Em novembro de 2024, o Conselho de Orientação do Corinthians (CORI) aprovou, por unanimidade, a recomendação de abertura de um processo de destituição do presidente Augusto Melo por gestão temerária. Essa iniciativa é independente do processo de impeachment já em andamento, relacionado ao contrato com a VaideBet. Nas últimas semanas, o caso tramitou entre a Comissão de Ética e Disciplina e o CORI, com novas deliberações e divergências sobre o tema.
No documento enviado à Comissão de Ética e Disciplina no ano passado, o CORI apontou a ausência de balanços auditados e outros documentos que a diretoria tinha a obrigação de apresentar. Após analisar as contas do segundo trimestre de 2024, o colegiado rejeitou o balancete devido à falta de documentação e inconsistências nas informações. A decisão foi tomada por 13 votos. Clique AQUI para ler.
Foto: José Manoel Idalgo/Agência Corinthians
Segundo apuração da Central do Timão, após receber o relatório, o presidente da Comissão de Ética e Disciplina Roberson de Medeiros devolveu o documento ao CORI com alguns questionamentos. Ele queria saber, por exemplo, se a diretoria foi formalmente notificada sobre a entrega dos documentos e se recebeu as devidas orientações antes da recomendação de destituição.
A resposta do CORI veio na última reunião do órgão, realizada poucas horas antes da votação do primeiro pedido de impeachment de Augusto Melo no Conselho Deliberativo, em 20 de janeiro. O órgão deliberou pelo reenvio do pedido ao comitê disciplinar, argumentando que não cabe ao presidente da Comissão de Ética fazer esses questionamentos, mas apenas instaurar o processo.
“Quem tem que fazer questionamento se falta documento, se não falta, se houve a devida recomendação de entrega do documento, se houve a devida orientação à diretoria, não é o presidente da Comissão de Ética. O presidente da Comissão de Ética tem que ser isento“, explicou um dos membros trienais do CORI ouvidos pela reportagem.
Além das questões políticas, a divergência dentro do clube também envolve alguns aspectos regimentais. Nesse sentido, está sendo discutida uma proposta de reforma estatutária no Conselho Deliberativo, com o objetivo de esclarecer os chamados “casos omissos” e aprimorar pontos específicos do estatuto. De acordo com o documento vigente, o presidente da Comissão de Ética não tem autoridade para questionar, por conta própria, a recomendação do CORI. Sua função é instaurar o processo, o que já foi feito, nomear um relator e, somente após, permitir que o colegiado faça as solicitações necessárias.
A Central do Timão também entrou em contato com o presidente da Comissão de Ética para comentar o caso. Ele confirmou ter enviado as solicitações ao Conselho de Orientação e afirmou que ainda não recebeu retorno do órgão. Até o momento, Augusto Melo não foi chamado para apresentar sua defesa em relação a este segundo pedido de destituição.
Na tarde deste deste domingo, 19, o Corinthians manteve o 100% de aproveitamento no Campeonato Paulista ao vencer o Velo Clube por 2 x 1, na Neo Química Arena, pela segunda rodada da fase de grupos do estadual. Igor Coronado e Talles Magno marcaram os gols do Alvinegro.
Apesar da vitória, os bastidores políticos do Parque São Jorge seguem em ebulição e, muitas vezes, ofuscam o bom momento da equipe no campo. No final da tarde desta segunda-feira, 20, às 18h, o Conselho Deliberativo do Corinthians votará um possível impeachment do presidente Augusto Melo, eleito ao cargo no final de novembro de 2023. Caso seja aprovado, o primeiro vice-presidente Osmar Stabile assumirá o cargo provisoriamente até a convocação da Assembleia Geral dos Sócios.
Foto: José Manoel Idalgo/Agência Corinthians
O pedido de destituição do mandatário é baseado no Caso VaideBet, patrocinadora máster do Corinthians que rescindiu contrato com o clube, que era válido até dezembro de 2026 com R$ 370 milhões a serem pagos até lá, após suspeitas de lavagem de dinheiro relacionadas à intermediadora do acordo, a Rede Social Media & Design, de Alex Cassundé.
O caso ganhou novos desdobramentos após as entrevistas do CEO da casa de apostas, José André da Rocha Neto, e Toninho Duettos, sócio e ex-empresário do cantor Gustavo Lima, que é um dos sócios da VaideBet, em matéria veiculada pelo Fantástico, programa da Rede Globo, neste domingo, 19. Anteriormente, os dois já haviam sido entrevistados pela Gazeta Esportiva e UOL Esporte.
Em entrevista à imprensa após a vitória do Alvinegro, o presidente Augusto Melo afirmou que um possível impeachment é orquestrado pela oposição do clube: “Tudo orquestrado, tudo orquestrado. Essa matéria veio ao nosso conhecimento na sexta, ligaram, eu não sei se já saiu, eu dei entrevista de exatamente tudo que aconteceu, muito tranquilo. No dia que foi assinado o contrato, tanto do lado do Corinthians quanto do lado da patrocinadora, foi passado pelo jurídico, foi passado pelo compliance, eu sou a última assinatura do Corinthians, eu sou a última assinatura de todo contrato. Não existe aditivo, é o mesmo contrato que foi feito, da negociação é feito contrato. A empresa assinou, ela sabia que tinha intermediário, ela sabia que era uma empresa intermediária, por que não falou isso na época, um ano depois? E quando chegou até nós essa empresa que trouxe, chegou o outro pessoal falando pelo que eu sei, e marcou a reunião, e foi dito.”
“Foi feito o compliance da empresa, foi feito o compliance da patrocinadora, da intermediária e da patrocinadora. Foi aprovado pelo nosso compliance, foi aprovado pelo nosso jurídico, porque eu não faço esse tipo de coisa. Eu só negocio, negocio com o proprietário e passei para o meu jurídico, jurídico compliance. Assim também aconteceu com a patrocinadora. Para ela assinar, passou pelo compliance dela, pelo jurídico dela. Por que que agora, depois de um ano? Ah, não é essa, é outra. Mas por que que não reclamou um ano atrás?” , disse.
Na sequência, Augusto afirmou que uma possível saída do cargo seria um golpe por parte dos opositores e ressaltou que tem o apoio da maioria dos associados do clube social e da toricda em geral: “Nós vamos lutar até o final pra ficar e pra manter o Corinthians nessa situação. Porque se essas pessoas que estão tentando dar um golpe, que elas não têm capacidade de vencer uma eleição lá dentro, então pra elas é mais fácil um grupinho ali de três pessoas que a gente sabe quem são, que já estão montando até a diretoria, pra eles é muito fácil eles se juntarem ali e vamos dar um golpe e tirar o presente pra gente sentar na cadeira e depois tentar num tampão. Pra eles é simples. Mas não vamos conseguir fazer isso, sabe por quê? Porque o Corinthians é muito grande, a gente tem todo o clube social, mais de 90% nos apoiando, nós temos mais de 90% da torcida no geral nos apoiando, porque ela sabe o projeto que a gente tá fazendo, ela sabe o tanto que estamos trabalhando pra tirar o Corinthians dessa situação, e essas pessoas simplesmente ainda querem dar um golpe” , continuou.
Por último, comentou que um possível impeachment no Corinthians geraria um “colapso total” no clube e afetaria o planejamento que, segundo o dirigente, nunca viu desde que passou a frequentar os bastidores do Parque São Jorge. Em seguida, se manifestou sobre as acusações feitas pelo ex-diretor de futebol estatutário Rubens Gomes, que deixou o cargo nos primeiros meses da gestão após divergências internas.
“Colapso total. Primeiro que esses caras que vão entrar não tem credibilidade pra fazer o que a gente tá fazendo aqui. Hoje existe um planejamento que eu nunca vi no Corinthians há 40 e poucos anos que eu tô aqui dentro. Colapso total, cara. Esses caras vão acabar com o planejamento que a gente vem fazendo, sofremos um ano todo. Hoje o Corinthians tá começando a entrar num trilho. E esses caras querem quebrar isso. Por que eles querem quebrar isso? Porque não são corintianos, porque querem o poder. Esses caras não são corintianos. Esses caras querem o poder. Simples. A gente não quer o poder. Eu sou corintiano raiz, sou corintiano e é minha vida. Eu quero trabalhar pro Corinthians. Só que, cara, já não dá mais. Já encheu, já, cara. A gente não tem, não consegue trabalhar, cara. Esses caras, ao invés de trabalharem pro Corinthians, eles ficam trabalhando contra o Corinthians.”
“Cara, ele (Rubão) não botou nome. A hora que ele botar nome, ele vai responder judicialmente e dentro do clube. Eu sou bandido? Se ele tá falando isso, ele tem que provar. Porque se ele não provar, a situação dele vai ser complicada também. Porque o que eu vou falar, vou falar dentro do clube. Que lá é órgão competente de expulsar um cara desse dentro do clube. Porque esse cara não é corintiano. O que ele vem fazendo com o Corinthians, ele não é corintiano. E não é a primeira vez que ele dá problema com o Corinthians. Só que infelizmente eu tinha um acordo que eu fui obrigado a cumprir, mas na primeira mandei embora. Porque não é competente” , finalizou Melo.
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O Conselho Deliberativo do Corinthians se reunirá na próxima segunda-feira, 20, às 18h (horário de Brasília), para votar o impeachment do presidente Augusto Melo. A votação, suspensa em dezembro por uma liminar obtida pelo mandatário, foi autorizada após o TJ-SP derrubar a decisão, e a nova data foi comunicada nesta terça-feira pelo presidente do Conselho, Romeu Tuma Júnior.
A acusação aponta possíveis irregularidades cometidas pela gestão, especialmente no caso envolvendo a VaideBet, patrocinadora máster do clube entre janeiro e junho de 2024. Relembre o caso e saiba como será a reunião para votação do impeachment abaixo.
Foto: José Manoel Idalgo/Agência Corinthians
O pedido de impeachment do presidente Augusto Melo foi formalizado em agosto, após a rescisão unilateral do contrato com a casa de apostas. A VaideBet acionou uma cláusula anticorrupção, alegando danos à sua imagem após a revelação de um escândalo envolvendo uma empresa de fachada na intermediação do acordo. Com a ruptura, o Corinthians deixou de receber mais de R$ 300 milhões pelo patrocínio, que seria válido até 2026, totalizando R$ 370 milhões — o maior contrato do futebol brasileiro até então.
Cerca de 85 conselheiros do clube assinaram o requerimento de destituição do presidente, que foi anexado ao processo disciplinar aberto pela Comissão de Ética e Disciplina. A medida foi recomendada pela Comissão de Justiça do Conselho Deliberativo após uma investigação interna sobre o contrato de patrocínio com a casa de apostas e seus desdobramentos.
Os signatários do pedido sustentam que, em razão da atuação e omissão de Augusto Melo, a imagem da instituição foi lançada em um contexto de notícias degradantes, além de alegarem que ele também teria violado a Lei Geral do Esporte. O estatuto do clube determina que são motivos para requerer a destituição do presidente da diretoria:
“a) ter praticado crime infamante, com trânsito em julgado da sentença condenatória; b) ter acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians; c) não terem sido aprovadas as contas da sua gestão; d) ter infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária; e) prática de ato de gestão irregular ou temerária.”
Parecer da Comissão de Ética
Após analisar o caso e ouvir a defesa dos dirigentes envolvidos, o comitê disciplinar do clube emitiu um parecer ao Conselho Deliberativo recomendando a suspensão do processo até a conclusão do inquérito policial em andamento.
Vale ressaltar que a Comissão de Ética não possui poder deliberativo, cabendo ao CD decidir se acata ou não a recomendação. Diante disso, o presidente do conselho Romeu Tuma Júnior, no uso de suas atribuições estatutárias, determinou que o processo fosse levado à votação no plenário do órgão.
Quem vota?
Na reunião de segunda-feira, votarão os membros do Conselho Deliberativo. O órgão é composto por cerca de 300 conselheiros, sendo 200 trienais, eleitos no último pleito para representar os associados do Corinthians até 2026, e 100 vitalícios. A maioria deve comparecer e participar da votação do impeachment.
Procedimento da votação
A reunião para votação do impeachment de Augusto Melo seguirá a seguinte ordem: abertura com a exposição dos motivos da convocação pelo presidente do Conselho Deliberativo, seguida pela deliberação sobre o tema. Na sequência, o presidente da Comissão de Ética apresentará o parecer, e a defesa terá tempo regimental para sua sustentação. Depois, será realizada a votação secreta sobre a destituição, com o uso de cédulas de papel. Embora alguns conselheiros tenham solicitado que o processo fosse nominal, o pedido foi recusado, pois o estatuto do clube determina o sigilo em situações como esta. Por fim, será feita a proclamação do resultado, acompanhada das eventuais providências estatutárias.
Possíveis cenários após a votação
Se o impeachment não for aprovado no plenário do Conselho Deliberativo, o processo será arquivado. No entanto, se houver maioria a favor da destituição de Augusto Melo, ele será afastado imediatamente do cargo, sendo substituído pelo primeiro vice-presidente, Osmar Stábile.
Contudo, o afastamento definitivo de Augusto dependerá da ratificação dessa decisão pelos sócios do clube. O presidente do Conselho terá até cinco dias para convocar uma assembleia geral dos associados, sem um prazo definido para a votação, que, espera-se, aconteça dentro de trinta dias.
Caso os sócios rejeitem o impeachment, Augusto Melo retoma a presidência e o processo é arquivado. Contudo, se a destituição for aprovada pelos sócios, o Conselho Deliberativo será convocado para escolher o novo presidente do clube por meio de eleição indireta, na qual somente os membros do órgão poderão concorrer e votar.
A reunião para votação do impeachment do presidente do Corinthians Augusto Melo, que aconteceria no último dia 2 de dezembro, foi suspensa por uma liminar judicial pouco antes de seu início. Enquanto a decisão estiver em vigor, o processo relacionado ao caso VaideBet não poderá ser votado pelos conselheiros. No entanto, o presidente do Conselho Deliberativo Romeu Tuma Júnior recorreu da decisão na sexta-feira, 6.
No agravo interno, Tuma Júnior defendeu que a convocação da reunião extraordinária seguiu todas as regras previstas no estatuto do Corinthians, respeitando os prazos e as garantias necessárias à defesa. O presidente do CD também ressaltou que qualquer decisão tomada na reunião dependeria da aprovação da Assembleia Geral do clube, sustentando, portanto, que não houve irregularidades ou prejuízos irreparáveis que justificassem a suspensão da votação.
Foto: José Manoel Idalgo/Agência Corinthians
“(…) a pretensão deduzida no Agravo de Instrumento, em especial na sua liminar, não tem amparo legal quando evidente que o ora Agravante cumpriu, ipsis litteris, todos os requisitos formais exigidos pelo Estatuto do SCCP para a realização da reunião extraordinária (artigo 82, II, “A” combinado com o artigo 107, letra “E”, ambas do Estatuto do SCCP), com divulgação com antecedência da pauta e data nos principais meios de comunicação; bem como não se pode falar em nenhum prejuízo na defesa com a convocação e realização da reunião extraordinária quando todo o rito do processo de destituição foi devidamente respeitado, com a concessão de prazos, sendo que toda e qualquer decisão da reunião extraordinária obrigatoriamente necessita ser chancelada pela Assembleia Geral do SCCP, não existindo prejuízos irreparáveis”, diz trecho do pedido.
A liminar foi concedida pela desembargadora Clara Maria Araújo Xavier, da 8ª Câmara de Direito do Tribunal de Justiça de São Paulo. Em sua decisão, ela destacou um parecer do Conselho de Ética e Disciplina do clube que recomendava a suspensão do processo até a conclusão do inquérito policial sobre o caso VaideBet.
A Justiça avaliou que havia risco de dano grave, caso a reunião extraordinária resultasse na destituição de Augusto Melo. No Pedido de Reconsideração, o presidente do Conselho argumentou que o comitê disciplinar, subordinado ao Conselho Deliberativo, não possui autoridade para emitir decisões finais e que, de acordo com o estatuto do Corinthians, é dever do CD convocar uma reunião extraordinária para deliberar sobre o processo.
“A Comissão de Ética e Disciplina, órgão submisso ao Conselho Deliberativo (CD), cuja existência depende de manifestação de vontade do órgão, e seus membros sujeitos a competência de julgamento de seus atos pelo CD, não emite parecer vinculativo, mas mero Relatório ao seu órgão superior – Conselho Deliberativo – e que tem o DEVER de convocar uma reunião extraordinária para seu Plenário, Poder Soberano do clube, decidir ou não pela destituição, com única consequência imediata o AFASTAMENTO CAUTELAR do Presidente.”
Tuma Júnior também frisou que a reunião suspensa não tinha como objetivo decidir pela destituição do presidente, mas sim avaliar se o impeachment deveria ser encaminhado à Assembleia Geral, o órgão soberano do clube, responsável por tomar a decisão final em uma data ainda a ser definida.
“(…) A reunião extraordinária não tinha por objeto destituir o Presidente, mas admitir ou não o encaminhamento de a sua destituição, após o recebimento do relatório emitido pela Comissão de Ética, à Assembleia Geral, sem data marcada, órgão administrativo máximo do Clube.”
“A destituição do Presidente só tem eficácia após a proclamação do resultado pela Assembleia Geral,(parágrafo único do ART. 107 do ESSCCP, cuja data sequer está marcada e dependerá do resultado da reunião extraordinária do conselho deliberativo. Portanto, não há nada decidido!Sequer existe a certeza de encaminhamento para a destituição, ou não. A reunião extraordinária não significa imediata destituição do Presidente da diretoria. Há necessidade de votação para esse fim e, se positivo, seu resultado precisa ser convalidado pela Assembleia Geral!”
Por fim, o presidente do Conselho destacou que as razões para requerer a destituição do presidente não estão relacionadas aos fatos ainda em investigação policial, os quais não competem ao Conselho Deliberativo do clube. Tuma afirmou que o processo interno é de natureza administrativa, por gestão temerária, uma vez que a diretoria “comprovadamente” efetuou um pagamento indevido a terceiro que não participou da intermediação do contrato.
“Ainda, importante esclarecer que o objeto do pedido de destituição é de gestão temerária por pagamento indevido a terceiro que comprovadamente não participou de intermediação no contrato da “Vai de Bet” e, consequentemente, lesou a instituição Corinthians (já comprovado e não rechaçado nem na defesa na Comissão de Ética pelo Presidente da diretoria do SCCP), sendo que não há nenhuma ligação com questões criminais que estão sob investigação na autoridade policial competente, até mesmo porque não é competência do Conselho Deliberativo do clube averiguar questões criminais, mas sim matéria de ordem administrativa – gestão temerária”, conclui Tuma Júnior.
A liminar que suspendeu a reunião extraordinária não impede que, no futuro, uma nova reunião seja convocada, caso o recurso seja desprovido. Nesse cenário, o Conselho Deliberativo poderá votar o impeachment de Augusto Melo, mas a decisão deverá ser submetida à aprovação dos sócios em assembleia, conforme previsto no estatuto do clube. Até lá, o presidente permaneceria afastado cautelarmente.
Paralelamente ao processo de impeachment, as contas da gestão de Augusto Melo também são alvo de contestação no Parque São Jorge. Na última semana, o Conselho de Orientação (Cori) enviou à Comissão de Ética um parecer recomendando o afastamento do presidente por possível gestão temerária.
Entre as irregularidades apontadas no relatório do Cori estão a ausência de documentos comprobatórios, a falta de explicações aos órgãos fiscalizadores do clube e a inexistência de auditoria externa nos balanços do primeiro semestre de 2024. Com isso, o novo processo, que também pode levar ao impeachment de Augusto Melo, está oficialmente aberto.
Em meio à instabilidade política, os conselheiros se reuniram novamente na última segunda-feira, 9, para deliberar sobre a previsão orçamentária de 2025, que foi aprovada tanto pelo Conselho de Orientação quanto pelo Conselho Deliberativo do clube.
Por Samuel Cavalcante | Redação da Central do Timão
Nas últimas semanas, o Corinthians passou por grande turbulência política, levando a uma possível destituição de Augusto Melo, presidente eleito, que está no cargo desde o início do ano. Em meio a polêmica, os jogadores do elenco alvinegro saíram em defesa do mandatário através de suas redes sociais, onde defenderam a permanência de Augusto. No último sábado, 7, o goleiro Hugo Souza, um dos líderes do plantel, falou pela primeira vez sobre a questão, respondendo o porque do movimento por parte dos atletas.
“Era um assunto que é inevitável, porque estava ali na nossa frente, estava no nosso dia a dia, a gente pegava o telefone, estava as notícias, a gente ligava a televisão, tinha notícias, e assim, nós como atletas tomamos a decisão de se pronunciar, porque eu cheguei a falar na minha coletiva quando oficializou a compra, que o presidente sempre foi um cara muito correto com a gente, desde quando eu cheguei no clube, tudo que ele falou ele cumpriu com a gente”, iniciou o camisa 1 em entrevista à Rádio Bandeirantes.
Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians
“Eu não estou aqui para falar mal de ninguém, eu não estou aqui para criar guerra política com quem passou por aqui, estou aqui para falar sobre o que a gente vive, a realidade. E a realidade hoje do Corinthians é que é um clube que está se transformando e tentando fazer o máximo para que dê todo o suporte possível para que a gente possa desempenhar dentro de campo o nosso melhor futebol”, disse.
“A gente sabe que o clube depende disso, depende da gente desempenhar dentro de campo para que as receitas entrem, para que o clube consiga fazer tudo aquilo que ele tem que fazer na parte política, financeira, entre outros. Mas assim, a decisão de se posicionar foi essa, porque é uma direção que se mostra correta diante da gente, que se mostra correta diante daquilo que eles acordam com a gente. E, bom, se uma pessoa está sendo correta comigo, eu acho que em questão de gratidão também a isso precisa ser correta com ela”, continuou.
“Foi por isso que a gente tomou a decisão de se pronunciar, porque, bom, no futebol, quando vemos lealdade, verdade em uma pessoa, que elas estão se esforçando para fazer a coisa certa, nós te os que estar junto. Eu acho que também atrapalharia, talvez, um impeachment atrapalharia tudo, um planejamento de um clube que está crescendo muito, de um elenco que está crescendo muito, de um clube que internamente está sendo transformado”, prosseguiu.
“O que o Fabinho tem feito diariamente no clube é de se aplaudir, então assim, a gente só demonstrou que a gente estava junto de quem realmente está do nosso lado, então não é para criar guerra política ou nada disso, é só para demonstrar a nossa satisfação e trabalhar com pessoas que estão tentando ao máximo ser corretas com a gente”, finalizou Hugo.
Por Henrique Pereira / Redação da Central do Timão
Nesta segunda-feira, 2, o Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians se reunirá no Parque São Jorge, a partir das 18h (de Brasília), para votar o pedido de impeachment contra o presidente Augusto Melo. Elton Moreira Gonçalves, representante da Comissão de Direitos Humanos contra a Violência da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), detalhou o esquema de segurança e explicou a decisão de manter os torcedores a duas quadras da sede social do clube.
“Eles têm o direito de se manifestar, como está no constituição, e a OAB está aqui para garantir o direito deles, nada mais além disso. É o direito de manifestação, o direito do torcedor do Corinthians se manifestar neste momento, se está contrariado ou não sobre a situação”, disse o representante da OAB em entrevista aos jornalistas presentes no local.
Foto: Felipe Belli/Time do Povo
“Não sei sobre essa solicitação (de ficar a duas quadras da sede social). Na realidade, foi a Polícia Militar que estabeleceu essas duas quadras como segurança para eles (Corinthians) e para a Polícia, para que não haja invasão lá. Para evitar confronto direto, nós pedimos que fique no local mais confortável para os torcedores”, continuou Elton Moreira.
“O protesto deles é legítimo, está na constituição, tem a oposição e tem a situação, a OAB só veio aqui para participar e verificar que não há abuso de autoridades neste momento. Eu faço parte da Instituição Contra Violência Institucional da OAB, que sempre é chamada para verificar se vai haver abuso de autoridade ou não”, continuou.
“O pedido partiu do Corinthians, eles sempre pedem quando há qualquer tipo de manifestação assim, as partes sempre pedem a presença da OAB, para que a gente sempre verifique se há algum abuso de autoridade ou não”, completou o profissional.
Por fim, o representante da Ordem dos Advogados do Brasil falou sobre a possibilidade de os torcedores presentes nos arredores do Parque São Jorge se aproximarem mais do clube. De acordo com Elton Moreira Gonçalves, isso depende de uma negociação com os policiais responsáveis pela segurança no local.
“A possibilidade (de se aproximar da sede social) é negociável em conjunto com a Polícia Militar, mas essa não é a função da OAB neste momento”, finalizou o profissional.
O pedido de impeachment do presidente Augusto Melo é decorrente de uma acusação que aponta para supostas irregularidades cometidas pela gestão, especialmente no caso envolvendo a VaideBet, patrocinadora máster do clube entre janeiro e junho.
Apesar de a votação ter início apenas às 18h, os torcedores começaram a chegar no Parque São Jorge a partir das 15h desta segunda-feira para protestar. A mobilização pelas manifestações contra o impeachment do mandatário partiu das torcidas organizadas do clube, sendo a principal delas a Gaviões da Fiel.
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Nesta segunda-feira, 2, às 18h (horário de Brasília), o Conselho Deliberativo do Corinthians se reunirá no Parque São Jorge para debater e votar o pedido de impeachment que tramita contra o presidente Augusto Melo, por supostas irregularidades cometidas no caso VaideBet, patrocinadora máster do Timão entre janeiro e junho.
Embora muitos corinthianos pensem que o último processo do tipo ocorreu em 2007, quando Alberto Dualib teve seu cargo ameaçado e foi obrigado a renunciar para evitar a cassação do mandato, outro presidente também teve que responder ao Conselho Deliberativo, e há pouco tempo. Trata-se de Roberto de Andrade, que assumiu a presidência do Timão em 2015 e, em novembro do ano seguinte, teve seu afastamento solicitado por conselheiros.
Foto: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians
As alegações para a destituição de Roberto faziam referência a contratos que ele havia assinado antes mesmo de tomar posse como presidente do Corinthians, além de outras questões como não-apresentação de documentos aos órgãos internos do clube, problemas relativos a uma inconsistência de R$ 300 milhões em um balanço anual e supostas fraudes ao Profut e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Curiosamente, assim como ocorre hoje com o caso VaideBet, há oito anos também havia uma investigação policial envolvendo a gestão, ainda em andamento quando o impeachment de Roberto foi marcado e votado. Este fato foi usado, inclusive, pelo presidente para se defender na ocasião, alegando que o processo de afastamento não poderia ser votado antes que o inquérito fosse concluído.
Outra similaridade em relação ao impeachment sofrido por Augusto Melo é que, assim como atualmente, em 2016 o impeachment foi pautado apesar de recomendação divergente da Comissão de Ética. Na época, o órgão recomendou que Roberto de Andrade sofresse uma advertência. Já este ano, a recomendação foi a de que o processo contra Augusto fosse suspenso enquanto a polícia seguisse investigando. Vale lembrar que a recomendação do órgão não precisa ser acatada pelo Conselho Deliberativo.
Uma questão, porém, diverge quando se compara os dois casos, e ela tem relação com o posicionamento de duas figuras que, nas últimas semanas, tem ganhado destaque no noticiário do clube sobre o impeachment: Augusto Melo, que responde o impeachment como presidente, e Romeu Tuma Júnior, atual presidente do Conselho Deliberativo e responsável pelo papel estatutário de pautar o processo para o órgão debater e votar.
Se atualmente Augusto e Tuma participam no processo de impeachment como acusado e mediador, respectivamente, em 2016 ambos partilharam a ideia de que Roberto de Andrade fosse afastado da presidência do clube. Na entrevista exclusiva que concedeu à Central do Timão, Augusto Melo falou sobre seu posicionamento no caso:
“Eu era assessor da base, e foi pedida a minha cabeça. Nós fizemos uma limpeza administrativamente, e eu não entendia aquilo, porque eu não participava da política. Ali eu vi que tinha muitas coisas erradas, e eu comecei a entender a política do Corinthians, e por isso fui favorável (ao impeachment) naquela época. Porque eu vi que tinha muita gente ao redor ali que não estava querendo o bem do Corinthians.”
Da mesma forma, Romeu Tuma Júnior, que à época era conselheiro do clube, se posicionava publicamente a favor da cassação de Roberto de Andrade. Em entrevista ao UOL em fevereiro de 2017, por exemplo, ele declarou:
“Estamos diante de uma gestão temerária e fraudulenta. A questão é técnica e não política. Temos vários pontos que claramente demonstram que houve gestão temerária e fraudulenta. As consequências e punições serão imensuráveis, especialmente se o Conselho, como manda a lei, não agir como órgão fiscalizador.”
No fim das contas, Roberto de Andrade acabou permanecendo no cargo até o fim de seu mandato. Na sessão do Conselho Deliberativo que debateu seu impeachment, em 20 de fevereiro de 2017, os conselheiros interromperam o processo ainda na votação da admissibilidade das denúncias, por 183 votos contrários e apenas 81 a favor. Com isso, o pedido foi arquivado – desfecho semelhante ao que Augusto Melo espera obter nesta segunda-feira.
Confira abaixo a lista de assinaturas do processo de impeachment sofrido por Roberto de Andrade, entre 2016 e 2017:
O presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians Romeu Tuma Júnior encaminhou à Comissão de Ética do clube o segundo pedido de impeachment contra Augusto Melo. O processo disciplinar foi sugerido pelo Conselho de Orientação após a análise das contas do primeiro semestre de 2024. Membros do Cori alegam que a votação foi técnica e baseada em quatro supostas irregularidades da gestão.
O relatório do Cori fundamentou o pedido de afastamento do presidente com base no artigo 106 do estatuto alvinegro, que trata das razões para a destituição do mandatário, citando supostos atos de gestão irregular e temerária. A decisão foi respaldada por irregularidades apontadas na gestão, como a celebração de contratos sem licitação, a ausência de documentos e a falta de demonstração dos balancetes e auditorias.
Foto: José Manoel Idalgo/Agência Corinthians
Apesar de nove dos dez membros trienais eleitos para o Cori em fevereiro terem apoiado Augusto Melo na última eleição, a recomendação foi aprovada por unanimidade. Dos 13 membros presentes ao órgão, incluindo três natos e os dez trienais, todos votaram a favor do afastamento do presidente.
O documento, ao qual a Central do Timão teve acesso e que foi tema de reportagem na última sexta-feira (clique AQUI para ler), já foi encaminhado pelo presidente do Conselho Deliberativo ao comitê disciplinar, onde o presidente do clube deverá apresentar sua defesa.
O primeiro pedido de impeachment de Augusto Melo será votado pelos conselheiros do Corinthians nesta segunda-feira, 2, no Parque São Jorge, e tem como principal fundamento o controverso rompimento de patrocínio com a VaideBet. O inquérito policial ainda não foi concluído, mas o delegado Tiago Fernando Correia, responsável pelo caso no Departamento de Polícia de Proteção a Cidadania (DPPC) e da terceira delegacia, trabalha com a hipótese de lavagem de dinheiro na intermediação do contrato entre o clube e a casa de apostas.
O Corinthians é considerado vítima de desvio de recursos nesta investigação. “Temos algumas opções, como furto qualificado, apropriação em débito, corrupção privada no esporte, que é um crime na Lei Geral do Esporte. Estão incluídos no objeto da investigação de lavagem de dinheiro, e vai depender do desfecho do caso a capitulação“, disse o delegado em recente entrevista ao Meu Timão.
Se a maioria do Conselho Deliberativo votar a favor do impeachment do presidente, ele será imediatamente afastado do cargo até a decisão final da Assembleia Geral do clube. Caso contrário, o primeiro processo será arquivado.
O Comando Geral da Polícia Militar de São Paulo se reunirá nesta sexta-feira, 29, com representantes da atual diretoria e do Conselho Deliberativo do Corinthians. A informação foi divulgada inicialmente pela Gazeta Esportiva.
No encontro, será discutido o plano de segurança para a votação do possível impeachment do presidente Augusto Melo, prevista para a próxima segunda-feira, 2, às 18h (horário de Brasília), no Parque São Jorge. Inicialmente agendado para esta quinta-feira, 28, o pleito foi adiado por razões de segurança.
Foto: Divulgação/Corinthians
No mesmo dia da votação, uma confraternização dos funcionários do clube está marcada para começar às 12h, com previsão de término às 17h. Apesar disso, foi avaliado que a reunião para a votação não representará risco à segurança de prestadores de serviços e conselheiros, já que o miniginásio, onde ocorrerá o pleito, está localizado a uma distância considerável do espaço reservado para o evento.
De acordo com a reportagem, a escolha do miniginásio como local da votação foi motivada pelo entendimento da Polícia Militar de que o espaço proporciona maior segurança aos votantes e possui estrutura adequada para receber a imprensa.
O principal argumento da oposição para justificar a destituição do presidente Augusto Melo está relacionado ao contrato de patrocínio com a VaideBet, rescindido em junho após a revelação de que uma empresa “laranja” recebeu parte do pagamento destinado ao suposto intermediário do acordo, causando prejuízos à imagem do clube. O contrato, inicialmente anunciado como o maior do futebol brasileiro, previa o repasse de R$ 370 milhões ao Corinthians até dezembro de 2026.
A Comissão de Ética e Disciplina do Corinthians emitiu um parecer sobre a investigação do contrato de patrocínio com a VaideBet e o requerimento de destituição de Augusto Melo da presidência do clube. Após ouvir a defesa dos dirigentes envolvidos, o comitê recomendou, na última quarta-feira, 23, a suspensão do processo até a conclusão do inquérito policial.
Seguindo o rito estatutário, o parecer será agora submetido à apreciação do plenário do conselho. Além do presidente, estão sendo investigados internamente Armando Mendonça, segundo vice-presidente; Rozallah Santoro, ex-diretor financeiro; Yun Ki Lee, ex-diretor jurídico; Fernando Perino, ex-integrante do departamento jurídico; Marcelo Mariano, diretor administrativo; e Rubens Gomes, ex-diretor de futebol.
Foto: José Manoel Idalgo/Agência Corinthians
A expectativa é de que, em aproximadamente trinta dias, Romeu Tuma Júnior agende uma reunião para que os conselheiros decidam, por meio de votação simples, se concordam ou não com o pedido de impeachment de Augusto Melo. Se aprovado por maioria no plenário do conselho, uma Assembleia Geral de Associados deverá ser convocada em até cinco dias, o que representaria o último passo do processo.
Em contato com a Central do Timão, o presidente do Conselho Deliberativo confirmou o recebimento do relatório dentro do prazo estabelecido e afirmou que irá analisar os autos para comunicar os próximos passos. Além disso, destacou que a prioridade no momento é apoiar o time na luta para evitar o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.
“Confirmo que a Comissão de Ética do Conselho Deliberativo apresentou no prazo estabelecido seu relatório a respeito do pedido de impeachment referente ao Presidente da Diretoria.
A partir de agora, esta presidência, vai analisar os autos e oportunamente informará os próximos passos, que não serão em qualquer hipótese desatados do que dispõe o Estatuto Social do Sport Club Corinthians Paulista, ou seja, não haverá solução fora do Estatuto.
Esclareço por oportuno, que a prioridade neste momento é foco total em colaborar com nosso time que luta para se salvar do rebaixamento no Campeonato Brasileiro de Futebol e para conquistar o título da Copa Conmebol Sul-Americana”, declarou Tuma.
O presidente e demais dirigentes envolvidos no caso foram denunciados pela Comissão de Justiça do Conselho Deliberativo em agosto, após uma investigação interna sobre o polêmico rompimento unilateral do contrato com a casa de apostas. Augusto Melo, cujo mandato se estende até 2026, apresentou sua defesa à Comissão de Ética no final de setembro.
No início de outubro, o delegado Tiago Fernandes Correia, da 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), responsável pela abertura e condução do inquérito, solicitou ampliação do prazo para concluir as averiguações. O desfecho do inquérito policial é considerado fundamental para a decisão dos órgãos internos do clube.
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Na tarde desta segunda-feira, 26, o Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians recebeu um pedido formal de destituição de Augusto Melo, atual presidente do clube. O requerimento foi protocolado por um grupo de conselheiros que alegam irregularidades na gestão, incluindo a intermediação controversa do contrato de patrocínio com a VaideBet, que foi rescindido em junho. A informação foi divulgada em primeira mão pela Gazeta Esportiva e confirmada pela Central do Timão.
O documento, elaborado pelo “Movimento Reconstrução SCCP” e assinado por mais de 50 conselheiros, fundamenta-se principalmente no Artigo 106, incisos “b” e “d” do estatuto do clube, além da Lei 14.597/23, que corresponde à nova Lei Geral do Esporte, a qual trata dos crimes de lavagem ou ocultação de bens. As acusações incluem a possível omissão de Augusto Melo diante de suspeitas de irregularidades na intermediação do contrato com a casa de apostas, além de episódios que teriam prejudicado a imagem do clube, como a agressão a um torcedor do Cruzeiro no Mineirão.
Foto: José Manoel Idalgo/Agência Corinthians
Art. 106 – São motivos para requerer a destituição do Presidente e/ou dos Vices:
b) ter ele acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians.
d) ter ele infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária.
Em conformidade com o estatuto, o pedido de destituição deverá ser encaminhado à Comissão de Ética do clube até o final desta semana. O requerimento será anexado ao processo já em andamento, que investiga as ações do presidente e de outros seis envolvidos: Armando Mendonça (vice-presidente), Rozallah Santoro (ex-diretor financeiro), Yun Ki Lee (ex-diretor jurídico), Fernando Perino (ex-diretor adjunto jurídico), Marcelo Mariano (diretor administrativo) e Rubens Gomes (ex-diretor de futebol).
O comitê disciplinar conduzirá uma investigação minuciosa sobre as acusações e convocará Augusto Melo para prestar esclarecimentos. Conforme o rito regimental, o presidente terá um prazo de dez dias para apresentar sua defesa. Após esse período, a Comissão de Ética deverá emitir um parecer final ao Conselho.
Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, deverá então convocar uma reunião extraordinária do órgão para deliberar sobre o pedido de destituição, que será submetido a votação em escrutínio secreto pelos conselheiros. Caso obtenha votos suficientes a seu favor, Augusto Melo poderá ser absolvido, resultando no arquivamento do processo de impeachment.
Por outro lado, se a maioria dos conselheiros considerar que Augusto Melo violou as normas estatutárias do clube, poderá decidir por sua destituição do cargo de presidente. Nesse caso, a decisão final será submetida à Assembleia Geral, composta pelos associados do Corinthians com direito a voto, que deverão ser convocados para referendar a decisão do Conselho Deliberativo. Durante esse período, o presidente é afastado cautelarmente até a proclamação do resultado final pela AG.
O presidente do Conselho Deliberativo afirmou que o processo será conduzido com transparência e em conformidade com o estatuto do clube, enfatizando que a decisão de afastar o presidente será tomada pelos membros do Conselho após a avaliação das comissões competentes.
“Um caso desse não pode demorar, não deve durar nem dois meses. Eu não vou arquivar e julgar ninguém sozinho, vou cumprir o estatuto, votando no plenário. Seja qual for o parecer, vai votar. Vai ter que ser no voto. Busquei o caminho mais claro, mais transparente e regimentário“, explicou Tuma Jr. à Gazeta Esportiva.
Caso o impeachment do presidente seja confirmado, Augusto Melo deve ser imediatamente afastado e fica inelegível para cargos no clube por um período de dez anos. O primeiro vice-presidente Osmar Stabile assumiria interinamente o comando do clube, com a missão de convocar novas eleições em até 30 dias.
Essas eleições seriam realizadas de forma indireta, ou seja, apenas pelos votos dos conselheiros. Há preocupações entre alguns membros do clube de que isso poderia facilitar o retorno da chapa Renovação e Transparência, que dirigiu o Corinthians entre 2007 e 2023. O ex-presidente Mário Gobbi, inclusive, é um dos porta-vozes do grupo que protocolou o pedido de impeachment e é composto por membros das chapas 10 (Renovação e Transparência), 11 (Fiéis Mosqueteiros), 15 (Tradição Corinthiana) e 22 (Preto no Branco), todas de oposição à atual gestão, além de 33 conselheiros vitalícios.
“O Corinthians está no limite. Não suporta mais todo esse desmando, toda essa confusão e falta de gestão. É preciso organizá-lo o quanto antes, seja para o clube parar de sangrar, seja para que nosso time dê a resposta no campo e saia dessa situação no Campeonato Brasileiro que aflige a todos nós”, afirmou o conselheiro vitalício e ex-presidente do Timão.
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A gestão de Augusto Melo sofreu com uma debandada de diretores que iniciaram o ano nos departamentos do Corinthians. O principal motivo, como citado pelos que saíram por vontade própria, foi a ‘ingerência’, com o diretor administrativo, Marcelo Mariano, sendo o pivô deste problema.
Armando Mendonça, vice-presidente do Corinthians, falou sobre o dirigente e este problema dentro da gestão. “Não tenho nada contra a pessoa dele (Marcelo Mariano), foi meu companheiro de Conselho, sempre admirei. Mas a ingerência dele nos diversos departamentos ocasionou um desgaste na gestão e principalmente no financeiro“, disse o vice-presidente à ESPN.
“O Rozallah, que é muito respeitado no mercado, passou por maus bocados ali dentro. Fiz vários pedidos, pedi para aguentar em nome do Corinthians, da gestão. Lutamos muito para estar lá e colocar o clube no rumo. Ele insistiu e foi até a última gota de sangue. Tentou de tudo. Mas a ingerência era muito grande“, comentou o vice-presidente.
Na última entrevista coletiva concedida por Augusto Melo, o presidente comentou sobre a possibilidade de um impeachment por conta dos diversos problemas de bastidores que aconteceram recentemente. A chance, contudo, foi rechaçada pelo mandatário e não tem apoio de Armando Mendonça.
“Não sou a favor (de um impeachment). Uma gestão que precisa de ajuste não se corrige com impeachment, e sim com conversas, entendimento. Existe um movimento da oposição para isso acontecer. Entendo que não há argumento jurídico para isso”, afirmou o dirigente.
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Por conta da polêmica envolvendo a saída da VaideBet, ex-patrocinadora máster do Corinthians, Augusto Melo passou a ser ameaçado de impeachment, quando um presidente é retirado do cargo. Em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira, 10, o mandatário falou sobre a possibilidade.
“Impeachment não existe. E golpe aqui ninguém vai dar. Fui eleito pelo voto, foram 16 anos de uma dinastia e ninguém vai mudar isso. Errei, estamos corrigindo e o impeachment não me assusta. Foi uma traição, traição vem de onde ninguém se espera. Agora se não tem competência, não estará mais aqui”, disse Augusto Melo.
Foto: Vinícius Lúcio/Central do Timão
Por conta do escândalo, houve uma debandada de diversos departamentos do clube. Além de Rubens Gomes, Rubão, que deixou a diretoria de futebol há meses, Yun Ki Lee deixou de ser diretor jurídico e Rozallah Santoro renunciou o cargo no departamento financeiro. Além disso, Sérgio Moura foi desligado do marketing.
Dentre as cadeiras vagas, o Corinthians anunciou recentemente a nomeação de Leonardo Pantaleão para comandar o departamento de direito do clube. Outro nome que deve ser anunciado em breve é o de superintendente de marketing: Vinicius Manfredi de Azevedo, que já trabalhou no clube.
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