Criado na periferia, Serginho teve uma trajetória inspiradora através do esporte e contribuiu para a história do vôlei corinthiano
Sergio Dutra Santos, mais conhecido como “Serginho” ou “Escadinha”, nasceu no interior do Paraná, em um pequeno município chamado Diamante do Norte, no dia 15 de outubro de 1975. Sua infância e adolescência, contudo, foram na periferia paulistana, em Pirituba. Lá, trabalhou como empacotador, office boy e vendedor ambulante, vivendo sob um cenário de violência e tráfico de drogas, para o qual perdeu muitos dos amigos que fez.
Apesar das dificuldades, Serginho trilhou um caminho diferente e conseguiu chegar a grandes conquistas graças ao esporte: sagrou-se bicampeão olímpico e da Copa do Mundo de Vôlei. Iniciou nas peneiras em grandes clubes da época e recebeu a primeira oportunidade no Palmeiras, quando foi notado por Sílvia Souza Lima, na época a professora responsável. Ela enxergou o potencial do atleta e após um ano de trabalho em Pirituba, recebeu uma proposta em Guarulhos e decidiu levar Serginho para a nova equipe. Na época, atuava como ponteiro.
Tudo ia bem, até que a prefeitura da cidade optou por cortar os investimentos e deu um fim triste ao time de Guarulhos. O atleta ficou frustrado, obrigou-se a trabalhar mais tempo para suprir as necessidades de casa e se via cada vez mais longe do sonho de se tornar um grande jogador de vôlei.
Graças a Chicão, ex-companheiro de Guarulhos, conseguiu um novo teste para o São Caetano, time do ABC paulista. Serginho teve um ótimo desempenho na peneira e em pouco tempo ganhou a titularidade na equipe. A partir de então, a carreira do menino da periferia foi impulsionada ao pódio. Ele ainda atuou por Suzano e Banespa, até a sua primeira convocação para a Seleção Brasileira.
Em 2017, aos 42 anos Serginho teve a brilhante iniciativa de criar, em parceria com a prefeitura de Guarulhos, a equipe de voleibol do seu time do coração, o Corinthians. Logo no primeiro ano de atividade, que iniciou na temporada 2017/18, com Serginho como líbero da equipe e ao mesmo tempo coordenador técnico, o time de vôlei do Timão conquistou a Taça Ouro de Voleibol Masculino de 2017, o vice-campeonato paulista, ficou em sexto lugar na Superliga de 2017/18 , pela série A e chegou às quartas de final da Copa Brasil de vôlei em 2018.
Infelizmente, por conta de uma grande reestruturação, a parceria foi encerrada em maio deste ano. O time de Guarulhos permanece, mas sem a marca do clube.
A Central do Timão presta seus agradecimentos a Serginho por toda sua contribuição para a história do vôlei alvinegro e o parabeniza pelos seus 44 anos. Felicidades!
Por Amanda Koiv