- Por Vinícios Cotrim | Redação da Central do Timão
Esta é o tipo de notícia que não queríamos ter que publicar. Um grande ídolo deixa o Corinthians após 12 anos de uma gigantesca história, a ser sempre lembrada. Foram 712 jogos de Cássio com o manto alvinegro, nove títulos conquistados, muitos recordes batidos e incontáveis defesas realizadas.
Cássio chegou ao Parque São Jorge como um goleiro pouco conhecido. Era a terceira opção no elenco e, com muito trabalho, chegou à titularidade absoluta. O que os torcedores não imaginavam é que aquele goleiro, que estreou contra o modesto XV de Piracicaba pelo Paulistão de 2012, seria um dos principais responsáveis por garantir os anos mais vitoriosos da história do clube.
Logo no início de sua trajetória, na Libertadores de 2012, quando Diego Souza partiu sozinho do meio campo, o Pacaembu viveu um silêncio ensurdecedor. Cerca de 38 mil torcedores compartilhavam em suas mentes o pensamento de “de novo não”, que atormentara a torcida em tantas outras oportunidades na competição continental.
Foi então que algo nunca antes visto aconteceu: um gigante emergiu do gol alvinegro e impôs toda a sua envergadura para cima do atacante adversário, que, mesmo com toda sua qualidade, não foi capaz de vencer aquele que ainda não sabia que se tornaria o maior goleiro da história do clube.
Cássio não imaginava que, além daquele título continental, seria o principal responsável por deixar o mundo preto e branco pela segunda vez. Quem não se lembra daquele jogo contra o Chelsea no Mundial de Clubes de 2012? O chute do Moses? A finalização à queima-roupa do ótimo Fernando Torres? Cássio salvou todas elas.
Além dos dois títulos logo em seu primeiro ano, o goleiro ainda conquistaria mais sete, tornando-se o jogador com mais títulos pelo clube no século XXI e também o segundo jogador que mais vestiu o manto sagrado ao longo de toda história. Em sua posição, foi o maior pegador de pênaltis desde 1910.
Apesar dos memoráveis nove títulos, nem só de glórias se faz um ídolo. O goleiro também foi responsável por comandar o time em momentos de baixa, livrando a equipe de rebaixamentos, como em 2018, quando conseguiu uma convocação para a Copa do Mundo. Seu auge foi entre 2012 e 2019 e voltou a brilhar novamente em 2022, quando outro grande capítulo foi escrito na sua trajetória.
Mais uma vez em La Bombonera, mais uma vez diante do Boca Juniors, porém dez anos depois, com um elenco diferente e circunstâncias adversas. Desta vez pelas oitavas de final da Libertadores de 2022, Cássio liderou uma equipe prejudicada por desfalques e com muitos jovens em campo à uma classificação histórica.
Como de praxe, ele fechou o gol durante os 90 minutos e ajudou a levar o jogo para a disputa de penalidades, onde sempre garante, no mínimo, uma defesa. Desta vez, foram duas. Corinthians classificado e La Bombonera afundada em tristeza, assim como em 2012, quando tudo começou.
Por decisão pessoal, depois de perder a posição de titular, o goleiro optou por deixar a nação de mais de 35 milhões de torcedores que o adoram sem uma despedida digna, algo que, como um dos maiores, senão o maior da história do Sport Club Corinthians Paulista, mereceria. Ele encerra sua trajetória de forma precoce, deixando um sentimento de saudade naqueles que o idolatram.
Manifestamos nossa gratidão a Cássio por esses 12 anos em que defendeu a meta alvinegra e honrou o manto. Por todos os títulos conquistados, por cada vez que fechou o gol em clássicos e decisões, e por todas as ocasiões em que nos salvou em momentos difíceis dentro de campo. Apesar de seguir jogando, agora representando outras cores, você sempre será reconhecido e idolatrado como o Gigante do Corinthians!
Muito obrigado, Cássio!
Números de Cássio pelo Corinthians:
Período: 2012 à 2024
Jogos: 712
Títulos: Libertadores (2012), Mundial de Clubes (2012), Recopa Sul-Americana(2013), Paulistão (2013, 2017, 2018 e 2019), Brasileirão (2015 e 2017)
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