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EXCLUSIVA: Entrevista com “Zé da Fiel”

A Central do Timão entrevistou o Zé Elias

Foto: Reprodução

Titular do Corinthians com apenas 16 anos, a pouca idade era inversamente proporcional a raça apresentada em campo. Lançado na equipe principal do Timão por Mário Sérgio Pontes de Paiva, o volante José Elias Moedim Júnior não demorou para se tornar “Zé da Fiel”, tamanha a identificação com o povo da arquibancada. Zé representou o manto, foi campeão da Copa do Brasil, em um jogo duro contra o forte Grêmio no antigo estádio Olímpico, em Porto Alegre, e conquistou também o Paulistão de 1995, na final histórica contra o rival Palmeiras em Ribeirão Preto.

Confira a entrevista com os ex-volante do Timão.

CdT: Zé Elias hoje teria espaço no Corinthians?

“Não sei se teria espaço, até por conta da maneira de jogar ser diferente. Depende de quem estaria o Corinthians, por conta das ideias, a forma como enxerga o futebol. Mas acho que eu estaria no grupo sim.”

CdT: Quem é Zé Elias hoje no futebol?

“Zé Elias hoje no futebol parece muito com o Patrik do internacional. Jogador que combate o tempo todo, se entrega e põe o coração dentro do jogo. Acho que esse é o Zé Elias de hoje. E um mescla do Ralf e Gabriel. Seria o roubar bola do Ralf com a agilidade de Gabriel.”

CdT: Qual jogador do atual elenco você considera ser o mais parecido contigo?

“O mais parecido comigo seria o Gabriel, que é um jogador que rouba mais a bola e sai mais para o jogo. Para vocês terem uma comparação, o Ralf seria mais parecido com o Bernardo da época em que jogávamos.”

CdT: Pensando na posição de primeiro volante: Ralf ou Gabriel?

“Eu acho que hoje o Gabriel vive um melhor momento, um jogador que acrescenta mais na equipe. Eu acho que o Ralf é fundamental pelas suas características, é um grande jogador, mas o time precisava de um jogador que pudesse ter uma saída de bola melhor e dar um pouco mais de refresco para os meias não terem que voltar tanto para receber a bola dos pés do Ralf. O Gabriel alivia um pouco mais os zagueiros também, pois ele sai com a bola nos pés e tem a capacidade técnica de fazer as inversões e dá um pouco mais de liberdade para os atacantes.”

CdT: Taticamente falando, a posição de volante mudou comparado com quando jogava?

“Mudou um pouquinho sim, mas não muito. Quando eu jogava geralmente tínhamos um volante mais pela direita e outro mais pela esquerda. Mas acho que isso depende muito de quem está comandando a equipe e da visão de jogo.”

CdT: Qual melhor atacante: Love, Gustagol ou Boselli?

“O Boselli tem característica de participar um pouco mais do jogo, mas não tem tanta mobilidade quanto o Vagner. Já o Gusta gol é um jogador de área, ele tem muita presença na área pela sua altura e tempo de bola. Mas eu acho que o melhor e mais completo é o Vagner Love.”

CdT: A chegada no jornalismo esportivo é mais fácil dentro ou fora de campo?

“Acho que são duas situações bem distintas. Dentro de campo você não precisa se preocupar com muitas coisas, você se preocupa com o jogo e algumas perguntas técnicas em relação a treinos e jogos. Fora do campo eu acho que também tem sua peculiaridade em relação a responsabilidade, você tem que saber o que fala, o que pergunta, pois o jornalista é um formador de opiniões. Essas opiniões podem ser positivas ou negativas, tanto em relação ao profissional de imprensa quanto ao jogador.”

CdT: Quem foi para você Mario Sérgio Pontes de Paiva?

“Foi o cara que me deu a oportunidade de poder jogar no profissional. Foi a pessoa que acreditou em mim junto com o Marcio Araujo e o professor Ricardo Rosa. Essas são as três pessoas que me fizeram chagar ao profissional, mas o Mario foi a quem realmente me abriu as portas, foi quem deu a grande oportunidade da minha vida. A amizade, o carinho, o respeito e amor continuam por toda a vida.”

CdT: Ficou alguma mágoa por não ter sido convocado para Seleção de 94?

“Não ficou mágoa nenhuma. Em 94 eu era muito novo e dificilmente iria para a seleção, embora tenham me falado que eu estava na lista dos 50 jogadores. É um aprendizado. Todo ser humano tem o dia da vitória, o da derrota e o do aprendizado, acho que faz parte do crescimento e evolução em sua trajetória. Não fiquei chateado não.”

Por Thatiane Jordão