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Balanço de 2019 do Corinthians indica dívida de R$ 48 milhões em direitos de imagem

Segundo documento apresentado em matéria do site Globoesporte.com na manhã desta segunda-feira (05), valor teve acréscimo de mais de 100% em relação ao ano anterior

Mesmo com o futebol paralisado devido ao coronavírus, o noticiário referente ao Corinthians não para. Entretanto, algumas das vezes não são informações sobre campo e bola, possíveis reforços, e ou entrevistas com jogadores e membros da comissão técnica. O que movimenta o “mundo do Timão” nos últimos dias são revelações de bastidores, quase todas relacionadas as finanças do clube.

Segundo o balanço, Fagner é um dos jogadores com valor a ser recebido (Foto: Daniel Augusto Jr./Ag/Corinthians)

Nesta terça-feira (05), não foi diferente. Uma matéria do jornalista Bruno Cassucci, publicada no site Globoesporte.com, revela que o Alvinegro fechou a temporada passada com uma dívida de R$ 48,4 milhões referente ao não pagamento de direitos de imagem para alguns jogadores. A informação consta no balanço financeiro corinthiano que o portal teve acesso.

A publicação aponta ainda que em 2018 o valor referente ao não pagamento destes direitos era de 21,6 milhões. Ou seja, em um ano a dívida teve acréscimo de mais de 100%. Cristian, que teve seu vínculo com o Corinthians encerrado em 2017, e Jadson, que deixou o clube no início deste ano, são alguns dos atletas com valores a serem recebidos.

Como funciona o pagamento de direitos de imagem

No futebol brasileiro é uma prática comum os clubes “dividirem” os salários dos jogadores. Parte no regime CLT, na carteira de trabalho, como um funcionário “comum”, e a outra fatia, geralmente a maior, em “direitos de imagem”. Ou seja, através de um empresa, que representa ou mesmo do próprio atleta, para que o pagamento seja efetuado para pessoa jurídica. Nesta modalidade, A comprovação do recebimento é feito através de notas fiscais.

Documento que consta valor de direitos de imagem devidos pelo Corinthians obtido e publicado no site Globoesporte.com nesta Segunda-feira (05)

No caso referente ao valor devido pelo Corinthians, a EBDX Consultoria Desportiva, onde um dos sócios é Eduardo Bou Daye, agente que intermediou a contratação do atacante Mauro Boselli, é quem tem o maior valor a ser recebido: R% 2,98 milhões.

No documento aparecem algumas empresas nos nomes do próprios jogadores, como são os casos do lateral Fagner e o meio-campista Ramiro. O primeiro tem R$ 1,8 milhão de direitos de imagem para ser recebido, enquanto o segundo R$ 1,75 milhão.

Férias e demais encargos

Ainda de acordo com a matéria do Globoesporte.com, no balanço financeiro do ano passado consta que o clube do Parque São Jorge apresente cerca de R$ 4 milhões de dívida no tocante a férias de funcionários,e R$ 6,5 milhões de estimativa de gastos com férias e demais encargos no ano/exercício do balanço, ou seja, 2019.

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Notícias do Corinthians

Por Marcelo Becker/Central do Timão

Ex-diretor do Flamengo mostra caminhos para o Corinthians equilibrar as contas

O especialista em marketing esportivo participou da reestruturação financeira do clube carioca

Foto: Bruno Teixeira/Ag. Corinthians

A cada ano que se encerra, a cada balanço e estudo divulgados, acontece uma evolução no valor da dívida do Corinthians e já chega a R$ 476 milhões, ocupando a sétima posição no ranking das dívidas dos clubes brasileiros. O fato se agrava, quando se lembra que ainda existem outros R$ 537 milhões referentes ao financiamento da Arena Corinthians junto à Caixa Econômica Federal. As rendas dos jogos têm sido destinadas a pagar essa pendência, assim o clube tem que buscar alternativas em patrocínios e venda de jogadores. A folha de pagamento gira em torno de R$ 10 milhões. A situação se torna mais delicada, ainda, quando o torcedor olha para o elenco e vê que praticamente não houve valorização dos jogadores nesta temporada.

João Henrique Areias, ex-diretor do Flamengo e especialista em marketing esportivo – Foto: Divulgação/ Instagram / Estadão

O Flamengo já esteve em situação parecida ou mais grave e conseguiu, com gerenciamento moderno e responsável, equilibrar suas contas. João Henrique Areias, ex-diretor do clube carioca e especialista em marketing esportivo, concedeu entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, Estadão, nesta segunda (23). João Henrique participou, em 2012, da gestão que ajudou a equilibrar as contas do rubro-negro.

Ao jornal, ele revelou o que foi feito no Flamengo e apontou caminhos para o Corinthians se inspirar. Ressaltando que as dívidas dos clubes, praticamente são com funcionários, com o governo e com os fornecedores, o especialista indica, inicialmente, a negociação visando o alongamento das dívidas. Lembrou, ainda, que os compromissos negociados serem cumpridos à risca, traz credibilidade ao clube e facilita a negociação dos demais débitos.

“- Na época, negociamos com o governo, alongamos a dívida e entramos em um desses parcelamentos que de tempos em tempos surgem. Com a dívida trabalhista fizemos um acordo junto com outros clubes do Rio. Conseguimos junto à Justiça fazer um pacote e mensalmente depositar uma porcentagem da receita em um fundo que ia pagando as dívidas. Recentemente zerou. Com os fornecedores negociamos as condições de pagamento”, disse.

João Henrique falou ainda da importância de buscar um modelo de gestão que se adeque à situação do clube. No caso do Flamengo, o Real Madrid, da Espanha, foi usado como modelo de gestão administrativa. Dirigentes foram eleitos, sem salários, e foi criado um conselho gestor, com um diretor executivo e três subdiretores: um econômico, que controla os recursos do clube, um de negócios, para captar recursos, e um investidor dos recursos, que faz a coordenação esportiva. E explica que criar essa gestão facilita, porque reforça decisões de médio e longo prazo, e afasta o imediatismo que pressiona o presidente do clube a trazer cada vez mais reforços e ser obrigado a conquistar títulos.

“- Não digo que o Corinthians deve buscar a mesma solução que o Flamengo. Hoje os três clubes mais valiosos do planeta são Real Madrid, Manchester United e Barcelona. Os dois espanhóis são associações como os clubes daqui. O Manchester é uma empresa cotada em bolsa. Os dois modelos são bons. Vai depender de quem vai gerir”, finalizou Areias.

Por Redação da Central do Timão