- Por Kennedy Cardoso / Redação da Central do Timão
Éderson chegou ao Corinthians em 2020 como grande promessa após boa passagem pelo Cruzeiro. O volante teve um bom início com a camisa alvinegra, com três gols marcados nos primeiros cinco jogos, sendo peça fundamental no elenco vice-campeão paulista naquele ano. No entanto, o jogador perdeu espaço ao longo da temporada, principalmente após a saída do técnico Tiago Nunes, e deixou o clube em baixa em 2021.
Agora, quase três anos depois de deixar o Corinthians, Éderson concedeu entrevista à ESPN para lembrar da passagem pelo clube de coração da maior parte de sua família. O volante se mostrou chateado pela perda de espaço repentina na equipe e disse que, até hoje, não entende a falta de oportunidades com o técnico Vagner Mancini, substituto de Tiago Nunes no segundo semestre de 2020.
“Quando eu era pequeno, a maior parte minha família era corintiana. Eu cresci no meio de corintianos e não entendi muito o motivo de não estar jogando mais no Corinthians. Até porque eu cheguei e comecei bem“, iniciou Éderson.
“Teve um momento ali ruim, troca de técnico e tudo mais. Só que eu não entendia a minha questão, de me colocar para treinar separado e de não me dar oportunidade, de não chegar e conversar comigo qual seria o motivo que fosse.”
Éderson fez apenas nove jogos no Corinthians sob o comando de Vagner Mancini, sem gols marcados. Foram outros 14 com Tiago Nunes, com três gols, e dois com o interino Dyego Coelho, totalizando 25 partidas e três gols com a camisa alvinegra.
O volante garantiu que vinha fazendo bons treinos com Coelho e Mancini, mas não recebia oportunidades dos treinadores. Ele disse que, até agora, não entende o porquê de ter tido tão poucas chances após a saída de Tiago Nunes e acredita que sofreu com falta de respeito no Corinthians.
“Ao meu ver, eu estava treinando bem, estava fazendo a minha parte e tudo o que era pedido. Eu não sei qual foi o motivo. Não tinha uma conversa, porque eu sempre me perguntava o motivo, o que tinha acontecido. Queria saber o motivo porque se fosse pelo meu desempenho, eu poderia melhorar. Mas nunca foi. Eu achei que foi muita falta de respeito comigo“, declarou.
O último jogo de Éderson pelo Corinthians foi em 28 de janeiro de 2021, em partida válida pela reta final do Brasileirão de 2020, atrasado pela pandemia de Covid-19. Na temporada seguinte, o volante acertou por empréstimo com o Fortaleza e recuperou o bom futebol, sendo titular absoluto da equipe que terminou no G-4 do Brasileirão, alcançou vaga na Libertadores pela primeira vez na história do clube e foi semifinalista da Copa do Brasil.
No entanto, uma cláusula no contrato de empréstimo entre Corinthians e Fortaleza permitia que a diretoria alvinegra vendesse o jogador sem que o clube cearense recebesse alguma compensação financeira, como uma taxa de vitrine. Assim, o Timão aproveitou a boa fase de Éderson, na época considerado um dos melhores volantes do futebol brasileiro, e acertou a venda dele para a Salernitana, da Itália, por R$ 39 milhões.
“Eu fiz uma boa temporada pelo Fortaleza e eu até estaria disposto a voltar (para o Corinthians) se me falassem o motivo. Tudo porque eu respeitava muito o clube, como eu disse, minha família, a grande maioria é corintiana. Eu tinha essa vontade de ir bem no Corinthians, de fazer boas coisas. Fiquei chateado“, lamentou.
“E então eu optei por continuar no Fortaleza e logo depois chegou a proposta da Europa, que era bom também para o Corinthians, porque os meus direitos ainda eram do Corinthians. Ali todo mundo entendeu que seria bom para todas as partes.”
Na Europa, a ascensão de Éderson foi meteórica. O volante permaneceu na Salernitana por apenas seis meses e colaborou para a recuperação do clube, que escapou do rebaixamento no Campeonato Italiano 2021/22. Para 2022/23, o jogador despertou interesse de times maiores e acertou com a Atalanta em uma transferência de 15 milhões de euros (R$ 83 milhões na época).
Agora, Éderson segue em evidência no futebol europeu e vem despertando interesse dos principais clubes do Velho Continente. Neste ano, o volante recebeu, por exemplo, uma sondagem do Paris Saint-Germain, da França. No último mês, foi eleito o melhor jogador da Atalanta. Mesmo assim, agora em grande momento na Europa, o meio-campista garantiu que não guarda mágoas pela falta de oportunidades no Corinthians.
“Mágoa pelo Corinthians eu não sinto, porque eu respeito o clube e os jogadores que estão lá. Hoje nunca vou falar que eu desejo mal para o Corinthians“, concluiu.
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