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O Bi da Democracia Corinthiana completa 36 anos neste sábado

Disputado de maio e dezembro, o torneio recolocou o Timão na liderança do ranking dos títulos Paulistas depois de quase uma década atrás do Palmeiras

Na partida final, contra o São Paulo, o Corinthians entrou em campo com a faixa “Ganhar ou Perder, mas sempre com democracia” – Foto: Reprodução Internet

Naquele ano, mais uma vez, o regulamento do Campeonato Paulista era modificado pela Federação Paulista de Futebol. Disputado de maio e dezembro, o Paulistão recolocou o Corinthians na liderança do ranking de títulos estaduais, depois de nove anos atrás do Palmeiras.

Eram 20 equipes divididas em quatro grupos de cinco, com todos se enfrentando em jogos de ida e volta, totalizando 38 rodadas somente nessa primeira fase. Os dois melhores de cada grupo seguiriam para as quartas, de onde sairiam os dois melhores para as semifinais.

Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos monopolizaram a disputa pelo título, fazendo semifinais emocionantes e históricas. Era a primeira vez na história do Paulistão que os chamados ‘quatro grandes’ se enfrentaram nesta fase da competição em formato mata-mata.

Buscando o bicampeonato, o que não acontecia desde 1951/52, o Corinthians havia mantido a mesma base do time campeão de 1982, inclusive na ‘Democracia Corintiana’, capitaneada pelo Doutor Sócrates, líder da equipe nos protestos e em campo.

O Timão fechou a primeira fase somando 50 pontos, contra 37 do São Bento, o segundo colocado do seu grupo. Somente o São Paulo, em outra chave, superava a campanha alvinegra, com 52 pontos.

Na fase seguinte, o São Paulo fez dez pontos e superou o Palmeiras com sete, segundo de sua chave. Já o Corinthians tinha nove, líder do seu grupo à frente do Santos, o outro classificado, também com nove. Nas semifinais, o favoritismo da dupla prevaleceu. Corinthians e São Paulo fariam a final mais uma vez.

Enquanto isso a Fiel assistia a uma das mais célebres despedidas de um ídolo do Parque São Jorge. Sócrates chegara ao Corinthians em 1978 e havia conquistado os paulistas de 79 e 81. Naquele final de campeonato, o último do Doutor com a camisa do Timão, ele marcou os quatro gols que levaram a equipe ao título, nos quatro jogos que restavam. Em junho de 1984 ele seria vendido para a Fiorentina da Itália.

No primeiro jogo da semi, aos 31 minutos do segundo tempo, o Palmeiras vencia por 1 a 0, quando Sócrates empatou. Na volta, Sócrates também marcou, decretando a classificação para a final contra o São Paulo.

Campeão de 1983 – Em pé: Leão, Sócrates, Casagrande, Eduardo, Biro-Biro e Zenon;
Agachados: Mauro, Alfinete, Paulinho, Juninho e Wladimir
(Foto: Reprodução Internet)

No primeiro jogo da decisão, Sócrates de novo marcou, dando a vantagem do empate ao Timão no jogo seguinte. Com o jeito corinthiano de ser, sofrido, aos 46, na prorrogação, o Doutor deixou o seu. Dois minutos depois o São Paulo empatava, mas quase ninguém viu. A fiel comemorava, Jorge Vieira – o técnico – chorava e o Corinthians, mesmo sem saber, se despedia de um dos maiores ídolos de sua história.

A taça do Bi de 83 está no Memorial do Corinthians, no Parque São Jorge (Foto: Arquivo Victor Hugo)

Campanha da equipe 48 jogos – 25 vitórias – 16 empates – e apenas 7 derrotas – 69 gols marcados.

Jogo do títuloSão Paulo 1×1 Corinthians
Local: Estádio Cícero Pompeu de Toledo, Morumbi
Data: 14 de dezembro de 1983
Público: 88.085
Renda: Cr$ 126.715.000,00
Árbitro: Dulcidio Wanderley Boschilia
Gols: Sócrates 46’ e Marcão 48’ do 2ºT
Corinthians: Leão; Alfinete, Mauro, Juninho e Wladimir; Paulinho, Sócrates e Zenon; Biro Biro, Casagrande (Wagner) e Eduardo.
Técnico: Jorge Vieira.

Você pode assistir o jogo completo, narrado por Galvão Bueno, com toda a magia do futebol dos anos 80.

Por Nágela Gaia