente chegou de uma viagem, não lembro qual foi a viagem agora, mas a gente chegou de madrugada, a gente chegou 1h da manhã e o cara foi pra academia. Ele é tarado, ele é louco, então o (problema) físico não é. Tem outras questões, o modelo de jogo, formas com que o treinador estimula ele. Mas é um cara muito, muito profissional, muito dedicado. Agora, futebol tem isso, tem os seus momentos. Às vezes ele tá passando pelo momento difícil na carreira dele.”
Por fim, Diego Pereira deu detalhes da troca de numeração de camisa entre Rodrigo Garro e Memphis Depay. No contrato do neerlandês, havia uma cláusula de que, a a partir de 2025, o atacante teria que assumir a camisa 10 do Corinthians. Diante disso, o profissional detalhou como contornou a situação naquele momento.
“Essa bomba caiu na minha mão. Caiu na minha mão, porque como eu falo espanhol e falo inglês e eu tenho uma relação boa com o Garro e tenho uma relação muito boa com o Memphis, acabou aqui de uma forma natural e até uma característica minha, né? Eu acabo ajudando muita muita coisa nos bastidores pra tentar minimizar e fazer com que o ambiente fique bom. Então, acabando um treino eu falei com o Memphis, eu falei: ‘Pô, Memphis você não quer falar com o Garro?’ A gente chamou o Garro e o início da conversa é engraçado porque eu conto isso pra família, pros amigos nos bastidores. Era uma conversa muito séria, onde os dois lados tinham seus interesses.”
“É questão contratual e que acontece no futebol, tanto é que o Memphis inicia conversa com o Garro falando isso falando: ‘Olha, é uma questão contratual eu tava no Barcelona eu era o nove do Barcelona, veio o Lewandowski e que eu tive que pegar 14 e, quando eu cheguei aqui, eu cheguei eu não conhecia você. Não estou te desrespeitando mas eu não conhecia você , não sabia do teu potencial, por uma estratégia de marketing, por eu ser o 10 da seleção holandesa eu tinha que ser o 10 no contrato. Não é nada contra você’. E o Garro respondia e eu traduzia de uma maneira mais educada para o Memphis e o Memphis respondia, o Garro respondia bravo e o Memphis também. Chegou um momento que o Memphis também respondia sobre as características do contrato tudo. O marketing dele (Memphis) é muito grande, então existe uma estratégia também para 10 do Memphis”, finalizou.
Veja Mais:
Defensora do Corinthians completa dois meses sem entrar em campo; treinador atualiza quadro
0