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BLOG DO PEDRO SOARES: Meu suor é meu sangue!

Acordei, em um sábado, 8 da manhã. Lavei meu rosto, tomei um banho gelado, enquanto apoiava minha cabeça contra a parede e refletia profundamente e intercalava com a minha respiração densa, que trazia um excesso de ansiedade e uma vontade indomável de sentir aquele prazer imensurável.

(Foto: Reprodução/instagram/steamrollers

Me sequei, peguei a mochila, dei um beijo em minha mãe, e disse “Te espero lá”. Para mim sempre foi difícil ser criado apenas pela minha mãe e saber que não tive um pai. Talvez por isso minha vontade de vencer sempre foi gigantesca junto a minha competitividade, pois cada vitória minha é um sorriso no rosto dela. Isso é meu maior prêmio.

Então segui, peguei o primeiro ônibus. Todos olhavam me olhavam, carregando aquela mochila, um treco gigante, e um capacete, mas afinal, para que tudo era aquilo? Muitos não entendem o que é, para que serve, como se usa… Bom, é meu shoulder e meu helmet, traduzindo, meu protetor de peito e capacete. Segui em direção ao trem e fui até o local marcado com meus colegas de equipe, de onde partimos, de ônibus, até o estádio.

Dentro do ônibus uma festa só, risadas, conversas, brincadeiras, mas preferi meu fone, escutando meu Travis Scott e pensando firme em como não errar, o que eu treinei, o que aprimorei, o que estudei do meu adversário. E quando chegamos lá, ah… que ansiedade!

Fomos para o vestiário, onde nos trocamos, acendemos uma vela próximo a estátua de São Jorge, nos abraçamos e rezamos. A partir dali era o jogo da vida! SANGUE NO OLHO, TAPA NA ORELHA, É O JOGO DA VIDA, O CORINTHIANS NÃO É BRINCADEIRA.

Foto: Reprodução/Instagram

Steamrollers em campo e eu como cornerback, tinha que estar atento a cada movimento do Wide Receivers. E os caras eram rápidos, se movimentavam de maneira a quebrar ritmo e raciocínio.

O primeiro quarto foi nosso. Marcamos e conseguimos neutralizar o ataque deles e claro, que eu não 100% feliz com o resultado, apesar do resultado a favor, observava que o time deles estava com uma produtividade mais forte e envolvendo nossa linha defensiva.

O segundo quarto foi deles, conseguiram virar, com duas falhas na nossa terceira linha, onde o safety se confundiu achando ser corrida em uma playaction, e subiu para fechar cobertura na segunda linha de marcação, dando o fundo para o Wide, que não desperdiçou.

No terceiro quarto empatamos, conseguimos novamente neutralizar o ataque deles e nosso ataque conseguiu infiltrar, pontuando para nós e nos botando novamente na partida. A partir daquele momento, nenhum erro seria perdoado.

Foto: Reprodução/Instagram

Então, faltando 1:20 para o fim da partida, fui empurrado pelas costas e caí por cima do joelho. Senti uma dor que doía na alma, que esmagava meu sonho e que tirou do rosto de minha mãe o sorriso e trouxe um ar de medo, o mesmo que via em seus olhos quando se perguntava por que meu pai se foi, nos deixando e como seria… Até que ouvi uma trashtalk do meu adversário, que me cortou como uma navalha…” eu vou levantar o título pro meu pai, afinal, ele não me abandonou….”

A lágrima que escorria de meus olhos não era mais de dor e, sim, de raiva e essa raiva me fez levantar e seguir em frente, em busca de colocar o sorriso no rosto de minha amada mãe.

Segunda descida deles a bola saiu do Snap, fechamos bem a linha defensiva, travando a ofensiva e começando a abrir gaps, travamos rotas dos wides, os linebackers travaram os runners e o jogo foi se desenhando para nós, até que o QB deles, jogou a bola no campo para não ser sackado.

Terceira descida, agora faltando menos de 40 segundos, a bola saiu do Snap e rapidamente ele tentou uma ligação para o Wide, que estava aplicando a rota em cima de mim e como num piscar de olhos, consegui alterar minha rota, antecipá-lo, interceptar a bola e iniciar uma corrida, para o nosso ataque.

Foto: Reprodução Instagram

A dor era muita grande, tão grande que não dava mais para pisar, mas levei o time para a linha de 26 jardas, onde consideramos como zona de gol.

A partir dali não era mais comigo, eu fiz minha parte, deixei a dor tomar conta do corpo, afinal, não tinha mais nada que eu pudesse fazer para tentar amenizar e o choro escorria forte, pois o medo era imenso.

10 segundos, o time chutou o field goal, convertendo e sendo campeão novamente! AHHHHH QUE ORGULHO DESTE TIME, ISTO É CORINTHIANS, ISTO É STEAMROLLERS!

Minha mãe me abraçou forte, chorando e disse, “Graças a Deus, você venceu mais uma vez meu filho, que orgulho de você!”, e eu só a respondi “Você é o meu combustível, e nenhum homem vai tirar o sorriso da mulher mais linda desse mundo, te amo minha mãe!

Hoje escrevo esta carta, deitado em casa, na cama, fazendo tratamento no joelho e, se eu consegui, você também consegue. Nunca deixe ninguém tirar de você, essa vontade de vencer!

Ass.
Um jogador aí!

#VaiCorinthians #GoSteamrollers

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