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BLOG DO DELBON: Década dourada (2009-2019) – os 10 maiores atacantes

Nosso terceiro ranking chega para relembrar e homenagear aqueles típicos atacantes móveis, que não raramente marcam golaços decisivos, driblam Deus e o mundo e, principalmente… ajudam na marcação!

Se tem algo abundante, convenhamos, no nosso Timão dessa última década é o atacante ao estilo Clayson e Romero que ajuda a equipe ao marcar o lateral do adversário e ainda, por motivos que só a fisiologia esclarece, consegue ter fôlego para chegar ao ataque e fazer alguns gols marcantes.

Mas vamos à lista, até porque ídolos e goleadores também se encontram por aqui:

Foto: Daniel Augusto Jr./Fotoarena

#10 Iarley
É verdade que Iarley vira e mexe fazia as vezes de centroavante na ausência de Ronaldo. Mas o consagrado ídolo do Boca Juniors, no único ano que jogou com o manto alvinegro, também se destacou pelas beiradas em uma equipe recheada de opções. Mesmo não tendo ganhado nenhum título no conturbado ano do nosso centenário – e mesmo já veterano, em curva descendente – Iarley não deixou de jogar com raça, tendo lá seus momentos de brilho contra o Santos de Neymar, em plena Vila Belmiro, contra o São Paulo em um Majestoso vencido por 4 a 3 e, para valer a lei do ex, contra o Internacional, no Pacaembu, no ano em que os colorados foram campeões da América.

Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

#9 Lucca
Lucca foi o talismã do hexacampeonato brasileiro, em 2015. Chegou ao clube já na reta final, mas sua participação ajudou a dar aquele gás necessário ao time de Tite em jogos complicados. Contra o Santos, em sua estreia, fez a jogada dos dois gols em uma tarde ensolarada em Itaquera. Rodadas depois, marcou o terceiro gol na histórica vitória por 3 a 0 contra o Atlético Mineiro, principal rival da temporada, em pleno Horto – e foi um golaço de voleio. Lucca ainda fez o gol da vitória contra o Coritiba, em outro jogo enjoado na Arena Corinthians, já nos últimos jogos do certame.

Em 2016, o atacante vindo do Criciúma não embalou e acabou sendo emprestado. Ainda voltou em 2018 para bater um dos pênaltis na final do Paulista contra o Palmeiras, no porcódromo, e garantir mais um troféu para a nossa galeria.

(Foto: Miguel Schincariol / Globoesporte.com)

#8 Willian
O fato de estar no rival pesa, é inegável. Mas Willian, na sua breve passagem pelo Timão, foi peça importante na conquista do pentacampeonato brasileiro em 2011. Nas mãos de Tite, o jogador sempre demonstrou muita vontade e muito oportunismo. Gols importantes contra Fluminense e Internacional, ambos no Pacaembu, garantiram pontos preciosos em uma corrida acirrada contra o Vasco. Revezando com Jorge Henrique, Émerson e companhia, passou dos 30 jogos naquela campanha e chegou bem no ano seguinte, quando conquistou a Libertadores como terceira opção no banco. Chegou até a jogar contra o Santos de titular, na volta de semi após expulsão de Sheik no primeiro jogo, mas o brilho de Romarinho o ofuscou e Willian, bicampeão pelo Timão, não chegou a estar na foto final da conquista contra o Boca.

Foto: Reprodução

#7 Clayson
Clayson já tem três títulos com a camisa corinthiana – e é inegável que tenha sido importantíssimo em pelo menos duas delas: o Brasileiro de 17, com gols contra Cruzeiro e São Paulo fora de casa, e o Paulista deste ano, onde talvez tenha sido o principal jogador ofensivo corinthiano. Também é inegável que sua irregularidade faz chover críticas aqui e acolá, sem contar aquelas jogadinhas manjadas de lado de campo que cansam um pouco os torcedores mais exigentes. Mas Clayson, nos seus melhores momentos, foi um driblador arisco, decisivo e corajoso. Chegou ao Timão, foi multicampeão e, talvez o que mais importe, nunca reclamou em momentos de baixa: seguiu trabalhando, correndo como um louco para marcar na lateral do campo e continua sendo uma opção ofensiva com bastante potencial.

Foto: Reprodução Twitter

#6 Malcom
A carreira de Malcom talvez tenha sido a mais inusitada de todos nessa lista. Em 2015 era o xodó da melhor equipe corinthiana da década. Seus companheiros eram Renato Augusto, Jadson, Elias e Vágner Love. Em 2018, era companheiro de Messi e Suárez no Barcelona campeão espanhol. Isso com apenas 22 anos.

Quando saiu do Corinthians Tite avisou que era muito cedo para deixar o clube. Se Malcom alcançará sua maturidade futebolística ninguém sabe, mas que potencial o garoto tem para frequentar as convocações da Seleção, disso ninguém duvida. No Timão, além de ter incrível disciplina tática para um atacante menor de idade à época, teve poder decisivo em jogos de gente grande: marcou gol contra o Atlético na ida e na volta no Brasileirão do hexa. Titular durante toda a campanha, poderia ter ficado e marcado ainda mais sua história, mas quem sabe não volta e a continua de onde parou daqui uns anos?

Foto: Reprodução vídeo

#5 Dentinho
Os grandes momentos de brilho de Dentinho foram em 2008, quando foi artilheiro da Série B jogando ao lado de German Herrera. Mas Bruno Bonfim, maior artilheiro do clube no século XXI não poderia ficar longe do top 5. Dentinho foi do inferno ao céu com a camisa corinthiana, virou símbolo da torcida em campo e ganhou merecidamente uma vaga de titular na belíssima equipe do primeiro semestre de 2009. Com a chegada de reforços em 2010, perdeu certo espaço e acabou se transferindo ao Shakhtar, em meados de 2011, onde permanece até hoje, optando muito mais pelo conforto do que pela repetição da glória conquistada em seus primeiros anos de Corinthians.

Foto: Reprodução instagram

#4 Romero
Romero, Romero… quem diria, em 2014, 2015 ou até 2016 que Angel Romero estaria em quarto lugar em uma lista como essa? Talvez só a mãe do próprio…

Vindo do Cerro Porteño em 2014, dizendo realizar um sonho de infância, Romero estreou com algumas pedaladas contra o Bahia e empolgou muita gente. Objetivamente, sumiu até o final de 2015, quando ressurgiu no 6 a 1 contra o São Paulo marcando dois gols, driblando e provocando. Com o desmanche na virada do ano, ganhou aos poucos seu espaço na equipe titular junto com Rodriguinho e foi virando peça importante do ponto de vista tático, principalmente. Que Marlone, Marquinhos Gabriel, Guilherme e Giovanni Augusto tivessem mais repertório do que Romero, poucos duvidavam, mas era praticamente unanime o seguinte veredito: ninguém deixa mais sangue no campo do que o paraguaio. E jogar no Corinthians, em suma, é isso: deixar o sangue, a alma no campo.

Romero continuou firme, mesmo ouvindo críticas de todos os lados – e faço mea culpa aqui. Em 2017, sob o comando de Carille, foi titular o ano inteiro e peça-chave para a conquista do Paulista e do Brasileiro – seu bicampeonato nacional com a camisa do Timão. Mesmo não sendo um primor tecnicamente, Romero era incansável: estabeleceu um patamar de vontade e fôlego que foi deixou um certo buraco nesse quesito ao sair do clube em 2019, optando por não renovar. Provocador, multicampeão, raçudo e corajoso, é dele, merecidamente, a marca de estrangeiro com maior número de jogos pelo Timão, sem contar a artilharia da jovem Arena Corinthians. Será que até 2024, quando completa 10 anos, nossa Arena verá alguém desbancar o artilheiro paraguaio? Eu duvido.

Foto: Divulgação

#3 Romarinho
Nascido em Palestina, interior de São Paulo, e vindo do Bragantino em meados de 2012, Romarinho chegou quieto e frio. Em um Derby no Pacaembu recheado de reservas corinthianos, que priorizava a Libertadores já em reta final naquela primeiro semestre, Romarinho fez o que poucos fizeram nessa última década: marcou dois golaços memoráveis, que só não foram mais épicos por se tratar de um Derby tipicamente esvaziado “à brasileira”.

Serviu, contudo, para Tite colocá-lo no banco de reservas contra o Boca Juniors, no primeiro jogo da final na La Bombonera.

O resto é história.

Só por aquele gol em seu primeiro toque na bola na vida jogando por uma Libertadores, em plena La Bombonera lotada, contra o Boca de Riquelme em uma final com o próprio time perdendo, Romarinho já estava na história do clube. O título veio a confirmar tal marco, assim como o Mundial, o Paulista e a Recopa. Isso sem contar os 5 gols contra o Palmeiras em apenas dois anos de Corinthians – e toda a zoeira eterna que permanece a cada clássico até hoje.

Romarinho podia ser um pouco desligado – e talvez isso tenha sido o grande trunfo para aquele golaço de cavadinha – e indisciplinado taticamente, mas sua técnica é inquestionável. Em seus melhores dias, foi decisivo e campeão. É sinônimo daquele velho ditado: tem jogador que tem estrela!

Foto: Divulgação

#2 Jorge Henrique
Jorge Henrique chegou ao clube em 2009, vindo do Botafogo, para lutar por uma vaga com Morais no ataque do Timão. Até 2013, foi sinônimo de obediência tática, raça e brilho: marcou gol contra o Inter nos dois jogos da final da Copa do Brasil de 2009 e foi titularíssimo na campanha do penta de 2011 e da Libertadores de 2012. Era tão, mas tão importante que Tite teve de modificar a equipe para a final do Mundial contra o Chelsea, sacando Douglas e colocando Jorge Henrique para ajudar na marcação de Ashley Cole, lendário lateral esquerdo inglês. E nessa mesma final, tabelou com Paulinho na jogada do gol de Guerrero.

É uma pena, devo dizer, que sua indisciplina fora de campo o tenha tirado do Timão já em 2013. Jorge Henrique foi um antecessor de luxo de Angel Romero: diferente do paraguaio, aliava raça com mais recurso técnico e poder de decisão. Foi peça-chave nos esquemas de Mano e Tite nas principais conquistas do início da década.

#1 Émerson
Sheik dispensa comentários. Era o cara certo, na hora certa: maloqueiro, sofredor, raçudo, corajoso, decisivo, mordedor, goleador, talentoso…é tudo o que o corinthiano se imagina ser na essência, seja lá em que profissão atue. Foi o melhor jogador das américas em 2012, decidindo a semifinal contra o Santos de Neymar e a final contra o Boca de Riquelme, com três gols e uma assistência.

Émerson foi o cara necessário para quebrar a timidez do ineditismo da final e a ansiedade da pressão pelo título. Com ele, as coisas ora relaxavam e ora pegavam fogo – tudo na hora certa, tudo como devia ser. Entre idas e vindas, Émerson sempre foi campeão pelo Timão, em 2011-2013, em 2015 e em 2018. Foi, como Danilo e alguns poucos outros, um representante fiel ao estilo corinthiano: lealdade, sinceridade, honestidade, coragem e não às drogas, nas palavras do mestre Tite.

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BLOG DO DELBON: Década dourada (2009-2019) – Os 10 maiores centroavantes

Hoje eu inicio no blog uma breve série de cinco rankings sobre os maiores jogadores que vestiram a camisa do Timão entre 2009 e 2019. A escolha dos anos é óbvia: dos títulos da equipe liderada por Ronaldo até hoje, nosso alvinegro viveu uma espécie de década dourada, semelhante aos anos 50 de Luizinho, Baltazar, Roberto, Cláudio e cia. e ao final dos anos 90 e início dos anos 2000, onde o Timão não passava um ano sem levar algum troféu.

(Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)

A diferença, aqui, é a extensão e a importância das taças: uma discussão que dá pano para manga e que não cabe neste post. O que cabe é eleger e relembrar grandes figuras do Coringão que, seja com grande técnica ou com muita raça (ou ambos, nos melhores casos), honraram e marcaram seus nomes na história alvinegra.

Em vez de começar da defesa, começo pela camisa 9. O critério é também bem simples: meu gosto pessoal. Caso discorde, não se enfureça. Deixe quantos comentários quiser e relembre conosco o patrimônio e a história destes últimos anos dourados que esperamos que permaneçam nos vindouros anos 20.

(Foto: Divulgação/Ag. Corinthians)

#10 Kazim

Destoa, mas o motivo de sua presença é explicável: Corinthians 1 x 0 Avaí, 11 de novembro de 2017. O gringo da fiel nunca foi um primor técnico, mas nunca se acovardou em meio à chuva de críticas que sofria. Um dos 4 gols nos 37 jogos feitos entre 2017 e 2018 foi de suma importância: após a “final” contra o vice-líder Palmeiras e a vitória arrancada na raça contra Atlético Paranaense, na Arena da Baixada, o Timão tinha a chance de praticamente garantir o hepta em um jogo contra o Avaí em casa. Só tinha um problema: Jô, o craque do campeonato, estava suspenso e… o reserva era o pobre Kazim, reserva praticamente durante toda a competição.

Foi com o peito, na raça, que o turco-britânico deixou seu nome em um dos títulos nacionais mais improváveis da história do clube. Sua vida não foi longa nem tranquila no Parque São Jorge, mas deixou lá uma boa lembrança – além do marketing todo do sincero (quem duvida?) e emotivo jogador-torcedor do clube.

(Foto: Ag. Corinthians)

#9 Gustavo

O futebol tende a ser injusto. 2016 foi uma temporada tenebrosa após a saída de Tite para a Seleção. Do pacote comprado no início do ano para substituir a incrível equipe de 2015, ninguém vingou. No segundo semestre, Gustavo, artilheiro do Criciúma na série B, chegou em um ambiente pouco afeito às boas oportunidades: trocas de técnico, escassez de gols dos homens de frente e desorganização defensiva. Resultado: 9 jogos, zero gols e uma tatuagem precoce que virou piada pronta, ainda mais para quem carrega o maldito sufixo “gol” no nome.

Gustavo rodou, virou o maior artilheiro do Brasil em uma temporada – feito não alcançado por nenhum outro jogador na presente lista – e voltou a um Timão mais fresco, com técnico campeão de volta, equipe se conhecendo e pilares defensivos e ofensivos aparentemente sólidos. Resultado: 11 gols em 39 jogos na atual temporada e um título paulista onde foi importantíssimo na primeira fase. Pela idade e o potencial, pode alcançar muito mais pelo Coringão nos próximos anos e subir nesse ranking aqui. Não foi José Mourinho que rasgou elogios ao centroavante após o jogo contra o Racing?

(Foto: Reprodução)

#8 Luciano

A estreia de Luciano foi acachapante. Em dois jogos pelo Paulistão de 2014, marcou 4 gols e logo foi se firmando como boa opção ao centroavante titular, Paolo Guerrero. O ano era de transição, de formação de uma nova equipe que daria frutos só em 2015, mas ainda guardou para Luciano outra atuação marcante: contra o Goiás, pelo Brasileiro, marcou 3 gols em 11 minutos e se tornou o primeiro jogador a fazer um hattrick na então recém-inaugurada Arena.

O motivo da presença de Luciano aqui, contudo, foi sua participação crucial na campanha do Campeonato Brasileiro de 2015. Com a saída de Guerrero no início do torneio, a grande aposta de Tite era Vágner Love, que passou longe de corresponder: foram só 3 gols no 1º turno do torneio. Percebendo a queda de desempenho, antes mesmo de virar o turno Tite acabou por colocar Luciano de titular no clássico contra o São Paulo, no Morumbi. No empate de 1 a 1, o gol foi de Luciano. No jogo seguinte, contra o forte Sport de Eduardo Batista, Luciano marcou dois gols na vitória por 4 a 3. Na 19ª rodada, quatro dias depois, foram seus os dois gols da vitória corinthiana contra o Avaí, na Ressacada, por 2 a 1.

O segundo turno seria seu, não fosse uma lesão sofrida pela Copa do Brasil na Vila Belmiro. Love reassumiu o posto contra o Cruzeiro já marcando dois gols e o resto é história…mas, mesmo com oscilações e irregularidades, a canhota cirúrgica de Luciano deixou 24 gols em 94 partidas pelo Timão entre 2014 e 2016.

(Foto: Reprodução Youtube)

#7 Adriano

O imperador dispensa apresentações e também é óbvia a razão pela qual Adriano, de 8 jogos e apenas 2 gols com a camisa do Timão, estar aqui: Corinthians 2 x 1 Atlético, pela campanha do penta em 2011.

Longe da forma ideal, do entrosamento e da confiança de sempre, o eterno imperador de Milão, que chegou para substituir Ronaldo pelo menos em nome e marketing, fez um gol histórico na virada contra o Galo em uma dificílima partida no Pacaembu. Disputado ponto a ponto contra o Vasco, o campeonato de 2011 foi um dos mais emocionantes e importantes: dali saiu a semente do que viria a ser a melhor equipe do mundo no ano de 2012. Adriano pouco contribuiu na campanha inteira, mas sua canhota poderosa e precisa não deixou o Timão na mão quando foi requisitada. Com assistência de Emerson Sheik e explosão no Pacaembu, o histórico gol de Adriano o marcou na história do Timão – muito mais do que na história do rival tricolor, onde Adriano jogou muitos mais jogos e fez oito vezes mais gols.

(Foto: Reprodução Youtube)

#6 Boselli

Mauro Boselli mal conseguiu se firmar como titular do Timão nesta sua primeira temporada, mas está na metade desta lista por um fator claro: salvo os dois primeiros nomes do ranking, é de Boselli a maior técnica de um centroavante nestes 10 anos. E quem discordar está errado, sinto dizer. Eu sei que é uma afirmação discutível para quem discorda, mas Boselli tem uma técnica tão apurada que suas atuações – em uma equipe paupérrima de opções ofensivas – permanece sendo uma aula de, digamos, “como ser um centroavante”: leitura de jogo, pensamento rápido, jogo em dois toques, pivô, domínio, técnica apurada, posicionamento e finalização. É um Dennis Bergkamp latino, se quiserem uma comparação hiperbólica a ser cuspida por quem me achar maluco. É verdade que o argentino não está mais no auge dos tempos de Estudiantes – aquele Estudiantes de Verón que fez frente ao Barcelona de Xavi, Messi e Iniesta – ou de León, onde marcou inacreditáveis 130 gols. Porém, lúcido e participativo, Boselli, como Gustavo, tem grande potencial para se tornar um artilheiro inesquecível do Timão – só falta combinar com comissão técnica e equipe.

(Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)

#5 Vágner Love

Love tem história antiga com o Timão. Em 2005, na época da MSI, por muito pouco não chegou ao galáctico Corinthians para formar a dupla de ataque com Tevez. Por precipitações, o negócio melou. Antes disso, tinha sido revelado pelo nosso arquirrival. Depois disso, passou pelo Flamengo e marcou o fatídico gol da eliminação do Timão da Libertadores de 2010, ano do nosso centenário. Cinco anos depois, chegou ao alvinegro vindo da China, cercado por uma desconfiança que viria a se justificar: fora de forma e em má condição técnica, fez um péssimo primeiro semestre.

Mas embalou no segundo e foi o artilheiro do Timão na campanha do hexa. Não só marcou 16 gols na temporada como fez parte da equipe mais vistosa do Corinthians nestes dez anos dourados. Saiu no fim do ano, mas ainda voltou no início de 2019 em melhor forma do que em 2015 e, revezando com Gustavo e Boselli, fez o golaço do título paulista que marcou o tricampeonato estadual do time de Carille.

Com presença marcante em dois títulos, Vágner Love pode até perder sua cota de gols, dar algumas caneladas aqui e acolá, mas nunca deixou de se esforçar e, não raramente, acaba por marcar certos golaços típicos de seu estilo de jogo veloz e vertical.

(Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians)

#4 Jô

Jogador mais jovem a vestir a camisa do Corinthians e formado no extinto terrão do Parque São Jorge, Jô saiu do clube após ser campeão paulista em 2003, como reserva de Liédson, e brasileiro em 2005, como reserva de Tevez e Nilmar. Voltou, após rodar o mundo e virar ídolo no Atlético, para conquistar os mesmos títulos, mas agora com protagonismo incontestável no mágico ano de 2017.

Alto e bom cabeceador, Jô, mais veterano, aprimorou sua técnica e seu estilo de jogo: pivô essencial para segurar a bola e fazer Rodriguinho e companhia chegarem à frente, também foi de suma importância seu repertório ofensivo. Velocidade (como no gol contra o Flamengo), oportunismo (como no gol contra o Botafogo), elasticidade (como no gol contra o Santos) e poder de decisão (como no gol de pênalti que selou a vitória na “finalíssima” contra o Palmeiras) foram alguns dos recursos que fizeram de Jô o craque do Brasil no ano de 2017 – e primeiro artilheiro nacional com a camisa do Coringão.

(Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians )

#3 Guerrero

Recomendado pelo filho de Tite, Paolo Guerrero era um jogador de careira consolidada na Alemanha, mas de pouca fama no Brasil. Por mais que alguns poucos soubessem de sua capacidade, foi no Corinthians que sua exposição tomou proporções mundiais, literalmente: foi dele os dois gols no Mundial de Clubes de 2012. Somando-se ao título no Japão a Recopa e o Paulista de 2013 – e mais a Bola de Prata de 2014, primeiro prêmio entregue a um atacante corinthiano desde Tevez, em 2005 – Guerrero garantiu seu lugar cativo na história corinthiana, por mais polêmica que tenha sido sua saída. Mais importante, portanto, é lembrar de sua jornada desde sua chegada. Encarregado de ser o 9 do Mundial, após uma conquista de Libertadores sem centroavante fixo, Guerrero não decepcionou. Entrosando-se com a equipe de Tite em pouco mais de uma dezena de jogos, fez tratamento durante a longa viagem para poder jogar contra Al-Ahli e Chelsea. Valeu (muito) o esforço. Até sair em 2015, Guerrero se tornou o maior artilheiro estrangeiro da história do clube, com incrível média de 54 gols em 130 jogos (0,41).

(Foto: Nelson Antoine / Fotoarena)

#2 Liédson

Liédson talvez seja o jogador mais subestimado dessa lista. Quem lembra de seu futebol nunca deixa de falar com admiração e saudade – mas poucos lembram de primeira. Talvez seja o fato do Levezinho se situar entre Ronaldo, que dispensa comentários, e Guerrero, que fez o gol mais importante da história do clube para os torcedores mais jovens (não é o meu caso). Talvez, quem sabe, seja seu protagonismo em um Campeonato Brasileiro que ficou, curiosamente, ofuscado pelos títulos internacionais ganhos em seguida, sem a participação efetiva dele, já em decadência técnica. Talvez, e a história nos dá lá seus exemplos, seja pura e simples falta de marketing.

O fato é que Liédson foi um dos jogadores mais bravos, técnicos e importantes da história do clube. Em um período sombrio pós-Tolima, seguido pela aposentadoria de Ronaldo e saída de Roberto Carlos, Jucilei e Bruno César – todos os três destaques do clube em 2010 – Liédson voltou ao clube depois de fazer uma lindíssima história no Sporting de Portugal. A responsabilidade não era fácil: substituir nada mais nada menos que Ronaldo e fazer a equipe de Tite, um técnico que tinha de matar três leões por dia para continuar no clube, funcionar ofensivamente.

E Liédson o fez.

E o fez de forma gloriosa: conduziu o clube ao vice-campeonato paulista antes de ser o artilheiro do pentacampeonato com 12 gols. Destes 12, muitos foram marcantes: o golaço de voleio (e a jogadaça feita no primeiro gol) contra o Grêmio de Renato Gaúcho, em pleno Olímpico, que garantiu a virada por 2 a 1;  o hattrick espetacular na épica goleada contra o São Paulo, no Pacaembu, por 5 a 0; o oportunismo contra Botafogo e Atlético Mineiro, ambos fora de São Paulo; os dois golaços contra o Flamengo de Ronaldinho Gaúcho, no Pacaembu, para marcar a virada por 2 a 1 contra o então concorrente ao título; o golaço de cabeça (sim, isso existe) contra o Atlético Mineiro, empatando o jogo a ser virado por Adriano; e o quase gol do título contra o Figueirense, em uma aula de posicionamento ofensivo e cabeceio.

Liédson fez muito pelo clube nesse 2011 cheio de desconfiança a cada fim de semana. Era o ano do tudo ou nada. E foi de tudo – ou melhor, do começo de tudo – graças a uma reformulação de espírito da equipe liderada tecnicamente por um camisa 9 letal e silencioso.

Foto: Reprodução

#1 Ronaldo

Falar do fenômeno é chover no molhado. Eu gostaria de aproveitar o espaço apenas para situar um cenário poucas vezes lembrado e suscitar um leve tema para debate: há Campeonatos Paulistas e há Campeonatos Paulistas. Em 2013, na esteira dos títulos ganhos em 2011 e 2012, o Paulistão vencido contra o Santos de Neymar era algo quase como certo – mesmo havendo riscos na semifinal e na própria final. Os campeonatos de 2001 e 2003, por exemplo, têm muito menos peso do que os de 1995, 1999 e 2018, conquistados contra o arquirrival. 2009, que é onde eu quero chegar, tinha um gostinho especial pelo seguinte: o último título estadual havia sido 2003. Nesses seis anos, o Corinthians não só caíra muito – além do literal rebaixamento, a moral da equipe no cenário nacional tinha ido para ao brejo com a malfadada parceria com a MSI e as páginas policiais decorrentes. – como também, por contraste, perdera o posto de campeão dos anos 98/03 para o São Paulo, então tricampeão brasileiro que havia, por mais de quatro anos, mantido um tabu incômodo contra nosso time.

2009, como ano da volta após o calvário da série B, foi o ano da redenção. Mas poderia não ter sido. O foi porque a equipe de Mano Menezes – talvez só menos vistosa do que o Timão de 2015 – tinha um entrosamento sensacional e, principalmente, um centroavante que está no top 10 de maiores jogadores da história do jogo. Com Ronaldo, o Corinthians ganhou uma fortaleza em campo, recuperou seu respeito no cenário estadual e nacional e quebrou a série hegemônica do São Paulo de Muricy Ramalho. Seus 35 gols em 69 jogos – um gol a cada dois jogos, praticamente – foram símbolos de uma instituição recuperada e sólida. Em resultados, isso significou um Campeonato Paulista invicto – fato geralmente subestimado, mas de importância tremenda – e uma Copa do Brasil incontestável.

E sobre os gols, há muito que se falar, mas pouco espaço. Melhor mostrarmos com saudosa lembrança e gratidão:

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