- Por Daniel Keppler e Larissa Beppler / Redação da Central do Timão
Anunciado há seis dias como novo CEO do Corinthians e trabalhando normalmente no clube, Fred Luz ainda não assinou o contrato que oficializa sua posição na hierarquia política corinthiana. O impasse se dá principalmente por conta de determinados trechos do documento, elaborado pela Alvarez & Marsal e apresentado ao clube, e que no momento é analisado pelo compliance, a pedido do jurídico alvinegro.
A informação foi publicada por diversos veículos, como ESPN, Gazeta Esportiva e ge.com, além de confirmada pela Central do Timão. O principal ponto de discordância está relacionado ao vínculo proposto ao Corinthians. Em vez de o vínculo ser formalizado diretamente com Fred Luz, a proposta é que seja realizado com a Alvarez & Marsal, empresa da qual o executivo é sócio. Esta, por sua vez, indicaria Fred para o cargo de CEO.
Na opinião de membros tanto da situação quanto da oposição do clube, o vínculo com a empresa seria prejudicial ao Corinthians, pois impediria qualquer responsabilização individual de Fred em caso de possíveis ilícitos cometidos durante sua gestão. Essa questão, inclusive, foi tema de uma discussão entre o dirigente e Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, logo nos primeiros dias do CEO no Parque São Jorge.
Segundo fontes consultadas no clube, há um entendimento de que alguém com os poderes de um CEO no Corinthians precisa ser vinculado pelo seu CPF, de modo que possa ser responsabilizado por seus atos. Ao questionar Fred sobre o contrato proposto ao clube, o presidente do Conselho recebeu a resposta de que o documento não mudaria e qualquer pedido de alteração seria rejeitado pelo compliance da Alvarez & Marsal. Tuma, por sua vez, também assegurou que, da forma apresentada, o contrato não seria aceito pelo conselho alvinegro.
Outro ponto de discórdia no documento tem relação com os formatos possíveis de rescisão contratual. O texto propõe que a Alvarez & Marsal pode, em um período determinado, rescindir o vínculo com o Corinthians sem qualquer ônus. No entanto, caso o clube queira romper com a relação, teria que pagar uma multa à empresa.
A postura de Fred Luz também chamou atenção no Parque São Jorge. O profissional exigiu participar de todos os processos decisórios no clube, e cobrou a apresentação de contratos e outros documentos, por vezes antes mesmo que os próprios diretores tivessem sido plenamente informados sobre a redistribuição dos poderes no clube. Um incidente do tipo ocorreu no jurídico, por exemplo, envolvendo o diretor Leonardo Pantaleão.
Outro temor de membros do Corinthians é a respeito de possíveis conflitos de interesse que poderiam ocorrer caso o vínculo do clube seja com a Alvarez & Marsal, e não com Fred Luz. Isso pois, por exemplo, a empresa presta serviços à Liga Forte Futebol (LFU), recebendo remunerações sobre operações do grupo, que ganhou a adesão do Corinthians recentemente. O CEO corinthiano negou a hipótese.
Além disso, a Ernst & Young, parceira do Corinthians em projetos relacionados à análise de contratos e reestruturação financeira e administrativa do clube, e que recomendou a Augusto Melo a contratação de um CEO, não estava ciente da participação da Alvarez & Marsal, sua concorrente nos segmentos de consultoria e auditoria. A EY entende que Fred Luz deveria estar vinculado pessoalmente ao cargo, e não através de sua empresa.
A manutenção dessa situação, inclusive, tem gerado desconforto com a consultora, que entende que a presença da concorrente no clube, na posição proposta em contrato, poderia inviabilizar os trabalhos da EY no Corinthians, em parte ou mesmo no todo.
Enquanto Fred Luz garante que permanecerá vinculado à Alvarez & Marsal e o secretário-geral do Corinthians, Vinicius Cascone, segue negociando os termos da contratação em nome de Augusto Melo, o contrato segue em análise do compliance, que fará uma devolutiva com suas impressões e recomendações.
Uma reunião está marcada para esta quinta-feira, 11. Fred Luz deverá ser persuadido a concordar e assinar o vínculo em seu próprio nome, e não como prestador de serviço da Alvarez & Marsal. Caso contrário, restará a Augusto Melo decidir se aceita as condições impostas pelo CEO, correndo o risco de comprometer seu status junto ao Conselho Deliberativo, ou se desiste do profissional, apesar de tê-lo apresentado há quase uma semana.
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