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BLOG DO DR. CÉSAR: Quesito Evolução. Cinco. Nota cinco

Foto: Alexandre Vidal / Flamengo

O Corinthians destoa no quesito evolução.

Evoluiu em relação aos pífios times de Osmar Loss e Jair Ventura, mas é muito pouco perto da fama de Fábio Carille.

No início do ano, a culpa era do calendário. E o técnico tinha razão. Mesmo assim, foi campeão Paulista com um futebol bastante discutível.

Carille pregava que após a parada em razão da Copa América tudo mudaria. Promessa vazia. Em vão.

Gil chegou e, tecnicamente, coloca a defesa em outro patamar. Mas é pouco para galgar novos parâmetros, como diria o ex-técnico da Seleção, Sebastião Lazaroni. O Corinthians não briga pelo título brasileiro. Briga pelo G-6. É o possível.

O time é mecânico demais. E é assim desde o início do ano.

Houve uma natural evolução defensiva, porque Carille é especialista em armar boas defesas. Era absolutamente esperado que o Corinthians dispusesse de um sistema defensivo competente.

Mas o futebol não é só sistema defensivo. É muito mais que isso.

Faltam “camarões” no time. E pela ausência de “camarões”, até no ataque, Carille escolhe aqueles que melhor se adequam ao sistema defensivo.

Exemplos: Vágner Love e Sornoza são muito mais marcadores, muito mesmo, que seus rivais na briga por posição, Jadson e Boselli, respectivamente.

Carille faz o que pode. Entrega um time competitivo, mas com limitações técnicas visíveis.

Vejamos:

Clayson demora demais para tomar uma decisão. E quando toma, invariavelmente, a decisão é errada. Clayson é a nossa melhor arma para dar profundidade ao ataque. Carille pediu Roger Guedes.

Avelar não tem qualidade no apoio, mas é um bom marcador. Carlos, o reserva, é o contrário. Carille escolhe, com correção, aquele que sabe marcar melhor. A saída de bola pelo lado esquerdo é nula. Se o adversário controla o Fagner, o Corinthians tem dificuldades na saída de bola. Carille pediu Arana ou um lateral-esquerdo mais ofensivo.

A bola não chega limpa em Vágner Love. E quando chega, ele a maltrata constantemente. Tem muita raça e disposição, mas o centroavante do Corinthians precisa de mais repertório.

Sornoza é mais volante que meia. Não é um meia que vai meter gol, como Jadson, por exemplo, mas o equatoriano marca e joga mais para o time. Carille já pediu um meia mais qualificado.

O trabalho de Carille não evoluiu como imaginávamos, mas é inegável que ele não dispõe de “camarões” para dar outra cara ao time.

O time tem os mesmos defeitos e qualidades de outrora. Defesa compacta, meio-campo sem criatividade, ataque inoperante, bola aérea defensiva desastrosa, pragmático, boa recomposição defensiva, mas ainda assim competitivo e capaz de brigar pelo título da Sul-Americana.

Parodiando Carlos Imperial, cinco.
Nota cinco no quesito evolução.

Boa semana.