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Teto para atletas e folha geral sem teto. A política remuneratória do Corinthians

Clube defende a ideia de ter um teto salarial, que muitos clubes, a princípio, não possuem, mas continua com uma grande folha de pagamento

A palavra austeridade é tida como algo importantíssimo em qualquer seguimento organizacional, principalmente no campo das finanças de cada entidade. Seja no campo privado, seja no campo público, seja nas organizações sem fins lucrativos, a austeridade é algo a se buscar, pois o equilíbrio entre gastos e arrecadação traz solidez para continuação das atividades e, por muitas vezes, tem como resultado o sucesso.

No mundo do futebol brasileiro, onde a esmagadora maioria dos clubes são entidades sem fins lucrativos, tal estado de organização financeira é, em tese, o desejo de todos, principalmente dos torcedores.

O Corinthians, por meio de seus dirigentes, em alguns momentos nas últimas décadas, já externou que deseja ter austeridade, mas o que se vê é algo diferente.

O clube vem aumentando seu endividamento nos últimos anos, ao passo que também aumenta sua arrecadação.

Clube é um dos que mais arrecada no Futebol Brasileiro (Foto extraída do site oficial do Corinthians)

Contudo, em meio a tal circunstância, eis que surge uma vertente de tal plano de austeridade que “funciona”, o tal teto remuneratório para atletas.

Não se sabe bem ao certo, muitas notícias desencontradas já surgiram sobre os valores, mas o Corinthians adota como teto remuneratório para atletas algo em torno de R$ 450 a 600 mil reais mensais.

Corinthians mantém em 2019 a política remuneratória com teto focado apenas em contratos individuais. Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Sempre que se vislumbra ou se comenta a possibilidade do Timão contratar atletas mais renomados e, via de regra, consequentemente, com valores mais altos de salários, o discurso “O Corinthians tem teto salarial” aparece.

Ocorre que, mesmo sem pagar grandes salários, o Corinthians sempre está entre as maiores folhas de pagamento do país, sendo que, em 2018, superava, inclusive, alguns clubes que muitos na mídia esportiva chamam de “ricos”, como é o caso do Flamengo.

Isto acontece em decorrência da grande quantidade de atletas contratados, muitos deles de capacidade técnica discutível.

Claro que as apostas devem sempre existir, afinal o Timão é um exemplo de “moldar” atletas desconhecidos, mas isso deve ser feito de forma limitada, pois, via de regra, quase todos os atletas de pouca fama ou história de bom futebol jogado acabam sendo pouco aproveitados ou emprestados, gerando custos fixos.

E não está a se discutir o mérito da boa captação de atletas que o Corinthians faz, principalmente na última década, contudo, o quadro poderia estar melhor, com o clube possuindo elencos bem melhores, conquistando mais títulos e arrecadando mais, consequentemente.

Assim, por muitas vezes, a austeridade atingida ao contratar jogadores, em tese, baratos, custa caro, ao final.

Uma opção a tal quadro seria uma austeridade real na quantidade de valor gasto com a folha de pagamento de atletas, com a contratação de menos atletas e com salários obedecendo o teto, o que geraria resultado prático na economia de gastos, ou então, caso queira manter os gastos atuais, o melhor uso dos valores, com o investimento pontual em atletas que entreguem com mais certeza o bom futebol, com a destinação de apenas uma parte dos recursos para as apostas.

O quadro atual de grande folha com pouca capacidade de concorrer com outros clubes pela contratação de grandes atletas, demonstra que a austeridade existe apenas para o pagamento individual de salário, ficando o montante geral da folha sempre elevado, devido à imensa quantidade de atletas contratados.

Por Redação Central do Timão