Arquivo da tag: Blog do Gabriel

BLOG DO GABRIEL: Corinthians x Botafogo: relembre 3 JOGAÇOS alvinegros

Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

Neste domingo (24), às 18h (horário nada amistoso para a televisão), o Corinthians enfrenta o Botafogo pela trigésima-quarta rodada do Campeonato Brasileiro. A situação dos dois times é bem distinta, enquanto o Timão briga pela parte de cima da tabela – nem tanto assim também -, a treta dos cariocas é com o rebaixamento. Por mais que a estrela solitária não viva o seu momento de maior brilho, engana-se quem pensa que o clássico entre alvinegros é dominado pelo Coringão. Na verdade, é o contrário e o Botafogo é uma pedra constante no sapato paulista. Para te mostrar isso, separei alguns confrontos que marcaram a história. Confere aí!

Foto: Revista “Caeta”, 1931

Botafogo 7 x 1 Corinthians – 6 de maio de 1931
Quem se lembra bem do 7 a 1 para cima do Santos em 2005 precisa reconhecer a máxima que diz “dias de luta, dias de glória”. Com certeza, o 6 de maio de 1931 foi um dia de muita luta! A Taça dos Campeões Estaduais, ou Copa dos Campeões Estaduais de São Paulo e do Rio de Janeiro foi um torneio bem popular no início do século passado. A disputa era um jeito de botar frente a frente os dois vencedores dos estaduais mais fortes da época: paulista e carioca. Após vencer o primeiro jogo por 2 a 0 dentro de casa, o Corinthians saiu para o Rio de Janeiro e não teve muita sorte. Em uma partida inspirada de Nilo, do Botafogo, que meteu nada menos do que quatro gols, o Corinthians acabou dando adeus para o Rio-SP da época. Daí fico pensando, como seria esse jogo hoje em dia, hein?

Foto: © Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

Corinthians 2 x 1 Botafogo – 28 de maio de 2008
Os corinthianos de longa data se lembram do Timão mandando jogos grandes no Estádio do Morumbi, algo impensável hoje em dia, afinal, nós temos uma casa bem melhor, diga-se de passagem. Porém, na noite de 28 de maio de 2008, estávamos em terras são paulinas em partida válida pela semifinal da Copa do Brasil. A escalação é digna de um infarto ao mesmo tempo em que não. Felipe, Chicão, William, Fábio Ferreira, Alessandro, Nilton, Eduardo Ramos, Wellington Saci, Herrera, Diogo Rincón e Dentinho. Dos reservas, entraram Carlão, Marcel e Acosta. Alguns seriam titulares até hoje, outros… Após perder no finalzinho por 2 a 1 no Rio de Janeiro, o Corinthians botou mais de 60 mil pessoas no finado Morumbi e o jogo foi daquele jeito. O primeiro gol saiu só aos 6 do segundo tempo com Acosta vindo do banco, lembra dele? Renato Silva empatou logo depois de uma falha do Felipe. Porém, o mestre Chicão nos deu a vitória com o mesmo 2 a 1 que levou para os pênaltis. Um gol de falta, quem diria! Nas penalidades, Felipe (polêmico) recuperou-se da falha e pegou um, já foi o suficiente. O Corinthians converteu todos e passou para a final. O resultado seguinte a gente comenta depois, mas esse Corinthians e Botafogo já valeu o ingresso!

Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

Corinthians x Botafogo – 2 de julho de 2017
O Corinthians mágico de Carille no primeiro turno do Brasileirão de 2017 vinha de vitórias importantes como um sonoro 3 a 0 no Bahia e um heroico 1 a 0 no Grêmio com de Renato Gaúcho com direito a pênalti defendido pelo Cássio. Porém, novamente o Botafogo não colaborou com a festa alvinegra. O jogo foi duro, pegado e difícil. O Corinthians não abandonou a sua principal característica daquele ano, mas tentou infiltrar na zaga botafoguense. Os cariocas se seguravam bem e não davam o temido contra-ataque que marcou época. Um ótimo público na Arena Corinthians assistia à uma partida que poderia frear aquela sequência que dava as esperanças para um segundo semestre dos sonhos. Porém, já do meio para o fim do segundo tempo, entra Pedrinho, até então, só um menino da base talismã do time. Em uma bela jogada, aos trancos e barrancos, o jogador dá um chapéu na entrada da área botafoguense, corta para o canto e cruza na medida para Jô. Não seria tão fácil assim, né? O atacante chuta, mas o goleiro defende. Rodriguinho, com a sobra, chuta e a bola bate na zaga. Jô, por fim, chuta e faz um gol chorado e sofrido. A narração de Luís Roberto marca uma frase icônica: “gol, do time do povo”. Um grito que saiu da garganta dos milhares de presentes na Arena. E assim o Timão deu um passo importante para a conquista de seu sétimo Brasileirão. Pois bem, no domingo, os dois se enfrentam novamente. A má notícia é que o Timão nunca ganhou no Engenhão. Boa noite para quebrar a escrita, né? Vamos para cima!

E você, se lembra de algum Corinthians x Botafogo clássico que não está na lista? Então comente aí!

Leia mais no meu blog: Guerrero no Corinthians? Como o futebol lida com a troca de camisas

Você pode me seguir nas redes sociais:
Falando de Corinthians (@falandodesccp) | TwitterFalando de Corinthians (@falandodesccp) • Instagram photos and videos

BLOG DO GABRIEL: Guerrero no Corinthians? Como o futebol lida com a troca de camisas

(Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)

No último domingo, 17 de novembro, o Corinthians recebeu o Internacional pela trigésima-terceira rodada do Brasileirão. Além da notabilidade por marcar a briga por uma vaga à Libertadores (ou à pré-liberta), a partida trouxe um encontro já manjado, mas ainda bem controverso, Guerrero e Fiel.

Foto: Ricardo Duarte / Internacional

O centroavante peruano de alta estatura e força notável chegou em 2012 para assumir a camisa nove do Timão. Pelo alvinegro do Parque São Jorge foram 54 gols. Dois deles não saem da história corinthiana por nada nesse mundo. Afinal, foram justamente na conquista do planeta. A saída em 2015, mesmo como artilheiro e um dos principais destaques do time, foi bem conturbada. Declarações aqui e ali, promessas e falta de concórdia. Por um salário maior, Guerrero pegou a ponte rio-sp e foi para o Flamengo. De lá pra cá, nunca mais foi o mesmo GUERRERO com letras maiúsculas. Bons jogos esporádicos, muita presença física em campo, participações importante pela sua seleção, polêmicas e acusações de doping. No mais, nada além. Toda vez que pisa na Arena Corinthians fica aquela sensação de “ídolo, pero no mucho”. Muitos nem o consideram assim, pois, a idolatria envolve postura, amor e paixão; itens que faltaram a Guerrero. Diria que nem por mal, ele foi profissional no significado total da palavra e não passional, como sempre esperamos. Para tantos, foi apenas um bom colaborador, que desempenhou bem seu trabalho enquanto recebeu salários generosos. Para os próximos do jogador foi uma escolha. Afinal, é normal sair para ganhar mais, né? No mundo corporativo é comum e até esperado. Ninguém fala disso em escritórios, lojas e escolas.

Porém, no futebol é diferente. A loucura de gols importantes e a entrega dentro de campo cria uma relação de proximidade maior do que qualquer outro negócio. O jogador não é um funcionário, mas um guerreiro – com o perdão do trocadilho -, um construtor de sonhos que se dedica cem por cento à instituição. Mas nem sempre é assim, nem dá pra ser. As relações trabalhistas são mais densas e complexas do que a paixão. A dor da incompreensão de não entender o por que, pensar que “estava tudo bem aqui” ou “era ídolo” cria uma ideia de mercenário no futebol. O resultado? Vaias, berros e negações. Mais do que em qualquer outro lugar. Dificilmente alguém vai na porta da Danone xingar o funcionário que saiu da Itambé. Não é assim quando o Figo vai do Barça pro real. Nem com o Ricardinho do Corinthians para o São Paulo.

Foto: Figo e as recepções “calorosas” da torcida culé. Créditos: Getty Images

E a prova disso, torcedor, foi você olhando para o título desse texto e pensando “o quê? Guerrero no Corinthians? Tá maluco, fiel?” Pois é, a paixão faz isso.


===========================================
Lembrando que HOJE, terça-feira, às 22h, tem PODCAST na TV CENTRAL DO TIMÃO!
Aproveite, CLIQUE AQUI e se inscreva no canal e ative o sininho para receber as notificações sempre em primeira mão. 

.

BLOG DO GABRIEL: Podemos falar de futebol?

Crucifica-o! Crucifica-o!

As palavras proferidas na história mais famosa da humanidade – escrita há milhares de anos – ainda são repetidas rotineiramente em nossa sociedade tão moderna. Mesmo com computadores de última geração, transportes rápidos e softwares inteligentes, ainda não superamos o desejo inerente do julgamento ao próximo.

Essa face inquisidora se faz presente quando condenamos as visões contrárias e sub julgamos as posturas alheias à uma série de definições próprias. Nesse sentido, após dar tamanha volta, sinto-me na obrigação de falar sobre Fábio Carille.

Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

Não faltam na imprensa, ainda hoje, um dia após sua demissão, críticas e críticas sobre a postura do treinador. A TV Globo, no auge de sua transmissão, falou abertamente sobre uma “mudança de interpretação” do que o treinador havia dito. O consenso geral do jornalismo é divulgar um treinador arrogante, desmedido e egoísta.

De fato, Carille não se conteve em certos momentos, atacou a imprensa, acusou aqui e ali. Nesses momentos, acabou comprando brigas pesadas demais.

A visão de um treinador intragável e difícil de lidar tomou conta daquele homem sereno e tranquilo, ainda vislumbrado com o posto de treinador do seu time do coração. As matérias saíram completamente do tom positivo e se transformaram em uma construção de um perfil turrão, teimoso e mal-educado.

Confesso que não acompanho o dia a dia do clube e não posso me pronunciar sobre o jeito do treinador. Porém, jogo o questionamento: precisa disso? Precisamos a todo momento pintar o Carille como um cara que mudou da água para o vinho para justificar sua demissão? Precisamos entrar em questões pessoais para julgar o trabalho alheio? O falastrão – e em muitos momentos, problemático – Renato Gaúcho – ou Portaluppi, que seja – é visto pelos mesmos figurões como irreverente e original. Já, Carille, em suas entrevistas sinceras, é um destruidor de grupos.

Novamente, lanço a pergunta: para quê? É necessário de fato pintar essa imagem à essa altura? Os programas esportivos precisam se concentrar em análises psicológicas profundas sobre o ex-treinador?

Não cabe, não faz sentido. Os números estão aí para mostrar o baixo índice de passes, os chutões e as poucas criações ofensivas. Isso basta para classificarmos a campanha de um treinador. Entrar tanto em méritos pessoais de um profissional que, errando ou acertando, se dedicou durante uma década ao clube é um tanto quanto desmedido.

Leia mais: BLOG DO GABRIEL: O Corinthians nosso de cada jogo 

Já passamos da fase de fazer isso. Podemos ser maiores. Podemos superar. O futebol não precisa ser um antro de fofoca e disse-que-me-disse.

Deixa a bola rolar, não é esse o tão dito modelo europeu? Sejamos.

Você pode me seguir nas redes sociais:
Falando de Corinthians (@falandodesccp) | TwitterFalando de Corinthians (@falandodesccp) • Instagram photos and videos

BLOG DO GABRIEL: Corinthians drama – entre o dia que odeia e o dia que ama

Meus amigos, nem os puros amores, embalados por cartas e canções dos Beatles, maltratam os corações humanos como o faz um simples esporte bretão chamado futebol.

Fotos acervo pessoal

Nada tem o poder tão irreverente de despertar paixões e jogá-las contra um muro de raiva, decepção e ira. Nem mesmo os términos em dias de chuva.

Gostar de futebol é viver constantemente entre “para que eu preciso disso?”, “vou desistir de assistir essa m….”, “não preciso sofrer mais” com “eu amo esse time”, “que jogo do c…..” e “Corinthians minha vida, minha história, meu amor”.

Às vezes isso ocorre em um curto espaço de tempo, seja no primeiro, seja no segundo. Há um mar de emoções muito extenso entre a euforia de marcar um gol aos 92 e a raiva de sair de campo sob os gritos de olé.

E a gente desliga a TV, sai para tomar um ar, dá um gole mais profundo na cerveja ou fuma um cigarro. Ou nada disso, afinal, cada um faz o que lhe apetece. Porém, dentro de si o sentimento é o mesmo “acabou, não vou mais perder meu tempo com isso.”

Mas dura pouco e a gente volta no próximo.
Ah, a gente sempre volta!

Penso que é porque sabemos que o campo é feito de jogadores, caras que estão bem ou mal, não se sabe, depende. Eles são criticáveis, odiáveis e repugnantes. Mas o clube não, o emblema que vai na camisa é maior do que tudo. Maior do que a raiva, maior do que a desilusão.

E a gente volta, ah se volta. Como o cão arrependido, como o filho pródigo, a gente volta. E grita mais, e chora, e sofre. Afinal, do que mais é feita essa vida?

Você pode me seguir nas redes sociais:
Falando de Corinthians (@falandodesccp) | Twitter
Falando de Corinthians (@falandodesccp) • Instagram photos and videos

BLOG DO GABRIEL: Amor à camisa

Em suas apresentações nos clubes, os jogadores de futebol juram amor, beijam o escudo e fazem promessas milagrosas: gols em finais, defesas sensacionais e entrega de corpo e alma nos clássicos.

Acervo pessoal

Não me tornei profissional (na verdade, eu nem tentei), mas hoje me apresento em algo relativo ao Corinthians. Por mais que não tenha gol do Gabriel, é um sonho. Alguns talvez já me conheçam da Falando de Corinthians, perfil de Instagram que mantenho com muito orgulho. Porém, isso não é o foco de hoje, nem a formação em comunicação, nem a recém-iniciada pós em Jornalismo Esportivo (que eu tenha tempo para tanta coisa!).

O foco hoje é vestir a camisa. Uma unidade muito especial eu diria. Lembro-me que, em 2002, com apenas 6 anos, chorei por horas e horas após a derrota para o Santos pelo Brasileiro, o que me dói até hoje. Meus pais, não fãs de futebol (não peguei o amor deles), não entenderam aquilo tudo, mas deixaram.

Porém, a maior prova de amor ainda não é essa. Não vou forçar a barra e dizer que passei fome, não foi assim, mas a gente não tinha muita grana mesmo. Filho de um assalariado que precisava economizar muito para fechar minimamente no azul, não me sobrou muito para o preto e branco.

O nome de ídolos da época como Jô e Gil não dariam para ser estampados em uma camisa, pelo menos não oficial. Então, o garotinho pegou uma camiseta branca e algumas tintas. Com alguns minutos, pintou o escudo, o patrocinador e aquela faixa preta que ficava próxima à manga. Depois o número. E ali ficava pronta a camisa. Se era igual à original? Pouco importava, a graça era escancarar para o mundo tanto amor, mesmo sem saber o que era isso.

Algum tempo depois eu ganhei uma camisa melhor, ainda que do camelô, mas com uma produção melhor que a minha. A de tinta guache no pano branco ficou meio de lado e se tornou uma lenda. Talvez ela ainda exista nos fundos da minha casa em Minas Gerais, talvez ela seja apenas uma memória. Quem sabe um dia eu não a encontre e poste uma foto?

Até lá vocês ficam com um pouquinho do que eu senti fazendo essa obra de arte: todo o corinthianismo de um garoto.

Você pode me seguir no Twitter:
Falando de Corinthians (@falandodesccp) | Twitter