Em entrevista exclusiva para o Esporte Espetacular, da TV Globo, Fábio Carille contou sobre sua rotina no CT Dr. Joaquim Grava

Técnico tricampeão do Paulistão e campeão do Brasileirão pelo Corinthians em apenas dois anos de carreira, Fábio Carille abriu as portas do CT Dr. Joaquim Grava e mostrou sua rotina no clube, da hora em que chega no CT, até a hora que tira uma soneca, no próprio local.

Ao repórter global Renato Peters, o comandante corinthiano revelou gostar de acordar cedo, fato comprovado pela hora em que o técnico chega ao seu local de trabalho, onde passa a maior parte de seus dias. Para ele, o convívio de campo, é o diferencial em seu trabalho, uma vez que o mesmo gosta de atender todos os atletas em qualquer situação.

“É disso que eu gosto, estar ali, viver. Eu e minha comissão temos de ser os primeiros a chegar e os últimos a sair do campo. Só saímos quando não tem mais jogador. Temos de estar sempre prontos para atendê-lo. Quanto mais dificuldade, mais me apego a resolver. Hoje é preciso ser melhor do que ontem. O campo me fascina demais. No mínimo, fico no CT oito horas por dia. Sem hora para voltar. São 120 funcionários e quero estar perto deles. É minha responsabilidade” – confessou

A simplicidade de Fábio Carille, natural de Sertãozinho, cidade do interior paulista, pode ser notada através do carinho e da cumplicidade que ele tem com todos os funcionários com os quais convive todos os dias. Como, por exemplo, o fato de o dia do treinador corinthiano não começar sem o lanche de peito de peru e queijo branco preparado por Mancha, o chapeiro do CT.

O comandante corinthiano encontra, nas pessoas “desconhecidas” do grande público, energia e força para trabalhar, afinal, entre risos e conversas, o treinador se sente mais à vontade no clube a cada dia que passa.

“Eu adoro esse tipo de entrevista, começo a lembrar de minha essência, de onde eu vim. Passa um filme na minha cabeça. Não tenho estudo, e as coisas na minha vida aconteceram de maneira inexplicável. Bênção de Deus. Sou abençoado” – contou, no momento em que relembrou quando trabalhava em usina como torneio mecânico.

O treinador comentou também sobre sua relação com a imprensa brasileira. Nesta segunda passagem, o comandante do Alvinegro mostrou estar mais “cascudo” com algumas perguntas que ele considera “mal intencionadas” de membros do jornalismo esportivo nacional.

“Falam muitas coisas e, muitas vezes, não querem ouvir. Algo que me fazia mal no meu início de carreira era de escutar muitas coisas numa coletiva e não responder (…) Hoje, eu falo o que eu acho que tenho que falar mesmo” – destacou

Carille ainda revelou tirar uma soneca durante a tarde, no próprio CT Dr. Joaquim Grava. Segundo ele, se não dormir, fica irritado e isso altera seu dia.

“Se eu não durmo, fico irritado. Almoço com o pessoal e depois vou para o meu quarto. Isso me faz bem, acostumei. Durmo cedo, por volta das 22h30, e todo dia às 6h estou de pé. Em dia de jogo à noite, posso chegar a hora que for, mas às 6h estou de pé.”

Segundo o técnico, sua soneca da tarde foi motivo de risos entre ele e o ex-jogador e diretor do clube, Alessandro, quando Carille retornou ao clube, neste ano.

“Quando eu voltei da Arábia, Alessandro ainda estava no Corinthians. Fiquei uma semana em São Paulo resolvendo as questões da contratação. Uma das reuniões acabou meio-dia e ele logo na sequência ele me perguntou se eu não iria tirar aquele soninho pós-almoço. Eu falei: claro que vou, dormia quando era pobre, não vou dormir agora que sou rico? Ele dá risada disso até hoje.”

Fábio Carille ainda comentou sobre a possibilidade de um dia comandar seu freguês e arquirrival do Timão, o Palmeiras. Na declaração, o técnico deixou claro ser profissional e, mesmo sendo torcedor do clube, teve precaução em não fazer juras de amor eterno ao clube.

“Não sou eterno no Corinthians. O Corinthians fica. Eu, atletas, presidente, diretoria, passamos. Se um dia eu sair daqui, estou aberto a escutar o que for, não vejo problema nenhum nisso” – afirmou

O técnico corinthiano briga por mais uma taça em 2019, a Conmebol Sul-Americana deste ano, única taça que falta no Memorial do Corinthians. O Timão enfrenta o Independiente del Valle nesta quarta-feira (17), pelo jogo de ida das semifinais do torneio, às 21h30 (horário de Brasília), na Arena Corinthians.

Por Gabriel Salvati