• Por Fabio Luigi / Redação da Central do Timão

Filipe Gonçalves, goleiro campeão da Copinha 2017 pelo Corinthians, contou detalhes da sua passagem de sete anos pelo clube do Parque São Jorge em entrevista ao ge.globo.

Nascido no Rio de Janeiro, Filipe teve passagens pela base do Fluminense e do Botafogo, mas foi no Corinthians que acabou se consolidando e iniciando a sua carreira. No início, ele revelou que a mudança de cidade não foi fácil, porém disse que não se arrepende da escolha.

“No começo eu não quis aceitar porque era muito novo e não queria ficar longe da família, mas acabei vendo que era uma oportunidade. O Corinthians mudou minha vida. Eles acreditaram em mim quando eu não era nada e me fizeram profissional. Sofri bastante no começo, tive saudade dos meus pais, do meu pessoal. Mas um dia os caras falaram pra gente ver um jogo do Corinthians principal, na Arena, no final de semana”, iniciou Felipe.

“Naquele dia eu falei: ‘É meu sonho entrar nesse lugar como jogador. Não pensava nem em jogar, só queria estar ali, poder aquecer. Aquela torcida é muito fora do comum. Nunca vi nada igual a torcida do Corinthians”, continuou.

Em 2017, sob comando de Osmar Loss, o goleiro foi titular do Corinthians na conquista da Copa São Paulo de Futebol Júnior. No final daquela temporada, Filipe foi relacionado pela primeira vez para uma partida entre os profissionais, diante do Avaí, pela 34ª rodada do Brasileirão. O goleiro aproveitou para relembrar os anos de convivência com Cássio e Walter, que segundo o mesmo, ajudavam com muitos conselhos.

“Estava eu e Caíque França. Cássio estava na seleção. Entrar naquela arena, com aquela roupa, com aquela chuteira, estar no vestiário… Só pensei: ‘caramba, deu certo mesmo’. Você olha para o lado e vê o Jadson, vê outros jogadores fora da curva, e não consegue acreditar”, destacou.

“Ele (Walter) puxou muito a minha orelha, me dava muito esporro, brigava muito comigo. Fazíamos duplas nos trabalhos, e olhando ele aprendi muita coisa profissionalmente e como pessoa. Ainda acompanho ele e ele é uma grande referência que eu tenho no futebol.”

Quando a gente sobe da base, sobe menino, e vai aprendendo, crescendo, vendo o comportamento dos mais experientes. Dá muita diferença: postura, conduta. A gente vai ajustando até dentro de campo, sempre tem coisa pra ensinar aos mais novos”, completou Filipe.

Sem espaço na equipe principal, o goleiro foi emprestado pelo Corinthians ao Paraná Clube em 2020, onde realizou, enfim, a sua estreia como profissional. Na mesma data, Filipe teve que lidar com a morte de sua avó, Dona Maria Jovandira dos Santos.

“Minha avó era minha maior fã. Se alguém falasse que ela não ia me ver jogar, dava até briga. Eu nunca vou esquecer esse dia. Lembro de pensar que ela estava vendo meu jogo, e devia estar muito feliz. Depois soube que o Senhor tinha recolhido minha vó. Ela foi minha melhor amiga, torceu mais que ninguém por mim. Falar dela ainda é complicado”, revelou.

O vínculo de Filipe com o Corinthians terminou em dezembro de 2021 e, naquele momento, o goleiro chegou a repensar sobre sua carreira no futebol.

“Fiquei um tempo parado e pensei em desistir do futebol, fazer outra coisa. Minha família, minha esposa, as pessoas seguraram a minha mão e falaram que ia dar certo, que eu ia voltar a jogar, ia voltar a se feliz e fazer o que o que eu amo.”

Aos 26 anos, Filipe ficou um ano longe dos gramados e após o período sabático passou por Maringá, West Armenia, Marcílio Dias e atualmente está no Rio Branco, do Paraná, onde já atuou em 16 oportunidades. Seu atual clube está na semifinal da segunda divisão do Paranaense e pode enfrentar o Paraná numa possível final. Ele revelou que ainda tem maiores pretensões na carreira.

“Para goleiro eu ainda estou muito novo. Tenho 26 anos. Estou amadurecendo agora e sou muito grato pelo que estou fazendo neste ano. Quero sair daqui, quando sair, para ir para coisas maiores, jogar uma Série C, uma Série B. Para isso tenho que trabalhar, seguir trabalhando firme e forte. Quero primeiro o acesso com o Rio Branco”, concluiu.

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