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BLOG DO GUSTAVO: O primeiro título, a primeira camisa listrada

Em homenagem aos 109 anos do clube, decidi falar sobre uma parte importante do Corinthians nos primeiros anos de vida, que faz parte da identidade do clube até os dias de hoje. Lhes conto sobre o “Golpe da APEA”.

Em 1914, o recém criado clube de operários não era visto com bons olhos por ninguém. O então esporte bretão era visto como algo exclusivo da burguesia. E o Timão, que no seu segundo ano de participação, conquistou, de forma invicta, o Paulistão de 1914, fez com que os clubes dissessem um basta. Já tentavam boicotar o Corinthians desde 1913, quando três clubes se desvincularam da LPF (Liga Paulista de Futebol) e criaram sua própria liga: Associação Paulista de Sports Athleticos (APEA). A intenção era desmembrar a LPF pouco a pouco, o que foi dando certo. Sua segunda edição contou com seis clubes diferentes. O Corinthians que havia sido campeão em 1914 da LPF com 100% de aproveitamento causou tanto incômodo à elite, que os clubes ricos decidiram por um fim naquilo.

Foi esquematizado pelos mesmos, então, um plano sem que ficasse escancarado seu preconceito perante as origens operárias do Timão. Eis o que aconteceu: o Corinthians e todos os outros clubes visavam muito o título da nova Liga Paulista, pois era lá que estavam os melhores jogadores devido ao investimento financeiro. Sabendo disso, a APEA convidou o Corinthians a jogar em seu campeonato. Inocentemente, o Corinthians aceitou o convide, saiu da LPF e foi de encontro a sua nova federação. Porém, foi barrado ao chegar. Quando o Timão tentou voltar para a LPF, também foi barrado pela instituição, ficando assim, sem disputar nenhum jogo oficial durante o ano de 1915. A única coisa que restou ao clube foi promover partidas amistosas durante todo o ano.

Foto: Reprodução

Foi então que, em 14 de fevereiro de 1915, contra a equipe da Associação Atlética Caçapavense, em Caçapava/SP, o Corinthians entrou em campo com o uniforme Alvinegro pela primeira vez na história (Resultado 2 x 1 para o time da capital). O uniforme negro com listras brancas era um grito contra o preconceito das elites perante o povo.

A ideia de jogar com camisa preta com listras brancas ficou por muito tempo, exclusivo somente daquele ano. O Timão voltaria a usar novamente a camisa listrada somente na década de 40.

BLOG DO GUSTAVO: Quero ser campeão Mundial no Feminino também

Batemos o recorde brasileiro de um clube com mais vitórias consecutivas (entre o masculino e feminino) na história. Vamos agora, atrás do recorde Mundial. Estamos a uma vitória desse feito.

Você quer mais? Pois saiba que no jogo contra o São José pelas quartas do Brasileirão, Milene guardou o dela e igualou a marca de maior artilheira da história, que pertence a Gabi Nunes, também jogadora do Corinthians. O Timão vai ter a oportunidade de entrar também para o Guiness Book, livro de recordes mundiais.

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Outro dia, estava eu comentando com um corinthiano no Twitter e disse da necessidade de ter um Mundial de Clubes Feminino, pois nossa temporada em 2017 terminou com o título Continental da Libertadores da América, sobre o Colo-Colo. Também comentei que teríamos completa competência para vencer qualquer clube do mundo. Fui rebatido amigavelmente sobre as condições e estrutura dos times estrangeiros. Será que o futebol estrangeiro mesmo no departamento feminino está tão assim à nossa frente? Eu ainda sigo discordando.

Este ano, o Lyon sagrou-se campeão da Champions League por 4×1, em cima do Barcelona, na Hungria. Lá fora, é o grande clube a ser batido. É hexacampeão da Liga dos Campeões Feminina. Somos um departamento recente, é verdade, mas olha nossas folgas aqui. Goleadas atrás de goleadas. Mesmo que não consigamos bater o recorde mundial, já está mais que provado que são poucos clubes que assustam o Corinthians aqui no Brasil. Em pouco tempo de existência, chegamos a duas finais de campeonato Brasileiro seguidas, no mesmo ano também chegamos à final do Paulistão. Fora os títulos da Copa do Brasil, da Libertadores, do Brasileirão, um de cada.

Foto divulgação

Em 2015, foi realizado pelo IWCC (International Women’s Club Championship) o último torneio intercontinental interclubes feminino. Esse campeonato era organizado pela Associação de Futebol Japonesa (Japan Football Association) e teve apenas três edições, tendo um campeão brasileiro: nosso próximo adversário no Brasileirão e o melhor colocado no Raking da CBF, o São José. Após longas tentativas de ter o aval da FIFA, o torneio em 2015 foi dado como cancelado e não houve outras edições.


Após a Copa do Mundo Feminina na França este ano, o presidente da FIFA afirmou que há interesse da entidade na criação de um Mundial de Clubes o mais rápido possível.

“Gostaria de propor o Mundial de Clubes Feminino começando o quanto antes. Uma Copa do Mundo de Clubes para desenvolver (o esporte) em todo o mundo. Pode ser jogada todo ano, expondo clubes do mundo todo, para elas realmente brilharem num palco mundial de clubes”, disse Gianni Infantino.

Também foi proposto pelo mesmo a ideia de uma Liga Mundial Feminina. “Um torneio em todo o mundo, em diferentes níveis”, foram as palavras do presidente.

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Acho, particularmente, muito pouco para o Corinthians e para o futebol feminino em si, que a temporada termine num titulo continental. Este ano, em Outubro, o Corinthians disputará a Libertadores. Adquiriu a vaga ao vencer o Brasileirão de 2018. Como acho pouco provável que a FIFA faça alguma coisa até lá, o campeão da Libertadores deste ano terá que se contentar com o título Sul-americano. O Corinthians é um dos favoritos ao título e vamos buscar esse bicampeonato! Caso aconteça, será o primeiro titulo continental desde que o Corinthians começou a caminhar com as próprias pernas, após romper parceria com o Audax. Vamos torcer para que o titulo venha! A competição acontece no Equador entre os dias 11 e 27 de outubro deste ano. A Central do Timão vai te lembrar do campeonato próximo da data, pode ter certeza.

VAI CORINTHIANS!

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BLOG DO GUSTAVO: O elenco entendeu que era um Derby. Carille, não

Este domingo foi o dia do primeiro Derby Paulista pelo Brasileirão 2019, em Itaquera. A expectativa era alta. Corinthians vem embalado desde que os clubes retomaram as atividades depois da parada para a Copa América. Em seis compromissos, foram quatro vitórias (CSA, Fortaleza e duas sobre o Montevideo Wanderers) e dois empates (contra o Palmeiras e Flamengo). Em uma belíssima combinação de resultados, o Corinthians poderia dormir em quarto colocado na tabela, neste fim de rodada. Para isso, o Bahia precisava fazer o trabalho de casa (e o fez) e derrotar o Flamengo e o Cruzeiro conseguir o feito de derrotar o Atlético Mineiro, fora, o que não aconteceu. Porém, uma vitória no Derby deixaria o Coringão em quinto na tabela. E quarta-feira tem jogo contra o Goiás, que vai mal neste Brasileiro e a expectativa, com todo o respeito, é a vitória. Isso aproximaria o Corinthians dos líderes e faria barulho entre os clubes que estão, neste momento, brigando pelo título Brasileiro. E sabemos como uma vitória num Derby pode embalar o time, vide o Derby do Centenário, em 2017, onde daquele jogo na Arena, da famosa expulsão erronia de Gabriel, o Corinthians embalou no título paulista e emendou no Brasileirão, fazendo o primeiro turno invicto e mais tarde, sagrar-se Hepta Campeão.

Gostei do que vi. Gostei do Fagner, Matheus Jesus, Vital, Clayson… A maioria estava dando carrinho com sangue no olho, do jeito que exigimos num Derby. Mas eu, como torcedor, sem a mínima visão tática (até porque não sou treinador) não entendi as substituições de Carille. Tirar Gabriel? Ele estava bem! Clayson por Everaldo? Oi? E ainda estou querendo saber se Vágner Love entrou em campo. Isso era jogo pra Gustavo, Boselli. Em minha opinião, Carille pecou muito nas substituições e isso foi fundamental para que o Derby não saísse do empate. A porcada cresceu durante o jogo, deu muito mais perigo de gol que nós e por pouco não perdemos. Não perdemos porque Cássio decidiu lembrar a todos nós que temos o melhor goleiro do Brasil. Pegou de todo jeito e fez três ou quatro defesas difíceis. Desde chutes a até mesmo cabeçadas. Cássio estava em noite abençoada.

Foto: Agência Corinthians

Júnior Urso não vem jogando tão bem desde a volta da lesão. Precisávamos desse resultado. Eu trocaria o volante por outro atacante como o Boselli, que parece se entender com o Love. Não tiraria Clayson e tampouco deixava Sornoza começar como titular. Vital tem agradado, jogado bem e merecia a titularidade. O único recurso que tenho visto em Sornoza são as bolas paradas. As possibilidade são muitas e podíamos discutir isso por alguns minutos tranquilamente. Inclusive, te convido a comentar sobre o que você achou das substituições.

De qualquer forma, ainda estamos invictos. Esperamos continuar neste embalo. A expectativa contra o Goiás é de vitória e domingo tem jogo fora de casa, contra o Internacional, que está mais ou menos na mesma situação que nós na tabela.

Rivais não esperam que o Corinthians embale. E precisamos lembrar a nunca nos subestimar. Porque aqui é Corinthians. Tem muito campeonato ainda.

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BLOG DO GUSTAVO: Amistoso é quase um treino televisionado

Sei que a expectativa é grande. Até porque, em tese, nosso elenco é bem mais competente do que vem mostrando. O que tem comprometido? Diversos fatores podem ser debatidos, desde a bola não chegar aos pés dos nossos centroavantes, toques de bola no meio campo ou uma zaga instável e insegura. De fato, concordo com esses argumentos. Mas, Carille me ensinou em 2017 que devo confiar em suas palavras e no seu trabalho. Vencemos aquele Brasileirão pela tática.

Posso estar errado, mas acredito muito em resultados após a parada da Copa América. E você pode ter um pouco de razão devido ao desempenho do time perante os amistosos. Mas o fato é: quem ali quer correr o risco de receber a pior numa dividida de bola, e ficar lesionado para o resto da temporada? Carille não quer isso. Nenhum de nós quer.

(Crédito da imagem: Daniel Augusto/ Agência Corinthians)

O fato é que só teremos resultados nos jogos oficiais. Estou confiante. Por enquanto, amistosos não passam de treinos televisionados para o Corinthians. A tendência, com as peças de volta, como Cássio e Fagner, a estreia de Gil mais esses esquemas táticos, é de melhora. Resta aguardar. Mas a expectativa é grande.

Tamo junto, Fiel.

Bem Vindos!

E aí, nação corinthiana. Tudo certo?


Iniciando o blog, decidi aqui conversar um pouco sobre como eu, Gustavo, vivo o Corinthians. 

Decidi falar sobre isso, porque vejo que muito se fala e se discute na internet sobre quem é mais torcedor que quem, e esse papo me desagrada bastante e, também pra nos conhecermos um pouco melhor.  

Foto: Gustavo Santos

Para começar este texto e conseguir argumentar, serei obrigado a falar um pouco sobre mim. Vivo no Litoral de São Paulo, no Guarujá. Sou corinthiano desde os 3, 4 aninhos de idade. Meu pai, santista, me fazia assistir aos jogos do Santos, em casa, com ele, a fim de escolher o mesmo clube do coração dele. Eu só assistia, sem entender muito. Eis que surge um jogo muito importante, que até hoje, é muito lembrado pela Fiel Torcida. 13 de maio de 2001, semifinal do Campeonato Paulista e, clássico alvinegro. Santos havia vindo de vantagem e precisava de apenas um empate para avançar a finalíssima. Minha irmã mais velha, que é corinthiana, tentava me influenciar a torcer para o Corinthians, contrariando meu pai, e eu, num tom de brincadeira e provocativo, disse ao meu pai que se o Santos vencesse, eu seria Santista como ele queria. Mas Gil não deixou isso acontecer. Marcelinho, com o seu corta luz, e o golaço de Ricardinho nos acréscimos, não deixaram isso acontecer. Aos acréscimos veio o gol da classificação. Me declarei corinthiano pela primeira vez. 


Os anos se passaram e eu me mantive como torcedor. Meu pai não estava tão fanático assim. Mal ia aos estádios. Tinha medo de brigas entre as torcidas. Eu, que por morar longe, sofria mais ainda. 


Em 2005, a Fiel se encantava com o belíssimo futebol do Timão. Lembro de ganhar uma camiseta do Tevez, não lembro de quem e foi o meu primeiro manto. Mas ainda, sem fanatismo, devido a baixas influências. Meus outros irmãos eram são paulinos e tentavam me converter sempre, e eu nunca voltei atrás. Em 2007, ainda novo, sem entender muito o que estava acontecendo, senti no coração a dor do rebaixamento. Chorei. Ainda criança, e, de casa, sofria junto com cada corinthiano que a televisão dava close nas arquibancadas. Daí, me tornei mais corinthiano ainda. 

Mas aos poucos, com o acesso a internet aumentando na sociedade, pude ter mais contato com o meu Corinthianismo interior. Passava horas e horas em frente ao computador pesquisando títulos, estudando a história do clube, vendo jogos históricos.

Foto: Gustavo Santos

Ano passado, em 2018, pude ir a Arena ver o Coringão jogar pela primeira vez. Tudo porque não sou de uma renda familiar invejável. E eu sempre soube que se quisesse acompanhar o Corinthians, precisava fazer com o meu próprio esforço.

Meus primeiros empregos, infelizmente, mal remunerados, não me davam tais condições. Mas ano passado, pude realizar este sonho. E fui a Arena com olhos lacrimejados, ver um amistoso contra o Cruzeiro, na parada da Copa.

Cantei cada música da torcida. Já havia visto cada vídeo no youtube, e sempre me imaginei no meio do “fervo”. Ao mesmo tempo que me crescia a emoção no peito de me ver no meio dos meus, me sentia triste de não estar lá. De nunca ter comemorado um gol do Corinthians gritando e vibrando com toda a força que minha garganta permite, no meio de outros corinthianos tão felizes quanto eu, aos abraços. E eu realizei este sonho.

Foto: Gustavo Santos

E eu sei que existem muitos torcedores que podem nem sequer me considerar corinthiano raiz, por eu ser “da nova geração vitoriosa”, que pouco sofreu. Não, eu não estava sequer vivo na seca de títulos. Não vi Basílio, Wladmir, Casagrande, Sócrates. Não vi o título de 77, nem o nosso primeiro Brasileirão. Mas onde vocês acham que eu estaria, se eu estive vivo, com plenas condições financeiras para ir até o estádio? 


Para mim, ser corinthiano é isso. Não importa o quanto cada um sabe da história do clube, em quantos jogos foi, nem seu plano de Fiel Torcedor (sim, já vi usarem isso de argumento!). Para mim, importa se teu coração é alvinegro paulista. Para mim, importa se você está torcendo pr’aquele time de preto e branco vencer. Isso que me importa. 

Foto: Gustavo Santos

E me faça um favor, amigo Fiel. Se estiver ao meu lado enquanto cantamos alguma música, o hino ou quando sair o gol do Timão, seja no estádio ou em um bar qualquer, me abrace. Isso me importa. Me importa o tipo de emoção que te salta na garganta. Se todos ao redor tiverem o mesmo brilho nos olhos ao empurrar o Corinthians, na vitória ou na derrota, então estaremos sempre entre semelhantes nossos.

Um abraço e seja bem-vindo. Saudações Alvinegras. 

Vai Corinthians!