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BLOG DO DELBON: Década dourada (2009-2019) – os 10 maiores atacantes

Nosso terceiro ranking chega para relembrar e homenagear aqueles típicos atacantes móveis, que não raramente marcam golaços decisivos, driblam Deus e o mundo e, principalmente… ajudam na marcação!

Se tem algo abundante, convenhamos, no nosso Timão dessa última década é o atacante ao estilo Clayson e Romero que ajuda a equipe ao marcar o lateral do adversário e ainda, por motivos que só a fisiologia esclarece, consegue ter fôlego para chegar ao ataque e fazer alguns gols marcantes.

Mas vamos à lista, até porque ídolos e goleadores também se encontram por aqui:

Foto: Daniel Augusto Jr./Fotoarena

#10 Iarley
É verdade que Iarley vira e mexe fazia as vezes de centroavante na ausência de Ronaldo. Mas o consagrado ídolo do Boca Juniors, no único ano que jogou com o manto alvinegro, também se destacou pelas beiradas em uma equipe recheada de opções. Mesmo não tendo ganhado nenhum título no conturbado ano do nosso centenário – e mesmo já veterano, em curva descendente – Iarley não deixou de jogar com raça, tendo lá seus momentos de brilho contra o Santos de Neymar, em plena Vila Belmiro, contra o São Paulo em um Majestoso vencido por 4 a 3 e, para valer a lei do ex, contra o Internacional, no Pacaembu, no ano em que os colorados foram campeões da América.

Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

#9 Lucca
Lucca foi o talismã do hexacampeonato brasileiro, em 2015. Chegou ao clube já na reta final, mas sua participação ajudou a dar aquele gás necessário ao time de Tite em jogos complicados. Contra o Santos, em sua estreia, fez a jogada dos dois gols em uma tarde ensolarada em Itaquera. Rodadas depois, marcou o terceiro gol na histórica vitória por 3 a 0 contra o Atlético Mineiro, principal rival da temporada, em pleno Horto – e foi um golaço de voleio. Lucca ainda fez o gol da vitória contra o Coritiba, em outro jogo enjoado na Arena Corinthians, já nos últimos jogos do certame.

Em 2016, o atacante vindo do Criciúma não embalou e acabou sendo emprestado. Ainda voltou em 2018 para bater um dos pênaltis na final do Paulista contra o Palmeiras, no porcódromo, e garantir mais um troféu para a nossa galeria.

(Foto: Miguel Schincariol / Globoesporte.com)

#8 Willian
O fato de estar no rival pesa, é inegável. Mas Willian, na sua breve passagem pelo Timão, foi peça importante na conquista do pentacampeonato brasileiro em 2011. Nas mãos de Tite, o jogador sempre demonstrou muita vontade e muito oportunismo. Gols importantes contra Fluminense e Internacional, ambos no Pacaembu, garantiram pontos preciosos em uma corrida acirrada contra o Vasco. Revezando com Jorge Henrique, Émerson e companhia, passou dos 30 jogos naquela campanha e chegou bem no ano seguinte, quando conquistou a Libertadores como terceira opção no banco. Chegou até a jogar contra o Santos de titular, na volta de semi após expulsão de Sheik no primeiro jogo, mas o brilho de Romarinho o ofuscou e Willian, bicampeão pelo Timão, não chegou a estar na foto final da conquista contra o Boca.

Foto: Reprodução

#7 Clayson
Clayson já tem três títulos com a camisa corinthiana – e é inegável que tenha sido importantíssimo em pelo menos duas delas: o Brasileiro de 17, com gols contra Cruzeiro e São Paulo fora de casa, e o Paulista deste ano, onde talvez tenha sido o principal jogador ofensivo corinthiano. Também é inegável que sua irregularidade faz chover críticas aqui e acolá, sem contar aquelas jogadinhas manjadas de lado de campo que cansam um pouco os torcedores mais exigentes. Mas Clayson, nos seus melhores momentos, foi um driblador arisco, decisivo e corajoso. Chegou ao Timão, foi multicampeão e, talvez o que mais importe, nunca reclamou em momentos de baixa: seguiu trabalhando, correndo como um louco para marcar na lateral do campo e continua sendo uma opção ofensiva com bastante potencial.

Foto: Reprodução Twitter

#6 Malcom
A carreira de Malcom talvez tenha sido a mais inusitada de todos nessa lista. Em 2015 era o xodó da melhor equipe corinthiana da década. Seus companheiros eram Renato Augusto, Jadson, Elias e Vágner Love. Em 2018, era companheiro de Messi e Suárez no Barcelona campeão espanhol. Isso com apenas 22 anos.

Quando saiu do Corinthians Tite avisou que era muito cedo para deixar o clube. Se Malcom alcançará sua maturidade futebolística ninguém sabe, mas que potencial o garoto tem para frequentar as convocações da Seleção, disso ninguém duvida. No Timão, além de ter incrível disciplina tática para um atacante menor de idade à época, teve poder decisivo em jogos de gente grande: marcou gol contra o Atlético na ida e na volta no Brasileirão do hexa. Titular durante toda a campanha, poderia ter ficado e marcado ainda mais sua história, mas quem sabe não volta e a continua de onde parou daqui uns anos?

Foto: Reprodução vídeo

#5 Dentinho
Os grandes momentos de brilho de Dentinho foram em 2008, quando foi artilheiro da Série B jogando ao lado de German Herrera. Mas Bruno Bonfim, maior artilheiro do clube no século XXI não poderia ficar longe do top 5. Dentinho foi do inferno ao céu com a camisa corinthiana, virou símbolo da torcida em campo e ganhou merecidamente uma vaga de titular na belíssima equipe do primeiro semestre de 2009. Com a chegada de reforços em 2010, perdeu certo espaço e acabou se transferindo ao Shakhtar, em meados de 2011, onde permanece até hoje, optando muito mais pelo conforto do que pela repetição da glória conquistada em seus primeiros anos de Corinthians.

Foto: Reprodução instagram

#4 Romero
Romero, Romero… quem diria, em 2014, 2015 ou até 2016 que Angel Romero estaria em quarto lugar em uma lista como essa? Talvez só a mãe do próprio…

Vindo do Cerro Porteño em 2014, dizendo realizar um sonho de infância, Romero estreou com algumas pedaladas contra o Bahia e empolgou muita gente. Objetivamente, sumiu até o final de 2015, quando ressurgiu no 6 a 1 contra o São Paulo marcando dois gols, driblando e provocando. Com o desmanche na virada do ano, ganhou aos poucos seu espaço na equipe titular junto com Rodriguinho e foi virando peça importante do ponto de vista tático, principalmente. Que Marlone, Marquinhos Gabriel, Guilherme e Giovanni Augusto tivessem mais repertório do que Romero, poucos duvidavam, mas era praticamente unanime o seguinte veredito: ninguém deixa mais sangue no campo do que o paraguaio. E jogar no Corinthians, em suma, é isso: deixar o sangue, a alma no campo.

Romero continuou firme, mesmo ouvindo críticas de todos os lados – e faço mea culpa aqui. Em 2017, sob o comando de Carille, foi titular o ano inteiro e peça-chave para a conquista do Paulista e do Brasileiro – seu bicampeonato nacional com a camisa do Timão. Mesmo não sendo um primor tecnicamente, Romero era incansável: estabeleceu um patamar de vontade e fôlego que foi deixou um certo buraco nesse quesito ao sair do clube em 2019, optando por não renovar. Provocador, multicampeão, raçudo e corajoso, é dele, merecidamente, a marca de estrangeiro com maior número de jogos pelo Timão, sem contar a artilharia da jovem Arena Corinthians. Será que até 2024, quando completa 10 anos, nossa Arena verá alguém desbancar o artilheiro paraguaio? Eu duvido.

Foto: Divulgação

#3 Romarinho
Nascido em Palestina, interior de São Paulo, e vindo do Bragantino em meados de 2012, Romarinho chegou quieto e frio. Em um Derby no Pacaembu recheado de reservas corinthianos, que priorizava a Libertadores já em reta final naquela primeiro semestre, Romarinho fez o que poucos fizeram nessa última década: marcou dois golaços memoráveis, que só não foram mais épicos por se tratar de um Derby tipicamente esvaziado “à brasileira”.

Serviu, contudo, para Tite colocá-lo no banco de reservas contra o Boca Juniors, no primeiro jogo da final na La Bombonera.

O resto é história.

Só por aquele gol em seu primeiro toque na bola na vida jogando por uma Libertadores, em plena La Bombonera lotada, contra o Boca de Riquelme em uma final com o próprio time perdendo, Romarinho já estava na história do clube. O título veio a confirmar tal marco, assim como o Mundial, o Paulista e a Recopa. Isso sem contar os 5 gols contra o Palmeiras em apenas dois anos de Corinthians – e toda a zoeira eterna que permanece a cada clássico até hoje.

Romarinho podia ser um pouco desligado – e talvez isso tenha sido o grande trunfo para aquele golaço de cavadinha – e indisciplinado taticamente, mas sua técnica é inquestionável. Em seus melhores dias, foi decisivo e campeão. É sinônimo daquele velho ditado: tem jogador que tem estrela!

Foto: Divulgação

#2 Jorge Henrique
Jorge Henrique chegou ao clube em 2009, vindo do Botafogo, para lutar por uma vaga com Morais no ataque do Timão. Até 2013, foi sinônimo de obediência tática, raça e brilho: marcou gol contra o Inter nos dois jogos da final da Copa do Brasil de 2009 e foi titularíssimo na campanha do penta de 2011 e da Libertadores de 2012. Era tão, mas tão importante que Tite teve de modificar a equipe para a final do Mundial contra o Chelsea, sacando Douglas e colocando Jorge Henrique para ajudar na marcação de Ashley Cole, lendário lateral esquerdo inglês. E nessa mesma final, tabelou com Paulinho na jogada do gol de Guerrero.

É uma pena, devo dizer, que sua indisciplina fora de campo o tenha tirado do Timão já em 2013. Jorge Henrique foi um antecessor de luxo de Angel Romero: diferente do paraguaio, aliava raça com mais recurso técnico e poder de decisão. Foi peça-chave nos esquemas de Mano e Tite nas principais conquistas do início da década.

#1 Émerson
Sheik dispensa comentários. Era o cara certo, na hora certa: maloqueiro, sofredor, raçudo, corajoso, decisivo, mordedor, goleador, talentoso…é tudo o que o corinthiano se imagina ser na essência, seja lá em que profissão atue. Foi o melhor jogador das américas em 2012, decidindo a semifinal contra o Santos de Neymar e a final contra o Boca de Riquelme, com três gols e uma assistência.

Émerson foi o cara necessário para quebrar a timidez do ineditismo da final e a ansiedade da pressão pelo título. Com ele, as coisas ora relaxavam e ora pegavam fogo – tudo na hora certa, tudo como devia ser. Entre idas e vindas, Émerson sempre foi campeão pelo Timão, em 2011-2013, em 2015 e em 2018. Foi, como Danilo e alguns poucos outros, um representante fiel ao estilo corinthiano: lealdade, sinceridade, honestidade, coragem e não às drogas, nas palavras do mestre Tite.

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