Era um dia ensolarado em meados de 2004, eu tinha apenas 7 anos e meu pai decidiu me levar em um jogo do Corinthians. Me lembro que de início não estava empolgado, eu não entendia como funcionava esse esporte que todos vibravam, gritavam, choravam e sorriam, mas lá estava eu, na praça Charles Müller com meu pai, os dois com a camisa dois do Corinthians, comprada no camelô e o tradicional churrasquinho de gato na mão.
Estávamos atrasados, ele estava ansioso, parecia que era ele quem estava indo pro estádio pela primeira vez. Entramos no Pacaembu, e aí aconteceu. Uma tremedeira sem tamanho, uma massa apaixonada gritando no mesmo ritmo, eu ainda não tinha visto como era, a minha primeira experiência foi sonora e isso me gerou arrepios indescritíveis, foi nesse momento que me apaixonei pelo Corinthians. Foi nesse momento que eu soube que aquilo era diferente, que apesar de ser criança e não ter uma percepção aguçada, eu tive a certeza de que aquilo era um marco em minha vida.
Quando subimos, a Gaviões da Fiel estava cantando o hino, o estádio lotado, e meu pai me levou pro meio e com apenas sete anos de idade eu estava lá, sendo tietado por amigos dele, incentivado a entrar no “porópópó” e gritando com a pouca voz que eu tinha. Foi incrível!
E foi a primeira e última vez que fui ao estádio com meu pai, houve uma separação entre ele e minha mãe e eu passei a acompanhar o time pela televisão, deitado da forma como ele deitava, vibrando como ele vibrava, de forma natural, o “corinthianismo” estava manifestado em minha vida.
Desde então acompanho o Corinthians, chorei quando nosso time caiu, sorri quando voltou para a série A e tive o dia mais feliz da minha vida quando ganhamos a Libertadores.
Sou corinthiano de alma, de corpo, de pensamento e de coração. É uma paixão tão linda e quase indescritível que apenas gênios como Dr. Osmar de Oliveira e Dr. Sócrates conseguiram contemplar em frases o que sinto e penso a respeito do que é ser Corinthians. Ser corinthiano não é para qualquer um, é uma dádiva escolhida a dedo por São Jorge guerreiro. Saravá!
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