A Comissão de Ética e Disciplina do Corinthians emitiu um parecer sobre a investigação do contrato de patrocínio com a VaideBet e o requerimento de destituição de Augusto Melo da presidência do clube. Após ouvir a defesa dos dirigentes envolvidos, o comitê recomendou, na última quarta-feira, 23, a suspensão do processo até a conclusão do inquérito policial.
Seguindo o rito estatutário, o parecer será agora submetido à apreciação do plenário do conselho. Além do presidente, estão sendo investigados internamente Armando Mendonça, segundo vice-presidente; Rozallah Santoro, ex-diretor financeiro; Yun Ki Lee, ex-diretor jurídico; Fernando Perino, ex-integrante do departamento jurídico; Marcelo Mariano, diretor administrativo; e Rubens Gomes, ex-diretor de futebol.
A expectativa é de que, em aproximadamente trinta dias, Romeu Tuma Júnior agende uma reunião para que os conselheiros decidam, por meio de votação simples, se concordam ou não com o pedido de impeachment de Augusto Melo. Se aprovado por maioria no plenário do conselho, uma Assembleia Geral de Associados deverá ser convocada em até cinco dias, o que representaria o último passo do processo.
Em contato com a Central do Timão, o presidente do Conselho Deliberativo confirmou o recebimento do relatório dentro do prazo estabelecido e afirmou que irá analisar os autos para comunicar os próximos passos. Além disso, destacou que a prioridade no momento é apoiar o time na luta para evitar o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.
“Confirmo que a Comissão de Ética do Conselho Deliberativo apresentou no prazo estabelecido seu relatório a respeito do pedido de impeachment referente ao Presidente da Diretoria.
A partir de agora, esta presidência, vai analisar os autos e oportunamente informará os próximos passos, que não serão em qualquer hipótese desatados do que dispõe o Estatuto Social do Sport Club Corinthians Paulista, ou seja, não haverá solução fora do Estatuto.
Esclareço por oportuno, que a prioridade neste momento é foco total em colaborar com nosso time que luta para se salvar do rebaixamento no Campeonato Brasileiro de Futebol e para conquistar o título da Copa Conmebol Sul-Americana”, declarou Tuma.
O presidente e demais dirigentes envolvidos no caso foram denunciados pela Comissão de Justiça do Conselho Deliberativo em agosto, após uma investigação interna sobre o polêmico rompimento unilateral do contrato com a casa de apostas. Augusto Melo, cujo mandato se estende até 2026, apresentou sua defesa à Comissão de Ética no final de setembro.
No início de outubro, o delegado Tiago Fernandes Correia, da 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), responsável pela abertura e condução do inquérito, solicitou ampliação do prazo para concluir as averiguações. O desfecho do inquérito policial é considerado fundamental para a decisão dos órgãos internos do clube.
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Na noite desta segunda-feira, 14, o Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians voltou a se reunir para dar sequência ao encontro interrompido no último dia 7. Ao contrário dos últimos encontros entre os conselheiros, não houve maiores incidentes ou confrontos entre membros da gestão de Augusto Melo e a oposição.
Entre as pautas tratadas na reunião, foi debatida (e aprovada) a criação de um novo grupo de suporte à instituição Corinthians, denominado Comissão de Profissionais do Conselho. Sugerido pelo presidente do clube, essa comissão terá o objetivo de trabalhar junto às áreas jurídica e administrativa do Corinthians sempre que necessário.
Foto: Divulgação
Formado por sete nomes, o grupo foi composto por pessoas conhecidas da atual gestão e também de gestões anteriores no clube: Fernando Perino, Felipe Ezabella, Herói Vicente, Leonardo Pantaleão, Marcelo Mandel, Julio Mandel e José Luiz Camargo Junior.
Auditoria
Também houve um debate sobre uma das linhas de trabalho formalizadas na antiga parceria do Corinthians com a consultoria EY, voltada a investigar antigos membros das diretorias alvinegras. O tema foi levantado pelo ex-presidente Andrés Sanchez, e negado por Augusto Melo.
No entanto, o presidente do CD Romeu Tuma Júnior afirmou na reunião que tal investigação estava prevista, ao menos no contrato firmado entre as partes em janeiro deste ano. Diante desta afirmação, membros da oposição afirmaram que irão exigir acesso ao documento e, comprovando o fato, tomar providências que poderiam chegar até a um pedido de impeachment contra Augusto.
Importante lembrar que a parceria entre Corinthians e EY não existe mais, visto que foi encerrada há dois meses, logo após Fred Luz ser confirmado no clube como consultor indicado por sua empresa, a Alvarez & Marsal, que é concorrente da empresa em alguns campos de atuação profissional.
Alvarez & Marsal
Outra pauta da reunião, inclusive, foi o próprio consultor, assim como sua empresa. Diversos conselheiros fizeram questionamentos sobre os trabalhos sendo realizados durante esta parceria, externando preocupações sobre o papel prestado pela mesma na transição de clubes como Coritiba e Cruzeiro para Sociedades Anônimas do Futebol, as famosas SAFs.
No entanto, a diretoria se manifestou na reunião, no sentido de tranquilizar os conselheiros, afirmando não apenas que o clube não planeja se transformar em SAF, como também negando os rumores de que o Timão pretendia solicitar à Justiça uma ação cautelar, ou mesmo uma recuperação judicial, para se desafogar financeiramente.
Existe a preocupação, no Parque São Jorge, de que tais medidas seriam jurídica e financeiramente arriscadas, por não haver garantias de que a Justiça daria sua aprovação. Além disso, em caso de recusa, poderia gerar uma avalanche de cobranças ao clube, inviabilizando sua gestão de maneira grave.
Caso VaideBet
Por fim, também foi definido na reunião que o caso VaideBet, enfim, terá um desfecho na Comissão de Justiça. Uma reunião foi marcada para o próximo dia 23, uma quarta-feira, onde o grupo irá apresentar seu parecer sobre a questão, após ouvir as defesas de todos os dirigentes envolvidos.
Importante salientar que essa investigação está caminhando em paralelo com o pedido de impeachment de Augusto Melo, protocolado por diversos conselheiros do clube, eleitos e vitalícios, e que tem justamente no caso VaideBet algumas de suas fundamentações.
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Apenas metade da pauta prevista foi discutida, e os temas que não foram abordados serão retomados na próxima sessão do órgão. O ex-diretor de futebol Rubão foi o único a falar com a imprensa após a reunião, e não poupou críticas à atual gestão, da qual já fez parte. “Tudo o que eu falei está acontecendo. Esta administração é um escárnio”, afirmou.
Foto: Reprodução
Dentre as pautas abordadas, a Comissão de Mulheres apresentou uma prestação de contas dos trabalhos realizados. No entanto, de acordo com apuração da Central do Timão, a reunião concentrou-se principalmente no relatório apresentado pelas Comissões de Justiça e Marketing do Conselho Deliberativo, que apontou indícios de fraude na venda de ingressos reservados aos membros do clube social.
Desde o início da gestão de Augusto Melo, os associados do clube têm a possibilidade de adquirir até três ingressos por jogo na Neo Química Arena de forma antecipada, mesmo antes dos sócios-torcedores. A média de bilhetes disponibilizados nesse modelo é de aproximadamente 1.600 por partida, segundo o relatório apresentado ao conselho.
Um terço da carga de ingressos, no entanto, apresenta indícios de fraude, de acordo com o documento. Desses, 28% não deveriam ter sido adquiridos, pois quem os comprou não é sócio do clube e, portanto, não teria direito a esse benefício, o que indica possíveis irregularidades nos cadastros, segundo o portal Uol. Além disso, 4% pertencem a pessoas que, embora sejam sócias, estão inadimplentes e não poderiam comprar ingressos nesta fase de vendas até que regularizem suas pendências financeiras. Em suma, isso representa aproximadamente 500 ingressos por jogo vendidos de forma irregular.
A retomada da reunião está agendada para a próxima segunda-feira, 14 de outubro, às 19h (horário de Brasília), e ainda restam três assuntos a serem discutidos, incluindo a possibilidade de uma ação cautelar que a diretoria estava preparando para suspender cobranças ao clube na Justiça por 60 dias.
O tema gerou controvérsias entre os membros do Conselho de Orientação (Cori) e do Conselho Deliberativo, uma vez que existem preocupações sobre o elevado risco envolvido, o que poderia resultar em uma recuperação judicial para o clube. Segundo fontes ouvidas pela Central do Timão, a medida seria uma manobra para redirecionar o clube para uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), hipótese veementemente negada pela diretoria do Corinthians e pelo presidente Augusto Melo.
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Nesta segunda-feira, às 19h (horário de Brasília), o Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians realiza a primeira de uma série de reuniões extraordinárias que podem definir o futuro da gestão de Augusto Melo no Parque São Jorge.
Nos últimos meses, as comissões do Conselho concentraram seus esforços em investigar suspeitas surgidas a partir de apurações internas e informações divulgadas pela imprensa. Agora, cabe à diretoria apresentar esclarecimentos e justificativas sobre suas ações, em um processo que poderá culminar no impeachment do presidente, a depender dos desdobramentos dessas reuniões.
Foto: José Manoel Idalgo/Agência Corinthians.
O encontro desta segunda-feira dará início à discussão sobre diversas polêmicas recentes — veja a lista de pautas da reunião abaixo — que incluem contratos com prestadores de serviços e jogadores, conflitos de interesse envolvendo empresas de consultoria, questões relacionadas ao Fiel Torcedor e o descumprimento de obrigações estatutárias, como a falta de divulgação periódica dos balanços financeiros.
Além disso, serão analisadas a conduta de alguns dirigentes e a intenção da diretoria de solicitar uma medida cautelar na Justiça, que pode resultar em um processo de recuperação judicial do clube. A respeito deste tema, os caminhos apresentados não foram bem recebidos pelos membros do Conselho de Orientação (Cori) e do Conselho Deliberativo. Existe uma preocupação de que o risco seja elevado, o que poderia levar o clube a uma situação insolúvel caso qualquer parte do plano não seja executada como previsto.
Diante da seriedade dos assuntos a serem abordados, Romeu Tuma Júnior estabeleceu que todos os presentes deverão assinar um termo de confidencialidade e que o encontro será realizado de forma “fechada”, restrito apenas a pessoas listadas no plenário, a fim de preservar o sigilo das informações que serão apresentadas. O presidente do CD também solicitou um aumento no efetivo de seguranças no clube para esta noite.
Augusto Melo, o vice-presidente Armando Mendonça e alguns diretores de sua gestão estão atualmente envolvidos em um processo na Comissão de Ética e Disciplina do clube, que recebeu um encaminhamento da Comissão de Justiça para examinar a conduta dos dirigentes no caso Vai de Bet. A esse processo foi anexado um pedido de impeachment do presidente por um grupo de oposição. Nas próximas semanas, o Conselho Deliberativo deve receber o parecer do comitê disciplinar sobre o processo e o pedido de destituição do mandatário, que já apresentou sua defesa às acusações. A expectativa é que o CD vote o impeachment de Augusto em novembro, caso o rito siga a normalidade dos prazos.
Confira as pautas que serão abordadas na reunião do Conselho Deliberativonesta segunda-feira:
a) Leitura e aprovação da Ata da reunião anterior;
b) Prestação de Contas da Comissão de Mulheres do Conselho Deliberativo;
c) Prestação de Contas – Apresentação de Relatórios Diversos da Comissão de Justiça do Conselho Deliberativo, referentes a requerimentos de Conselheiros (A&M; Empresa de Segurança; Comunicação; E&Y);
d) Prestação de Contas – Apresentação de Relatório Conjunto das Comissões de Justiça e de Marketing do Conselho Deliberativo, referente ao Fiel Torcedor;
e) Análise e discussão sobre eventual iniciativa unilateral da Diretoria referente a Medida Cautelar Judicial (Lei 11.101/2005 que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária) – e suas possíveis consequências para o SCCP;
f) Análise, Discussão e Deliberação, sobre o descumprimento pela Diretoria de artigos do Estatuto conforme ofícios encaminhados pelo CORI e pelo Conselho Fiscal;
g) Várias.
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Em uma iniciativa inédita, o Corinthians anunciou a criação do Conselho Mirim, direcionado a crianças e adolescentes de 10 a 16 anos que sejam sócios do clube. A ação, alusiva ao Dia das Crianças, tem como objetivo integrar os jovens à vida institucional do Timão, promovendo sua participação ativa e incentivando as novas gerações a contribuírem com o futuro do clube.
O projeto foi idealizado pelo Conselho Deliberativo do Corinthians. Segundo Romeu Tuma Júnior, presidente do órgão, a ideia é incentivar a cultura associativa desde cedo e preparar as futuras gerações para responsabilidades maiores dentro do clube.
Foto: site oficial do Corinthians
“A gente pensou em criar esse tipo de ação para que crianças e jovens filhos de associados possam fazer parte da vida institucional do clube e entender qual tipo de atuação que temos. Além de dar a oportunidade de terem as responsabilidades de conselheiros por um dia, faremos com que os sócios sejam mais ativos e desde a infância criem a cultura associativa e entendam o papel institucional dos poderes sociais do clube”, explicou o presidente do Conselho.
A proposta não é apenas simbólica. O Conselho Mirim terá caráter educativo e prático, proporcionando aos jovens participantes a chance de vivenciar as responsabilidades dos conselheiros. Além disso, o projeto visa dar voz aos mais novos e incentivar que eles tragam ideias que possam contribuir para o futuro do clube.
“Assim já estaremos preparando nossos futuros sucessores com maior responsabilidade. Tenho certeza que teremos muitas inscrições e muitas boas ideias trazidas pelos nossos futuros dirigentes”, completou Tuma Jr.
As inscrições para o Conselho Mirim serão realizadas entre os dias 02 e 11 de outubro, por meio de um formulário disponível no site oficial do Corinthians. Clique AQUI para acessar. A iniciativa é aberta para crianças e adolescentes associados, mediante autorização de seus responsáveis. O evento de posse e participação ocorrerá no dia 13 de outubro, no Teatro do Parque São Jorge. As vagas são limitadas e a expectativa é de que a ação traga muitas ideias criativas e inovadoras para o clube.
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Por Larissa Beppler e Fabio Luigi / Redação da Central do Timão
Na última terça-feira, 17, Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, encaminhou um ofício ao presidente Augusto Melo solicitando esclarecimentos sobre a possível orientação para uma ação cautelar com pedido de liminar e a criação de um fundo imobiliário relacionado à Arena.
No documento, Tuma destaca suas três principais preocupações, questionando o descumprimento do estatuto do clube, além de apontar para uma possível falta de transparência na gestão. A informação foi divulgada pelo portal ge.globo e confirmada pela Central do Timão.
Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians
No primeiro apontamento, o presidente do Conselho afirma ter tomado conhecimento, junto a alguns conselheiros, de que a Alvarez & Marsal, empresa de consultoria que presta serviços ao Corinthians, por meio de seu principal representante Fred Luz, teria orientado Augusto Melo a ajuizar uma ação cautelar extrajudicial de recuperação judicial ou algo similar. No entanto, o clube negou ao portal que Fred Luz tenha sugerido tal ação.
A ação cautelar mencionada por Romeu Tuma Jr. consiste em uma medida para que a diretoria se proteja contra possíveis execuções de dívidas, bloqueios de contas e penhoras de bens do clube por um período de 60 dias. Essa ação poderia ser o início de um processo de recuperação judicial, uma estratégia utilizada por empresas para renegociar parte de suas dívidas, com o objetivo de evitar a falência do clube.
A possibilidade de recuperação judicial foi uma das opções sugeridas pela EY, que também prestou serviços de consultoria ao clube em 2024, e vem sendo debatida há meses no Corinthians, apesar da forte resistência interna. Contrário a essa proposta, Romeu Tuma Jr. menciona o exemplo do Coritiba, que igualmente contratou os serviços de consultoria da Alvarez & Marsal. Segundo ele, os resultados da recuperação judicial no clube paranaense não foram positivos para a instituição.
No documento, o presidente do Conselho afirma que adotar essa medida sem uma consulta prévia ao Conselho Deliberativo e ao Cori (Conselho de Orientação) seria algo “temerário”. Internamente, há uma preocupação de que essa ação poderia causar impactos negativos ao clube do Parque São Jorge.
Fontes ouvidas pela Central do Timão alegam que a estratégia que a diretoria alvinegra pretende adotar envolve muitos riscos e poderia levar à falência do clube ou abrir caminho para a transformação do Corinthians em SAF. Outros conselheiros também afirmam que, se a decisão não for aprovada pelos órgãos fiscalizadores do Timão, a gestão enfrentará problemas, além de criticarem a falta de transparência na condução do caso.
No ofício enviado a Augusto Melo, Romeu Tuma Júnior ainda fez ressalvas em relação ao plano de criação de um Fundo Imobiliário para a Neo Química Arena, projeto estruturado pela KPMG durante a gestão do ex-presidente Duilio Monteiro Alves e retomado recentemente. Ele argumenta que qualquer avanço nesse sentido também deve contar com a aprovação dos órgãos competentes.
Além disso, Tuma destacou que há uma insatisfação interna em relação à ausência de respostas a alguns questionamentos feitos por conselheiros e ao não cumprimento dos princípios de transparência, como a falta de prestação mensal de contas. A reportagem do ge.globo entrou em contato com Augusto Melo, que, por meio de uma nota, afirmou que “recebeu o ofício enviado pelo presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr, e responderá internamente, dentro dos prazos previstos pelo estatuto do clube”.
Confira abaixo, na íntegra, o ofício enviado por Romeu Tuma Jr. ao presidente Augusto Melo:
Senhor Presidente,
Tendo chegado ao meu conhecimento e a ao conhecimento de diversos Conselheiros do Sport Club Corinthians Paulista que a Empresa Alvares & Marsal, através de seu representante em nosso Clube, estaria orientando a Administração a contratar escritório de Advocacia no sentido de ajuizar ação cautelar extrajudicial de Recuperação Judicial ou algo semelhante, fato que já ocorrera no Coritiba Foot Ball Club com a mesma empresa, cujos resultados, segundo informações, não foram benéficos àquela agremiação desportiva, alerto Vossa Senhoria que de acordo com nosso Estatuto seria temerário faze-lo sem consulta prévia aos órgãos de Fiscalização tais quais o CORI e o Conselho Deliberativo, face as consequências que este tipo de ação pode acarretar ao Clube.
Também chegou ao nosso conhecimento por notícias da imprensa, que a atual gestão está preparando um Fundo Imobiliário para “venda” de parte da Arena, inclusive resgatando projeto da gestão anterior.
Sobre isso, esclareço que independentemente da origem do projeto, se novo ou antigo, o mesmo não poderá ser viabilizado sem autorização dos mesmos órgãos, ou seja, CORI e Conselho Deliberativo, visto que em nenhum momento o assunto foi apresentado tampouco deliberado pelo Conselho Deliberativo.
Por fim, informo a Vossa Senhoria que esta presidência recebeu ofício e diversas reclamações do Conselho Fiscal e do CORI sobre a falta de respostas da Diretoria para questionamentos realizados e sobre o não cumprimento de artigos do Estatuto e da Lei Geral do Esporte, especialmente sobre a falta de transparência na prestação mensal das contas, sobre a não observância dos artigos 120 parágrafo único, 121 e 122 parágrafo 2º, dentre outros.
A título de esclarecimento, os fatos elencados acima poderão ser analisados no contexto dos artigos 81 letras F e J; 97 letras D, F, I e U; 124; 125; 131 e 136, dentre outros, todos do Estatuto Social do Sport Club Corinthians Paulista.
Com relação a Lei Geral do Esporte (Lei 14.579/2023), importante observar o abaixo reproduzido:
Art. 59. São princípios da gestão na área esportiva, sem prejuízo de outros preceitos correlatos:
I – responsabilidade corporativa: caracterizada pelo dever de zelar pela viabilidade econômico-financeira da organização, especialmente por meio da adoção de procedimentos de planejamento de riscos e de padrões de conformidade;
II – transparência: consistente na disponibilização pública das informações referentes ao desempenho econômico-financeiro, gerenciais e pertinentes à preservação e ao desenvolvimento do patrimônio da organização;
III – prestação de contas: referente ao dever de o gestor prestar contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito de sua competência;
IV – equidade: caracterizada pelo tratamento justo e isonômico de todos os gestores e membros da organização, considerados seus direitos, seus deveres, suas necessidades, seus interesses e suas expectativas;
V – participação: consubstanciada na adoção de práticas democráticas de gestão direcionadas à adoção de meios que possibilitem a participação de todos os membros da organização;
VI – integridade esportiva: referente, no âmbito da gestão do esporte, à adoção de medidas que evitem qualquer interferência indevida que possa afetar a incerteza do resultado esportivo, a igualdade e a integridade dos competidores.
Art. 62. Nenhuma pessoa natural ou jurídica que, direta ou indiretamente, seja detentora de parcela do capital com direito a voto ou, de qualquer forma, participe da administração de qualquer organização esportiva que promova a prática esportiva profissional poderá ter participação simultânea no capital social ou na gestão de outra organização esportiva congênere disputante da mesma competição que envolva a prática esportiva profissional.
§ 1º É vedado que 2 (duas) ou mais organizações esportivas que promovam a prática esportiva profissional disputem a mesma competição ou a mesma série ou divisão de uma competição, quando for o caso, das diversas modalidades esportivas disputadas profissionalmente quando:
I – uma mesma pessoa natural ou jurídica, direta ou indiretamente, por meio de relação contratual, explore, controle ou administre direitos que integrem seus patrimônios; ou
II – uma mesma pessoa natural ou jurídica, direta ou indiretamente, seja detentora de parcela do capital com direito a voto ou, de qualquer forma, participe da administração de mais de uma sociedade ou associação que explore, controle ou administre direitos que integrem os seus patrimônios.
§ 2º A vedação de que trata este artigo aplica-se:
I – ao cônjuge e aos parentes até o segundo grau das pessoas naturais; e
II – às sociedades controladoras, às controladas e às coligadas das mencionadas pessoas jurídicas, bem como a fundo de investimento, a condomínio de investidores ou outra forma assemelhada que resulte na participação concomitante vedada neste artigo.
Art. 64. Para os fins do disposto nesta Lei, gestor esportivo é aquele que exerce, de fato ou de direito, poder de decisão na gestão da organização, inclusive seus administradores.
Parágrafo único. É dever do gestor esportivo agir com cautela e planejamento de risco, atentando-se especialmente aos deveres de:
I – diligência: caracterizada pela obrigação de gerir a organização com a competência e o cuidado que seriam usualmente empregados por todo homem digno e de boa-fé na condução dos próprios negócios;
II – lealdade: caracterizada pela proibição de o gestor utilizar em proveito próprio ou de terceiro informações referentes aos planos e aos interesses da organização, sobre os quais somente teve acesso em razão do cargo que ocupa;
III – informação: caracterizada pela necessária transparência dos negócios da organização, com a obrigação de o gestor, sempre de forma imediata, informar os interessados sobre qualquer situação que possa acarretar risco financeiro ou de gestão, bem como de informar sobre eventuais interesses que possua e que possam ensejar conflito de interesse com as atividades da organização.
Cabe esclarecer a Vossa Senhoria, prezado Presidente, que o presente tem o escopo de alertá-lo quanto aos riscos de se efetivar algo sem o amparo legal e regimental, lembrando sempre que os órgãos de Fiscalização estão à disposição para ajudá-lo a encontrar alternativas e caminhos seguros para o Corinthians, mas sempre observando as regras do Estatuto e da Legislação as quais estamos todos submetidos e, caso seja de sua vontade”.
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Na tarde desta segunda-feira, 26, o Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians recebeu um pedido formal de destituição de Augusto Melo, atual presidente do clube. O requerimento foi protocolado por um grupo de conselheiros que alegam irregularidades na gestão, incluindo a intermediação controversa do contrato de patrocínio com a VaideBet, que foi rescindido em junho. A informação foi divulgada em primeira mão pela Gazeta Esportiva e confirmada pela Central do Timão.
O documento, elaborado pelo “Movimento Reconstrução SCCP” e assinado por mais de 50 conselheiros, fundamenta-se principalmente no Artigo 106, incisos “b” e “d” do estatuto do clube, além da Lei 14.597/23, que corresponde à nova Lei Geral do Esporte, a qual trata dos crimes de lavagem ou ocultação de bens. As acusações incluem a possível omissão de Augusto Melo diante de suspeitas de irregularidades na intermediação do contrato com a casa de apostas, além de episódios que teriam prejudicado a imagem do clube, como a agressão a um torcedor do Cruzeiro no Mineirão.
Foto: José Manoel Idalgo/Agência Corinthians
Art. 106 – São motivos para requerer a destituição do Presidente e/ou dos Vices:
b) ter ele acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians.
d) ter ele infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária.
Em conformidade com o estatuto, o pedido de destituição deverá ser encaminhado à Comissão de Ética do clube até o final desta semana. O requerimento será anexado ao processo já em andamento, que investiga as ações do presidente e de outros seis envolvidos: Armando Mendonça (vice-presidente), Rozallah Santoro (ex-diretor financeiro), Yun Ki Lee (ex-diretor jurídico), Fernando Perino (ex-diretor adjunto jurídico), Marcelo Mariano (diretor administrativo) e Rubens Gomes (ex-diretor de futebol).
O comitê disciplinar conduzirá uma investigação minuciosa sobre as acusações e convocará Augusto Melo para prestar esclarecimentos. Conforme o rito regimental, o presidente terá um prazo de dez dias para apresentar sua defesa. Após esse período, a Comissão de Ética deverá emitir um parecer final ao Conselho.
Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, deverá então convocar uma reunião extraordinária do órgão para deliberar sobre o pedido de destituição, que será submetido a votação em escrutínio secreto pelos conselheiros. Caso obtenha votos suficientes a seu favor, Augusto Melo poderá ser absolvido, resultando no arquivamento do processo de impeachment.
Por outro lado, se a maioria dos conselheiros considerar que Augusto Melo violou as normas estatutárias do clube, poderá decidir por sua destituição do cargo de presidente. Nesse caso, a decisão final será submetida à Assembleia Geral, composta pelos associados do Corinthians com direito a voto, que deverão ser convocados para referendar a decisão do Conselho Deliberativo. Durante esse período, o presidente é afastado cautelarmente até a proclamação do resultado final pela AG.
O presidente do Conselho Deliberativo afirmou que o processo será conduzido com transparência e em conformidade com o estatuto do clube, enfatizando que a decisão de afastar o presidente será tomada pelos membros do Conselho após a avaliação das comissões competentes.
“Um caso desse não pode demorar, não deve durar nem dois meses. Eu não vou arquivar e julgar ninguém sozinho, vou cumprir o estatuto, votando no plenário. Seja qual for o parecer, vai votar. Vai ter que ser no voto. Busquei o caminho mais claro, mais transparente e regimentário“, explicou Tuma Jr. à Gazeta Esportiva.
Caso o impeachment do presidente seja confirmado, Augusto Melo deve ser imediatamente afastado e fica inelegível para cargos no clube por um período de dez anos. O primeiro vice-presidente Osmar Stabile assumiria interinamente o comando do clube, com a missão de convocar novas eleições em até 30 dias.
Essas eleições seriam realizadas de forma indireta, ou seja, apenas pelos votos dos conselheiros. Há preocupações entre alguns membros do clube de que isso poderia facilitar o retorno da chapa Renovação e Transparência, que dirigiu o Corinthians entre 2007 e 2023. O ex-presidente Mário Gobbi, inclusive, é um dos porta-vozes do grupo que protocolou o pedido de impeachment e é composto por membros das chapas 10 (Renovação e Transparência), 11 (Fiéis Mosqueteiros), 15 (Tradição Corinthiana) e 22 (Preto no Branco), todas de oposição à atual gestão, além de 33 conselheiros vitalícios.
“O Corinthians está no limite. Não suporta mais todo esse desmando, toda essa confusão e falta de gestão. É preciso organizá-lo o quanto antes, seja para o clube parar de sangrar, seja para que nosso time dê a resposta no campo e saia dessa situação no Campeonato Brasileiro que aflige a todos nós”, afirmou o conselheiro vitalício e ex-presidente do Timão.
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Por Larissa Beppler e Daniel Keppler / Redação da Central do Timão
Na tarde desta sexta-feira, 23, uma contratação na base do Corinthians gerou polêmica tanto no clube quanto nas redes sociais. O jovem Reginaldo Borim, de 17 anos, teve sua chegada ao Alvinegro noticiada por diversos veículos, como o 49º reforço do clube para a temporada. No entanto, um detalhe chamou a atenção: o atleta seria contratado para o Sub-18 como lateral-esquerdo, embora tenha atuado como goleiro até o ano passado.
Reginaldo, que estava no XV de Jaú e atuou apenas 33 minutos em 2024, se desvinculou da equipe do interior para assinar um vínculo profissional com o Corinthians por três temporadas. Contudo, os detalhes sobre seu processo de contratação, que vieram à tona após matéria do ge.globo, geraram reação negativa entre os corinthianos, e a pressão exercida sobre o diretor da base Claudinei Alves resultou na desistência do Timão em fechar com o jogador.
Foto: Reprodução/Instagram
Após a notícia do recuo corinthiano vir a público, o diretor justificou a medida, também ao ge.globo: “Acabaram comigo agora no grupo do Conselho. Infelizmente, não vou ficar sofrendo pressão no clube por causa de um atleta. Podemos estar acabando com a carreira de um garoto, tenho esse sentimento, mas estou mandando embora. Paciência.”
A Central do Timão entrou em contato com a assessoria da base do Corinthians para entender melhor o caso. A informação recebida foi de que houve uma “falha interna” no processo de contratação de Reginaldo, identificada por Claudinei. Devido a isso, a contratação do jogador sequer havia sido assinada pelo clube, e portanto não chegou a ser concretizada.
Mesmo com o recuo neste acordo, o Corinthians já trouxe 48 jovens para suas categorias de base em 2024, criando duas categorias intermediárias para alocar todos os atletas e mantê-los ativos, disputando jogos e torneios amistosos: Sub-16 e Sub-18. O número de negociações, atípico e acima da média, vem chamando a atenção de torcedores e também de conselheiros do clube no Parque São Jorge.
No último dia 12, durante reunião do Conselho Deliberativo para a apresentação de relatório da Comissão de Justiça sobre o caso VaideBet, uma intervenção na tribuna foi feita para abordar essa situação. Ela foi realizada diretamente ao presidente Augusto Melo, presente na reunião, pelo conselheiro Paulo Roberto Bastos Pedro, da Chapa 82, braço do Movimento Corinthians Grande no CD.
Na ocasião, Paulo Pedro questionou Augusto sobre a quantidade de jogadores contratados pela base do clube, além de cobranças sobre o desempenho esportivo e a qualidade dos dirigentes envolvidos nas diversas categorias mantidas pelo departamento. No entanto, o presidente corinthiano não respondeu às indagações, afirmando que se defenderia na Comissão de Ética, e o conselheiro foi orientado a entregar as perguntas por escrito.
Ainda de acordo com o conselheiro, isso foi feito, com cópias dos questionamentos sendo entregues ao presidente Augusto Melo e também ao presidente do Conselho, Romeu Tuma Júnior. A Central do Timão procurou Tuma, então, para compreender quais ações o órgão poderia tomar a partir do momento em que as perguntas foram recebidas.
Em resposta, o dirigente afirmou que o Conselho Deliberativo deve seguir o rito regimental para tratar dessa pauta, o que exige o protocolo de um requerimento. Outra possibilidade é encaminhar as perguntas e eventuais denúncias a uma comissão temática do órgão, como a Comissão de Esportes ou de Futebol. Segundo Tuma, isso ainda não foi realizado, o que inviabiliza o início de qualquer investigação.
Questionado a respeito, o conselheiro Paulo Pedro afirmou que protocolará o requerimento na secretaria do Conselho Deliberativo na próxima segunda-feira, 26, conforme a orientação de Tuma, para que o órgão possa apurar as questões levantadas a respeito da gestão da base corinthiana na atual temporada. A Central do Timão seguirá acompanhando o caso.
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Na noite desta segunda-feira, 12, o Conselho Deliberativo do Corinthians se reuniu no Parque São Jorge para ouvir o parecer da Comissão de Justiça do órgão sobre a investigação do contrato de patrocínio com a VaideBet. O relatório foi, então, encaminhado à Comissão de Ética e Disciplina do clube.
A Comissão de Justiça, composta por André Moreno, Fábio Antônio Palmieri, Heroi Vicente, Pedro Luis Soares e Willian Tapara de Oliveira, ouviu alguns dos dirigentes envolvidos no escândalo que levou à rescisão do patrocínio com a casa de apostas, e realizou a leitura dos depoimentos desses dirigentes para os conselheiros presentes.
Segundo apuração da Central do Timão, o vice-presidente Armando Mendonça não foi ouvido pela comissão. Por isso, durante a reunião, foi solicitado que fosse lido o depoimento concedido por ele à Polícia Civil, que instaurou um inquérito para investigar suposto crime de lavagem de dinheiro na intermediação do contrato.
Outros envolvidos na negociação do acordo com a VaideBet, como o ex-superintendente de marketing Sérgio Moura e o ex-diretor jurídico Yun Ki Lee, foram ouvidos pela Comissão de Justiça. No entanto, como Sérgio Moura não é mais funcionário do clube, ele não pode ser responsabilizado pelo Corinthians.
Os demais dirigentes e ex-diretores do clube, incluindo o presidente Augusto Melo, o vice Armando Mendonça, o diretor administrativo Marcelo Mariano e o ex-diretor de futebol Rubens Gomes, bem como os ex-diretores e adjuntos jurídico e financeiro, serão agora julgados pela Comissão de Ética, com direito a plena defesa. A tendência é que um parecer do órgão seja emitido somente após a conclusão do inquérito policial, ao qual nem a Comissão de Justiça nem a presidência do Conselho tiveram acesso até o momento.
A Central do Timão adiantou nesta segunda-feira que o encaminhamento para a Comissão de Ética e Disciplina poderia ser um desdobramento da reunião, caso o relatório apresentasse indícios de práticas delituosas. O presidente do Conselho, Romeu Tuma Júnior, acredita que a medida pode ajudar o Corinthians a obter acesso aos autos do inquérito policial, que atualmente está em segredo de justiça.
Augusto Melo esteve presente na reunião, que também contou com debates acalorados e intervenções dos opositores Andrés Sanchez e Alexandre Husni. No entanto, o presidente do clube optou por não se manifestar, alegando que se defenderá na Comissão de Ética. Além do mandatário, a cúpula da Gaviões da Fiel também esteve presente no Parque São Jorge para acompanhar de perto a reunião.
Apesar do encaminhamento da investigação para a Comissão de Ética, até o momento não há nenhum requerimento de impeachment do presidente protocolado no clube. A apresentação de tal documento é essencial para que o presidente do Conselho possa analisar o tema e decidir sobre a instauração do processo de destituição do mandatário. Nenhum dirigente será afastado do cargo durante a apuração do comitê disciplinar.
Além do resultado da investigação da Comissão de Justiça sobre o caso VaideBet, outro assunto abordado na reunião foi uma carta aberta assinada por associados do clube, que cobram do Conselho a punição de membros das gestões anteriores por possíveis atos prejudiciais ao Corinthians, bem como os resultados do relatório da EY sobre a situação financeira do clube. O presidente do Conselho solicitou que o assunto fosse encaminhado à Comissão de Ética ou diretamente a ele para conhecimento.
A Comissão de Mulheres, que também apresentaria os resultados de seu trabalho no clube aos conselheiros na reunião desta noite, solicitou o adiamento da pauta.
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O Conselho Deliberativo do Corinthians se reunirá na noite desta segunda-feira, 12, no Parque São Jorge, para que a Comissão de Justiça do órgão apresente seu parecer sobre a investigação do contrato de patrocínio com a VaideBet. Há especulações de que membros da oposição do clube possam solicitar o impeachment do presidente Augusto Melo após a reunião, dependendo do conteúdo apresentado.
De acordo com a apuração da Central do Timão, qualquer conselheiro do clube pode solicitar um impeachment sem a necessidade de um número específico de assinaturas. No entanto, até o momento, nenhum requerimento para a destituição de Augusto Melo foi protocolado na secretaria do Conselho Deliberativo, procedimento imprescindível para que o pedido seja analisado pelo órgão. Após o registro na secretaria, o presidente do Conselho tem cinco dias úteis para avaliar o pedido e decidir se o acata ou não.
Foto: site oficial do Corinthians
A Comissão de Justiça do Conselho, composta por André Moreno, Fábio Antônio Palmieri, Heroi Vicente, Pedro Luis Soares e Willian Tapara de Oliveira, já ouviu alguns dos envolvidos no escândalo que resultou na rescisão do patrocínio com a casa de apostas. O colegiado deve apresentar um relatório esta noite, para que Romeu Tuma Jr., presidente do órgão, tome as providências necessárias.
Se a Comissão de Justiça entender que não houve irregularidades por parte dos membros da diretoria, poderá sugerir o arquivamento do caso. No entanto, se forem encontrados indícios de que a diretoria prejudicou o clube, o documento poderá ser encaminhado à Comissão de Ética e Disciplina do Conselho, que será responsável por definir as possíveis punições.
Embora a Comissão de Ética seja responsável por julgar os processos internos do clube, não cabe a ela aplicar as sanções. Assim, qualquer decisão do comitê ainda está sujeita à deliberação do plenário do Conselho Deliberativo, composto por cerca de 300 conselheiros.
Durante a investigação interna, a Comissão de Justiça ouviu pessoas envolvidas no contrato de patrocínio. Entre os depoentes, esteve Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing do Corinthians, que se afastou do cargo após a abertura de uma investigação policial sobre o pagamento de comissão na intermediação do acordo de patrocínio entre o Corinthians e a VaideBet.
Sérgio Moura não pode sofrer sanções pelo clube, pois já não é mais funcionário do Corinthians. No entanto, os dirigentes e ex-diretores estatutários Yun Ki Lee e Fernando Perino (ex-diretor e adjunto jurídico), Rozallah Santoro (ex-diretor financeiro), Rubens Gomes (ex-diretor de futebol), Marcelo Mariano (diretor administrativo), o presidente Augusto Melo e o vice-presidente Armando Mendonça, podem ser responsabilizados, nos termos do estatuto, caso haja comprovação de conduta irregular.
Além da apuração pela Comissão de Justiça do Conselho do Corinthians, o caso também está sendo investigado pela Polícia Civil, que instaurou um inquérito para apurar a possível prática de lavagem de dinheiro na intermediação do contrato com a casa de apostas. A Delegacia de Crimes Financeiros do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) já realizou oitivas com dirigentes e o intermediário do acordo, mas a investigação ainda não foi concluída. A tendência é que uma decisão interna só ocorra após o desfecho do caso pela polícia.
O Corinthians, inclusive, aguarda a conclusão do inquérito para ajuizar uma ação judicial contra a ex-patrocinadora, buscando a multa rescisória de 10% do valor do contrato, aproximadamente R$ 30 milhões, referentes ao montante que o clube ainda teria a receber até novembro de 2026. A VaideBet recebeu a terceira intimação para depor à polícia, mas nenhum representante da casa de apostas compareceu. A empresa rescindiu o contrato com o clube no início de junho, invocando uma cláusula anticorrupção e alegando danos à sua imagem. No inquérito policial, o Corinthians é tratado como vítima.
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Na noite da última segunda-feira, 15, o Conselho de Orientação (Cori) do Corinthians se reuniu para deliberar sobre a proposta de criação do regimento interno administrativo do clube, apresentada pela Comissão de Justiça do Conselho Deliberativo (CD). O documento, que visa estabelecer diretrizes para a conduta dos dirigentes e aumentar o controle de conformidade no Timão, foi aprovado por unanimidade pelo órgão fiscalizador.
A votação estava marcada para o dia 13 de junho, mas foi adiada para que uma comissão interna do Cori pudesse verificar se o regimento não apresentava conflitos ou redundâncias em relação ao estatuto do Corinthians. Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, comemorou a aprovação da proposta nas redes sociais e parabenizou o Conselho de Orientação pelo cumprimento do estatuto.
Foto: Site oficial do Corinthians
“Parabenizo o CORI pela aprovação do Regimento Interno Administrativo do SCCP. Após um excelente trabalho que realizamos juntamente com a Comissão de Justiça do Conselho Deliberativo dando cumprimento ao estabelecido no Estatuto do Clube, o Corinthians enfim, tem um Código de Ética e Procedimento. Agora cabe à Diretoria divulgar e todos(as) começarem a cumprir. Servirá para aqueles que de alguma forma se relacionam com o Clube, inclusive parceiros e terceiros. Compromisso Cumprido“, publicou Tuma Jr.
Além do presidente do CD, outros nomes que contribuíram para a elaboração da proposta foram: André Moreno, Fábio Antônio Palmieri, Herói Vicente, Pedro Luis Soares e Willian Tapara de Oliveira, todos membros da Comissão de Justiça do Conselho. O documento indica que a criação de um regimento interno administrativo estava prevista no artigo 145 do estatuto do clube, porém nunca foi efetivada.
A Central do Timão teve acesso ao regimento interno, que possui 16 páginas e tem como objetivo definir os princípios éticos, as normas de conduta e a governança que devem guiar as atividades esportivas e administrativas do clube, bem como de todas as pessoas físicas e jurídicas que se relacionem com o Corinthians.
Uma ampla gama de assuntos é tratada no novo regimento, como por exemplo o cuidado com recursos financeiros, segurança, vedação ao favorecimento pessoal, uso de Internet e redes sociais, proteção ao patrimônio, cuidado com as informações, conflitos de interesses, proibição ao porte de armas, responsabilidade ambiental, apostas e manipulação de resultados, contratação de fornecedores, patrocinadores e parceiros, etc.
Entre outras coisas, o regimento interno determina que os dirigentes devem obedecer às leis, estatutos, regulamentos e normas do clube, agindo com transparência e honestidade. Eles devem colaborar com a mídia para garantir a integridade do clube, evitar conflitos de interesse em contratos, e assegurar a gestão financeira transparente. A contratação de fornecedores com vínculos próximos a dirigentes e colaboradores também é restrita, exceto com autorização do Cori.
De acordo com artigo 2° do regimento interno, são princípios éticos básicos do Corinthians: a dignidade, a integridade, a transparência, a esportividade, a igualdade, a sustentabilidade, a não discriminação, o respeito, o fair play e a moralidade. Qualquer ação ou omissão que caracterize afronta a um ou mais desses princípios poderá configurar infração ética, sujeita a sanção.
“Considerando a importância desses assuntos, a aprovação do texto proposto criará e fortalecerá políticas administrativas eficientes, gerando reais oportunidades de progresso ao Corinthians, sem nos descuidarmos das questões de transparência e ética tão caras a todos. Políticas que, infelizmente, foram negligenciadas ao longo do tempo, mas que agora têm tudo para voltar ainda melhores“, publicou o conselheiro Herói Vicente, um dos autores da proposta, sobre a aprovação do novo regimento interno.
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O Conselho Deliberativo do Corinthians se reunirá extraordinariamente no próximo dia 12 de agosto para debater o contrato de patrocínio do clube com a casa de apostas VaideBet, que foi rescindido pela mesma neste mês de junho, com o uso da cláusula anti-corrupção presente em contrato. A rescisão está sendo investigada desde maio pela Comissão de Justiça do órgão.
O presidente do CD, Romeu Tuma Júnior, acredita que o relatório a respeito dessa investigação deverá ter sido concluído antes da data da reunião extraordinária do Conselho. A Comissão de Justiça tem ouvido vários dos envolvidos na assinatura do contrato, bem como em todos os fatos envolvendo sua manutenção e a própria rescisão.
Foto: Divulgação/Corinthians
Vale lembrar que foi o pagamento da comissão deste contrato para a empresa Rede Social Media Design, que repassou os valores a uma empresa fantasma em um movimento que está sendo investigado pela Polícia Civil, foi o motivo para o rompimento do vínculo, que duraria três anos e foi encurtado para apenas seis meses, rendendo ao clube somente R$ 66 milhões – cerca de 17% dos R$ 370 milhões previstos.
A investigação da Polícia Civil segue em paralelo à da Comissão de Justiça do Corinthians. Durante as diligências e depoimentos já colhidos, os policiais conseguiram identificar uma rede de empresas laranjas atuando em conluio com a Neoway Soluções Integradas, que foi quem recebeu cerca de R$ 1 milhão, dos R$ 1,4 milhão pagos pelo Corinthians à Rede Social Media Design.
Seu dono, o empresário Alex Cassundé, se negou a falar com a Comissão de Justiça do clube, mas prestou depoimento à Polícia sobre o caso, afirmando ter sofrido um golpe da Neoway, que o repasse a esta empresa não tem relação com o dinheiro recebido do Corinthians na forma de comissão e dando sua versão sobre como se deu sua participação no negócio envolvendo o clube e a VaideBet.
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A Comissão de Justiça do Conselho Deliberativo do Corinthians (CD) deixou de ouvir, na última terça-feira, 11, o dono da Rede Social Media Design, a intermediária do acordo entre o clube e a ex-patrocinadora máster VaideBet, que repassou quase R$ 1 milhão a uma suposta empresa laranja e pôs o Timão em uma grande crise política e institucional, causando também o rompimento do patrocínio pela casa de apostas.
Alex Cassundé não compareceu à reunião, e sequer respondeu aos comunicados enviados pelo órgão. Acredita-se que eventuais explicações deverão ser dadas pelo empresário somente em seu depoimento para o delegado Tiago Fernando Correia, da 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), que espera ouvir Cassundé na próxima semana.
Foto: Divulgação/Corinthians
Outros depoimentos que seriam tomados pela comissão também não aconteceram. Na própria terça-feira, o ex-diretor jurídico do Corinthians, Yun Ki Lee, seria ouvido, mas não compareceu, enviando um comunicado aos conselheiros com explicações. Já na quinta-feira, 13, foi o ex-superintendente de marketing Sérgio Moura que não falou, pedindo um adiamento para seu advogado ter acesso aos autos do procedimento antes.
Romeu Tuma Júnior, presidente do CD, foi ouvido pelo UOL e afirmou que em seu comunicado aos conselheiros, o ex-diretor jurídico explicou que não compareceu por sigilo profissional. “Mas prestou alguns esclarecimentos: que havia intermediário desde o início e que a própria direção do departamento jurídico assumiu a responsabilidade pelo ‘back ground check’ [checagem de antecedentes] dos envolvidos”, disse.
O dirigente também confirmou as ausências de Cassundé e Moura. Após a Comissão de Justiça encerrar os trabalhos e apurações, será elaborado um relatório, cuja análise será feita pelo Conselho Deliberativo para que possíveis providências sejam tomadas a partir do que for descoberto.
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O Conselho Deliberativo do Corinthians reuniu-se na noite desta segunda-feira, 27, no Parque São Jorge, para homenagear o médico e associado Joaquim Grava, que dá nome ao centro de treinamento do clube. Na ordem do dia também constaram a apresentação de um relatório da Comissão de Justiça, a análise, discussão e votação sobre casos encaminhados pela Comissão de Ética do órgão, além de outros assuntos diversos.
O presidente Augusto Melo esteve presente na reunião e homenageou o médico Dr. Joaquim Paulo Grava de Souza pelos 45 anos de serviços prestados ao clube, afirmando que “o CT sempre vai ser Joaquim Grava“. O mandatário corre o risco de enfrentar um processo de impeachment devido à polêmica negociação do patrocínio máster do Corinthians com a VaideBet. No entanto, o pedido de impeachment não foi incluído na pauta do dia, e o órgão poderá convocar uma reunião extraordinária para tratar do assunto, se houver entendimento nesse sentido.
Augusto Melo (à esquerda), Roberson Medeiros, Romeu Tuma Jr. e Joaquim Grava. Foto: Reprodução/Internet.
A Comissão de Justiça do Conselho, composta por André Moreno, Fábio Antônio Palmieri, Herói Vicente, Pedro Luis Soares e Willian Tapara de Oliveira, que também está encarregada de averiguar o acordo com a VaideBet, apresentou ao órgão uma análise dos últimos contratos assinados pelo ex-presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, durante a transição de gestões no clube.
O relatório forneceu informações detalhadas sobre o acordo com a EZZE Seguradoras, patrocinadora da camisa alvinegra, com a Brax, empresa que gerencia as placas de publicidade da Neo Química Arena, com a ARFoods, fornecedora de alimentos e bebidas, e com a Indigo, empresa que administra o estacionamento do estádio. A Comissão de Justiça reportou que não foram encontradas irregularidades nos referidos contratos.
Por fim, foi votado um processo disciplinar encaminhado pela Comissão de Ética e Disciplina do Conselho, presidida por Roberson Medeiros, referente à reintegração de um sócio, cujo nome não foi divulgado, que havia sido suspenso do quadro associativo do clube em 2019. Ele teve seu recurso aceito e foi reintegrado.
Conselheiros do Corinthians antes da reunião ordinária desta segunda-feira. Foto: Reprodução/Internet.
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Na última quarta-feira, 8, o presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Romeu Tuma Júnior, concedeu uma entrevista exclusiva à Central do Timão, onde abordou diversos temas, incluindo a aprovação das contas de 2023 do Timão pelo Conselho Deliberativo, no último dia 30 de abril.
“Então, acabou sendo aprovado sem ressalva porque a maioria dos votos pela aprovação eram sem ressalva. Mas, assim, tecnicamente, pelos pareceres do Conselho Fiscal, pelos pareceres do Cori, que é o órgão de orientação e pelo parecer da auditoria (RSM Global), as contas eram para ser aprovadas. Então o que tinha, na verdade, no argumento (pela desaprovação), era político.”
Foto: Central do Timão
O dirigente continuou: “E eu acho que o Conselho se saiu bem no sentido que acompanhou os pareceres técnicos. Sempre que você tem um parecer técnico, você deve acompanhar, salvo em caso de ter alguma coisa no parecer técnico que foi contaminada por questão política ou por alguma má fé, o que não era o caso. Então, assim, eu acho que o Conselho deliberou atender os pareceres técnicos da orientação.”
Tuma criticou demora no envio dos pareceres. “A gente sempre reclamou disso. Eu até ia adiar (a votação), mas ia prejudicar o clube. Nós temos pela lei que tem que ter as contas aprovadas divulgadas até o último dia do mês de abril. Então, assim, não tinha como adiar. Já marcamos no fim do mês para dar tempo, mas demoraram quatro meses para mandar. Então, mandaram na véspera.”
Ele também falou sobre os pedidos de análise dos últimos contratos assinados na gestão Duílio, como o que renovou o vínculo com a administradora do estacionamento da Neo Química Arena, gerando protestos de Augusto Melo em entrevista ao Canal do Benja no YouTube nesta sexta-feira, 10: “Todo evento que levamos pra lá só temos direito a 12% do valor. Do estacionamento não levamos nada. É absurdo.”
Tuma respondeu: “Houve um requerimento nesse sentido, também logo no início da gestão, e eu determinei que a Comissão de Justiça fizesse todo o trabalho de análise dos contratos. A gente deve ter um relatório na próxima reunião do Conselho. Eles estão analisando de uma forma independente, tranquila, sempre gera celeuma, mas nem sempre o que gera celeuma é um fato irregular.”
O dirigente continuou: “Estão analisando com cautela, porque às vezes você acaba assinando um contrato no fim de mandato, mas estava sendo discutido há seis, oito meses. Então, a gente está analisando com bastante tranquilidade, para que a gente não aponte erros ou equívocos ou coisas indevidas em coisas que foram feitas com alguma razão. Um trabalho técnico, transparente e baseado na legalidade, sem política.”
Romeu Tuma Júnior é conselheiro vitalício do Corinthians e foi eleito no início deste ano para presidir o Conselho Deliberativo pelo próximo triênio (2024-2026). O delegado e ex-Secretário Nacional de Justiça já ocupou o cargo de vice-presidente de futebol do Timão na década de 1990 e concorreu à presidência do clube em 2018.
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Na última quarta-feira, 8, o presidente do Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians Romeu Tuma Junior concedeu uma entrevista exclusiva à Central do Timão e abordou diversos temas, incluindo algumas das pautas que estão sendo debatidas no âmbito da reforma estatutária do Timão – uma delas, o tempo de mandato do presidente.
“Eu acho realmente que é pouco, porque sempre se leva um bom tempo do primeiro ano para ajustar a equipe, alinhar o seu projeto. Você apresenta um plano de governo para o presidente, como é que vai fazer a gestão. Quando chegar no segundo ano, você começa a fazer as coisas andarem, você já está chegando em vez para ter eleição pelo terceiro e para tudo”, explicou Tuma.
Romeu Tuma Jr. em entrevista à Central do Timão Foto: Reprodução/Central do Timão.
O dirigente continuou o raciocínio: “Então, eu acho que quatro anos seria um bom tempo de mandato, sem reeleição. Eu acho que quatro anos seria um bom tempo de mandato para alguém tentar planejar, começar a construir alguma coisa que dê sentido para quem vem continuar. Porque, senão, as coisas ficam tudo pela metade, não gera alguma obra que a gente consiga continuar.”
O presidente do CD também falou sobre uma sugestão de mudança nos processo de transição de gestão no Corinthians. No final de 2023, houve internamente alguns desentendimentos e polêmicas no Corinthians, por conta de determinados contratos e acertos feitos pela gestão Duilio após já ter perdido a eleição para Augusto Melo.
“Temos uma previsão estatutária que depois da eleição, até a posse, cria-se uma comissão de transição, e ali essas coisas devem ser debatidas, até para a transparência maior. Às vezes, tem contrato que terminou e tem que fazer um novo, porque não pode parar a administração, as coisas têm que acontecer, não pode parar esperando a posse do novo presidente. O próprio orçamento”, explicou Tuma, completando:
“O que a gente está propondo agora é que essas coisas mais delicadas, mais relevantes, sejam obrigatoriamente passadas pelo Cori (Conselho de Orientação), que é um conselho menor, de administração. Porque tem que acreditar na boa fé das pessoas, claro. E também não pode tirar o poder do presidente do clube, porque é o mandatário. Mantém a liberdade do atual presidente, mas também dá uma certa segurança.”
O dirigente concluiu sua fala sobre o tema dizendo que a comissão de reforma estatutária irá “trazer os debates importantes sobre o Corinthians para dentro do clube”, e não se furtará de debater qualquer assunto, inclusive o direito de voto para o corinthiano membro do Fiel Torcedor.
“A gente não vai excluir nenhum tipo de proposta. O debate estava na mídia, não tem sentido, é o tempo de debater aqui dentro. É a nós que interessa, é o clube que interessa. Se os conselheiros aceitarem e acharem que é bom, vai. Se acharem que é ruim, não vai. O que não vai acontecer mais é o assunto ser debatido lá fora, não debatido. Então, é o conselho, é o clube e é a interna política.”
Romeu Tuma Júnior, conselheiro vitalício do Corinthians, foi eleito no início deste ano para presidir o Conselho Deliberativo pelo próximo triênio (2024-2026). O delegado e ex-Secretário Nacional de Justiça já ocupou o cargo de vice-presidente de futebol do Timão na década de 1990 e concorreu à presidência do clube em 2018.
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Por Vinícios Cotrim e Larissa Beppler| Redação da Central do Timão
Na última quarta-feira, 8, o presidente do Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians Romeu Tuma Junior concedeu uma entrevista exclusiva à Central do Timão e abordou diversos temas, incluindo a função das novas comissões dentro do conselho, que geraram intriga entre ele e o ex-diretor de futebol do clube, além de destacar o trabalho da Comissão de Mulheres.
“Talvez porque elas nunca funcionaram de forma ativa, mas as comissões estão previstas no próprio estatuto. É uma forma de aproximar o Conselho da diretoria, é uma forma de o Conselho, através das suas comissões estabelecidas pelo estatuto, fazer a fiscalização efetiva de cada diretoria, para que não precise toda hora debater qualquer tipo de assunto no Conselho”, iniciou Tuma Jr.
O presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr. Foto: Central do Timão.
“As comissões fazem o trabalho de frente, elas acompanham a execução orçamentária do clube, que a gente vota todo ano, e tem que ser executada pela diretoria mês a mês, então as comissões também se prestam a isso (…) Elas representam também os associados nesse trabalho de fiscalização.Elas recebem, além dos conselheiros, as demandas dos associados, então o órgão é legislativo”, detalhou.
O desentendimento em relação à criação das comissões teve início quando o ex-diretor de futebol do Corinthians acusou o presidente do CD de instaurar um governo paralelo por meio dessas comissões. Segundo Rubão, a diretoria liderada por Augusto Melo receava que seu trabalho fosse prejudicado.
“Nós temos comissões muito importantes, por exemplo a de Reforma do Estatuto, que cuida só disso e está recebendo as demandas dos conselheiros e associados. Nós vamos ter audiência pública, então as comissões, além da previsão estatutária e regimental, têm uma relevância muito grande no funcionamento tanto do conselho quanto do clube. Elas estão atuando e talvez isso tenha chamado a atenção”, ponderou o presidente sobre a polêmica.
“Elas não têm poder de gestão, a gestão é da diretoria, mas elas têm poder de fiscalização.Numa confusão, falaram que estávamos montando um governo paralelo, talvez porque os nomes das comissões estão mais ou menos correspondentes aos nomes das diretorias estabelecidas. Então, aqueles que não conhecem muito bem o estatuto ou que talvez tenham alguma dificuldade de prestar contas, acabaram criando essa narrativa, mas as comissões existem e vão funcionar porque elas fazem bem à democracia e à transparência”, continuou.
“No estatuto, temos seis comissões que são permanentes (de Justiça, de Finanças, etc). No dia da eleição para o conselho, nós propusemos a criação de mais cinco ou seis comissões que são temporárias, para durar um período específico, no caso, durante este mandato. Nós submetemos isso à aprovação do Conselho Deliberativo, que aprovou por unanimidade”, ressaltou o presidente do órgão.
Uma das comissões temporárias aprovadas pelo conselho é a que representa as mulheres no Corinthians. De acordo com Romeu Tuma Jr., essa comissão já obteve resultados positivos em relação ao seu propósito, que é melhorar o ambiente para as associadas dentro do Parque São Jorge.
“A mulher foi sempre esquecida no clube, nunca teve espaço. Nós tivemos várias polêmicas envolvendo mulheres nos anos passados e não tinha um encaminhamento. Nós temos uma grande maioria de mulheres associadas, que têm reivindicado muitas coisas e não são ouvidas, não tinham nem lugar para reclamar, então nós criamos a Comissão de Mulheres.”
“Na primeira reunião da Comissão de Mulheres, que ouviu as associadas, houve uma demanda de um espaço no clube para elas passarem o dia. Porque hoje há os espaços de esportes do clube, os espaços de alimentação, e as mulheres são obrigadas a frequentar esses espaços. Se ela quiser descansar um pouco, ficar com o filho menor, relaxar, se não for nos espaços masculinos, ela não tem um espaço exclusivo dela.”
“A comissão me mandou, nós apresentamos a reivindicação para o presidente e ele já se manifestou que vai criar o espaço da mulher no Corinthians, onde era antigamente o restaurante, no salão panorâmico. Esta é uma conquista da Comissão de Mulheres, que ouviu as demandas das associadas. Uma conquista do conselho junto com a diretoria”, concluiu.
Romeu Tuma Júnior, conselheiro vitalício do Corinthians, foi eleito no início deste ano para presidir o Conselho Deliberativo pelo próximo triênio (2024-2026). O delegado e ex-Secretário Nacional de Justiça já ocupou o cargo de vice-presidente de futebol do Timão na década de 1990 e concorreu à presidência do clube em 2018.
Confira a entrevista de Romeu Tuma Jr. na íntegra:
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Na noite desta segunda-feira, 29, o Conselho Deliberativo do Corinthians aprovou o balanço financeiro do clube referente ao exercício fiscal de 2023, último ano da gestão de Duilio Monteiro Alves como presidente.
O Conselho Fiscal já havia aprovado as contas em questão, embora com algumas ressalvas. O Conselho de Orientação (Cori) também recomendou a aprovação. Além dos órgãos internos do clube, o balanço financeiro apresentado pelo Corinthians foi aprovado, sem objeções, pela auditoria independente conduzida pela empresa RSM Global, que serviu como base para a votação realizada nesta segunda-feira pelo Conselho.
Foto: José Manoel Idalgo/Ag. Corinthians.
A aprovação das contas do clube representou a primeira grande votação dos novos conselheiros eleitos para o triênio 2024-2026. Segundo apuração da Central do Timão, um total de 110 votos foram a favor da aprovação, enquanto 82 votaram pela reprovação. Além disso, 23 conselheiros aprovaram o balanço com ressalvas, e houve duas abstenções.
A Chapa 55 (Paixão Corinthiana) e a Chapa 82 (Movimento Corinthians Grande), ambas eleitas no último pleito, recomendaram aos seus conselheiros a reprovação das contas de Duilio Monteiro Alves. Caso fossem reprovadas, o ex-presidente, que esteve à frente do clube nos últimos três anos, poderia sofrer sanções, tais como suspensão e até mesmo inelegibilidade.
De acordo com o balanço financeiro aprovado, o Corinthians registrou superávit pelo terceiro ano consecutivo em 2023, alcançando um faturamento recorde de R$ 1 bilhão, englobadas as receitas brutas do clube e da Neo Química Arena. No entanto, o endividamento totalizou aproximadamente R$ 1,96 bilhão, distribuídos entre R$ 1,26 bilhão relacionados ao futebol e ao clube social, e R$ 703 milhões referentes ao financiamento do estádio junto à Caixa Econômica Federal.
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Como acontece anualmente, o Conselho Deliberativo do Corinthians votará na noite desta segunda-feira, 29, pela aprovação ou não das contas referentes ao ano de 2023, último período da gestão de Duilio Monteiro Alves como mandatário do clube. O compromisso acontecerá no Parque São Jorge.
Membros do Conselho de Orientação (CORI) se reunirão antes da votação para analisar o balanço elaborado pelo clube para dar um parecer final. Outro órgão das administração do clube, o Conselho Fiscal, aprovou as contas de 2023 com maioria simples, mas colocou ressalvas.
Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians
Diferente do Conselho Fiscal, a empresa RSM Global, parceira do Corinthians responsável por realizar as auditorias dos balanços do clube, aprovou sem ressalvas as contas de 2023. Apesar disso, o posicionamento dos órgãos tem relevância para os conselheiros com poder de voto.
Caso as contas sejam reprovadas, o Conselho de Ética do Corinthians pode punir Duilio Monteiro Alves, responsável pelo clube nos últimos três anos. Ele pode tomar uma suspensão ou até se tornar inelegível para a próxima eleição, que acontecerá no fim de 2026, além de outras disputas pelo pleito.
De acordo com o balanço de 2023 do Corinthians, o clube fechou o ano com receitas de R$ 1,01 bilhão – um recorde histórico. Além disso, obteve resultado operacional consolidado positivo em R$ 259 milhões e endividamento na casa dos R$ 1,96 bilhão, sendo R$ 1,26 bilhão relativo ao futebol e clube social e R$ 703 milhões ao financiamento da Neo Química Arena.
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Uma série de eventos nas últimas semanas expôs publicamente uma crise nos bastidores do Corinthians. Entre outros motivos, as comissões temporárias e transitórias instituídas por Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo (CD), foram apontadas pelo diretor de futebol Rubens Gomes como uma tentativa de minar a gestão de Augusto Melo. Segundo Rubão, o conselheiro estaria tentando estabelecer um “governo paralelo” dentro do clube.
“Foi montado um governo paralelo que a gente não vai admitir. Não vamos admitir de forma alguma! Não chegamos lá por imposição, chegamos lá pelo voto do associado, não só voto de conselheiro. É bem diferente. Se você quiser fiscalizar, não tem problema nenhum, o que não pode é criar uma estrutura para pressionar o presidente. O conselheiro foi nomeado para legislar, não para executar“, afirmou Rubão em entrevista ao ge.globo.
Foto: José Manoel Idalgo/Agência Corinthians.
Eleito pelos conselheiros para presidir o Conselho Deliberativo pelo próximo triênio, Romeu Tuma Jr. propôs a criação de 14 comissões temáticas, tais como a de Mulheres, de Finanças, de Reforma do Estatuto, entre outras, com aproximadamente 70 conselheiros designados para integrá-las. Para conhecer todas as comissões, cliqueAQUI.
Segundo o presidente do Conselho, a constituição dessas comissões está prevista no próprio estatuto do Corinthians, conforme disposto nos artigos 83, 87 e 120, parágrafo único, além do artigo 19, parágrafos 1 e 2 do Regimento Interno do Conselho Deliberativo. Seu objetivo é aprimorar o diálogo e facilitar a troca de informações necessárias para o bom funcionamento das relações entre os órgãos estatutários, garantindo mais transparência entre o Conselho Deliberativo, a diretoria, os associados e os torcedores do Corinthians.
“As comissões representam uma forma mais prática de atender às demandas do clube, uma vez que o associado pode dirigir-se diretamente ao conselheiro eleito para representá-lo e tratar de um determinado assunto, o qual será encaminhado às diretorias, respeitando as prerrogativas e atribuições estatutárias de cada órgão“, disse Romeu Tuma Jr. à Central do Timão.
A reportagem teve acesso às últimas atas de reuniões do CD e constatou que a proposta de criação de cada uma das comissões temporárias e provisórias foi votada no órgão e aprovada por unanimidade pelos conselheiros do clube em reunião ordinária realizada no dia 1º de fevereiro deste ano.
Em meio à troca de acusações entre os dirigentes, Tuma Jr. também criticou o trabalho do diretor de futebol nos primeiros meses de mandato e aconselhou Augusto Melo a se distanciar de Rubão, o que se especulava que aconteceria após a derrota do Corinthians para o Red Bull Bragantino no último sábado, 20, quando o presidente, ao ser questionado sobre a possível saída do dirigente do cargo, indicou que haveria mudança no clube a partir de então.
Entretanto, seis dias após a declaração do mandatário, Rubão segue no posto estatutário. O dirigente esteve ausente das atividades da equipe na última semana devido a um diagnóstico de dengue, mas foi visto deixando o CT Dr. Joaquim Grava nesta sexta-feira, 26.
De acordo com fontes ouvidas no clube, Augusto Melo ainda não tomou uma decisão sobre a permanência do dirigente e deve aguardar até segunda-feira para realizar alterações no departamento de futebol, a fim de evitar uma intensificação da crise política antes da próxima reunião do Conselho Deliberativo, que votará o balanço financeiro do clube referente ao ano de 2023, o último do mandato de Duilio Monteiro Alves.
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