- Por Daniel Keppler / Redação da Central do Timão
Em 2009, um jovem jogador despontava no Corinthians após vencer a Copa São Paulo. Lateral-esquerdo, Bruno Bertucci foi um dos destaques da equipe e acabou promovido ao profissional por Mano Menezes. Mas sua carreira acabou tomando rumos diferentes, culminando em uma aposentadoria precoce em 2019, após uma suspensão por doping. Ele contou sua história ao repórter André Martins, do UOL.
O ex-lateral, hoje com 33 anos, vive uma realidade bem diferente da época de jogador. Casado e prestes a ser pai, divide sua rotina entre três empregos para garantir o sustento da família: um trabalho CLT em uma importadora de semijoias, uma sociedade em uma escolinha de futebol em São Bernardo e uma empresa que oferece aulas de futebol em condomínios na Grande São Paulo.
Apesar das dificuldades, Bruno ainda atua como jogador na várzea, onde se destaca e conquista títulos. Mas a estabilidade oferecida pelo CLT o mantém longe do sonho de voltar a atuar profissionalmente no futebol. Afinal, sua carreira nos gramados foi de altos e baixos, com muitos anos passados fora do Brasil.
Nos seus dias de Corinthians, Bruno Bertucci nunca teve uma sequência para mostrar seu futebol: foram apenas quatro jogos disputados, além de três empréstimos. Do Timão, rumou para a Europa, onde teve boas passagens pelo Grasshopper, da Suíça, e principalmente pelo Neftçi Baku, do Azerbaijão, onde ficou por quatro temporadas. Só voltou para o Brasil em 2015, defendendo Portuguesa e, depois, o Atibaia.
Foi lá, em 2017, que Bruno foi pego no doping, ao tomar uma injeção de Diprospan para auxiliar em um tratamento de lesão. Os dois anos de punição encerraram sua carreira no futebol, forçando-o a repensar sua vida. Encontrou na família, principalmente na esposa Mayara, o apoio para se reinventar.
“Eu sofri bastante com o final da carreira. Até voltar, as portas meio que se fecharam, e infelizmente a carreira acabou. Esse recomeço foi muito difícil porque a gente acaba ficando sem rumo, principalmente da forma como foi. O jogador de futebol, no final de sua carreira profissional, ele normalmente já vai se preparando para um pós-carreira. No meu caso, fui pego de surpresa e de imediato. Eu não tinha nada programado.”
Passados alguns anos, Bruno encontra na várzea a válvula de escape para seguir praticando o esporte que ama. Além disso, se prepara para o nascimento da filha, Maria Clara. No final de tudo, ele afirma ser realizado por formar uma família e poder realizar o sonho de ser pai. “À medida que vai chegando o momento próximo do nascimento, o frio da barriga aumenta, mas é o maior sonho, não vejo a hora da chegada dela”, diz.
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