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BLOG DA JOSY LONDRES: Jogadores: felizes e satisfeitos; Eu: aliviada e preocupada

O fim do campeonato brasileiro trouxe um alívio, um sentimento de que finalmente o sofrimento cessou, pelo menos por enquanto, e preocupação por saber que vem por aí uma temporada com um calendário apertadíssimo, competições importantes iniciando logo nos primeiros meses do ano, treinador, comissão técnica, filosofia de jogo tudo novo, e tudo sem o tempo ideal para a adaptação.

Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

Enquanto eu, e acredito a maioria dos torcedores tem esse mix de sentimentos em relação ao time para a temporada 2020, o que se tem ouvido da maioria dos jogadores é que estão “felizes com a classificação para a libertadores”, vaga essa que não viria se não fossem os títulos de Flamengo e Athletico, vaga “conquistada” na 8° colocação, após derrota para os garotos do Fluminense.

Jogador que fala em “poder de reação “…  ok o time vivia um momento conturbado, de confiança baixa, mas que poder de reação é esse que perde para Botafogo, Atlético MG,  Fluminense e não sai do lugar?

Não entendi tanta comemoração pela vaga na pré-Libertadores,  seguida de folga, rachão e jogo completamente descompromissado, diferente inclusive do que fizeram os campeões do Brasileiro e Copa do Brasil que seguiram jogando com seriedade após as conquistas. 

Se a minha impressão em relação ao comportamento de alguns jogadores do atual elenco não está errada, mostra muito bem o porque tivemos uma temporada tão irregular, com mais baixos do que altos, atletas que não sentem derrotas inclusive em casa, jogadores que antes comemoravam título no clube hoje estarem satisfeitos com um sofrível 8° lugar é inadmissível. 

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A diretoria do Corinthians precisa elevar e muito o nível técnico dos jogadores que chegarão, mas é preciso se atentar também às características de comportamento deles, para jogar no Corinthians é preciso ter ambição, raça, poder de decisão. Quem se contenta com meio de tabela não pode ter espaço no Timão. 

E por fim gostaria de dizer que tudo o que disse até agora não se aplica ao técnico Dyego Coelho pelas circunstâncias em que ele assumiu o time.

Sou Josy Londres, cozinheira de profissão,  Educadora física em formação, com DNA Corinthiano e você pode me seguir no Twitter: @JosyLondresSccp  

BLOG DA JOSY LONDRES: Invasão caseira por uma boa causa

A Fiel já invadiu o Morumbi,  o Maracanã,  o Japão e dessa vez a invasão foi em casa mesmo e por uma grande causa

Foto: Bruno Teixeira

Arena Corinthians o palco de tantos jogos, decisões se viu cercada por uma fila quilométrica logo nas primeiras horas da manhã de quarta-feira (13), pessoas que ali estavam para adquirir ingresso para a final majestosa. Para muitos, aquelas filas no entorno do estádio na expectativa pelo ingresso teve um clima nostálgico, dos tempos em que não existia venda por internet, tampouco planos de sócio torcedor, para outros a empolgação por poder finalmente conhecer a casa do Timão, estar na Arena. Para outros tantos, a possibilidade de ir à Arena, mas dessa vez não ir sozinho, mas levar consigo familiares, mulheres, crianças, e não demorou muito, poucas horas depois do início da troca dos ingressos já haviam se esgotado. Era o primeiro passo para a Fiel mais uma vez fazer história.

Foto: acervo pessoal

Na manhã do sábado (16), aos poucos as cadeiras brancas foram dando lugar a experiências, histórias que cada um ali presente terá para contar como a do meu amigo Gabriel Belmonte que relatou:

” Foi uma experiência muito bacana que tivemos, eu pude conhecer um lado torcedora da minha mãe que eu jamais poderia imaginar “.

E a Fiel foi enchendo o estádio, cantando, incentivando as jogadoras, e elas que em campo são adversárias, mas que no dia a dia batalham, lutam juntas por mais espaço, mais visibilidade, reconhecimento, mais oportunidades, que muitas vezes precisam lidar com a falta de apoio, de patrocínio, de estrutura, de condições para desempenhar seu trabalho, e essa luta diária certamente é o adversário mais difícil ao qual elas precisam enfrentar.  

As lágrimas no rosto da lateral do São Paulo, Jajá no banco de reservas é o retrato dessa luta, de meninas que ousaram sonhar em jogar futebol,  o cenário era todo de uma final de campeonato estádio cheio, horário, local, transmissão pela maior emissora de TV do país.

Em campo prevaleceu a superioridade do time Corinthiano que ao vencer por 3×0 confirmou o título com 100% de aproveitamento, 20 vitórias em 20 jogos, um jogo de muito bom nível técnico e tático, mostrou mais uma vez que a modalidade vem evoluindo, crescendo e convencendo até mesmo quem nunca foi muito entusiasta da modalidade, como eu, que dia após dia vou me rendendo ao trabalho delas.

Ao final da partida, mais um show da Fiel que comemorou com nossas campeãs, que reverenciou, aplaudiu, abraçou as adversárias em reconhecimento pelo trabalho apresentado e foi retribuída com emoção, com o abraço de uma das principais jogadoras brasileiras a artilheira da seleção brasileira que mesmo defendendo as cores do tricolor, mesmo após a derrota em campo foi pra galera e retribuiu o carinho da fiel. Esse dia histórico de recorde de público, de grandes feitos em campo certamente ficará na memória de cada uma das 28.862 pessoas que lá estiveram por pequenos detalhes vividos.

O sentimento que fica em mim é o de gratidão ao Corinthians por respeitar as minas, lutar a luta delas, abrir os portões da nossa casa para elas, das meninas orgulho por tanta superação e pelo trabalho impecável, e da Fiel torcida o que dizer? Sempre que acionada vai seja onde for, como for, dessa vez a invasão foi em casa , mas seja onde for, pelo feminino, base, masculino, não importa a Fiel estará lá pelo Corinthians.

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BLOG DA JOSY LONDRES: Jogo Desleal – Até onde vai a crueldade?

O futebol é um esporte capaz de aflorar muitos sentimentos em seus torcedores, emoção, expectativa, êxtase, alegria, tristeza, decepção. O futebol parece mesmo ter o poder de colocar para fora até os sentimentos que ficam no mais íntimo das pessoas, e isso, infelizmente acontece tanto no lado positivo, quanto no negativo. Cenas lamentáveis são recorrentes nas arquibancadas e até fora delas, racismo, violência moral e física atingem atletas, torcedores e muitas não são tratadas pelas autoridades com o rigor necessário para excluir tais comportamentos.

Agressões como as que vimos na última semana após o clássico entre Flamengo x Botafogo quando ” torcedores do Botafogo” espancaram um homem também torcedor do Botafogo, por acreditarem ser flamenguista, a jovem que foi expulsa e quase agredida por estar acompanhando o namorado no Pacaembu, no clássico do último sábado  no Allianz Parque, a briga generalizada nas arquibancadas do Castelão após o clássico entre Fortaleza e Ceará.

 (Foto: Marcos Ribolli)

A intolerância vem manchando com sangue esse esporte que tanto amamos. Outro fato que não é novo e causa vergonha, revolta, são os frequentes casos de racismo, hoje afetaram os brasileiros Dentinho e Taison que defendiam o Shakhtar Donetsk no duelo diante do Dínamo de Kiev da Ucrânia, torcedores do Dínamo fizeram ofensas racistas contra os jogadores, Taison chegou a bater boca com os agressores, chutou a bola para longe e terminou expulso da partida. Já no estádio do Mineirão durante o clássico Cruzeiro x Atlético MG um segurança sofreu ofensas racistas vindas da arquibancada.

Esse fato se repete mundo afora, e a lista de exemplos é tão grande, quanto revoltante. Apesar da gravidade das ações, pouco se vê das autoridades para combater atos tão repugnantes, as brigas e até mortes se acumulam no Brasil, mas parece haver uma lei paralela onde vandalismo, agressões e mortes passam impunes pelas autoridades. A torcida única, medida tomada pelo Ministério Público em São Paulo, mais prejudica a quem deseja ver o espetáculo do que quem está disposto a brigar, já que muitas dessas brigas acontecem longe dos estádios.

(Foto: Reprodução/Twitter/ArenaCorinthians/Timão Run 2014)

Quanto aos casos de racismo. faltam atitudes severas por parte das federações que organizam o futebol, por que as punições não são severas? Por que jogadores precisam seguir cumprindo seus contratos diante de tamanha agressão moral?

Até quando vamos ter de conviver com o lado mais obscuro do ser humano sendo mostrado e justificado pelo “amor” ao clube, ou para “defender” o clube do coração?

Não podemos mais achar normal, não podemos aceitar que um ingresso traga junto o direito de ferir pessoas, desrespeitar o próximo, ofender outro ser humano por qualquer que seja a justificativa. Por mais empatia, por mais respeito, por mais amor ao próximo, essa precisa ser a torcida de todas as torcidas, a luta de todos os clubes e a responsabilidade das autoridades.

Racismo e violência não é uma derrota apenas do futebol, mas de todos nós.
 

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BLOG DA JOSY LONDRES: Precisamos de continuidade em campo

A continuidade tem sido um dos assuntos mais comentados quando o assunto é Corinthians ultimamente. Além da diretoria que é do mesmo grupo político desde que Andrés Sanchez assumiu a presidência do clube em 2007, o Corinthians mantém um hábito atípico no Brasil, é um dos times que menos troca de treinador, Mano Menezes e Tite saíram do clube para servir a Seleção brasileira ou ao final do contrato, Fábio Carille assume a equipe no início de 2017 e permanece à frente da equipe até que aceita proposta e se transfere para um clube Árabe, após poucos meses ele retorna ao clube, onde segue seu trabalho mesmo em meio a muita pressão pelo péssimo momento vivido pela equipe.

Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

Que a continuidade de trabalho tem tido resultados extraordinários nos últimos anos é inegável, o clube vive uma série de conquistas desde estaduais até a conquista da tão sonhada Libertadores e o bicampeonato Mundial interclubes.

Porém, essa continuidade não acontece quando o assunto é formação de elencos, e a cada título conquistado o time sofre um desmanche, os principais jogadores são negociados e outros chegam causando um processo de reformulação.

Pensando em todos os jogadores que o clube negociou (a maioria com valores baixíssimos) nos últimos 5 anos é possível montar um time com qualidade muito superior ao que temos hoje, ou seja, o que é bom poderia ser ainda melhor se a administração do clube se preocupasse em manter a base de um time campeão para conquistar ainda mais. Essas trocas constantes tem causado anos em que o clube fica sem conquista e sem conseguir apresentar um bom futebol, foi assim em 2014, 2016, 2018 e também 2019, onde mesmo com a conquista do campeonato Paulista o desempenho da equipe tem sido bem abaixo do esperado.

Espero que a diretoria mude essa postura de negociar os principais jogadores a cada sequência boa da equipe pois com a atual postura comemoramos um título e em seguida já ficamos preocupados com o futuro próximo.

Considerando os jogadores que saíram e voltaram para o clube vou listar a seguir uma relação de jogadores que deixaram o clube após conquistas importantes nos últimos 5 anos: Felipe, Gil, Balbuena, Pablo, Uendel, Arana, Edílson, Ralf, Elias, Bruno Henrique, Renato Augusto, Jadson, Guerrero, Romero, Jô, Malcon, Rodriguinho, Vagner Love.

Quando se perde tão facilmente jogadores de tamanha qualidade se compromete o trabalho realizado pelo treinador, seja ele quem for.

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ESPECIAL TORCEDOR: Ralf decisivo

Os mais de 37.000 torcedores que estiveram na Arena Corinthians no domingo (29/09) pela manhã, presenciaram algumas cenas recorrentes e uma rara. Entre as recorrentes podemos citar um desempenho ruim do Timão em campo, que terminou com a vitória por 1×0 diante do Vasco, a atuação confusa do árbitro Ricardo Marques Ribeiro, as belas defesas do goleiro Cássio, a festa da fiel torcida que compareceu e apoiou o time até o último instante do jogo, a atuação impecável do volante Ralf e foi ele também o protagonista da cena rara que fez explodir de alegria a Fiel foi ele o autor do gol da vitória corinthiana.

Foto: Danilo Fernandes/Framephoto / Estadão Conteúdo

Em sua partida de número 427 com o manto alvinegro, Ralf chegou ao seu 10° gol marcado. Ralf chegou ao Corinthians em 2010 e não demorou a ganhar espaço no time titular e assim permaneceu por praticamente toda a sua primeira passagem pelo clube onde ele fez parte das muitas importantes conquistas recentes, oito até agora (Paulista 2013,18, 19, Brasileiro 2011 e 15, Libertadores e Mundial 2012 e Recopa 2013). Na libertadores foi dele o primeiro gol do Corinthians na competição, no último lance do jogo de estreia contra o Deportivo Táchira (Venezuela).

A marcação forte e leal do volante sempre foram sua principal característica, após dois anos na China, Ralf retornou ao Corinthians em 2018, mas precisou enfrentar a desconfiança de muitos que não acreditavam que ele pudesse voltar a atuar em alto nível. Muitas eram as críticas pela sua forma física, sua idade, seu estilo de jogo que, para muitos, não é o ideal para o futebol moderno sem tanta qualidade na saída de bola. No entanto, Ralf segue firme e implacável quanto à marcação por baixo ou pelo alto. Nada parece passar pelo volante que além de grandes atuações, mostra ser um exemplo de profissionalismo já que por vezes tem de lidar com a reserva e toda vez em que acionado para jogo ele está preparado e reconquista a vaga de titular em campo.

Aos 35 anos e com contrato até o fim de 2020, o camisa 15 que nunca foi expulso em toda sua carreira no clube, chegou a declarar que não se considera ídolo do Corinthians

[…] “Mas eu não me considero ídolo, não. Sei que conquistei títulos importantes no Corinthians, mas tem jogadores que são mais ídolos que eu por aqui “, disse em entrevista à Rádio Jovem Pan.

Quanto a esse pensamento eu discordo dele, já que, para mim, Ralf é, sim, ídolo. Mas o mais importante é que ele segue ajudando o time e colocando cada dia mais a sua marca na história do Corinthians. 

Por Josy Londres para o Especial Torcedor/Central do Timão
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