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Carille muda as peças, mas não muda o jogo

Treinador alvinegro já mexeu em praticamente todo o time titular. Mas, não altera o esquema tático da equipe

Com uma amarga sequência de sete jogos sem vitórias, sendo a última derrota ocorrida para o CSA na noite da última quarta-feira (31). O técnico Fábio Carille já tentou mudar as peças para fazer o time funcionar e não conseguiu.

Carille deu oportunidade para quase todos os jogadores do elenco (Foto: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians)

As alterações foram realizadas em quase todos os setores do campo, com exceção apenas ao gol, onde Cássio é titular incontestável, e só não joga quando está lesionado, suspenso ou defendendo a Seleção Brasileira. Vamos ver as tentativas do treinador:

Na defesa: Cássio, Fágner e Gil são incontestáveis. Mas, Manoel e Danilo Avelar que atuaram não só no último jogo contra o CSA, como na maioria da temporada, perderam seus lugares em alguns momentos.

Bruno Méndez foi uma alternativa para tentar melhorar a saída de bola (Foto: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians)

O zagueiro, Manoel saiu para a entrada de Bruno Méndez. A ideia do treinador era ganhar mais velocidade na dupla de zaga e melhorar o passe na saída de bola. O uruguaio ficou suspenso uma partida e perdeu novamente sua posição.

Na lateral esquerda, a entrada de Carlos Augusto era para proporcionar um lado esquerdo mais ofensivo, um ala que apóia e sempre vai ao ataque. Em contra partida, se perder na defesa. Danilo Avelar voltou ao time titular, após erros defensivos de Carlos.

No meio: Ralf voltou a ser titular, após o volante Gabriel ter quase se transferido para o futebol árabe. Porém, o negócio não foi fechado e o atleta perdeu sua posição.

Com Ralf no time titular, a bola aérea do Corinthians melhora e também mantém o time com mais força e roubadas de bola no meio. Já com Gabriel, a equipe tem uma melhora no passe, é o jogador que mais acerta passes no elenco, ganha em termos ofensivos.

Com Vital, o objetivo era deixar o time mais ofensivo (Foto: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians)

Na parte de armação, Urso ficou machucado durante cinco jogos, em seu lugar, Sornoza foi recuado para Vital ser o armador. Vamos as diferenças dos três.
Para segundo volante, Júnior Urso tem mais força e se impões mais na parte defensiva, porém quase não acrescenta na saída de bola. Com o uso dos dois meias, Sornoza e Matheus V. o time ganha mais qualidade nos passes e mais velocidade. Mas, perde em composição, marcação e força.

No ataque: Se Pedrinho é intocável por ser o melhor jogador do time. Clayson não, perdeu sua vaga para o jovem Janderson, que dá mais velocidade e é mais agudo que seu concorrente. Clayson volta a ser titular pois, compõe o meio melhor que o atleta da base e também possui melhor desempenho defensivo.

No comando do ataque, Love, Boselli e Gustavo são revezados, cada um oferece um aspecto diferente ao time. Vagner Love é o que mais se movimenta dos três, cai bem pelas beiradas e volta até a defesa para marcar, é um jogador que prefere receber a bola em movimento.

Boselli entrou, fez alguns gols, mas não se firmou como titular (Foto: Rodrigo Gazzanel/Ag. Corinthians)

Com o Gustavo no time, a pressão na saída de bola do adversário também acontece. Mas, a equipe perde movimentação e ganha estatura e jogadas aéreas, afinal o centroavante é alto e tem a cabeçada como principal qualidade.

Quando o argentino Boselli joga, é inevitável que o time ganhe mais técnica no ataque. Porém, perde muito em composição defensiva e ele também não se movimenta tanto como Love.

É aceito dizer, que a posição de centroavante no Corinthians é a menos culpada, Gustavo e Love marcaram 12 gols e Boselli, oito. Os atacantes já falaram das poucas chances que tem para marcar, a bola não chega.

Podemos ver que Fábio Carille mexeu em quase todas as peças. Mas, não mexeu no posicionamento de jogo, mesmo quando muda o jogador, o posicionamento é o mesmo e a função também, mesmo que este “novo” titular tenha outras características.

Por Vini Bonadie

COLUNA DO RAFA GIL: Questão Tática

O Corinthians vem adotando há bastante tempo o 4-2-3-1 como formação tática.  Um centroavante isolado na frente, abastecido por um central e dois pontas abertos, que auxiliam na marcação dos laterais adversários.

Foto: Renato Borges/RB Photografia

Esta formação tática não é nenhuma novidade. É adotada por grandes equipes ao redor do mundo e no próprio Corinthians se mostrou por diversas vezes vitoriosa.

Porém desde o início da temporada o Corinthians tem enfrentado diversas dificuldades na zona de criação do time. Seja na transição pela meia, seja no abastecimento de jogadas para a definição dos atacantes.

Não à toa, o professor Fábio Carille não consegue chegar a uma equipe ideal. Já mudou diversas vezes a escalação da equipe e os atletas não conseguem se firmar na posição. O time varia bastante de rendimento e não contenta o treinador. 

Talvez esteja na hora de mudar a formação tática do Corinthians. Não se pode esperar resultados diferentes se fazemos sempre as coisas da mesma forma. A marcação adversária conhece bem a formação e fica manjada a neutralização das jogadas.

Uma formação tática que poderia dar certo é o 4-4-2. A mesma do tetra de 1994 da seleção brasileira. Dois centroavantes abastecidos por dois meias, com dois volantes, um mais preso e outro mais a frente, com dois laterais que sobem como alas.

Escalação 4-2-3-1 e 4-4-2:

A adoção abriria um novo universo de jogadas para a equipe e poderia vencer por vez o estilo de jogo engessado que nem agrada ao treinador e muito menos a torcida.

Caso adotada poderia ser testada a dupla de ataque Love e Boselli, que já se mostraram inteligentes com excelente mobilidade. Pedrinho poderia ser o homem de criação pela direita e teríamos excelentes opções pela esquerda.

Sem os pontas presos, que atualmente mais servem como marcadores de laterais, teríamos uma melhor evolução pela ala, que conta com o melhor lateral direito do país Fagner, que defende e apoia muito bem. E definitivamente teríamos os volantes com maior liberdade de chegar ao ataque de forma sucessiva. 

Não existe a formação tática perfeita. A questão é que este esquema parece se encaixar melhor com as peças que dispomos no elenco. Não podemos nos tornar reféns de um só esquema tático. Mas mudar parece realmente a melhor solução. 

Saudações Alvinegras e Saravá São Jorge Fiel! Vai Corinthians!