- Por Daniel Keppler / Redação da Central do Timão
Na última quarta-feira, 19, o lateral-esquerdo do Corinthians Diego Palacios foi operado pela segunda vez desde que chegou ao clube, no início de janeiro. A cirurgia ocorre quatro meses após o atleta passar pela primeira cirurgia, após lesionar o joelho durante sua partida de estreia pelo Timão, no dia 27 de janeiro, contra o São Bernardo, pelo Campeonato Paulista.
Durante esse período, em uma recuperação cheia de idas e vindas, Palacios não conseguiu ficar 100% fisicamente. Ele chegou a ser liberado pelo departamento médico e relacionado para o jogo diante do Atlético-GO, pelo Brasileirão, mas no último dia 11, voltou a sentir o joelho em um treino, em uma lesão já tratada como “crônica” no clube, que hoje estima o retorno do jogador apenas em 2025.
O prazo foi estipulado pela chefe do departamento médico do Corinthians, Dra. Ana Carolina Ramos e Côrte, em entrevista ao Meu Timão neste sábado, 22. Mas por que o Corinthians trata a recuperação de Palacios após sua segunda cirurgia com tal cautela? Que tipo de efeitos na vida de um jogador a lesão de Palacios – um problema crônico na cartilagem – pode acarretar?
A Dra. Flávia Magalhães, médica do esporte e que trabalha com futebol há mais de 20 anos, explica que a lesão de Palacios consiste em um desgaste da cartilagem da patela, que pode gerar fissuras e erosões, além de causar dores, edema local, sensação de fraqueza no joelho e dificuldade nos movimentos. “A principal causa é a sobrecarga mecânica, que é comum em atletas”, afirma.
O principal exame que ajuda a detectar esse tipo de lesão é a ressonância magnética, que não foi feita em Palacios na sua chegada. Segundo a Dra. Ana, o protocolo que inclui esse exame entre os realizados nos atletas não foi utilizado no clube do início deste ano até meados de fevereiro – período em que o DM foi chefiado pelo Dr. Fabio Novi Sad.
“Na época, o chefe do DM do clube utilizava o protocolo da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, que não prevê esse tipo de exame por uma exposição à radiação, sendo necessário apenas se tiver histórico ou se apresentar alguma alteração nos testes físicos”, explicou.
Por conta disso, em sua primeira cirurgia, Palacios teve parte do menisco do joelho retirado, o que agravou a lesão crônica, cuja detecção foi impossibilitada pela falta da ressonância. Dessa forma, sua recuperação foi prejudicada, pois o lateral relatava sentir dores nos exercícios de recuperação, até o momento em que foi inevitável a realização do segundo procedimento para corrigir totalmente a lesão.
Para o fisioterapeuta esportivo Fábio Patriota, é essencialmente importante a cura completa de uma lesão no joelho, pelo fato de ser uma área pouco vascularizada, gerando uma predisposição para que a situação se torne crônica e gere efeitos permanentes:
“Esses desequilíbrios musculares ou alterações biomecânicas precisam ser avaliados e monitorados, tanto para que o atleta retome suas atividades, quanto também no dia a dia, para que não haja reincidentes.”
O agravamento da lesão crônica faz com que o Corinthians não deseje saltar etapas na recuperação de Palacios. A expectativa do clube é, após um mês, fazer uma nova avaliação, incluindo a realização de uma nova ressonância, para confirmar a estimativa de recuperação que hoje o caso possui.
Enquanto isso, a Fiel torce pela plena recuperação do jogador, para que, o quanto antes, Palacios possa defender o escudo do Timão dentro dos gramados.
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