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22 anos sem Luizinho – o Pequeno Polegar foi campeão 21 vezes com a camisa do Corinthians

Em 17 de janeiro de 1998 a Fiel foi surpreendida pela morte: aos 67 anos, um dos mais amados ídolos de sua história, falecia de insuficiência respiratória

Luizinho, o Pequeno Polegar, em uma matéria especial da revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, de outubro de 1955. Foto: Reprodução/A Gazeta Esportiva Ilustrada

“Não tem aquele jogador de futebol que não queira jogar no Corinthians”
“Eu fui tão grande no Corinthians, que quando eu ia à cidade, tinha que voltar de taxi, de tanto presente que eu ganhava.”
“Eu tenho orgulho do que eu fiz no Corinthians. Isso ninguém me tira, o que eu fiz no Corinthians.”

Luizinho – Luis Trochillo
7 de março de 1930 – 17 de janeiro de 1998

Foto: Reprodução

“Um jogador com diploma de doutor”, dizia a manchete do jornal da época sobre Luizinho. Ele conquistou 21 títulos com a camisa do Corinthians, pode-se dizer que nasceu e morreu no Parque São Jorge. Era tão habilidoso e atrevido, que os torcedores chegavam cedo ao estádio para vê-lo atuar, ainda no time dos aspirantes, nos jogos que antecediam as partidas principais. Abusado, provocava os adversários, acenando com a mão e chamando para um outro drible. Diz a lenda que em um jogo contra o Palmeiras, ele deu um drible tão desconcertante no argentino Luiz Villa, que este caiu no chão. Então, Luizinho sentou-se na bola e o esperou levantar para, aí sim, prosseguir com a jogada. Divertindo-se, Luizinho negava a brincadeira.

O Pequeno Polegar tem uma das mais lindas histórias de amor ao Corinthians. Daquelas que emocionam até os que não torcem pelo alvinegro.

Em pé, Cláudio e Idário. Agachado,o genial Luizinho, o “Pequeno Polegar” – Foto: BlogOTerceiroTempo

Foram 12 anos vestindo o manto sagrado como titular absoluto da posição e principal jogador do elenco alvinegro. Luizinho brilhou no famoso ataque corintiano que marcou 103 gols no Campeonato Paulista de 1951 e foi o carrasco do Palmeiras (marcou 21 gols contra o rival). Foi convocado 11 vezes para a Seleção Brasileira.

Foto: Reprodução

Titular absoluto do clube até o início dos anos 60, Luizinho saiu em 1963 para o Juventus-SP, por causa de um desentendimento com o então técnico Sylvio Pirillo. Não conseguiu viver longe do Corinthians. Voltou no ano seguinte, em 1964, onde encerraria a carreira três anos depois.

Duas lendas corintianas no gramado do Parque São Jorge: Rivellino (à esquerda) e Luizinho, o saudoso “pequeno polegar” – Foto: BlogOTerceiroTempo

Mesmo após encerrar a carreira de jogador, Luizinho não se separou do Corinthians, e por três vezes foi chamado para exercer a função de técnico tampão da equipe, ocasião que percebeu não ter vocação para comandante. Costumava dizer que sabia pouco de ser técnico, mas sempre esteve ali para ajudar o Corinthians. Sua presença no comando técnico valia muito mais pelo aspecto moral do que propriamente pela orientação tática, demonstrando com isso um amor imenso pelo Corinthians. Porém jamais se negou a assumir a equipe em momentos difíceis.

Luizinho foi o técnico do time Sub-20 do Corinthians que conquistou o título da primeira edição da Copinha, a Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 1969.

Luizinho recebeu, em vida, a homenagem de ser o segundo ídolo a ter um busto nas alamedas do Parque São Jorge – Foto: Corinthians

Em 1994 foi homenageado pelo Corinthians com um busto seu no jardim do Parque São Jorge, honraria esta que até então fora concedida somente a Neco, o primeiro ídolo do clube.

Em 1996 foi feita outra homenagem ao ídolo: aos 65 anos, Luizinho voltou aos gramados do Pacaembu, atuando por cinco minutos, em um amistoso contra o Coritiba que marcava a estréia do atacante Edmundo no Corinthians, tornando-se assim o jogador mais velho a defender a camisa do Corinthians em campo.

Luizinho, nascido Luis Trochillo em 7 de março de 1930, jogou 604 partidas e conquistou 21 títulos com a camisa do Corinthians, sendo os principais: os Paulistas de 51, 52 e 54 e os torneios Rio-São Paulo de 51, 53 e 54. Marcou 175 gols. Morreu no dia 17 de janeiro de 1998, em São Paulo.

Por Nágela Gaia