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BLOG DA NÁGELA GAIA: Quando o Corinthians perde, eu perco junto

Eu sou o tipo de torcedor que sofre quando o Timão está mal. Não sinto raiva como alguns. Não esbravejo contra o time. Não xingo. Não me revolto. Não quebro nada. Fico quietinha. Não quero ver ninguém, falar com ninguém e me esforço para não me esconder. Também não é me esconder. É porque não quero ver ninguém xingando o amor da minha vida. É doído demais pra mim.

Imagem: TudoTimao

É o meu amor. É o amor da minha vida. Quando o Corinthians perde, eu perco junto. Eu perco a fome e perco o sono. Perco a alegria de viver. Perco de ver o sorriso na cara da Fiel. Fiel que também amo. Me sinto lá na década de 70 quando vivíamos aquele jejum maldito de títulos paulistas. Ahhhh você não conhece o inferno, a humilhação. Meu amor já sofreu tanto nesses 109 anos, ele merecia mais. Ele merece mais. Merece o meu amor, merece o seu amor. Nossa compreensão, nosso apoio. Nosso abraço.

Quando o Corinthians perde, sinto carinho. Mas não um carinho qualquer. Sinto como uma mãe que vê o filho sofrendo e ela não pode fazer muita coisa, além de rezar e pedir à Nossa Senhora que enxugue suas lágrimas.

Parece exagero, muitos não compreendem, mas essa sou eu.

Mas apesar da tristeza, conheço o meu amor, estamos há 50 anos juntos. Ele vai se levantar e dar a volta por cima mais uma vez, e lá estarei feliz ao seu lado, gritando sempre com muito orgulho “Vai Corinthians!”

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BLOG DA NÁGELA GAIA: Vai Corinthians!

Amanhã é domingo e tem Corinthians contra o Avaí. Bateu uma vontade de escrever umas linhas para o blog. Sentei aqui e a inspiração sumiu, foi consumida pela ansiedade.

Eu não sei vocês, mas em mim dá “um não sei quê não sei aonde” quando o Timão joga com esses times que estão no Z4 da tabela. Não tenho medo de clássico, de time grande, porque sei que o Corinthians cresce e vai para cima. Mas… ow… te falar… me bate uma ansiedade! Ou será que é medo? Não do adversário, mas do Corinthians mesmo. Sabe aquele “complexo de Robin Hood” do futebol brasileiro, sem aquele verde horrível… Sai zica!

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O Atlético Mineiro deu a deixa. Perdeu hoje para o Bahêa e estacionou nos 27 pontos, só precisa o Corinthians ir para cima do Avaí, não tomar conhecimento, e, sinto muito, vencer, e secar os saltos altos que estão à nossa frente. Um deles que bobear, a gente pimba!

Imagem do Blog corinthianosdecuritiba

Daí fico repetindo para mim mesma uma ladainha sem fim, é mantra (tantas vezes repetido por tantos outros torcedores como eu)… Entro num Vai Corinthians sem fim…

Vai Corinthians! Vai ganhar de meio x 0 com gol do Everaldo que tudo bem, vale 3 pontos.

Vai Corinthians, vai com o amor e a dedicação do Idário, o “Deus da Raça”, chama o Goiano e o Roberto Belangero, forma de novo a lendária linha média campeã Paulista do IV Centenário, em 1954!

Vai Corinthians, vai com a garra do capitão Freddy Rincón, levantando a taça do primeiro Mundial!

Vai Corinthians, com a força do Zé da Fiel faz de todos Zé Elias e Vampeta!

Vai Corinthians, beija a bola, vai pra falta com as pernas de Rivellino, de Neto e Marcelinho!

Vai Corinthians, vai com a doideira do Viola, do Dinei e do Edilson Capetinha!

Vai Corinthians, vai com os berros do Ronaldo Giovanelli, com a elegância do Gylmar, passa nada!

Vai Corinthians, vai com a perfeição do Gamarra ou só com a vontade do Romero (saudade paraguaios, meu Deus!!!). Tiiiraaa Gil, manda pro mato, Manoel!

Vai Corinthians, vai com os gols do Luizão, já chega fazendo quatro e não para mais!

Vai Corinthians, vai com a genialidade de Carlitos corinthiano maloqueiro sofredor.

Vai Corinthians, vai com o Fenômeno Ronaldo derrubando o alambrado e mudando tudo pra sempre!

Vai Corinthians! Vai com o amor da tua Fiel, que tem em ti a maior alegria de toda a vida.

Vai Corinthians! Vai, não para de lutar, que daqui a tua Fiel não para nunca de apoiar.

Vai Corinthians!

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BLOG DA NÁGELA GAIA: Fagner – Dias de luta, dias de glória

Fagner – a cada passo, uma superação

A história de pessoas vencedoras sempre despertou minha curiosidade. Até porque sei que o acaso não faz vencedores. Para chegar lá é preciso mais que sorte, mais que sina de campeão. Só acreditam em sorte aqueles que não tiveram a curiosidade de olhar a história por trás do sucesso. Quem a vê, descobre a quantidade de trabalho, sofrimento, solidão e superação que a pessoa precisou enfrentar. A história de Fagner é assim. Ele me encanta. Assisti um programa na tv uma vez (não me lembro qual), onde sua esposa dizia que o que mais gosta nele é o seu coração, e finalizava: “Ele é muito bonzinho… ele é bonzinho demais.”

Foto: Acervo Pessoal

Dias de luta, de solidão. Criado no Jardim Capelinha, um bairro simples na Zona Sul de São Paulo, aos seis anos viveu o primeiro baque. Após a separação dos pais, teve a ausência de uma das coisas mais importantes na vida de uma criança: a mãe. Ele e o irmão foram criados pelo pai. Brincando, chocou-se contra uma porta de vidro, entrou em risco de morte ou amputação do braço esquerdo. Socorrido em um hospital público, uma cirurgia errada (nos ligamentos rompidos) quase lhe fez amputar o braço. Se recuperou depois, em outro hospital, e o pai vendeu o carro para pagar a cirurgia. Por isso, já adulto, para cobrir a cicatriz, passou a fazer tatuagens.

Fagner em foto de 2001 (é o segundo em pé) Foto: Arquivo Pessoal

Moleque talentoso, foi descoberto em 1999, numa escolinha de sua região. Com apenas 9 anos pegava três conduções (trem e ônibus), num trajeto de quase três horas e ia sozinho para o treino no Parque São Jorge. O pai tinha que trabalhar, e não podia levá-lo. Começou como atacante, foi volante, meia, zagueiro e quando faltou um lateral direito, o técnico pediu para ele treinar, ali ele se fixou. Mas um outro técnico quis mandá-lo embora por ser muito baixo. A diretoria o bancou.

Fagner o terceiro de pé. Títulos são rotina desde o início de sua carreira (Foto Arquivo Pessoal)

Um dia não foi relacionado para um campeonato. Não se conformou. Pediu autorização para jogar por uma escolinha de Santo Amaro. Se inscreveu na quinta-feira e no sábado já jogou a competição. Brilhou. Conseguiu ajudar o time a chegar às semifinais e jogar contra o Corinthians. A partida terminou em 2 x 2, e ele foi o melhor em campo, fazendo um gol e dando o passe para o segundo. O time da escolinha perdeu nos pênaltis para o Timão. Naquele dia, provou seu valor. Acabou premiado como o melhor jogador do campeonato. A partir dali se firmou no Timãozinho e, em pouco tempo, já era titular e capitão. No Corinthians ganhou títulos em todas as categorias até o sub-17, ganhou bolsa de estudos e costuma dizer que também formou seu caráter. 

Fagner em 2006 – Foto: Fernando Santos/FolhaImagem

Em 2006, novamente, faltava um lateral direito para um jogo. Dessa vez, no time profissional. O Timão. O técnico Emerson Leão chamou o menino do sub-17 para jogar a partida contra o Fortaleza. Começou ali sua carreira. No fim do ano, foi vendido para o PSV, e foi para a Holanda. Com apenas 17 anos, sozinho e sem ser aproveitado (depois da mudança de técnico, nunca mais jogou), pensou em largar o futebol. Prometeram apartamento, mas ficou morando na casa de um casal e sem receber salário. 

Fagner fez gols importantes pelo Vasco, onde ficou por cerca de três anos e meio (Foto: Tom Dib)

Voltou desempregado. Casou jovem (19 anos) com a prima de um amigo de infância. Partiu do Vasco da Gama a oportunidade de voltar a jogar (seria Éderson apenas uma desculpa que os flamenguistas usam para odiar tanto o Fagner? Me parece que o verdadeiro motivo é ele ter brilhado no rival Vasco). 

Foto: Agência Corinthians

De lá para cá, nós já sabemos. Eu sinto um orgulho danado quando vejo histórias assim. Exemplo para tantos que desistem antes de começar. 

Foto: Pedro Martins/Mowa Press

Determinado, disciplinado, focado, família, feliz. Jogador do Corinthians e da Seleção Brasileira. Ele lutou muito para isso. Dias de glória. 

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BLOG DA NÁGELA GAIA: Dia Nacional do Futebol

Campo do Lenheiro em 1910 – A primeira vitória do time do Corinthians (Luiz Fabbi marcou o primeiro gol da história do Timão)

Sim, é verdade e não pode passar em branco. A paixão nacional do brasileiro tem data para ser celebrada. É hoje o Dia Nacional do Futebol. É hoje o dia do esporte que dá tantas alegrias e tantas tristezas para nós, que o amamos. O esporte que pode ser jogado com uma bola de meia, uma bola furada, o goleiro com os chinelos nas mãos, time com camisa x time sem camisa, no lindo gramado da Arena Corinthians, na grama de casa, na sala, no quintal, na várzea, na quadra, na rua, na chuva e na fazenda.

A data foi escolhida em 1976, em homenagem ao Sport Club Rio Grande, considerado o time mais antigo do país, que hoje aniversaria. O Rio Grande é do Rio Grande do Sul e ainda está em atividade.

Sobre o futebol no Brasil existem vertentes variadas. Muitos dizem que ele surgiu na Inglaterra em meados do século 19 e veio para o Brasil em 1894, trazido por Charles Muller. Outros relatos apontam os jesuítas como os responsáveis pela chegada do esporte ao país na segunda metade do século 19.

O fato é que o futebol é uma paixão nacional e alimenta sonhos. São centenas de milhares de escolinhas espalhadas pelo país, sem falar dos projetos sociais que trabalham a inclusão de crianças carentes e assim acabam descobrindo craques e mudando suas vidas.

A atenção está mesmo é no domingo. Até porque domingo tem Corinthians! Tem Clássico das Multidões! Corinthians x Flamengo. São simplesmente setenta milhões de brasileiros com o coração já batendo mais forte, fora os “anti” que estão só esperando para zoar o que perder, pois são os dois times mais odiados do país (eu diria invejados mesmo!!! adoro!!!).

Mas, voltando a falar sobre porque existe uma data específica para o futebol… Nada mais justo, pois ele está presente no nosso dia a dia e é raro o brasileiro que não gosta de futebol. Ele domina a semana inteira. No domingo tem jogo. O assunto não pode ser outro. Na segunda, se o time da gente ganhar, é dia de assistir todos os programas da tv e do rádio e zoar o adversário. Se perder… Pula essa parte! Na terça já muda o assunto, olha para a frente, porque quartas e quintas também são dias nobres, e nosso time vai jogar de novo. Na sexta-feira a gente nem lembra se ganhou ou se perdeu, porque é o dia nacional da cerveja e os papos nos botecos rolam sobre o jogo de sábado ou domingo.

E tome resenha! Enfim, não sobra nem a amarga segunda, pois quem ganhou vai comemorar e quem perdeu vai chorar e culpar até o vento pela derrota do seu time.

Não. Para falar a verdade, não amo tanto assim o futebol e nem ligo se ele tem um dia. Eu amo mesmo é o Corinthians, e dele são todos os meus dias.

Obs.: E se você ainda está tentando entender o que a foto tem a ver com o texto, lhe digo que nada e tudo. Se for para falar de futebol, eu tenho que falar de Corinthians, e nada melhor para estampar o texto, do que a foto da primeira vitória ainda no Campo do Lenheiro.

VAI CORINTHIANS!

BLOG DA NÁGELA GAIA: O Corinthianismo de cada um

Eu torço. Tu torces. Ele torce. Nós torcemos. Vós torceis. Eles torcem.
É Corinthians! É verbo!

Fui de setor Norte no jogo contra o Ceará pela Copa do Brasil e vivi uma experiência que mexeu com minha emoção e me fez pensar muito nesse tema. Em pé, à minha frente, um jovem senhorzinho franzino com uma camisa Kalunga, de 1985, muito surrada e cheia de bolinhas.

Cabeça erguida, pulando, cantando, esfregando as mãos, os olhos brilhando de felicidade por estar ali com sua camisa de 34 anos molhada pelo suor da história. A cada jogada eu sentia com clareza seus pensamentos. Seus gestos e olhares valiam mais que mil palavras. Ele socava o ar, fechava os punhos com força empurrando o time, gritava com toda a sua alma e se sentia importante por estar ali ajudando o Corinthians.

Meu coração se encheu de respeito e carinho por ele, eu ali pequeninha diante da grandeza dele, já não prestava mais atenção ao jogo, fascinada, hipnotizada por aquele corinthiano, ele sim, maloqueiro sofredor.

Meu pensamento voava. Que sacrifícios ele teria feito para estar ali? Quanto custou, para ele, pagar 28 reais no ingresso? Mais 14 reais de metrô?… Será que ele vem sempre ou raramente pode?… Pelas roupas, parecia tão carente de bens materiais… Mas, olha a felicidade dele! Quanta história as bolinhas dessa camisa viveram e contam? Quantas vezes essa camisa enxugou as lágrimas dele ou ensopou de suor de tanta felicidade?… Que vontade de abraçá-lo! Não me passou pela cabeça “Nossa! será que a camisa é pirata?”… “em quem será que ele votou nas últimas eleições?”… (Oi?!)

Me apresentei e perguntei se podia fotografá-lo pra um site. Sorridente, ele permitiu e me disse se chamar Luciano. Expliquei que escreveria sobre “ninguém é mais corinthiano que ninguém” e gostaria de conversar com ele a respeito disso. Orgulhoso, ele disse “Claro! Ninguém é mais corinthiano que ninguém, porque só eu sei a felicidade que estou sentindo.“ Combinamos de conversar no intervalo do jogo, mas, ao fim do primeiro tempo, veio o poropopó e ele desapareceu na multidão. Frustração. Não o vi mais.

Eu tinha tanto a aprender com ele!… Queria muito que o Corinthians tivesse feito um gol, para comemorarmos juntos, abraçados, coração com coração…

Fiquei pensando em que categoria os “senhores da fiel” incluiriam o sr Luciano. Pois, hoje, muito se discute o corinthianismo de cada um, e é comum vermos ditadores de regra tentando dividir a Fiel em:

fiel direita/fiel esquerda
fiel camisa pirata/fiel camisa original
fiel torcedor/ fiel sofá
fiel corneta/fiel foca
fiel organizada/ fiel sei lá o que…

Enfim, todo tipo de divisão, tudo sempre carregado de muito preconceito e tentativa de imposição.

Oras… como diz o grande corinthiano Rafa Gil, “Na hora do gol, quando eu abraço o irmão que está ao meu lado, não pergunto nada sobre ele, só quero saber que ele é corinthiano, que está tão feliz quanto estou e isso basta.” Outro Rafa que admiro muito, o Rafael Castilho, diz que não existe corinthiano sozinho. “O corinthiano compartilha com os seus iguais esta experiência existencial. Não pode haver Corinthians sem comunhão.” Torcer para o Corinthians é íntimo e tem a ver com religião, com fé.

Como ousam discutir a fé de cada um? Mas temos visto dedos apontados e sentenças proferidas como se fosse um tribunal onde a condenação é rápida e curta: “Você não é corinthiano!”.

E o corinthiano, acuado, feito “réu”, é obrigado a ouvir, calado, as instruções, se “regenerar” e se juntar aos “bons”, sob pena de calar-se eternamente através do block, não antes de receber um rótulo ao bel prazer do “senhor juiz”.

Arrogância. Insolência. Intolerância. A causa é uma só: Corinthians.
É incrível como pessoas que se reuniram pela mesma causa, o Corinthians, e pelo mesmo sentimento de corinthianismo, conseguem transformar algo tão lindo em um campo de guerra. Sinto tristeza. Já tentei entender os argumentos de todos, juro! Mas não consigo ver lógica na arrogância.

Cada um torce de um jeito e não existe régua para se medir o amor do outro. Cada um tem uma régua que só consegue medir a própria vida, os próprios sentimentos. Até porque o verbo “torcer” não significa apenas apoiar, mas, também, mudar o sentido ou a direção de algo, assim como você torce a roupa lavada. Também quer dizer curvar-se, render-se, ceder, contrair-se, contorcer-se, sentir inquietação, raiva, insatisfação, mostrar desagrado, envolver, enrolar, enroscar…

Será que tem gente que acha que o cara que compra a camisa no camelô não sonha em ter uma original? Considero impossível um corinthiano não se sensibilizar pelo fiel que mora fora de São Paulo e só pode acompanhar o Corinthians pela televisão. Você consegue se colocar no lugar dele na hora do jogo?

O que dizer do ditador, o que se considera o “porta-voz da fiel”, que usa dos mais estapafúrdios argumentos preconceituosos, se apossa e se utiliza de nossos ídolos, usando-os como justificativa para sua empáfia, dividindo a fiel entre os que votam em fulano ou em sicrano?! Se você vota como eu voto, você é corinthiano. Se você vota diferente, você nem corinthiano é. Então você está condenado a rótulos, e pronto, acabou!

E os “cornetas” que exigem que os “focas” se manifestem e apoiem suas críticas, muitas legítimas, outras estapafúrdias, resultado da grande paixão… E, onde existe lógica na paixão?… E os “focas” que exigem que os “cornetas” se calem, porque não é possível que sejam corinthianos, tem que apoiar em tudo!… “Eu respeito a sua opinião, mas…” Mas, mas, mas… Respeita nada!

Impressiona ver como existem pessoas que se acham inteligentes (muitas até o são!) mas querem ser melhores que as outras e humilham de forma intencional e agem com tanta arrogância e nenhuma empatia. São os que se acham “mais corinthianos que os outros”. No íntimo, pensam que são formadores de opinião, se consideram os donos da fiel, donos da verdade. São os que tem rótulos prontos para os que pensam diferente deles.

Respeitar o semelhante é respeitar a si próprio, e isso, sim, é ser inteligente! Ser humilde, valorizar o sentimento puro, independente de cor da pele, da escolaridade, da aparência, da raça, do dinheiro, se mora longe ou se mora perto. Conversar sobre o que pensamos, discutir pontos de vista, mas que seja sem outros interesses e preconceitos, aprender com o outro, fortalecer seu CORINTHIANISMO, isso, sim, é tão lindo, é tão Corinthians!

E já que você chegou até aqui, quero lhe dizer que não importa em quantos jogos você foi desde que nasceu. Não interessa a ninguém a quantidade de camisas do Corinthians que você tem, se são originais ou piratas. Ninguém é mais corinthiano que ninguém. Nem quem vai à Arena domingo ver o Corinthians jogar, nem a maioria que vai assistir pela TV, ou até os que nem poderão assistir.

O Corinthians aceita você como você é. Eu, você, e todos os 34 milhões de loucos, somos todos corinthianos. Não permita que ninguém lhe diga o contrário e, se disser, deixe-o falando sozinho. Não vale a pena contribuir pra esse debate inútil.

Vai Corinthians!

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BLOG DA NÁGELA GAIA: Você faz falta, Dr. Osmar

“Avô corintiano, pai corintiano. Nasci corintiano, num 20 de junho às 14 horas de um domingo. Papai me viu rapidamente e foi ao jogo. De volta à maternidade, disse ao meu ouvido: ‘O Corinthians ganhou do São Paulo’. O Corinthians… foi a primeira palavra que ouvi neste mundo.”

Hoje faz cinco anos que perdemos Dr. Osmar de Oliveira. E como perdemos! Não só sua família perdeu, mas o Corinthians, a Fiel Torcida e todo um país tão carente de pessoas corretas.

Dr. Osmar amava uma provocação e simbolizava, como poucos, a frase “contra tudo e contra todos”. Se falavam mal do Corinthians, ele crescia, se alterava e virava mais corinthiano que qualquer um nesse mundo e defendia o Corinthians com unhas e dentes, mas sempre com a verdade incontestável. Em tempos de muita busca por audiência e cliques, e pouco caráter, quanta falta você faz, Dr. Osmar!

De coração enorme, médico competente e também jornalista de opiniões contundentes, corinthiano na alegria e na tristeza, nunca se escondeu. Respeitado até pelos rivais, por onde passou, deixou um rastro de respeito e credibilidade. Foi redator da revista do Corinthians na década de 60 e ao mesmo tempo do jornal Coringão. Único jornalista esportivo que atuou em todas as grandes emissoras de tv de São Paulo, foi comentarista e narrador, inclusive comandou, na Band, a final épica do basquete dos Jogos Pan-Americanos, em 1987, nos Estados Unidos, onde a Seleção Brasileira de Oscar & Cia conquistou o ouro sobre os donos da casa. 

Apesar da carreira extensa no jornalismo, Dr. Osmar nunca deixou de exercer a Medicina. Foi médico do Corinthians e da Seleção Brasileira de Basquete e recebeu a homenagem de colocarem seu nome no Centro de Preparação e Reabilitação de Atletas, dentro do Centro de Treinamentos do Corinthians, imortalizando-o. 

Polêmico e sincero, travava embates memoráveis com os torcedores rivais, especialmente com seu amigo Marco Aurélio Cunha, médico e ex-dirigente do São Paulo, e enchia de orgulho a Fiel Torcida, que repetia uníssona: “Dr. Osmar representa!“. Sua grandeza, seu profissionalismo, sua dedicação, sua seriedade e sua alegria nunca serão esquecidos por nós que também amamos tanto esse Corinthians.

Sim. Dr. Osmar, você faz falta. O que nos conforta é saber que você está lá no céu dando consulta de graça para todo mundo, como sempre fez aqui na Terra.   

“Não sou corinthiano de coração porque um dia ele para.
Sou corinthiano de alma porque ela é eterna.”

Saudade eterna Dr. Osmar de Oliveira 20/06/1943 – 11/07/2014

Créditos: Fotos retiradas da internet