Por Henrique Pereira / Redação da Central do Timão
A lateral-esquerda e meio-campista Tamires, uma das maiores jogadores da história do Corinthians, vive a expectativa de fazer parte do elenco da Seleção Brasileira que irá disputar a Copa do Mundo Feminina deste ano, que será realizada entre julho e agosto, na Austrália e na Nova Zelândia. A corinthiana revelou que só irá ter certeza de sua convocação quando estiver efetivamente no local em que o torneio será realizado.
“Eu estou aqui falando com vocês, mas eu tenho certeza que eu só vou acreditar que estou na convocação da Copa do Mundo quando eu estiver lá na Austrália, porque a vida do jogador ou da jogadora pode mudar em um jogo”, disse Tamires, em entrevista concedida ao Flow Sport Club, na última terça-feira, 13.
A ídolo corinthiana também relembrou a sua primeira participação na Copa do Mundo Feminina, que aconteceu na edição de 2015, realizada no Canadá. Na ocasião, o Brasil enfrentou a Coréia do Sul, a jogadora afirmou que a experiência de jogar o torneio mundial é única.
“Treme tudo, né? O primeiro jogo que eu fiz na Copa do Mundo foi contra a Coreia, em 2015, e eu estreei como titular. Entra tudo na questão de confiança, porque é algo que você faz todos os dias. O conselho de antes é tentar acertar o primeiro passe, porque aí você já ganha aquela tranquilidade. A Copa é diferente, você tem que sentir, lidando com esses monstros que estão na sua cabeça, mas ao mesmo tempo precisa ter confiança”, finalizou Tamires.
Uma das maiores jogadoras da história do Corinthians, Tamires acredita que o técnico Arthur Elias é um “revolucionário” no futebol feminino. A lateral-esquerda – que nem é mais tanto lateral assim – explicou que passou a jogar mais como uma meio-campista nas últimas temporadas pela metodologia ofensiva do treinador, que já tinha implementado a ideia de a goleira atuar entre as zagueiras em um passado não muito distante.
“O Arthur está meio que revolucionando. Ele revolucionou com a goleira muito alta, uns anos atrás, que virou algo natural, e agora com as laterais por dentro“, iniciou Tamires, em entrevista ao Flow Sport Club na última terça-feira, 13.
“Ele tem jogado com as laterais mais fechadas e as zagueiras ficam fazendo um balanço com a goleira. E a gente (laterais), em uma transição, já estamos lá no alto, como meias. Quem dá essa lateralidade para o jogo, são as meias abertas, as alas”, completou.
Pelo estilo de jogo proposto pelo técnico Arthur Elias, Tamires teve de se reinventar no futebol desde que chegou ao Corinthians, em 2019. Antes só lateral-esquerda de ofício, a jogadora precisou aprender a jogar no meio-campo e, algumas vezes, até exerceu a função de atacante pelo lado esquerdo. Versátil, ela vê tudo isso com bons olhos e disse que sempre estará preparada para exercer qualquer função da melhor maneira possível.
“Isso a gente, como atleta, tem que ter a cabeça muito boa para entender como podemos crescer e evoluir. Aquele atleta que se limita a uma posição só, isso é muito ruim. Quanto mais você vai ganhando, joga de lateral, de meia avançada, de meia por dentro… Você tem esse recurso e o atleta só tem a ganhar.”
“A vida do jogador, nem sempre vai ser só com um técnico. Isso abre sua cabeça e você entende o que o atacante faz em algum momento, o que o zagueiro está fazendo… Temos essa compreensão. E coletivamente, o time cresce muito”, disse.
“Vou estar sempre preparada. Me sinto desafiada, porque se ele está me dando oportunidade, enxerga que eu tenho condições. Nem sempre vai ser excelente ou vou acertar tudo, mas vou estar sempre disposta a fazer o que ele me pede.”
Embora venha atuando pouco como lateral-esquerda no Corinthians já há algum tempo, Tamires segue dona absoluta da posição na Seleção Brasileira. Capitã da equipe de Pia Sundhage, a jogadora deve ser titular do Brasil na Copa do Mundo Feminina, que terá início daqui a pouco mais de um mês.
“Para a Pia (na Seleção Brasileira), eu sou uma lateral tradicional. Ela sempre divide no corredor A, B e C. A Tamires tem que bater lá, atacar e voltar o tempo todo. Com o Arthur é um pouco diferente, às vezes ele põe para atacar no corredor B, para defender no corredor A… Isso só me dá bagagem“, finalizou.
A meio-campista Tamires, do Corinthians, se pronunciou sobre uma polêmica ocorrida durante o clássico contra o Santos, pelo Paulistão Feminino, disputado na noite da última quinta-feira, 1. A jogadora utilizou uma chuteira de cor parecida com verde e pediu desculpas à Fiel na manhã desta quinta-feira, 1. Vale lembrar que a tonalidade remete ao maior rival do clube, o Palmeiras.
“Bom dia! Quero aqui deixar as minhas sinceras desculpas se ontem, no jogo Santos x Corinthians, pareceu que eu estava de chuteira verde“, iniciou Tamires – veja a publicação abaixo.
Tamires disse que, na sua visão, a cor não era verde. Mesmo assim, a capitã alvinegra prometeu que não vai mais jogar com a chuteira polêmica. Ela também disse que jamais quis desrespeitar ou ferir as tradições do Corinthians, onde está desde 2019 e soma 11 títulos conquistados em 135 jogos, com 26 gols marcados.
“Para mim, ela não era verde. Mas não quero ficar me justificando, e sim dizer a todos os corinthianos que prometo não jogar mais com essa chuteira. Em nenhum momento foi minha intenção desrespeitar ou ferir as tradições do clube“, finalizou.
Essa não é a primeira vez que a utilização de um acessório verde por algum atleta causa polêmica dentro do Corinthians. Em 2020, o ex-centroavante Jô usou um tênis neon durante um treino e foi criticado pela torcida. No ano seguinte, o ex-atacante utilizou uma chuteira de cor semelhante ao verde durante um jogo contra o Bahia, pelo Brasileirão, e foi multado pela diretoria alvinegra.
Tamires foi titular do Corinthians na Vila Belmiro e não foi substituída pelo técnico Arthur Elias. Dentro de campo, a meio-campista viu Gabi Portilho marcar o gol da vitória aos 40 minutos do primeiro tempo, após assistência de Jheniffer. O resultado dá às Brabas a liderança do Paulistão Feminino, agora com 13 pontos em cinco rodadas.
Depois de atuar pela Seleção Brasileira no vice-campeonato da Finalíssima, contra a Inglaterra, e na vitória em amistoso diante da Alemanha, no início de abril, a lateral-esquerda Tamires se reapresentou ao Corinthians para a sequência do Brasileirão Feminino. As Brabas, agora, se preparam para o clássico contra o Palmeiras, marcado para esta segunda-feira, às 18h30 (de Brasília), na Fazendinha.
“Estamos se preparando super concentradas para esse clássico. Clássico é sempre uma semana com muita energia. A gente procura sempre prestar atenção em todas as informações que o Arthur (Elias, técnico) está passando”, disse Tamires, em vídeo publicado pela Corinthians TV.
Tamires, inclusive, foi personagem nos dois últimos jogos da Seleção Brasileira. Diante da Inglaterra, a capitã canarinho errou um dos pênaltis na disputa que culminou com o vice-campeonato das comandadas de Pia Sundhage. Já contra a Alemanha, a corinthiana marcou um gol e foi peça fundamental na vitória brasileira por 2 x 1. Ela foi titular nos dois jogos.
Vale lembrar que, além de Tamires, o Corinthians esteve representado por outras seis atletas na Seleção Brasileira nesta última Data FIFA antes da Copa do Mundo: a goleira Lelê, a zagueira Tarciane, a lateral-esquerda Yasmim, a meio-campista Luana Bertolucci e a atacante Gabi Portilho. O sexteto tem chance de ser titular no Derby desta segunda-feira.
“Estou de volta. Muito feliz. As meninas bem animadas, receberam a gente super bem(…)Já viramos essa chavinha da Seleção para o Corinthians. Agora é pensar nos próximos jogos que temos pelo Campeonato Brasileiro”, complementou Tamires.
“Estamos fazendo um bom trabalho, acho que isso é importante. Essa consistência já vem desde o início do ano, então essa semana só é a continuidade desse trabalho, que está sendo bem feito“, encerrou.
Único invicto, o Corinthians iniciou a sétima rodada do Brasileirão Feminino como líder isolado, mas foi momentaneamente ultrapassado pela Ferroviária, que goleou o Athletico-PR na última sexta-feira. As Brabas vêm de empate sem gols com o Real Brasília e buscam retomar a ponta da classificação nacional. Para isso, precisam de uma vitória no clássico desta segunda-feira.
Na tarde desta terça-feira (11), a Seleção Brasileira de futebol feminino encerrou seus jogos na Data FIFA de abril. O jogo aconteceu contra a Alemanha, em Nuremberg, e terminou 2 x 1 para a Canarinho. Um dos gols, inclusive, foi marcado por Tamires, lateral e uma das capitãs do Corinthians. O outro foi feito por Ary Borges.
Entre as jogadores titulares, três vestem atualmente a camisa do Corinthians. A goleira Lelê, a meio-campista Luana e autora do primeiro gol Tamires, que jogou como lateral, mas atua como meia no time comandado por Arthur Elias.
No segundo tempo, com o placar 2 x 0 para as brasileiras, a técnica Pia Sundhage colocou outras jogadoras do Corinthians em campo. No lugar de Tamires entrou Yasmim, que também atua como lateral-esquerda no Timão. Além dela, Gabi Portilho, atacante, entrou no decorrer do jogo. Tarciane permaneceu no banco.
Agora, todas as atletas retornam para o Brasil, onde se juntarão ao elenco alvinegro para a sequência do Brasileirão Feminino. O próximo compromisso das Brabas acontece contra o Palmeiras, na próxima segunda-feira (17), às 20h (de Brasília), na Fazendinha, casa do Timão.
Nesta quarta-feira (15), o correu a entrega do prêmio Rainha da América, pelo renomado jornal latino-americano El País. O troféu ficou com Linda Caicedo, promessa colombiana de apenas 18 anos que recentemente se transferiu para o Real Madrid. Na lista, aparecem cinco jogadoras do Corinthians, Duda Sampaio, Tamires, Jheniffer, Gabi Zanotti e Paulinha.
Caicedo conquistou o prêmio com 76 votos e manteve uma larga vantagem para Bia Zaneratto, ex-Corinthians e atual jogadora do Palmeiras, com 21 votos. Yamila Rodríguez, argentina de 25 anos que joga no Boca Juniors, completou o pódio do Rainha da América com 20 votos.
Duda Sampaio foi a jogadora do Corinthians que mais recebeu votos, com cinco. Tamires, agora ex-detentora do prêmio, recebeu dois. Gabi Zanotti, Jheniffer e Paulinha só foram mencionadas em apenas uma vez. Adriana, que recentemente saiu do Corinthians para o futebol dos Estados Unidos, teve dois votos.
A camisa 37 do Corinthians foi a última e primeira jogadora a conquistar o prêmio Rainha da América. A escolha, que é histórica e tem muito reconhecimento no futebol masculino, teve a sua primeira edição para jogadoras em 2021. Naquela edição, ao contrário de Caicedo, Tamires conquistou o prêmio de forma disputadíssima, a lateral teve 30 votos, um a mais que Catalina Usme, ex-companheira da sensação colombiana de 18 anos.
Titular do Corinthians e da Seleção Brasileira, Tamires é uma das poucas jogadoras do futebol brasileiro que possui filho, tendo que parar a carreira por conta da maternidade, e ainda assim retornando para os gramados, tendo sucesso na carreira. Em entrevista ao site do clube, ela comentou sobre a mudança causada após ter um filho.
“A Tamires mudou muito durante os anos, eu acho que a única coisa que não mudou daquela Tamires de 15 anos atrás, quando saiu de casa, foi a determinação, a minha persistência. Mas, sim, depois que eu virei mãe, a minha força aumentou, eu passei a lutar não só por mim, mas também a lutar por pessoas que estão ao meu lado“, comentou Tamires.
“E isso foi o que me motivou: os meus familiares, que sempre me apoiaram. Isso me deu uma força muito grande. É essa junção de pessoas ao meu lado, a minha vontade de ser uma jogadora de futebol, de levar a modalidade em um patamar maior, de deixar um legado. Tudo isso me faz ser essa Tamires que sou hoje”, completou.
Tamires já relatou em outras entrevistas sobre sua trajetória como jogadora, onde ficou procurando clubes após este período de maternidade, até se estabelecer na carreira profissional. Agora, segue no seu auge e deve jogar sua segunda Copa do Mundo com a Seleção Brasileira.
Contudo, como a maioria das atletas mulheres, ela sofreu dificuldade no início, principalmente por conta do preconceito com mulheres jogando futebol.
“Meu recado é: sempre acreditar. A gente não pode, nunca, desistir dos nossos sonhos. O esporte educa, disciplina, e se você tem o sonho de ser uma jogadora de futebol, as oportunidades estão aí, então vá atrás delas, não desista no primeiro “não” e acredite sempre, independentemente de qualquer coisa. Lembre-se sempre que você tem de ser uma atleta de respeito, de personalidade“, declarou a lateral, que também cobra firmemente outros clubes por investimento na modalidade.
Um dos principais nomes do futebol feminino do país e do próprio Corinthians, Tamires conversou com o site do clube sobre a evolução que a modalidade está tendo, além da expectativa para a Copa do Mundo, que acontece neste ano, e como a maternidade mudou sua carreira.
“A gente não chegou aonde a gente gostaria, mas estamos evoluindo, muito felizes com as conquistas que estamos tendo, com a competitividade do Brasileiro, (que está) cada vez melhor, as oportunidades que estão aparecendo para as categorias de base. É um processo positivo e com muitas coisas boas ainda para acontecer.”, afirmou a lateral.
Nos últimos meses, o Corinthians vem investindo nas categorias de base do futebol feminino, contratando jogadoras promissoras e renovando com as atletas que já estavam, oferecendo um contrato profissional. Antigamente, contudo, a modalidade era bem diferente do cenário atual.
Tamires falou sobre a geração passada. “Eu fui essa atleta que passei por gerações,comecei quando não tinha nada realmente. Hoje a gente tem clubes “de camisa”, investimento, uma estrutura maior. Muitos clubes ainda deixam a desejar, precisam ainda investir mais, e não simplesmente dar a camisa para as meninas. A maior conquista que tivemos foi olhar para a base. Nosso futuro começa com essas menininhas de 13, 14 anos, tendo bolsas de estudos, já jogando em equipes grandes, já tendo uma estrutura melhor, para se equilibrarem fisicamente e taticamente. Quando chegarem em uma equipe profissional, já estarão mais preparadas.”
No Brasil, as mulheres foram proibidas de praticar futebol por quase 40 anos, entre 1941 e 1979, bem na época em que o futebol começou a ser o esporte do povo brasileiro, com a conquista de três Copas do Mundo de futebol masculino entre 1958 e 1970. Tamires, que provavelmente atuará na Copa do Mundo na Austrália, comentou sobre a expectativa pela taça.
“Sempre que tem uma Copa do Mundo, a gente não vai só pelo esporte, vamos por muitas causas. E o futebol feminino está à frente de muitas coisas positivas, de muitas causas importantes para o nosso crescimento. A voz da mulher aumentou muito durante esses anos todos. Agora a expectativa é super-alta, não só do nível tático, mas do físico. Os investimentos (também) aumentaram. As minhas expectativas são as melhores possíveis e espero que a nossa Seleção Brasileira possa representar tão bem o país, como a gente merece“
O Corinthians Feminino segue em preparação para a continuidade do Campeonato Brasileiro. O próximo jogo acontece na segunda-feira (13), às 19h (de Brasília), contra o Grêmio, no Canindé.
Na última segunda-feira, a FIFA anunciou os vencedores do Prêmio The Best, em cerimônia realizada em Paris, na França. Entre 11 categorias diferentes que foram premiadas, referentes ao ano de 2022, uma das mais aguardadas foi a de melhor jogadora do mundo. E a lateral-esquerda Tamires, do Corinthians, participou da votação para eleger a vencedora.
Assim como cada participante da votação, Tamires elegeu três nomes que, na visão dela, foram as três melhores jogadoras do mundo em 2022. A lateral-esquerda escolheu a atacante brasileira Debinha na primeira colocação, a defensora inglesa Leah Willamson na segunda posição e a zagueira francesa Wendie Renard para fechar o pódio.
Os votos de Tamires, no entanto, não surtiram efeito na premiação do The Best. Isso porque a meia-atacante espanhola Alexia Putellas, do Barcelona, foi eleita a melhor jogadora do mundo, superando a atacante inglesa Beth Mead, do Arsenal, que era considerada favorita ao prêmio individual por ter sido campeã e artilheira da Eurocopa Feminina em 2022.
Tamires participou da votação por ter sido a capitã da Seleção Brasileira em 2022, em função da lesão de Marta. De acordo com a regra da FIFA, todos os treinadores e capitães das seleções nacionais filiadas à entidade podem participar da eleição para nove categorias do The Best.
Vale destacar que cada posição nas votações tem uma pontuação diferente. Por exemplo, Debinha ganhou cinco pontos por ter ocupado a primeira colocação na votação de Tamires, enquanto Leah Willamson somou três pontos graças à lateral-esquerda. Wendie Renard, terceira colocada, recebeu um ponto pela escolha da jogadora do Corinthians.
Veja os vencedores das 11 categorias do Prêmio FIFA The Best:
Melhor jogador do mundo: Lionel Messi;
Melhor jogadora do mundo: Alexia Putellas;
Melhor técnico de futebol masculino: Lionel Scaloni;
Melhor técnica de futebol feminino: Sarina Wiegman;
Melhor goleiro do mundo: Emiliano Martínez;
Melhor goleira do mundo: Mary Earps;
Prêmio Puskás (gol mais bonito do ano): Marcin Oleksy;
FIFA Fan Award (melhor torcida): torcedores da Argentina na Copa do Mundo;
FIFA Fair Play (jogo limpo): Luka Lochoshvili;
Seleção ideal feminina: Christiane Endler; Lucy Bronze, Mapi León, Leah Williamson e Wendie Renard; Alexia Putellas, Keira Walsh e Lena Oberdorf; Alex Morgan, Sam Kerr e Beth Mead.
Seleção ideal masculina: Thibaut Courtois; Achraf Hakimi, João Cancelo e Virgil van Dijk; Kevin De Bruyne, Luka Modric e Casemiro; Lionel Messi, Kylian Mbappé, Karim Benzema e Erling Haaland.
A Seleção Brasileira Feminina encerrou sua participação na She Believes Cup na última quarta-feira, com derrota para a seleção da casa, Estados Unidos, por 2 x 1. O jogo foi disputado no Toyota Stadium, em Friso, no Texas. E o Corinthians contou com uma representante no duelo: a lateral-esquerda Tamires.
Assim como aconteceu contra Japão e Canadá, Tamires foi titular do Brasil diante dos Estados Unidos. Em campo, a jogadora do Corinthians não conseguiu evitar a derrota da Seleção Brasileira, que até fez uma boa partida, mas não segurou o forte ataque das atuais campeãs mundiais. As norte-americanas marcaram com Alex Morgan e Mallory Pugh, enquanto Ludmila descontou no fim para as brasileiras.
Pelo segundo jogo seguido, Tamires não foi substituída pela técnica Pia Sundhage. Por outro lado, a treinadora sequer deu minutos para as outras três jogadoras do Corinthians convocadas. Lelê, Tarciane e Yasmim assistiram à derrota do Brasil do banco de reservas – a goleira, aliás, deixa a She Believes Cup sem entrar em campo, enquanto a zagueira e a lateral-esquerda atuaram uma vez cada, contra Canadá e Japão, respectivamente.
O Brasil, assim, encerra o torneio quadrangular na terceira colocação, com os mesmos três pontos de Canadá e Japão. A seleção dos Estados Unidos conquistou o título amistoso, com três vitórias em três jogos.
A She Believes Cup foi mais uma etapa da preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo Feminina, que será disputada entre julho e agosto. Até lá, as comandadas de Pia Sundhage ainda decidirão o título da Finalíssima contra a Inglaterra, no começo de abril, em Wembley. Assim como no futebol masculino, o torneio de jogo único reúne as seleções campeãs da Copa América e da Eurocopa.
Tamires, Yasmim, Tarciane e Lelê, agora, se reapresentarão ao Corinthians de olho na estreia alvinegra no Brasileirão Feminino, marcada para este sábado, às 11h (de Brasília), contra o Ceará. O quarteto deve ficar à disposição do técnico Arthur Elias para o duelo no Nogueirão, em Mogi das Cruzes.
Autora de dois gols na final da Supercopa do Brasil Feminina, que terminou 4 x 1 para o Corinthians, Tamires igualou a marca de Gabi Zanotti na Neo Química, com seis gols marcados em jogos da equipe feminina no estádio de Itaquera.
Originalmente lateral, Tamires não tem o hábito de fazer muitos gols, mesmo jogando muitas vezes como meia-esquerda. Nesta Supercopa, contudo, foram três gols marcados em dois jogos do Corinthians na Neo Química Arena, contra o Internacional, na semifinal, e contra o Flamengo, na decisão.
O primeiro gol de Tamires na Arena aconteceu em 2020, contra o Grêmio, pelas quartas de final do Brasileirão daquele ano. Deste então, ela ficou cerca de um ano e meio sem marcar em Itaquera, voltando a fazer um gol contra o Palmeiras, na Supercopa de 2022.
Após isso, ela fez gol contra o Real Brasília pelo Brasileirão, garantindo uma vitória magra por 1 x 0, e os gols já citados na Supercopa desta temporada. Com 124 jogos com a camisa alvinegra, Tamires já possui 25 gols pelo Timão, além das boas atuações que lhe rendem convocações recorrentes para a Seleção.
Vale lembrar que, contando com a final, o Corinthians Feminino jogou apenas 16 vezes na Neo Química Arena, visto que sua casa oficial é a Fazendinha. Com o gramado do estádio do Parque São Jorge em reforma, as Brabas devem atuar mais algumas vezes em Itaquera, ou em outros estádios, como aconteceu na primeira partida do ano, quando o jogo foi mandado em Diadema.
Na manhã deste domingo, o Corinthians goleou o Flamengo na final da Supercopa Feminina, por 4 x 1, na Neo Química Arena, e conquistou seu 14º título no futebol feminino. Logo após o jogo, a meio-campista Tamires, autora de dois gols na decisão, valorizou o crescimento da modalidade no Brasil e destacou o apoio recebido pelo presidente do clube, Duilio Monteiro Alves, e pela CBF.
“Estamos muito emocionadas. Isso que a torcida faz não foi conquistado do dia para a noite. São muitos anos de trabalho, muito empenho das atletas e do clube. Nosso presidente (Duilio) nos apoia, a CBF cada vez mais apoiando o futebol feminino“, iniciou Tamires, em entrevista à Globo após o jogo.
“Essa festa… Fico feliz como Corinthians e como futebol feminino, porque isso é uma conquista de todas nós. Hoje mais um jogo maravilhoso, com intensidade, lindos gols, jogadas belíssimas e duas camisas de peso”, complementou.
Tamires ainda aproveitou para criticar a diretoria do Flamengo, que colocou a equipe feminina para jogar em um campo ruim, no estádio Luso-Brasileiro, nas quartas e na semifinal da Supercopa. Para a experiente jogadora, as rubro-negras, assim como todos os outros times, merecem atuar em locais melhores, como o Corinthians, que leva os principais jogos da modalidade para a Neo Química Arena.
“Queria falar especialmente para o Flamengo. O Flamengo está construindo sua equipe agora, conheço todas as meninas dessa equipe. Todas batalham muito para estar onde estão. Para mim, não pode, com a camisa que o Flamengo tem, colocar as meninas para jogar a semifinal no campo em que jogaram. O Flamengo tem que rever muito mais.”
“Olha o Corinthians, o Corinthians ganha títulos porque é isso aqui. O Duilio vem, põe a gente para jogar na Arena, e a torcida lota o estádio.O que estamos conquistando hoje não é simplesmente por termos talento, é porque recebemos esse apoio do clube e da torcida. Então, vamos, clubes, fazer isso com suas atletas. Temos muito potencial e muita menina para crescer”, concluiu.
Agora com o título assegurado da competição que abre o calendário do futebol feminino no Brasil, o Corinthians terá duas semanas de preparação para seu próximo compromisso. As Brabas só voltarão a campo no final do mês, pela primeira rodada do Brasileirão, contra o Ceará. O jogo está inicialmente marcado para o dia 26, mas ainda terá detalhes definidos pela CBF.
Por Eduardo Costa e Levi Natan / Redação da Central do Timão
Há um ano, a lateral-esquerda e capitã do Corinthians, Tamires, foi eleita Rainha da América pelo jornal uruguaio El País. Foi a primeira edição do prêmio, consolidado há bastante tempo na categoria masculina.
A jogadora, que também atuou no meio-campo naquela temporada, foi peça fundamental na equipe de Arthur Elias nas conquistas do Paulistão, Brasileirão e Copa Libertadores, jogando também as Olimpíadas de Tóquio pela Seleção Brasileira. Pelo Timão, Tamires disputou 38 jogos e marcou nove gols em 2021.
O resultado final da eleição, que contou com 190 votos de jornalistas de todo o continente sul-americano, foi apertado. A capitã do Corinthians venceu a atacante colombiana Catalina Usme, do América de Cali, por apenas um voto. Tamires teve 30 votos ao todo, contra 29 de Catalina.
Além de Tamires, outras sete jogadoras foram lembradas na eleição, com destaques para Gabi Zanotti, camisa 10 do time, que ficou em 3º lugar com 20 votos, e Adriana, que terminou na 4º posição com 15 votos.
Vic Albuquerque teve sete votos, Gabi Portilho, Gabi Nunes e Andressinha, dois, e por fim, Diany recebeu um voto, encerrando a participação das jogadoras corinthianas no prêmio.
O Corinthians não se classificou à semifinal do Paulistão Feminino e, com o quinto lugar no estadual, ficou com uma vaga na Copa Paulista pela primeira vez na história. Na noite do último domingo, as Brabas confirmaram o favoritismo, bateram o Red Bull Bragantino e conquistaram a taça inédita. A lateral-esquerda e meio-campista Tamires afirmou que a equipe encarou a competição com seriedade e celebrou o título.
“É claro que a gente queria estar disputando uma semifinal do Paulista, mas encaramos a Copa Paulista como sempre o Corinthians encara seus desafios. Fizemos jogos muito bons, quatro jogos em que mostramos que foi, realmente, por detalhe que não ficamos entre as quatro equipes no Paulista. Cumprimos nosso papel, saímos daqui com dever cumprido, felizes e com mais esse título para o Corinthians“, declarou Tamires, em entrevista pós-jogo ao canal do Paulistão no YouTube.
Tamires iniciou o segundo jogo da final no banco de reservas, mas entrou no segundo tempo, deu a assistência para a centroavante Jheniffer abrir o placar e fechou a vitória por 2 x 1 com um gol no fim. A veterana comemorou sua boa atuação e fez questão de valorizar o elenco do técnico Arthur Elias.
“O Corinthians tem um elenco muito bom. Todas as 11 que começam e aquelas que o Arthur tem disponíveis, estão preparadas para serem titulares do time. Claro que eu quero estar sempre entre as titulares, sempre jogando, só que eu respeito e, sempre que entro, tento ajudar o Corinthians da melhor forma possível. E hoje, graças a Deus, pude entrar, contribuir com a bola para a Jhennifer e o gol. O time todo está de parabéns“, celebrou.
Por fim, Tamires lamentou a eliminação do Brasil na Copa do Mundo, mas projetou o Mundial Feminino de 2023. Peça de confiança da técnica Pia Sundhage, a jogadora do Corinthians tem presença quase certa na competição, que será realizada na Austrália e na Nova Zelândia.
“Igual a todos os brasileiros, eu senti muito a eliminação do Brasil. O povo brasileiro estava muito otimista que o hexa viria. Mas, vamos ter que respirar fundo, seguir em frente.”
“Ano que vem tem Mundial Feminino, espero que todos estejam torcendo por nós. Estou animada, agora é dar uma descansada, pensar nas férias, curtir a família, pessoas que eu amo… E ano que vem é estar preparada para mais um ano intenso e importante para o Corinthians e a Seleção Brasileira. Quem sabe (não vem o título da Copa do Mundo Feminina)?“, concluiu a veterana.
Com o fim da Copa Paulista, a temporada do Corinthians Feminino está, oficialmente, encerrada. A equipe vai entrar de férias e só deve voltar a campo em fevereiro, com o início da Supercopa do Brasil.
Na última quarta-feira, a Seleção Brasileira Feminina entrou em campo pela última vez no ano de 2022. A equipe venceu o Canadá por 2 x 1, em jogo amistoso realizado na Neo Química Arena. Após a partida, a técnica Pia Sundhage concedeu entrevista e falou sobre diversos assuntos.
Entre os temas, a treinadora sueca elogiou a lateral-esquerda Tamires, capitã do Corinthians e da Seleção Brasileira. Pia afirmou que a atleta é uma das maiores líderes que já viu em toda a sua carreira.
“Nós demos um grande passo contra o Canadá, mas também contra a Noruega e Itália. Foram dois jogos muito diferentes. Fizemos quatro gols contra a Noruega e um contra a Itália, mas defendendo muito bem. Podem ter achado que foi um jogo tedioso, mas foi uma vitória. Demos um passo com essas novas jogadoras. E quando falamos de novas jogadoras, é tudo sobre confiança. Uma jogadora como a Ary, sabíamos que levaria um tempo para se adaptar.”
“Você pode dizer que o jeito que a Ary joga no meio-campo faz a diferença. E não é só uma jogadora. Posso também mencionar a Tamires. É uma das melhores líderes que já cruzei na carreira. Ela ajuda o time a sentir que conseguimos, que acreditamos em algo. E elas abraçam nossas novas ideias. Tenho muito respeito pelas jogadoras porque não é fácil, mas elas tentam e fazem. Temos jogadoras diferentes entrando. É sobre se conectar com o grupo. Isso é muito interessante. Nós estamos para criar essa atmosfera e a crença de que podemos vencer.“
Provavelmente sem o quinteto que defendeu a Seleção Brasileira nos dois amistosos contra o Canadá (Tamires, Tarciane, Lelê, Adriana e Jaqueline), o Corinthians volta a campo na noite desta quarta-feira, às 19h30, para encarar o Santos em um jogo fundamental para a classificação no Paulistão Feminino. Clique AQUI para saber tudo sobre o clássico, que será disputado na Neo Química Arena.
A Seleção Feminina realizou seu último jogo em 2022 na última terça-feira, contra o Canadá. As brasileiras saíram na frente, sofreram o empate e conquistaram a vitória sobre as atuais campeãs olímpicas com um gol nos acréscimos do segundo tempo. Titular e capitã do Brasil, a lateral-esquerda Tamires, do Corinthians, comemorou a presença dos quase 20 mil torcedores na Neo Química Arena e a ascensão do futebol feminino.
“Eu fico muito feliz com esse carinho. Acho que o futebol feminino vem conquistando muitas coisas boas. A torcida tem cada vez mais acreditado no nosso trabalho e acompanhado. O que a liga nacional tem feito, tem ajudado muito. Os torcedores conhecem cada vez mais, torcem por nós, sabem quem nós somos”, declarou Tamires, na zona mista da Neo Química Arena após o jogo – assista à entrevista abaixo.
“E quando a Seleção Brasileira vem jogar aqui (na Neo Química Arena), isso torna a paixão do Brasil. Aqui é a casa do Corinthians, meu clube, me sinto em casa, muito feliz e muito leve de jogar na Arena. Sei que tem torcedores do Brasil inteiro aqui, me deixa muito feliz”, complementou.
“Não importa o clube que eu visto a camisa, todo mundo me respeita como jogadora e como atleta do Brasil. Isso que a gente vem conquistado é de grande valia para todas nós, para que a gente possa cada vez mais ter confiança e continuar fazendo nosso trabalho. Tem muita coisa a construir e estamos muito felizes pelo que fizemos hoje.”
Tamires também celebrou o desempenho recente da Seleção Feminina, que vinha de dez jogos de invencibilidade até a derrota por 2 x 1 para o próprio Canadá, na Vila Belmiro, na última sexta-feira. No período, a equipe de Pia Sundhage conquistou o título da Copa América e derrotou seleções como Itália e Noruega em amistosos preparatórios para a Copa do Mundo, que será disputada entre junho e julho de 2023.
“Tem muita coisa para a gente avaliar. O Brasil vem fazendo grandes jogos contra grandes seleções. A gente vem em uma sequência muito boa, mostrando nosso coletivo funcionando e o quanto a gente tem se dedicado e acreditado no trabalho. Enfrentamos Noruega, Itália, agora dois jogos contra o Canadá… Perdemos um jogo, mas achei que tivemos volume de jogo. A Pia tem conseguido fazer com que as jogadoras entendam, cada vez mais, o plano de jogo”, disse Tamires.
“Acho que temos muito a evoluir na parte física, o Mundial é um desgaste muito grande, uma demanda maior. Esse jogo demonstrou que não foi um simples amistoso, foi algo que batemos de frente com uma equipe muito boa, que foi campeã olímpica no ano passado. O Brasil demonstrou o quanto vem evoluindo com atletas novas e mais experientes. Essa mescla vem nos ajudando a crescer. Espero que o futebol feminino, tanto na Seleção quanto no Brasil, possa crescer cada vez mais“, concluiu.
Provavelmente sem o quinteto que defendeu a Seleção Brasileira nos dois amistosos contra o Canadá (Tamires, Tarciane, Lelê, Adriana e Jaqueline), o Corinthians volta a campo na noite desta quarta-feira, às 19h30, para encarar o Santos em um jogo fundamental para a classificação no Paulistão Feminino. Clique AQUI para saber tudo sobre o clássico, que será disputado na Neo Química Arena.
Assista à entrevista de Tamires após Brasil x Canadá:
Capitã da equipe feminina do Corinthians, Tamires se pronunciou publicamente sobre a eliminação na Copa Libertadores. No último sábado, as Brabas perderam por 2 x 1 para o Boca Juniors em Quito, Equador, e deixaram o torneio nas quartas de final.
Atuais campeãs e maiores vencedoras da Copa Libertadores ao lado do São José, o Timão vinha como um dos favoritos para a disputa da competição, ainda mais depois da conquista recente do Campeonato Brasileiro. A lateral-esquerda lamentou a queda precoce no torneio, mas fez críticas à Conmebol.
“Eu quis tomar meu tempo antes de escrever algo aqui. A eliminação da Libertadores doeu bastante. Ainda tá doendo pra falar a verdade. A gente sabe que ser Corinthians significa muita entrega e uma responsabilidade enorme dentro e fora de campo.“
“O formato de tiro curto não valoriza o calendário do futebol feminino e gera um desgaste desnecessário em todas nós. Independente da equipe ou do país.A baixa qualidade dos campos de treinamento ou de jogo também é um ponto recorrente. A arbitragem ou a falta de VAR, a divulgação, até mesmo o media day na véspera da estreia… tudo tem potencial pra ser melhor. Do número limitado de inscrição de atletas até a logística, parece que tem uma longa lista“, escreveu a atleta.
Além disso, a atleta comentou sobre o futuro e afirmou que o Timão voltará a disputar a competição na próxima temporada.
“Tô dividindo isso com vocês porque pensei muito ao longo da viagem sobre quais são os nossos objetivos. Eu sinto o peso da camisa do Corinthians e quero sempre devolver conquistas pra vocês. Quero mostrar a nossa garra, entrega e aquele sentimento que demos o nosso melhor.“
“Mas se com o tempo a gente aprendeu e se acostumou a puxar uma fila, ela com certeza não é só de troféus. Ela também é de mudanças. A gente vai voltar no ano que vem. Sempre juntas e aprendendo com os nossos erros.“
Agora, as Brabas voltam o foco na disputa do Campeonato Paulista. O próximo compromisso da equipe será no dia 3 de novembro, diante do Realidade Jovem, às 15h (Brasília), fora de casa, em jogo válido pela oitava rodada da competição estadual.
O Corinthians perdeu para o Deportivo Cali-COL, por 2 x 1, na última quinta-feira, pela primeira rodada da Libertadores Feminina. A lateral-esquerda Tamires lamentou os erros alvinegros na estreia, mas quer “esquecer” a derrota para as colombianas e virar a chave, de olho no duelo deste domingo, contra o Always Ready-BOL, às 19h15 (de Brasília), em busca de uma recuperação na competição continental.
“Sabíamos que seria o jogo mais difícil da chave. Nos preparamos bem para a estreia, mas tinha um time qualificado do outro lado. Erramos muito na parte técnica, descompactamos a equipe e isso deu confiança para o Deportivo Cali se sobressair”, declarou Tamires, em entrevista ao Globo Esporte.
“Agora depende muito da gente, temos que ganhar e esquecer o que se passou. Temos que sentir a derrota, mas não deixar ela abalar a gente. É tiro curto, tem que virar a chave, consertar o que tem que ser consertado. Estamos prontas“, complementou.
“Não deixamos uma vitória colocar a gente lá em cima, como uma derrota também não vai deixar a gente lá para baixo. Sempre continuamos trabalhando para aprender com a derrota, com os erros, fazer o melhor. Isso faz o Corinthians ser uma referência.”
Ao lado de Lelê, Tarciane, Jaqueline e Adriana, Tamires serviu a Seleção Brasileira na Europa durante última Data Fifa, no início deste mês. O quinteto desembarcou no Equador na madrugada do dia 12 de outubro, véspera da estreia do Corinthians na Libertadores Feminina.
Por conta da viagem desgastante de mais de 12 horas, a lateral-esquerda entrou somente aos 42 minutos do segundo tempo contra o Deportivo Cali, quando o Corinthians já perdia por 2 x 1. Tamires, agora, se vê preparada para jogar os 90 minutos diante do Always Ready, se for da vontade do técnico Arthur Elias.
“Tamires está pronta, descansada, bem alimentada, preparada se o (técnico) Arthur (Elias) quiser contar comigo para jogar 90 minutos, quanto tempo achar que é necessário”, afirmou.
Por fim, Tamires disse que o Corinthians de Arthur Elias sempre cresce nos momentos decisivos das competições. No Brasileirão Feminino, por exemplo, a equipe foi apenas a quarta colocada na fase de classificação, mas conquistou o título com cinco vitórias em seis jogos no mata-mata.
“Diariamente a gente constrói os objetivos para sermos campeãs. O Brasileiro mostrou isso, pois foram estratégias bem criadas. Perdemos quando poderíamos perder e isso mexeu com a gente, nos unimos mais. O Corinthians cresce no mata-mata, tem cabeça vencedora, desde o departamento até as atletas“, concluiu.
Desde 2019 no Corinthians, Tamires acumula títulos pelo clube e convocações para a Seleção Brasileira, por onde já jogou Olímpiadas, Copa do Mundo, duas vezes e foi campeã de três Copas América, em 2014, 2018 e 2022. Com isso, passou a conviver com Marta, Rainha do Futebol, mas que não foi o bastante para inibir um possível desentendimento.
Em um aquecimento durante uma das convocações, as jogadoras da seleção estavam brincando de bobinho, e com uma atitude da Rainha durante a brincadeira, Tamires ficou chateada com a situação e se desentendeu com Marta.
“A gente teve o Torneio Internacional de Brasília alguns anos atrás e a gente estava fazendo bobinho. Era eu e a Marta na reserva esse dia. As meninas estavam aquecendo e a gente fazendo bobinho. Era um toque rapidinho e quem perdia ia no meio e levava a da direita. Eu errei meu passe e a Marta não queria entrar comigo, ela resmungou ‘ah, por que tem que ser eu de novo?’”, comentou em entrevista ao Resenha, programa da ESPN.
“Aí eu falei: ‘poxa, vamos aí’. Eu fiquei brava com esse ímpeto dela de falar. Eu me senti meio mal e falei: ‘também não vou brincar mais’ e saí. Aí chegou a hora de bater a mão e meio que eu fugia dela. Ela falou: ‘não, vem cá. Vamos bater a mão e ficar de boa’“, finalizou a lateral-esquerda.
No momento, a jogadora do Corinthians está com a seleção em um amistoso na Noruega. Ela retorna antes do dia 13 para viajar para Quito, no Equador, onde será a disputa da Libertadores Feminina. A lateral já conquistou duas taças dessa competição e busca vencer pela terceira vez.
O Corinthians vive sua sexta final seguida do Brasileirão Feminino e vai em busca de seu quarto título do torneio neste sábado, contra o Internacional. Além das taças nacionais, o clube construiu uma hegemonia na modalidade e vem empilhando títulos desde 2016, com três Libertadores, três Paulistas, uma Supercopa e uma Copa do Brasil.
A lateral-esquerda Tamires, no entanto, “ignorou” a hegemonia do Corinthians no futebol feminino em entrevista coletiva promovida pela CBF nesta sexta-feira. A jogadora valorizou a história do clube na modalidade, mas afirmou que a equipe não se acomoda com o que já conquistou e sempre pensa em novos títulos e vitórias todos os anos.
“Sobre a trajetória do Corinthians, o que a gente vem conquistando ano a ano, sempre exalto muito o departamento de futebol feminino que o Corinthians tem. O quanto ano após ano a gente quer mais, mais investimento, montar o melhor elenco. A gente não se acomoda com todas as coisas que a gente constrói e com todos os títulos que a gente ganha. Dessa vez, não vai ser diferente. Tudo o que construímos daqui para trás, foi maravilhoso, estamos de parabéns, mas é passado“, disse Tamires.
“Temos que olhar daqui para a frente, a final que temos amanhã, os nossos objetivos futuro. Só assim, como equipe, pensando no agora, onde queremos colocar o Corinthians, no lugar mais alto do pódio. Pensando sempre assim, acho que é como vamos conseguir construir cada vez mais títulos e vitórias, e deixar esse elenco cada vez mais estruturado, com investimentos”, complementou.
Tamires também afirmou que a hegemonia construída pelo Corinthians não atrapalha e nem ajuda a conquistar novos objetivos.
“Só de estar com esse escudo (do Corinthians) no peito, já é uma responsabilidade enorme. Independentemente de qualquer coisa, temos que assumir essa responsabilidade e colocar dentro de campo tudo o que a gente vem treinando e tudo o que fazemos diariamente. Toda essa atmosfera que está se construindo em volta dessa final, tudo o que o futebol feminino tem conquistado, acho que só tem que motivar a gente a querer mais“, concluiu Tamires.
Corinthians e Internacional se enfrentam neste sábado, na Neo Química Arena, às 14h (de Brasília). Com o empate por 1 x 1 no jogo de ida da final, no Beira-Rio, o Timão busca uma vitória simples para garantir seu quarto título do campeonato nacional.