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BLOG DO BRUNO CASSIANO: Corinthians – Mais que títulos, direitos na carteira de trabalho

Em 2019 o Corinthians se tornou referência em gestão e estrutura oferecida para o seu plantel, tanto para os treinamentos, quanto para as disputas das partidas oficiais. Isso faz diferença.

Para esta temporada o clube já anunciou muitas renovações, quase a equipe inteira ficou, diferente de seus rivais que perderam jogadoras importantes ou ainda estão montando um planejamento mais sólido do que na temporada passada.

Todas as jogadoras do Corinthians terão seus direitos trabalhistas garantidos pela CLT – Foto: Divulgação

Mas dentre todos os anúncios feitos pelo Corinthians visando este novo ano, o que mais deve animar e orgulhar seu torcedor é o da profissionalização de todas as alvinegras. A partir de agora todas passarão a receber parte de seus vencimentos na carteira de trabalho e terão direitos como qualquer outra trabalhadora. Os contratos delas terão também multa rescisória isso evitará com que o clube tenha perdas repentinas ou com facilidade como poderia ser anteriormente.

Para se ter noção do quanto isso é grande, dos 52 times das Séries A1 e A2 do Campeonato Brasileiro do ano passado apenas 8 tinham todas as suas atletas com carteira de trabalho assinadas, isso representava 15% do total. Pode parecer pouco, mas já é um ganho para a modalidade que cresceu muito em público e atenção em 2019.

Com isso, a tendência é que o Corinthians continue sendo referência no futebol feminino. O modo com a modalidade é gerida no clube é um exemplo a ser seguido e um motivo de orgulho para sua torcida.

Em mais uma frente o Timão será um dos caminhos mais desejados para quem sonha jogar futebol, consequentemente, seguirá brigando no alto e ganhando títulos.

Bruno Cassiano é escritor desde quando aprendeu a escrever e jornalista desde 2016. É Paulista, morador periférico, casado com a Narizinho e pai da Marina. Corinthiano, maloqueiro e sofredor desde 1994.

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BLOG DO BRUNO CASSIANO: “Itaquerão”, termo prejudicial e desrespeitoso

Em se tratando de futebol, o Corinthians é assunto certo diariamente em programas esportivos em âmbito nacional. Em se tratando de seu estádio, não poderia ser diferente.

Foto: Divulgação

A Arena Corinthians é assunto desde o anúncio de sua construção, passando pelas épocas de Copa do Mundo e de Olimpíadas que o estádio sediou, até os dias atuais. Sonho antigo da Fiel, a casa do Timão acumula elogios e polêmicas ao longo desse tempo e tudo é noticiado, mas às vezes o modo como a tratam ou nomeiam não é mais das respeitosas.

O estádio foi inaugurado em 2014, cinco anos atrás, e em todo esse tempo não é difícil ver alguns colegas jornalistas o chamando de Itaquerão, apelido dado por causa da região de Itaquera onde o campo corintiano está localizado. Não é difícil ver, também, os torcedores e torcedoras tentando a todo custo fazer com que quem fale do estádio o chame pelo nome correto.

Isso inicialmente é um desrespeito com o clube, uma vez que desde quando foi anunciado já foi explicitado que os Naming Rights seriam negociados, parte da imprensa ignorou isso e tratou logo de batizar o estádio. E é desrespeitoso com o torcedor também, uma vez que “Itaquerão” não o agrada muito e os pedidos de mudança desse apelido são ignorados por aqueles que o falam ou escrevem. Acaba soando como algo pejorativo ou algum tipo de provocação.

Vista da Arena Corinthians, em Itaquera, a partir do leste (Foto: Odebrecht)

Do ponto de vista do marketing isso prejudica a venda do nome, uma vez que as empresas pensaram duas vezes antes de manifestar interesse no nome de um local que já foi batizado informalmente por parte da imprensa. Isso não contando com a má vontade de emissoras de rádio e TV em pronunciarem o nome de marcas que não pagam por publicidade em sua programação. A prática que é usada em estádios e ginásios de diferentes esportes mundo afora, parece ainda engatinhar aqui em solo brasileiro por culpa de quem cobre.

As razões para alcunhar o estádio podem ser muitas, desde a orientação editorial de cada veículo até a prática de atingir um maior engajamento utilizando um viés desrespeitoso já na manchete, às vezes até utilizando o sensacionalismo dentro do próprio texto. É visível o aumento no número de cliques quando o assunto é o Corinthians e o seu estádio.

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- Planejamento e tempo  
- eSports - a volta acertada do Corinthians
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Resta saber quanto tempo mais os profissionais da mídia terão o entendimento de como isso é desrespeitoso com o Corinthians, que sempre os recebe bem, e com seu torcedor, que consome seu conteúdo. Resta saber também quando os jornalistas terão o entendimento de que seu papel é ser isento e informar, e não o de caçar cliques.

Até lá o torcedor segue esperando ser ouvido.

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BLOG DO BRUNO CASSIANO: Planejamento e tempo

Planejamento e tempo. Duas palavras que, às vezes, não passam de apenas palavras no mundo do futebol, principalmente no Brasil. Planejamento e tempo, duas coisas necessárias para o sucesso no esporte e na vida. Duas coisas necessárias a Tiago Nunes, novo treinador do Corinthians.

Créditos: AFP

Nos últimos anos o tempo foi entendido no Timão, isso passou confiança aos técnicos que conseguiram ter calma para desenvolver suas ideias. Deu mais certo do que errado, e quando acontecia um erro, era por causa da outra parte que faltava; o planejamento. Pouco adianta não embarcar no discurso imediatista que a todo instante coloca o técnico como culpado dos problemas, se não conseguir solucionar os reais problemas ou evitar que aconteçam.

O planejamento passa pelo modo como orçamento é gasto e o quanto dele é possível liberar para que o técnico, em seu tempo, consiga ter um time competitivo. O Corinthians dos últimos cinco anos mais perdeu jogadores de qualidade do que contratou. É um dos times que mais gasta com jogadores emprestados em sua folha salarial e comissão para agentes e empresários. Isso impacta no orçamento, que impacta no planejamento e consequentemente esbarra no tempo.

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eSports - a volta acertada do Corinthians 
Ele já sabia! 

Tiago tem ideias claras, de um jogo ofensivo e com intensividade. O último Corinthians que jogou assim foi o de 2015 ainda na era Tite, de 2008 para cá a maioria dos técnicos era contratado dentro do perfil e do modelo de jogo reativo. Passaram-se onze anos desde que Mano Menezes implantou esse modelo no Corinthians e isso foi se aperfeiçoando ao longo dos anos, não foi do dia para a noite e também não foi por acaso. Isso demanda planejamento e tempo. Palavras-chave desse texto.

Com a chegada do novo treinador, todo o modelo reativo passará por uma mutação e aos poucos vai se tornar o ofensivo, da troca de passes, da posse de bola, dos posicionamentos em campo… Vale a tentativa, mas é preciso ter calma. O sucesso não virá da noite para o dia, Tiago Nunes não é mágico. É preciso crer na mudança, de alguma forma ela torna o jogo mais bonito, mas ter cautela nos erros ou quando ela vai aparecer realmente.

O Corinthians começou acertando no planejamento para o ano que vem com a contratação do treinador, acertará ainda mais se deixá-lo apenas nos bastidores até janeiro, daí é acertar em algo que cometeu muitos erros nos últimos anos: o perfil de jogadores contratados. O clube não pode pensar em contratar para compor elenco, precisaria de um elenco para isso. Precisa ser certeiro no mercado e com o que tem, montar um time no qual Tiago consiga começar a implantar suas ideias.

Nunes é o maior da história do Athletico Paranaense, é top 5 melhores do Brasil atualmente e tem tudo para aproveitar o ápice de sua carreira até aqui, que é comandar um time como o Corinthians.

Deem tempo ao homem e planejem. O resto ele há de conseguir.

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Bruno Cassiano: Este é um texto sobre o amor

Um dia antes do embarque do Corinthians para o Equador foi divulgado que os torcedores estavam organizando uma ida ao aeroporto. A delegação iria viajar para enfrentar o Independiente Del Valle no jogo de volta da semifinal da Copa Sul-Americana, após perder a primeira partida por 2×0 na Arena Corinthians.

Antes daquele embarque e depois da derrota ante aos equatorianos em solo alvinegro,  o Timão enfrentou o Bahia e venceu. Quase 30 mil pessoas viram esse jogo na Arena Corinthians, sabendo que a vitória era boa, mas pensando se era o suficiente para reverter aqueles 2×0 sofridos naquele mesmo lugar na quarta anterior.

(Foto: Yago Rudá/Lance!)

Voltando ao embarque. Os corinthianos e corinthianas foram. Assim como divulgado, estavam lá na hora marcada com suas camisas, faixas, bandeiras, sinalizadores, palmas, vozes e, principalmente, com seu amor. O cerco da polícia (exagerado e desnecessário), não impediu que a mensagem fosse entregue e entendida, os jogadores agradeceram aquele apoio em um momento difícil.

O jogo chegou e já passou, não deu, sabemos. Mas ali naquele estádio, numa capital de outro país, em um dia de semana e num cantinho rodeado de gente falando outra língua, um grupo em preto e branco calava todo o resto e um pouco mais. Foram 90 minutos incansáveis de muitos gritos de apoio, fé e…amor. Afinal de contas, só amando para sair de casa e ir para outro país independente do dia, para ver o Corinthians jogar e o empurrar.

Após o jogo, com muita vaia rival, a Fiel cantou a plenos pulmões, um daqueles gritos que arrepia até a alma quando entoados dessa forma. Enquanto o Del Valle comemorava a classificação, merecida, os jogadores cabisbaixos do Corinthians se voltavam para o lado onde os alvinegros estavam localizados para agradecer e ouviram “Eu nunca vou te abandonar,  porque eu te amo. Eu sou Corinthians!”. Qual elo é o mais forte se não o do amor?

O jogo seguinte foi Corinthians x Vasco na Arena Corinthians. Domingo de manhã, um sol escaldante, ingresso no mesmo preço de sempre, equipe no G6, mas distante dos líderes e após uma eliminação para um time teoricamente mais fraco. Ingredientes de desânimo, mas a Fiel não segue receita, roteiro e nem a lógica. Nunca foi razão, nem quando protesta, sempre foi emoção, uma em especial… O Amor. Prova disso é o número de torcedores dentro do estádio que beirou os 40 mil.

Foi só mais uma, dentre tantas outras provas. Quando se trata de Corinthians, no fim tudo se resume a uma única palavra: Amor.

Até mesmo esse texto.

Por Bruno Cassiano para a Redação da Central do Timão

Twitter/@BrunoCassiano_