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Qual foi a Seleção do Corinthians na década de 70? Blog Dr. Cesar

Já começa a facilitar, não é mesmo?

É uma época com maior riqueza de imagens. É a década de uma das derrotas mais doloridas da história do Corinthians, em 22.12.1974, que culminou na saída do ídolo Rivellino.

É a década da invasão no Maracanã na semifinal do Campeonato Brasileiro de 1976.

É a década da redenção. Do gol salvador de Basílio. Do fim da fila de 22 anos, 8 meses e 7 dias.

É a década do título paulista de 1979. Do gol de canela de Biro-Biro contra o rival favorito. De Sócrates. De Palhinha. Da normalidade restaurada.

Corinthians 1979 - Reprodução internet
Corinthians 1979 – Reprodução internet

É um período feliz em nossa história. O período em que a torcida do Corinthians protagonizou feitos gigantescos provando, na prática, que a vitória é apenas um detalhe. O importante sempre foi o Corinthians.

Com base em pesquisas no Almanaque do Timão, do Celso Unzelte, e leitura de jornais da época, especialmente a Folha de São Paulo, estatísticas, gols, partidas disputadas, títulos, relevância e importância história, montei uma seleção muito forte.

Na década de 70, o esquema tático predominante no futebol brasileiro era o 4-3-3, quatro zagueiros, 3 meio-campistas, um volante, um meia e um ponta de lança e três atacantes, sendo um ponta-direita, um centroavante e um ponta-esquerda.

Na década de 70, o Corinthians conquistou dois títulos paulistas em 1977 e 1979 e foi vice-campeão brasileiro em 1976.

Corinthians 1977 - Reprodução Revista Placar
Corinthians 1977 – Reprodução Revista Placar

Vamos lá.

Goleiro: Tobias. Goleiro campeão paulista de 1977 e personagem principal da grande vitória do Corinthians sobre o Fluminense, na semifinal do Brasileiro de 1976, ao defender dois pênaltis, um de Carlos Alberto Torres e outro de Rodrigues Neto. Fez 125 jogos e sofreu 95 gols entre 1975-1978.

Lateral Direito: Zé Maria, o Super Zé. É uma unanimidade. Zé Maria foi o lateral do Corinthians durante toda a década de 70. Jogou a Copa de 74 na Alemanha. Só não foi a Copa de 78 na Argentina por contusão. Campeão Paulista em 1977 e 1979, Zé Maria bateu a falta que originou o gol salvador de Basílio. É um Deus da Raça, que tem a icônica imagem com a camisa ensanguentada na final do Campeonato Paulista de 1979. Na década de 70, Zé Maria fez 514 jogos, sendo o segundo jogador que mais vestiu a camisa do clube durante o período. No geral, Zé Maria fez 598 jogos entre 1970-1983 com 17 gols.

Zagueiro Central: Moisés. Foi uma escolha difícil. O Corinthians não dava muita sorte com zagueiros centrais. Até Brito, tricampeão do mundo em 1970, não deixou saudades na fiel, especialmente na final de 1974 ao perder a bola no alto para Leivinha, que ajeitou para Ronaldo, o primo do Tostão, fazer o gol do título alviverde em 1974. O nome escolhido foi Moisés, o Xerife. Ele veio para acabar com a inocência da zaga corinthiana trazendo a malandragem necessária para tirar o clube da incômoda fila, que já durava 22 anos. Deu certo. Moisés dizia que “zagueiro que se preza não ganha o Troféu Belfort Duarte”, foi o zagueiro titular na histórica noite de 13.10.1977. No Corinthians, fez 122 jogos entre 1976-1978.

Quarto-Zagueiro: Amaral. Titular da Copa de 1978, já negociado com o Corinthians, trouxe refinamento técnico para a zaga alvinegra. Fez duas temporadas excepcionais em 1978-1979, sendo campeão paulista em 1979 ao lado de Mauro. Na década de 70, Amaral fez 120 jogos pelo Corinthians. No geral, fez 133 jogos e um gol entre 1978-1981.

Lateral Esquerdo: Wladimir. Unanimidade. O jogador que mais vestiu a camisa do Corinthians com 806 jogos e 32 gols marcados. Foram 15 anos de Corinthians entre 1972-1985 e 1987. Revelado pelo clube, Wladimir foi um exemplo de técnica, tática e espírito de luta. Grande jogador. Poderia ter jogado duas Copas do Mundo, em 1978 e 1986, mas foi preterido por Edinho, zagueiro improvisado, e Rodrigues Neto em 1978, bem como por Pedrinho, à época no Vasco, em 1982. Na década de 70, Wladimir fez 454 jogos, sendo figura de destaque nos títulos de 1977, onde teve a chance de fazer o gol do título, e 1979.

Volante: Confesso que tive dificuldades na escolha. Sei que não é uma escolha unânime, mas é preciso escolher e argumentar. Eu poderia escolher Tião, o parceiro de Rivelino. Formado nas categorias de base do clube, Tião formou dupla com Rivelino entre 1968-1974. Diferentemente do companheiro, Tião permaneceu no clube até fevereiro de 1977 quando foi negociado com o Juventus. Fez um histórico gol num Derby de 1971 em que o Corinthians venceu o Palmeiras por 4×3. No geral, Tião fez 13 gols em 367 jogos entre 1967-1977. Na década de 70, fez 13 gols em 295 jogos. Entretanto, não há como não escolher um jogador que atuava em todas as posições do meio de campo e que veio para substituir o Reizinho do Parque. Basílio, o pé de anjo, o eleito, o salvador, o escolhido. São tantos adjetivos cabíveis em Basílio que faltam palavras para descrevê-lo. Eu prefiro chamá-lo simplesmente de herói. O homem que salvou uma nação. O gol que tirou o grito da garganta do corinthiano após 22 anos, oito meses e sete dias. Na década de 70, Basílio fez 27 gols em 242 jogos. No geral, fez 29 gols em 253 jogos entre 1975-1981.

Meia-Esquerda: Rivelino. O maior jogador da história do clube no aspecto técnico. Tricampeão Mundial no México em 1970, apelidado de “A patada atômica” pela força dos seus chutes com a sua canhota. Mesmo sendo considerado o grande responsável pela derrota para o Palmeiras em 1974, Rivelino tem lugar cativo em qualquer Seleção do Corinthians. Na década de 1970, Rivelino fez 53 gols em 175 jogos. No geral, fez 144 gols em 474 jogos entre 1965-1974.

Ponta de lança: Vanderley Eustáquio de Oliveira, o Palhinha, melhor jogador do time campeão paulista de 1977. Fez o gol com a cara e com a coragem no jogo 1 da decisão de 1977. Contundido, não participou do jogo decisivo, sendo substituído por Luciano. Permaneceu no clube até 1980, a tempo de fazer uma dupla inesquecível ao lado de Sócrates. A dupla foi protagonista do título paulista de 1979. Palhinha fez 44 gols em 148 jogos entre 1977-1980.

Ponta-Direita: Vaguinho. Unanimidade. Foi o maior artilheiro do Corinthians na década de 70 com 108 gols e o jogador que mais vestiu a camisa do clube no período com 539 jogos. Campeão Paulista em 1977 e 1979, Vaguinho reinou desde 1971 na Ponta-Direita do Corinthians. Unanimidade. No geral, Vaguinho fez 110 gols em 551 jogos pelo Corinthians entre 1971-1981.

Centroavante: Confesso que Geraldão merece todas as reverências do mundo pelos seus 91 gols em 280 jogos pelo Corinthians entre 1975 e 1981, bem como por ser o carrasco de Waldir Peres e do São Paulo FC, mas o centroavante, aliás, o falso centroavante da década de 70, assim como Geraldo, também veio do Botafogo de Ribeirão Preto. Sócrates. Na década de 70, o Doutor fez 67 gols em 128 jogos, uma média de 0,52 gols por partida. Campeão do 1º turno do Campeonato Paulista de 1978, e Campeão Paulista em 1979, Sócrates veio dar o toque de refinamento que faltava para o corinthiano ser mais feliz. Sócrates se tornou a mola propulsora para a transformação, dentro de campo, de um Corinthians aguerrido para um Corinthians mais técnico. Gênio da bola. No geral, Sócrates fez 172 gols em 298 jogos entre 1978-1984.

Ponta-esquerda: Romeu Cambalhota. Titular absoluto do Corinthians entre 1976-1979, Romeu é uma unanimidade na posição. Foi figura importante, especialmente nas campanhas do vice-campeonato brasileiro de 1976 e do título paulista de 1977. Fez 34 gols em 220 jogos entre 1976-1980.

Tobias, Zé Maria, Moisés, Amaral e Wladimir.

Basílio, Rivelino e Palhinha.

Vaguinho, Sócrates e Romeu.

Abaixo os números do Corinthians na década de 70:

Jogos: 702

Vitórias: 329 (46,87%)

Empates: 221 (31,48%)

Derrotas: 152 (21,65%)

Gols pró: 929 (1,32 por jogo)

Gols contra: 573 (0,81 por jogo)

Saldo de gols: 356

Apenas para efeitos de comparação, seguem abaixo os números do Corinthians nas décadas de 50 e 60:

Década de 50

Jogos: 639

Vitórias: 397 (62,13%)

Empates: 123 (19,25%)

Derrotas: 119 (18,62%)

Gols pró: 1561 (2,44 por jogo)

Gols contra: 893 (1,39 por jogo)

Saldo de gols: 668

Década de 60

Jogos: 599

Vitórias: 312 (52,09%)

Empates: 142 (23,70%)

Derrotas: 145 (24,21%)

Gols pró: 1165 (1,94 por jogo)

Gols contra: 731 (1,22 por jogo)

Saldo de gols: 434

Os números foram pesquisados no Almanaque do Timão de Celso Unzelte.

No próximo texto, a Seleção da Década de 80 com base no esquema 4-4-2.

Sócrates, Biro-Biro, Zenon, Casagrande e mais 7.

Twitter/@cesaramferreira

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