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BLOG DO MARCELINO – Como surge o ídolo?

Após acompanhar o lançamento da biografia do gigante CÁSSIO, em uma brilhante cobertura aqui da Central do Timão, me fiz essa pergunta. Para muitos, Cássio não é só o maior goleiro da nossa história, sim o maior jogador. Não é de se admirar.

Foto: Rodrigo Gazzanel – Agência Corinthians

Amado por crianças que o veem como exemplo, adorado por senhores e senhoras que o tem como um filho, nosso gigante passa aquela impressão de que apesar das adversidades em campo tudo está sob controle, e fora dele, transmite uma timidez quase infantil, aquela impressão de bom moço, uma pessoa agradável de se conversar e ter por amigo. Ele merece o status.

E os demais? Alguns são praticamente incontestáveis na história corinthiana, outros nem tanto. Mas, que fatores são necessários para que um atleta seja alçado a categoria de ídolo? Listei alguns mas desde já digo que é um texto onde precisarei muito da ajuda de vocês com comentários, concordância e discordância, outros nomes e outras histórias. A Fiel aqui tem voz! Vamos lá?

Foto: Divulgação Corinthians

LONGEVIDADE
Quanto mais tempo um jogador veste nossa camisa, mais afinidade com a Fiel tem. O jogador passa a entender melhor os anseios da torcida, o que ela requer para que o guarde eternamente dentro do coração. Nesse ponto se destaca o recordista WLADIMIR e seus inalcançáveis 805 jogos, marca praticamente impossível de ser superada nos dias atuais.  LUIZINHO, “O pequeno polegar”, conseguiu aliar tempo no clube a técnica refinada.O busto no Parque São Jorge mostra o tamanho que tem na história do clube. RONALDO GIOVANELLI é um daqueles que nasceu para jogar no Corinthians. A torcida se sentia representada por ele em campo. Confesso que, para mim, foi uma das piores saídas de um jogador do clube. Cheguei a imaginar que ele se aposentaria com nossa camisa.

Foto: © Daniel Augusto Jr./Ag.Corinthians

TÉCNICA
Alguns não tiveram muito tempo de casa, mas a técnica em campo fazia toda a diferença para a conquista de vitórias e títulos. Nesse quesito não podemos esquecer craques como SÓCRATES, “O doutor”. Inteligente, tratava a bola como poucos. Capitão da seleção brasileira que mais encantou os amantes do bom futebol. Um líder democrático que deixou muitas saudades. DIDA, goleiro frio e decisivo em algumas de nossas principais conquistas; GAMARRA, zagueiro de baixa estatura, porém um gigante nas quatros linhas; EDILSON, “O capeta”, ou embaixador se achar melhor. Entortava quem aparecesse, desde pernas de pau a gringos consagrados de clubes gigantes. Cara feia para ele era fome; e RONALDO “O fenômeno”, esse último que já chegou com o status de ídolo do futebol mundial. Craques de uma técnica apuradíssima, jogadores além do seu tempo. Foi um privilégio vê-los vestir nossa camisa. 

Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

RAÇA
É disso que a Fiel gosta. Às vezes não precisava ter técnica, bastava demonstrar amor. De IDÁRIO a BIRO-BIRO passando pelo coringa WILSON MANO.  Sem esquecer, claro, de MÁRCIO e ZÉ MARIA, “O super Zé”, jogadores que literalmente deram seu sangue pelo Corinthians.

Há aqueles que sentem saudades do paraguaio ROMERO que nunca foi um primor, assim como JORGE HENRIQUE e EZEQUIEL, mas que deixavam até a última gota de suor em campo. VAMPETA e TEVEZ são casos à parte de jogadores de grande talento e muita raça. A mistura das duas características é sinal de casamento perfeito e saudade imensa.

Foto: Reprodução

GOLS DECISIVOS
Talvez na história do Corinthians nenhum jogador tenha sido tão decisivo como MARCELINHO CARIOCA, principalmente em finais. Seu poder de decisão era incrível. Dos 206 gols marcados com nossa camisa, alguns de raríssima beleza, grande parte contribuiu para levantarmos alguns de nossos troféus mais importantes. E quando se fala em título importante não podemos deixar de citar NETO. Ouso dizer que sem ele o nosso primeiro título brasileiro não teria sido conquistado. Com lançamentos precisos e gols de falta marcados na hora certa, o craque entrou para sempre no nosso livro de histórias.

Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

HORA CERTA E LUGAR CERTO
Talvez o item mais polêmico. Seriam EMERSON SHEIK, o “Rei da América”; e PAOLO GUERRERO, o “Senhor do Mundo”, ídolos? Seus gols encheram cada um de nós de uma alegria talvez nunca antes sentida. Tem seu lugar marcado na história, sem sombra de dúvidas. Dúvidas estas que não temos em relação a TUPÃZINHO e BASÍLIO. Dois jogadores comuns, que muito provavelmente passariam por nossa história como muitos passaram, foram importantes e só. Tupã se transformou ídolo por ser solidário. Ele deu de presente, após um passe preciso, o gol do título brasileiro de 1990 ao bom ponta FABINHO que desperdiçou a oportunidade caindo essa no colo do baixinho que com um carrinho certeiro entrou pra história, da mesma forma que um certo moleque da base chamado VIOLA entrou, roubando o título paulista de 1988 do Bugre em pleno estádio Brinco de ouro, na prorrogação.Basílio é um caso à parte.  Nunca foi unanimidade, mas não podemos negar que esse nasceu iluminado, assim como o próprio Corinthians. 

Foto: Divulgação

VAGUINHO, um dos principais jogadores daquele time campeão paulista de 1977,o sexto jogador que mais defendeu nossa camisa com 551 jogos, poderia ter tido sua história mudada definitivamente, se seu gol no segundo jogo da final contra a Ponte Preta tivesse sido o decisivo, ou se aquela sua bola no travessão no lance do gol do título tivesse sido só um pouquinho mais baixa. Mas quis a bola que o competente Basílio, que hoje tem acesso livre no clube, já tendo, inclusive, sido técnico, tivesse a honra de fazer o gol da nossa redenção, do fim do martírio. Enquanto isso, um solitário Vaguinho é encontrado pelo ilustre torcedor Miguel Miranda sentado anônimo em dos vagões do Metrô de São Paulo, sem festa, sem fotos, sem brilho e, o pior, sem o reconhecimento merecido. Coisas do futebol…

Foto: Reprodução

HÁ ESPAÇO PARA OS “INGRATOS”?
E o que dizer daquele craque que larga o barco e abraça um rival? Foi assim com GYLMARRINCÓN e RICARDINHO. O goleiro do inesquecível esquadrão campeão do IV centenário de 1954, campeão mundial com a seleção brasileira em 1958, é um dos maiores jogadores de todos os tempos no futebol brasileiro. De 1951 a 1961 envergou com maestria nossa camisa, até pedir para ser negociado com o Santos Futebol Clube. Destino igual teve o capitão do primeiro mundial. Freddy Rincón gozava de prestígio entre torcedores, comissão técnica e colegas. Até que, sem mais nem menos, poucos dias depois de ter levantado o, até então, maior troféu de nossa história, decide mudar de ares. No seu primeiro encontro com a Fiel após a conturbada saída, foi recebido pela torcida com notas e moedas e por seus ex-companheiros com 5 gols na lata. Para alguns o que fez Ricardinho foi imperdoável. Capitão nas conquistas do Rio-SP e Copa do Brasil 2002, conseguiu uma vaga na Copa do mundo do mesmo ano exatamente por suas excelentes atuações com nossa camisa. Logo após a conquista do penta com a seleção, retornou ao Brasil, jogou um amistoso e anunciou sua transferência para o São Paulo Futebol Clube. A alegação? Profissionalismo. 

Foto: Reprodução

E O QUE DIZER DOS QUE NÃO CONQUISTARAM TÍTULOS RELEVANTES?
Aí entram dois super craques, RIVELLINO, “O Reizinho do Parque” e DOMINGOS DA GUIA. Domingos já chegou veterano ao Corinthians, com experiência em Copa do mundo e veio como uma grande contratação da época. Mesmo com sua maestria, infelizmente não foi capaz de nos dar um título e agradeceu ao heróis da década posterior por terem dado a Fiel aquela alegria que ele não pôde dar.Roberto Rivellino, cria da base, puro talento. Reza a lenda que os torcedores chegavam sempre mais cedo para vê-lo atuar pelo time de aspirantes tamanha era sua habilidade. Infelizmente, pegou a época mais difícil de nossa história, estreando na metade da década de 60.  A pressão pelos títulos só aumentava a cada ano. Foi titular e peça fundamental para a conquista da Copa do mundo de 1970 com a considerada maior seleção da história do futebol mundial. Pelo clube teve a oportunidade de ouro de, enfim, conquistar seu tão sonhado título na final do campeonato paulista de 1974. A derrota para o arquirrival pôs fim a era Riva no clube. O ídolo do ídolo argentino Maradona, saiu tristemente do Parque São Jorge, mas está marcado para sempre na história do clube.

Foto: Divulgação Corinthians

ALGUNS OUTROS NOMES INCONTESTÁVEIS (ASSIM CREIO)
Não poderia esquecer monstros sagrados como AMILCAR BARBUY, o primeiro jogador do Corinthians a defender a seleção brasileira. NECO, o primeiro com status de grande ídolo. Bicampeão sul-americano com a seleção brasileira. TELECO, que detém a incrível média de mais de um gol por jogo com nossa camisa. BALTAZAR, “O cabecinha de ouro”, primeiro corinthiano a marcar um gol em uma Copa do mundo, ídolo de Pelé e tema de música (“Gol de Baltazar/ gol de Baltazar/ salta o cabecinha/ um a zero no placar). CLÁUDIO, “O gerente”, maior artilheiro de nossa história com 305 gols anotados. OLAVO, zagueiro capitão do timaço da década de 50. ORECO, primeiro corinthiano campeão do mundo pela seleção brasileira em 1958… 

É muita história e são muitos nomes… Então agora é sua vez de interagir, Fiel torcida. Quem faltou nessa lista? Quem sobrou? Quem é seu ídolo independentemente de tudo, escolha pessoal mesmo?

Ficarei aguardando as respostas aqui, no meu Twitter e nas demais redes sociais da Central do Timão.

Nos vemos em breve. Um grande abraço e… Vai, Corinthians!

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Marcelino Rocha, 42 anos, casado com uma loira linda e pai de uma princesa.
Cearense de Fortaleza morando em Brasília-DF há 32 anos, um verdadeiro “cearango”. Representante da Fiel torcida na segunda edição do game show Fanáticos do Esporte interativo em 2017. Escreve na Central do Timão desde sua existência. Apenas mais um louco entre esses 30 milhões.
Twitter e Instagram @marceparocha

BLOG DO MARCELINO ROCHA: Corinthians, um time com muita alma

Logo após a derrota para o CSA, as redes sociais foram invadidas por críticas a postura do Corinthians, críticas essas que se estenderam aos muros do Parque São Jorge e através de um manifesto de sua maior organizada.

Uma dos termos mais usados foi “Time sem alma”. Nas minhas redes sociais também usei tal expressão, porém com a cabeça mais tranquila, vi que não é bem assim.

Créditos: instagram/fielprogo

Jamais poderia afirmar que o Corinthians é um time sem alma sendo que a alma corinthiana é simplesmente sua FIEL TORCIDA. Nenhuma torcida é capaz de fazer o que a Fiel faz. Nenhuma seria capaz de suportar o sofrimento por tanto tempo e mesmo assim lotar estádios, invadir cidades, acreditar até o apito final e crescer em meio as tempestades. Nenhuma outra logo após o apito final que decretou seu descenso, saiu gritando a plenos pulmões: “EU NUNCA VOU TE ABANDONAR”.

Enquanto outras ameaçam, a Fiel é a única que ante uma eliminação, injusta ou não, aplaude o time reconhecendo que não faltou superação. Como disse certa vez o inesquecível Dr. Sócrates: “As outras torcem, a Fiel JOGA”.

Somos a única torcida capaz de transformar um mero coadjuvante, talvez sem muita técnica, em ídolo eterno. Basta que durante os 90 minutos de cada batalha deixe ele sua ALMA em campo. 

Não exigimos títulos. Esses virão como consequência do sangue derramado, da última gota de suor, do carrinho salvador no último minuto. Ou acham que em 1977 tínhamos um time melhor que a Ponte Preta de Oscar, Ruy Rei e Dicá? Será que nosso time era mais técnico que o São Paulo de Telê e Raí na conquista do nosso primeiro Brasileiro em 1990? O que me diz daquele time de 1995 que acabou com o sonho do tri Paulista do milionário Palmeiras da era Parmalat? Posso afirmar que tecnicamente eram times inferiores a seus adversários, mas com ingredientes fundamentais para o sucesso: a raça, a vontade, a superação, o desejo, a gana, o acreditar, o sentir, o viver, o sonhar, o fazer… E junto a isso a alma do time do povo.

O que vemos hoje é uma equipe sem brio, desinteressada, sem amor. Aos atletas que chegaram recentemente e não sabem ou sequer têm noção de onde estejam, lhes deixo um recado: AQUI É CORINTHIANS! Estaremos com vocês apoiando, torcendo, gritando até ficarmos roucos, mas saibam que a cobrança aqui é proporcional ao incentivo. Jamais admitiremos corpo mole e uniforme limpo. Jogar no Corinthians é um privilégio para poucos, honrem essa dádiva. Respeitem a quem lhes dá fôlego, força.

Um dia vocês foram crianças e tiveram seus espelhos. Ignorá-las como a maioria de vocês fez na chegada a Maceió foi de uma frieza e um descaso dignos do futebol que vocês estão apresentando. Honrar nossa camisa, nossa história e nossa tradição é o mínimo que são obrigados a fazer. Saberemos retribuir no momento certo. Em uma simbiose perfeita, o Corinthians, como corpo, estará dentro de campo e sua alma sempre presente nas arquibancadas.

Não é muito o que pedimos, simplesmente joguem como nós torcemos. Não tem erro, a vitória é certa.

Nos vemos em breve. Um grande abraço a todos e… VAI, CORINTHIANS!

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BLOG DO MARCELINO ROCHA: “Um dia a conta chega”

Já têm se tornado uma constante as péssimas apresentações do Corinthians independentemente de quem seja o adversário. Sequer a Arena, outrora tão temida pelos rivais, faz a diferença. A apatia do time é assustadora e a maioria já escolheu o grande culpado por essa má fase, o técnico Fábio Carille. É inegável sua parcela de culpa, afinal ele é o comandante. Mas é injusto apontá-lo como o maior responsável e vou dizer o motivo.

(FOTO: RODRIGO GAZZANEL / AGENCIA CORINTHIANS)

Carille chegou ao clube como auxiliar de Mano Menezes em sua primeira passagem. Desde então, se acostumou a ver um padrão de jogo eficiente e vencedor onde todos os jogadores defendem e atacam sem se importarem com suas posições de origem. Os títulos vieram e os problemas também. Atrasos de salário, como em 2015, e os vários desmanches, trouxeram instabilidade e alguns insucessos ao time. Nessa onda, após uma temporada ruim em 2016 e vários “nãos” de técnicos renomados que viam o Corinthians como uma bomba prestes a explodir, a diretoria se viu obrigada a efetivar o auxiliar, fiel escudeiro daqueles que passaram por lá.

Com muita coragem e fé no seu trabalho, manteve o padrão vitorioso de seus antecessores (a exceção de Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira que tentaram mudar a forma do time jogar e se deram muito mal). O jovem técnico, de maneira surpreendente, levou a “quarta força” aos títulos Paulista e Brasileiro em 2017. 

(FOTO: RODRIGO GAZZANEL / AGENCIA CORINTHIANS)

Começou a temporada 2018 perdendo ótimas peças, mesmo assim brilhou no inesquecível Paulista de 2018 com o bi do “Paulistinha Day”. O desmanche do time continuou após a conquista e dessa vez nem o comandante resistiu aos “dois caminhões de dinheiro” vindos do mundo árabe.

A nau começava a afundar. Vieram Loss e Ventura. Conseguimos a façanha de chegar a final da Copa do Brasil e por dois míseros pontos conseguimos nos manter na primeira divisão. Insatisfeita, a Fiel implorava a volta do seu técnico. Vontade atendida. Nova remontagem de elenco e um tri que não vinha há 80 anos.

Mas a mão que acalenta é a mesma que apedreja e a torcida que o pediu de volta é a mesma que hoje pede sua saída. Jornalista “X9”, protesto no CT, insatisfação nas entrevistas com a qualidade do elenco e, por fim, a exposição do verdadeiro culpado por essa fase ruim: o corpo diretivo na pessoa do seu presidente Andrés Sanchez. Sim, é a Andrés e sua trupe que devem ser direcionadas as cobranças por um elenco desqualificado.

Ah, mas o Carille deu aval para a contratação de alguns que hoje estão aí. Sim, mas em entrevista ele deixou claro quem pediu e quem a diretoria poderia trazer. Sendo assim, ruim com eles, pior sem eles. Que cheguem. Chegaram para compor elenco, não para resolver o problema. Testa daqui, experimenta dali, e nada do time render. E tome culpa na forma de jogar da equipe do retranqueiro, equipe essa semifinalista da Copa Sul-americana e sempre no grupo dos seis melhores do certame nacional.

Esqueceram que é o mesmo esquema de jogo outrora vitorioso. Assim como também esqueceram que com Jô, Rodriguinho, Balbuena, Maycon e Arana, todos vivendo grande fase, isso facilitou um pouco o trabalho do treinador. Se a vida do Carille já não está fácil, a tendência é que piore, visto que a diretoria já fala sem constrangimento que será obrigada a vender alguns jogadores para fechar as já atrasadas contas.

(FOTO: RODRIGO GAZZANEL / AGENCIA CORINTHIANS)

Seria maravilhoso se vendesse e reforçasse o time. Esqueçam, isso não vai acontecer. Sai Pedrinho, chega Davó; sai Vital chega Luan, o menino maluquinho. Será por aí. Mais uma vez apenas composição de elenco.

O Corinthians, segundo alguns sites, possui a segunda maior folha salarial dos times da Série A. O líder do certame e seu time de estrelas, a quarta maior. Isso mostra apenas uma tremenda falta de planejamento da nossa diretoria, ou coisa pior. Mas como diz nosso presidente, olhando para o rabo dos outros e esquecendo do seu, “Um dia a conta chega”. A nossa, presidente, já chegou e já venceu. Aliás, a única coisa que tem vencido ultimamente são as nossas contas.

Foto: Reprodução/Video

O Corinthians, há algum tempo, se afunda em escândalos. É venda de jogador em euros que na verdade foi em dólares; é eleição sob suspeita; é presidente eleito trancado no banheiro; é patrocinador que não existe; é naming rights que nunca passou de promessa; jovens fatiados, inclusive por esposa de conselheiro; empresários na base; um Sub 23 que não serve para nada; contratações que mal chegam e são emprestadas; os 27 emprestados, alguns com salários pagos pelo clube; Arena no Serasa; dívida com banco estatal; dívida com empresa de marmitas… Ufa, quantas acusações espalhadas pela imprensa. É tudo muito obscuro.

E você aí tem coragem de dizer que a culpa é do Carille? Nosso presidente desdenha da nossa cara e dorme tranquilo, sem ser incomodado. Por que será? Não sejamos como gado que recebe a melhor ração apenas para ser abatido. Existe um outro clube de grande torcida que em um passado recente reinou no futebol nacional e hoje pena para sobreviver, com time fraco e dívidas até com empresas de água e luz, clube esse com regime parecido com o nosso de perpetuação no poder de um único grupo político, enganando o torcedor com falácias e a mesma empáfia e arrogância peculiares a nosso presidente.

Quem já foi rei, se tornou o bobo da corte, motivo de piadas. Tudo por conta de vaidade, desmandos, o tal de não largar o osso. O fingir amar o clube, que muitos torcedores engolem. E não pensem vocês que estamos imunes a isso. O rebaixamento de 2007 provou que não. 

(Foto: Bruno Teixeira/Ag. Corinthians)

Acredito na força da Fiel para reverter esse quadro. Mas enquanto ficar esse comodismo de jogar toda responsabilidade em cima do treinador, que também pode ser parte do projeto da diretoria, nosso futuro poderá ser desastroso.

Não era, mas confesso que hoje sou totalmente favorável a saída do Carille, não por insatisfação com seu trabalho, mas por preocupação com seu trabalho. Ele definitivamente não merece o que estão fazendo contra ele. Só espero que após sua saída esses mesmos que torcem tanto por isso, saibam ser pacientes com o novo comandante que não será nenhum Guardiola ou Klopp. Será no máximo um Zago ou, quem sabe, um Tiago Nunes. Com muita sorte virá um Cuca ou um Dorival.

Desejo que não sintam saudades e o deixem ser feliz em outro clube. Somos implacáveis. Mas a história, essa sim, sempre mostrará através dos tempos quem verdadeiramente tinha razão.

Nos encontraremos novamente em breve. Grande abraço e… Vai, Corinthians!

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BLOG DO MARCELINO ROCHA: Apoiar agora é fundamental

Finalmente no último jogo contra o Goiás, o técnico Fábio Carille satisfez a grande maioria da Fiel torcida, trocando algumas peças contestadas, por outras pedindo passagem. Uma dessas, o jovem atacante Janderson obteve destaque, inclusive marcando seu primeiro gol no time profissional.

Mesmo assim a vitória não veio, embora a equipe tenha jogado nitidamente de maneira ofensiva. Alguns problemas ainda persistem como a velha falha da bola alçada na nossa área, parecendo não ter solução.

(Foto: ©Rodrigo Gazzanel / Ag. Corinthians)

Será que nosso jovem e vitorioso treinador está perdido? Será que ele treinou essa formação titular da última partida ao menos uma vez?

Até que ponto imprensa e torcida influenciaram na decisão?

Perguntas pertinentes a quem nunca passou por tal situação no comando técnico do Timão.

Desde sua estreia, o comandante, que outrora deixou muitas saudades quando foi para o mundo árabe, hoje já não goza de tanto prestígio. Boa parte de jornalistas e torcedores o querem longe de Itaquera o acusando de teimosia, de ser “paneleiro” e medroso.

(Foto: ©Rodrigo Gazzanel / Ag. Corinthians)

Mostrando coragem, resolveu ele mesmo fazer diferente e mesmo assim o resultado não veio. Ah, se não fosse aquele bendito pênalti, a coisa teria sido pior.

Claro que como comandante ele deve ser cobrado, mas será que a culpa é só dele? As mudanças exigidas foram feitas, o time teve uma postura mais ofensiva, mostrou determinação, mas as reclamações ao trabalho do Carille vieram na garupa, o que dá a entender que ele é o grande culpado.

Não, definitivamente ele não é o maior culpado.

Temos que admitir, tecnicamente somos um time inferior aos da ponta da tabela do campeonato brasileiro, e inclusive até a alguns times que estão abaixo de nós.

“Ah, mas alguns que estão no elenco foi o próprio técnico que pediu”.
Sim, mas em cima do que a diretoria o poderia dar. Ou acham que se a diretoria pudesse contratar o Cristiano Ronaldo, o Carille por confiança, capricho ou “olho clínico”, iria optar por um Clayson? Então, muito cuidado ao acusar o treinador.

Com um time melhor na mão, com peças que funcionam verdadeiramente, ele já mostrou do que é capaz, e o ano de 2017 é prova clara.

Estamos na reta final do certame e só com muito apoio iremos concretizar o objetivo de voltarmos a Libertadores.

Confio no trabalho do professor Fábio Carille e acredito que alguns jogadores podem render bem mais o ajudando e nos ajudando.

Agora é a hora de lotar nosso estádio, cantar, apoiar até o último segundo. E se mesmo assim o resultado esperado não vier, que possamos ter paciência, a mesma que alguns de nós, esses sim grandes guerreiros, tiveram para esperar um título por quase 23 anos.
 
Nos vemos em breve, amigos! Um grande abraço e… Vai, Corinthians!

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BLOG DO MARCELINO ROCHA: Até que ponto chega a maldade das pessoas?

Ao usar o manto corinthiano o jogador já deve esperar cobranças da exigente Fiel torcida por suas atuações dentro de campo. Normal para quem veste uma camisa tão pesada. O problema é quando essas críticas e cobranças extrapolam o limite do campo e se transformam em ataques pessoais das mais variadas vertentes, principalmente por pessoas que usam as redes sociais para exacerbar suas frustrações em cima de pessoas que nada tem a ver com isso. 

Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

Falemos do caso do meia Jadson. O atleta, que já não é mais nenhum jovem e passou por sérios problemas familiares no período, foi achincalhado por uma pequena parte da Fiel por conta de algumas más atuações. Para piorar, as infelizes críticas não ficaram só na torcida. Um jornalista afirmou que ele é um “ex-jogador em atividade”. Após o último jogo contra o Vasco da Gama, um outro chegou a afirmar, pasmem, sentir “dó” do desempenho do atleta, inclusive questionando o salário pago a este. Obviamente o jogador se sentiu incomodado e respondeu ao profissional de imprensa de maneira elegante em sua conta no Twitter. 

A maldade dos comentários chegou ao ápice justamente no dia do seu aniversário de 36 anos, quando alguns torcedores invadiram a página oficial do Corinthians no Twitter e Instagram, que lhe parabenizava pela data, e teceram comentários extremamente ofensivos, sem nenhum respeito ao ser humano.

Esqueceram tudo o que o meia já conquistou para nossa felicidade, os passes, gols e títulos, a dedicação com que sempre nos representou. E é exatamente nos momentos difíceis que devemos dar toda nossa força e apoio. 

Clayson é um outro exemplo. Jogador mais contestado entre os titulares do atual elenco, o atacante chegou a ser “oferecido” por um torcedor ao valor de R$ 6,00 em um famoso site de vendas online. Pode até soar como algo engraçado, uma brincadeira apenas. Mas, já parou para pensar, como será que isso chega às famílias dos atletas? O álibi dos que fazem tais brincadeiras é: “Ah, mas essa foi a profissão que ele escolheu”; “tenho certeza que sabia que poderia ser criticado”;  “pessoas públicas são expostas o tempo todo”; “tem que estar preparado para tudo”; “ganha muito bem para isso”. Definitivamente não é por aí. O respeito precisa existir, sim, basta apenas que nos coloquemos no lugar dos outros.

Como profissionais também cometemos alguns erros. Como será que nos sentiríamos se fôssemos injustiçados? Está faltando respeito e bom senso. Algumas críticas são aceitáveis, construtivas. Mas a maioria é pura maldade beirando a frustração e inveja.

Que a Fiel continue a cobrar, criticar e exigir, mas sempre com muita responsabilidade e consciência. 

Por Marcelino Rocha
Marcelino Rocha Twitter @marceparocha

BLOG DO MARCELINO ROCHA: Onde foi que nós erramos?

O ano é 1995. O Corinthians, prejudicado no jogo, e com um a menos, havia acabado de perder para o Palmeiras por 3×1 na fase de classificação do campeonato paulista (o mesmo adversário que viria a ser derrotado na final algum tempo depois).

Alguns Fiéis nas arquibancadas quase que como um mantra bradavam: “Fora, Ronaldo… Fora, Ronaldo”. Logo ele que havia feito boa partida, com boas defesas, e era sinônimo de raça e amor a nossa camisa. Magoado, o ídolo chegou a falar em entrevista pós-jogo que aquele seria seu último jogo defendendo nosso manto, que pediria para ser negociado a um clube onde teria mais carinho por parte do torcedor. Ainda bem que não se concretizou naquele momento. 

Imagem/Reprodução

O ano agora é 1999… O Corinthians, com um jogador a menos, havia acabado de perder para o Palmeiras por 3×1 na fase de classificação do campeonato paulista (o mesmo adversário que viria a ser derrotado na final algum tempo depois). Alguns Fiéis, fora das arquibancadas, esperavam o craque Marcelinho Carioca, que havia feito nosso gol em uma belíssima cobrança de falta, para gritar nos seus ouvidos em tom ameaçador: “Ô, Marcelinho seu pipoqueiro, eu tô sabendo que você só quer dinheiro”. O atleta e a família, amedrontados, saíram do Morumbi escoltados por seguranças. Logo ele, tão importante e fundamental na maioria das nossas conquistas ao longo da década de 90. Histórias bem parecidas, não? Quase um dejavu. Dois ídolos históricos e a Fiel como protagonista. Vamos adiantar o tempo?

Imagem/Reprodução

O ano agora é 2019. Um técnico formado dentro do Corinthians, conhecedor do clube, sua filosofia e, acima de tudo, vitorioso como os dois personagens acima citados, vem sofrendo uma campanha cruel por parte de alguns Fiéis e arquitetado, pasmem, por alguns setores da imprensa. Só que diferente do que acontecia há 20, 25 anos atrás onde as cobranças se restringiam as arquibancadas ou, às vezes, às saídas dos estádios, as redes sociais deram voz a quem quer apenas tumultuar o ambiente do time principalmente à véspera de jogos decisivos. Notícias como insatisfação de jogadores, arrogância do treinador e mal estar nos bastidores se espalham e alguns torcedores se deixam envolver. Com isso, reclamam do futebol apresentado pelo time, da falta de padrão e resultados em algumas partidas consideradas fáceis e organizam protesto no CT às vésperas de uma partida onde a equipe necessitaria de apoio. 

Ora, estamos falando de uma equipe que não ganha nada há muito tempo ou faz uma péssima campanha nos certames que está participando, certo? Errado, e é exatamente isso que assusta. De fato o time não vem apresentando um futebol vistoso, às vezes é até chato. Mas, bem ou mal, com esse futebol chegamos à semifinal de uma competição sul-americana, o que não acontecia desde a vitoriosa campanha da Libertadores 2012, e estamos no G6 do campeonato nacional. Ah! Sem esquecer que ganhamos um tricampeonato paulista que não vinha há 80 anos contra times considerados superiores técnica e financeiramente. Sorte? Talvez, mas garanto que não teríamos conquistas sem uma boa dose de trabalho. E é exatamente esse trabalho que estão fazendo de tudo para interromper no grito. 

Ler corinthianos afirmarem que torceram para o time ser eliminado na Copa Sul-americana, só para terem a esperança da queda do técnico Fábio Carille, exatamente no momento em que todos nós deveríamos estar em uníssono, me doeu na alma. Tenho certeza que são os mesmos “corinthianos” que em plena semifinal do Paulista de 2017, um clássico Corinthians x São Paulo, declararam nas redes sociais que preferiam assistir a Barcelona x Real Madrid que jogavam no mesmo dia e horário pelo campeonato espanhol, desdenhando do seu “clube de coração” . São os mesmos que não sentem aquela ansiedade, preocupação e frio na espinha antes de um jogo decisivo. Devem estar comemorando agora nossa eliminação. 

Afinal, onde foi que nós erramos? Onde estão aqueles torcedores que mesmo após insucessos constantes estavam lá apoiando? Onde estão aqueles que apesar de não virem um título expressivo havia 22 anos, invadiram um outro estado para não deixarem o time sozinho? 

Alguns Fiéis, definitivamente, não merecem o time que têm, que dizem torcer. Ouso falar que muitos não suportariam uma fila de 23 anos e mudariam facilmente de time, os torcedores de conveniência. Por outro lado, sei que esses não representam 0,1% de nós, torcedores abnegados, aqueles que quanto mais sofrido e difícil for o caminho, mais prazer e orgulho teremos em envergar nossa camisa.

Cobrar e exigir bons resultados é fundamental, afinal queremos ver um Corinthians sempre vitorioso. Porém, os engenheiros de obra pronta se espalham como um câncer transformando o técnico no futebol brasileiro, principalmente de um clube com a visibilidade do Corinthians, de bestial a besta em questão de dias, bastando apenas que os resultados positivos desapareçam. Esquecem dos trabalhos anteriores, dos títulos conquistados, do elenco que tem na mão e, principalmente, do apoio da diretoria. 

Como torcedores não devemos acreditar em tudo que nos contam. Afinal, foi essa mesma imprensa que um dia expurgou do Parque São Jorge um dos maiores jogadores da história do futebol mundial, Roberto Rivellino, como culpado da falta de títulos.

E como acontece hoje, alguns Fiéis engoliram as falácias midiáticas e viram Riva brilhar em outro quintal. Não se esqueçam, a história sempre mostrará quem esteve certo ou errado. Que as cobranças sejam feitas com responsabilidade, para não corrermos o risco de expulsar do clube alguém que pode chegar a 602 jogos, ou alguém que pode vir a ter uma estátua esculpida.

O que falta a alguns de nós, infelizmente, é discernimento para saber quem realmente merece ser cobrado. E no atual momento conturbado que vive nosso clube, muito mais fora das quatro linhas, o alvo escolhido das principais críticas é o errado, podem ter plena certeza. 

Fiel, o ano ainda não terminou. Temos ainda dezoito partidas importantes. Devemos estar lá exigindo raça, bom futebol e principalmente dignidade a quem nos representa. Mas acima de tudo, apoiando incondicionalmente a quem carrega nosso escudo no peito dentro de campo.

Lembrem-se, o Corinthians é maior que qualquer técnico, jogador ou órgão de imprensa; ele só não é maior que a nossa própria paixão. 

Nos vemos em breve. Grande abraço e… Vai, Corinthians!!!! 

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BLOG DO MARCELINO ROCHA: O que temos para hoje é saudades

Hoje acordei com saudades.

Morumbi em dia de Derby em 1993 – A festa do povo – (Foto de Clóvis Ferreira/Agência Estado)

Amanheceu comigo a lembrança dos clássicos no antigo, e “neutro” estádio do Morumbi, à época com capacidade superior a 100 mil pessoas. Os ingressos eram disponibilizados em metade para cada torcida, mas normalmente a torcida corinthiana tomava 70%, as vezes 80% do estádio comprando os bilhetes que sobravam do rival. A divisão no estádio era feita em gomos. E que festa a Fiel fazia quando a PM abria mais um gomo de arquibancadas para abrigar nossa torcida!

Hoje em dia acabou o campo neutro. O mandante no seu estádio ou arena com torcida única, só dele. Um ambiente hostil que em nada lembra o que foi outrora um clássico do futebol paulista. 


A festa das bandeiras na invasão do Maracanã em 1976 (Foto reprodução)

Saudades das inúmeras bandeiras que coloriam em preto e branco as arquibancadas. Batuques que traziam o carnaval fora de época para dentro do estádio. Sim, estádio. Aquele estádio com gramado ruim, careca, as vezes esburacado que quando chovia a lama tomava conta. Muito melhor que a maquiagem de areia e tinta na cor verde que fazem hoje.

Torcedor no Pacaembu (Foto: reprodução futeboldecampo.net)

O estádio é democrático. Para os menos abastados, a geral ou a arquibancada de cimento era o que havia de melhor. Aquela proximidade do campo e de seus ídolos separados por um fosso ou uma grade. Isso pouco importava. O que valia era o abraço no desconhecido na hora do gol, o sorriso sem dentes daquele que por 90 minutos se esqueceria dos problemas. Jogo era para se assistir em pé e de preferência encostado no outro para que coubesse mais gente. Essa era a essência do torcer.

Para os de poder aquisitivo um pouco maior, tinha as cativas, ou as cadeiras numeradas. O conforto era maior, mas a alma era menor. Hoje as modernas arenas afastaram os torcedores mais simples. Antigamente era preferível ver um estádio estupidamente cheio a valores acessíveis. Hoje é melhor ter um público pífio e uma renda relativamente alta, afetando a beleza do espetáculo.

Setor Norte da Arena Corinthians lembra os estádios antigos em dia de clássico (Foto: Alan Moricy)

Acabou o cimento. Nas Arenas as cadeiras predominam. Na nossa, à pedido das torcidas organizadas, o setor Norte teve suas cadeiras retiradas para que elas fizessem sua bela festa como estão acostumadas. Torcer em pé em outros setores? Já gritam de longe para você sentar-se. Ingresso hoje é com lugar marcado. Se um amigo ou parente comprar antes ou depois, o risco de não estarem lado-a-lado no jogo é enorme. 

Saudades quando o Corinthians era só preto e branco (e de preferência com camisa de algodão para dentro do curto calção, sem patrocinadores e chuteiras somente na cor preta). Na década de 90 principalmente, você chegava na loja e comprava exatamente a mesma camisa com que seus heróis iam a campo. Hoje existe distinção entre camisa para torcedor, jogador e até para quem quer escapar de comprar em camelôs, além das de cor laranja, roxa, vinho, azul, amarela etc, todas, pasmem, do Corinthians. 

Saudades das entradas em campo quando o Timão subia sozinho para a batalha e era recepcionado por girândulas de fogos de artifício em um barulho ensurdecedor. Hoje em dia, foguetes, sinalizadores e coisas do tipo são proibidos. Ao entrar em campo o Timão está sempre acompanhado do adversário. Aplaudir e vibrar a entrada em campo tornou-se algo quase que constrangedor.

Saudades do corinthiano que era só corinthiano, não tinha essa de ser “Corinthians e Barça”, “Corinthians e Liverpool”, “Corinthians e Real”. Você era Corinthians e ponto final. 

O futebol se modernizou. O capitalismo chegou ao esporte mais popular do planeta. Seguimos o mesmo caminho por motivos óbvios. E esse texto fiz pensando exatamente nos jovens torcedores, aqueles que diferente de mim, não viveram isso e que nem por isso são menos corinthianos, mas que tenho absoluta certeza que, parafraseando um poeta contemporâneo pensam: “Que saudade daquilo que não vivemos”.

Nos vemos novamente em breve. Grande abraço e… Vai, Corinthians!!!! 

Twitter @marceparocha

BLOG DO MARCELINO ROCHA: Corinthians e Brasília, uma história de amor

No próximo domingo dia 15, o Corinthians voltará a se apresentar na capital federal onde enfrentará o Fluminense pela última rodada do primeiro turno do campeonato brasileiro 2019 no remodelado e moderno estádio Mané Garrincha. 

 (Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Como alguns devem saber, resido no DF e sempre que anunciam que o Timão vem jogar aqui, a Fiel local, tão carente de ter seus heróis por perto, já fica na expectativa, naquela ansiedade, contando os dias para o grande encontro. E a história do Corinthians com Brasília é muito rica e são algumas dessas boas passagens pela capital federal que contarei agora. 

Segundo a última pesquisa realizada pelo Governo do DF no fim do ano de 2014, a Fiel é a terceira maior torcida do “quadradinho”, atrás somente de Flamengo e Vasco, com 7,3% da preferência. Aqui somos mais de 150 mil loucos do bando, e essa relação de amor vem desde a inauguração do principal palco do futebol do DF. O Timão jogou 10 partidas no estádio, com o bom retrospecto de 6 vitórias, 1 empate e 3 derrotas. No DF o retrospecto é de 16 partidas com 9 vitórias, 3 empates e 4 derrotas.

Poucos sabem, mas o primeiro jogo do estádio Mané Garrincha aconteceu no dia 10 de março de 1974 válido pelo Campeonato Brasileiro com uma vitória do Corinthians sobre o extinto CEUB, a primeira equipe do DF a figurar na elite do futebol brasileiro, por 2×1, tendo Vaguinho marcado os dois gols, inclusive o primeiro gol da história do estádio. No dia 06 de setembro do mesmo ano veio o primeiro jogo contra uma equipe carioca em solo brasiliense e infelizmente uma derrota para o Botafogo por 1×0 no mesmo estádio pela Taça independência. O troco veio no ano de 2001 com um acachapante 4×2, dessa vez no estádio Serejão (ou Boca do Jacaré) em Taguatinga, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro. 

Algumas partidas estarão para sempre marcadas na história corinthiana.

No dia 13/10/2002 na vitória sobre o Gama no antigo Mané por 3×1, exatamente 25 anos após a quebra do jejum em 1977, o Corinthians, em homenagem a esse “jubileu de prata”, jogou com uma camisa feita especialmente para a data. Um Corinthians prateado entrou em campo e fez sua parte para delírio da Fiel que compareceu em bom número. 

Outra partida inesquecível que teve o mesmo palco e o mesmo adversário aconteceu em 25/07/1999. O Gama, campeão brasileiro da Série B 1998, enfrentando o Corinthians, campeão brasileiro do mesmo ano, na abertura do certame nacional. Festa armada, sol maravilhoso e a equipe do DF abre 2×0 ainda no primeiro tempo. Mas o melhor ainda estava por vir. O centroavante Luizão, que fazia sua estreia oficial com nossa camisa, fez quatro gols e decretou a inesquecível e histórica virada. Foi o primeiro passo rumo ao tri que chegaria meses depois. Relembre no vídeo.

A Copa do Brasil é um capítulo à parte na relação Timão-DF. Logo na sua primeira edição em 1989, o Corinthians enfrentou o extinto Tiradentes (não confundir com aquele do 10×1, aquele era do Piauí) em partidas válidas pelas oitavas de final do certame. No primeiro jogo, no Pacaembu, 5×0 com show do recém-contratado meia Neto. Na partida de volta no Mané Garrincha, a surpresa. O Tiradentes derrotou o Corinthians por 1×0, resultado insuficiente para a classificação, mas que deixou o então técnico da equipe, Dadá Maravilha, em polvorosa. 

Treze anos se passaram até chegar a maior epopeia corinthiana em solo Federal. No dia 15/05/2002 o Timão conquistava seu segundo título da Copa do Brasil ao empatar por 1×1 contra o bom time do Brasiliense no estádio Serejão. Um dia histórico. Nas ruas do Distrito Federal só se falava do jogo. Os jornais locais davam atenção especial. Jamais o futebol candango esteve tão próximo de uma conquista desse tamanho contra um adversário também gigantesco. A noite estava belíssima. Estádio lotado. As caravanas chegando de São Paulo, a Fiel lotando as ruas de Taguatinga com suas bandeiras e gritos. A apreensão na dificuldade do jogo e o êxtase após o apito final. Eu estava lá e jamais esquecerei. Lembro-me de cada detalhe como se fosse hoje. Meu time de coração conquistar um título nacional no quintal da minha casa é uma emoção indescritível. A festa varou a madrugada. Sensacional! Relembre essa emoção.

E mais um capítulo dessa história de amor está prestes a ser escrito. Em 2016, no primeiro jogo após a ida do técnico Tite à Seleção Brasileira, Fluminense e Corinthians jogaram no Mané, e a equipe carioca venceu por 1×0. Chegou a hora do troco! 

Ano passado a Fiel de Brasília delirou com Romero e companhia na goleada sobre o Vasco por 4×1. O paraguaio, por sinal, marcou três desses quatro gols. Eu estava lá!

Tomara que sejamos mais uma vez recompensados com uma excelente apresentação da equipe e uma grande vitória que nos deixará em boas condições para continuarmos lutando pelo título. Apoio não faltará e a Fiel do DF receberá o Timão de braços abertos incentivando até o apito final.

Pode contar conosco. 

E aí, Fiel, vai no jogo? Qual a expectativa para a partida? Aguardo seus comentários aqui…

Nos vemos em breve. Um grande abraço e… Vai, Corinthians!!!! 

Twitter @marceparocha

BLOG DO MARCELINO ROCHA: Tranquilidade

Foto: Agência Corinthians

Um dia após nossa boa vitória na Sul-Americana, as atenções se voltam ao Campeonato Brasileiro e o importante desafio contra o Fortaleza na capital cearense. Pouco tempo para descanso e mais um jogo difícil. 

Para alguns, a equipe deve esquecer o Brasileirão e focar, exclusivamente, no inédito título da Copa Sul-Americana. Não vejo por aí. O Brasileiro está no começo e muita água ainda vai rolar. É nítida a evolução do time nos últimos jogos, mas ainda é preciso neutralizar as jogadas aéreas que são um terror ao nosso sistema defensivo, e melhorar as finalizações. 

Não vejo, no futebol brasileiro, um time que esteja jogando aquele futebol muito acima dos demais. O nível é parelho, e é exatamente em cima disso que me baseio para acreditar que podemos ir longe em ambas as competições.

Após o resultado de ontem, o time seguirá tranquilo para o Uruguai, sabendo que tem mais time e uma boa vantagem. Mas o jogo de domingo é fundamental para saber se a torcida terá a mesma tranquilidade com a equipe, caso não ocorra um bom resultado.

Eu acredito no Timão, e você, Fiel? Comenta aí. Vamos resenhar! 
Grande abraço e… Vai, Corinthians!

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