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Membros da comissão do Corinthians comentam planejamento de rodagem do elenco para segunda parte de 2025

  • Por Fabio Luigi / Redação da Central do Timão

Na manhã da última segunda-feira, 30 de junho, Reverson Pimentel (preparador físico) e Celso Resende (auxiliar técnico), membros da comissão técnica do Corinthians, concederam entrevista coletiva à imprensa no CT Dr. Joaquim Grava e falaram sobre a rodagem do elenco que vinha sendo promovida pelo técnico Dorival Júnior e a questão física dos atletas.

“O ideal é que todo elenco esteja na mesma condição. A partir desse momento, quando o treinador precisar substituir alguém, mexer no time, quem entrar, entre nas mesmas condições. Isso é o ideal. É lógico que alguns fatores influenciam, por exemplo, ritmo de jogo. Quem está jogando adquire mais facilmente; quem não está jogando, tem uma dificuldade maior. Saímos de uma competição, restam duas competições importantíssimas. Eu, conhecendo o Dorival, acredito que ele vai ter um tempo maior para trabalhar uma equipe principal. Não sei, pode ser que mexa menos, vamos usar esse termo, mas o ideal é que a gente passe para ele todos os jogadores nas mesmas condições”, iniciou.

Desde a sua chegada ao Corinthians, Dorival Júnior acumula 11 jogos (cinco vitórias, quatro empates e duas derrotas) e 28 jogadores já foram utilizados. O goleiro Hugo Souza e o atacante Talles Magno foram os dois únicos que estiveram em campo durante todas essas partidas.

“A intensidade hoje é a palavra-chave. Se o time não tiver intensidade, você não vai ganhar de ninguém. A competição, está muito equilibrada. As equipes estão igualadas fisicamente. Eu posso te dizer que trabalho com o Dorival há mais de 20 anos e sei que os times que ele treina exigem muita intensidade – não só nos treinamentos, como nos jogos. Então, para que haja intensidade no jogo, é preciso treinar isso durante a semana; caso contrário você não vai conseguir. O controle de carga também é fundamental.”

“Durante e após os treinamentos, temos os números: o que aconteceu, quanto cada um percorreu, em que velocidade, quanto cada um fez. O que queremos conseguimos através do departamento de fisiologia. A partir desses dados, tanto o Dorival quanto o Lucas (Silvestre), o Pedro e o pessoal da área técnica, que são muito acessíveis, conseguem ajustar a carga: se um treino foi muito forte, tentamos aliviar a sequência; ou se possível, intensificar um pouco mais. Essas informações estamos sempre repassando a eles, com base no que recebemos da fisiologia”, seguiu Celso Resende.

Departamento médico quase vazio

Celso Resende: “Nós temos um departamento de fisiologia, que tem uma influência muito grande nesse aspecto. E é claro: quando o jogador está cansado, quando está passando por um momento difícil de recuperação, além da conversa, que temos no dia a dia com o atleta, ele mesmo relata como está se sentindo: ‘Pô, estou cansado, não recuperei’. Também temos os dados vindos da fisiologia: coletas, amostras, informações que nos ajudam a entender melhor a situação. A partir daí, chegamos à conclusão de que, se há uma necessidade maior, devemos segurar o atleta e dar um período maior para que ele se recupere. Essas informações, então, são levadas ao departamento médico.”

Reverson Pimentel: “Não só o departamento de preparação física, mas todos os departamentos – médico, fisiologia, nutrição – acabam participando disso, direta ou indiretamente. Quando acaba uma partida, por exemplo, a gente pesa o atleta antes e depois do jogo. Já observamos a perda desse atleta e iniciamos imediatamente o processo de recuperação. Individualmente, os departamentos vão até cada jogador. Em algum momento, o atleta pode sair com uma dor ou outra, e a gente já começa uma recuperação ali mesmo, seja muscular, seja um recuperação individual diante do início de alguma lesão – para que, no dia seguinte, quando formos fazer o recovery, esse atleta esteja submetido a algum tipo de exame ou passe por avaliações de fisiologia. Com os números do jogo, também já conseguimos detectar algumas situações.”

“Se houve alguma intensidade de algum atleta, a gente já precisa fazer uma recuperação diferente. Isso é feito junto com as avaliações de fisioterapia, do departamento médico e com a resposta individual do atleta. A gente reúne todos esses dados e leva para a comissão. Nós damos as opções e mostramos como esse atleta deve chegar para a próxima partida: se ele vai estar a 70%, 80%, 50%, 60% e aí o treinador decide quem vai escalar. Logicamente, quando você escala um atleta que está a 50%, 60% do seu melhor nível, corre o risco de se lesionar. Então, as decisões de tirar um atleta envolvem várias informações e não apenas a lesão. Mas também o risco de comprometê-lo nas próximas rodadas ou sequência de jogos e, às vezes, essa decisão precisa ser tomada.”

Queda de desempenho da equipe nos segundos tempos

Celso Resende: “Eu acho que a gente tem que considerar que existe uma diferença muito grande entre os Estaduais e outros campeonatos, principalmente o Campeonato Brasileiro e a Sul-Americana. No caso, eu não cheguei a disputar a Libertadores; quando cheguei, já estávamos na Sul-Americana. A diferença é muito grande. E é lógico que um dos nossos objetivos é melhorar em todos os aspectos. Isso também é uma situação que queremos evoluir, mas nem sempre, quando o time toma gol no segundo tempo, significa que ele caiu fisicamente. São vários fatores que podem influenciar. Nosso trabalho, realmente, é descobrir o que está acontecendo e atuar sobre isso para não voltar a ocorrer – para que haja melhora, não só na preparação física, mas também na parte técnica e tática.”

Reverson Pimentel: “Vou falar sobre o ano passado. A gente conseguiu a arrancada. O grupo de profissionais – praticamente 90% do que estava ano passado – está aqui esse ano. Vale ressaltar que o Corinthians investiu muito nos departamentos: em questões de estrutura, equipamentos, logística de viagem e no número de profissionais levados para todas as partidas. Esse número aumentou bastante, para que, assim que o jogo acabasse, a gente iniciasse um processo obrigatório de recuperação. Isso faz muita diferença.”

“Sobre este ano, o preço que o Corinthians está pagando é, em parte, pelo período curto que tivemos de pré-temporada. Obviamente, sabíamos esse risco. Esticamos a corda para alcançar nosso objetivo principal, que era o título (Paulista). Sabíamos que, após a conquista e com a sequência da Pré-Libertadores, em algum momento haveria lesões. O atleta, quando entra em campo, está exposto, e a gente tenta minimizar esse risco – mas ele sempre existe. O que virá daqui pra frente são adaptações. A individualidade, nós trabalhamos o tempo todo.”

Condições climáticas e competição com times europeus no Mundial de Clubes

Celso Resende: “Primeiro, o calor que está fazendo lá é um absurdo. É desumano. Isso já tem uma influência muito grande. Segundo, alguém lembra aí as decisões dos Mundiais? Acontecia o inverso que está acontecendo agora com relação aos times brasileiros. Acontecia com os times brasileiros em fim de temporada, desgastados, totalmente com todas as competições que disputam, e os times da Europa em começo de temporada, ou seja, eles muito mais inteiros do que nós. Agora acho que inverteu um pouco.”

“É lógico que a qualidade técnica de alguns times da Europa é muito grande, isso não se discute, mas a gente pelo menos está conseguindo competir, competindo mais com os times europeus. Porque eu acredito que nos jogos que vi até agora, fisicamente, os times brasileiros sobressaíram. Eu vivi vários jogos agora, no segundo tempo, no fim do segundo tempo, alguns times europeus caíram muito na produção.”

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