Logo após a empresa RSM Global, parceira do Corinthians responsável por realizar as auditorias dos balanços do clube, aprovar sem ressalvas as contas de 2023, referentes ao último ano de gestão de Duilio Monteiro Alves, foi a vez do Conselho Fiscal se debruçar sobre o documento. E, após reunião na última quinta-feira, 25, os conselheiros optaram também pela sua aprovação, mas com ressalvas.
O relatório diz em seu trecho final: “Tendo em vista todo o considerado e as ressalvas acima (…), este CF opina por maioria simples pela aprovação com ressalvas do balanço geral e a demonstração das contas de receitas e despesas de 2023 nos termos do artigo 102 alínea E do Estatuto Social, SCCP e demais legislações aplicáveis.”
Atualmente, o Conselho Fiscal do Corinthians é composto por Claudio Senise, Haroldo Dantas e Paulo Pimentel, três sócios eleitos para a função, mas sem mandato no Conselho Deliberativo, pois o CF também tem como competência fiscalizar as ações do referido órgão.
Agora, o balanço de 2023 do Corinthians será também apreciado pelo Conselho de Orientação, o Cori, e em seguida deverá ser analisado e votado pelo Conselho Deliberativo, em reunião que deverá ocorrer nesta segunda-feira, 29.
Veja mais:
Clique AQUI para acessar a KTO, faça seu cadastro e ganhe 20% de bônus no primeiro depósito! Use o cupom da Central do Timão: CDT1910.
Além do promocode, qualquer usuário da KTO tem direito à primeira aposta sem risco, de até R$ 200. Exemplo: mesmo que a primeira aposta do usuário seja perdida, o valor dela, em até R$ 200, retorna como bônus para a conta.
O Corinthians divulgou, através de seu site oficial, o balancete financeiro do primeiro semestre de 2023. De acordo com o documento, o clube encerrou o período de janeiro a junho com um déficitde R$ 36,58 milhões, entre departamento de futebol e clube social. Entretanto, o prejuízo é menor do que o previsto no início do ano, que era de R$ 74,8 milhões negativos.
O balanço financeiro do primeiro semestre foi avaliado pelo Conselho de Orientação (Cori), pelo Conselho Fiscal e pelo Conselho Deliberativo antes de ser divulgado pelo Corinthians.
Duilio Monteiro Alves, presidente do Corinthians. Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians.
É importante destacar que várias vendas de atletas realizadas nas últimas semanas não entram na conta, como as saídas de Róger Guedes (Al-Rayyan), Chrystian Barletta (Ceará) e, mais recentemente, Adson (Nantes), além de valores de negociações envolvendo ex-jogadores do clube, como Gabriel Pereira (Al-Rayyan) e Malcom (Al-Hilal).
Por outro lado, negociações realizadas entre janeiro e junho estão incluídas no balancete divulgado, como as vendas dos atacantes Pedro e Gustavo Mantuan, ambas para o Zenit, da Rússia. O clube recebeu R$ 73,29 milhões com transferências no primeiro semestre, valor que colaborou para o prejuízo não chegar ao patamar inicialmente orçado pelo Corinthians.
De acordo com o balanço, o Corinthians recebeu no primeiro semestre uma receita bruta de R$ 361,2 milhões: R$ 73,29 milhões com vendas de atletas, R$ 164,78 milhões com direitos de transmissão de TV, R$ 57,82 milhões com patrocínios e publicidades, R$ 42,74 milhões com arrecadação de jogos (bilheteria) e R$ 22,54 milhões com premiações e Fiel Torcedor – clique AQUI para acessar o documento.
Entretanto, desse valor bruto, o Corinthians precisou arcar com R$ 18,39 milhões de impostos e contribuições. A receita líquida do futebol no primeiro semestre, portanto, ficou em R$ 342,81 milhões.
Já em relação às despesas com futebol, foram gastos R$ 307,28 milhões, entre: pessoal (R$ 138,89 milhões), serviços de terceiros (R$ 56,51 milhões), gerais e administrativas (R$ 26,57 milhões), aquisição de atletas (R$ 1,57 milhões), amortização de direitos (R$ 42,24 milhões), outras despesas com futebol (R$ 27,66 milhões) e rateio das despesas administrativas (R$ 12,82 milhões).
Já o clube social e os esportes amadores, juntos, somaram uma receita bruta de R$ 32,76 milhões e uma receita operacional líquida de R$ 30,75 milhões, com cerca de R$ 2 milhões em impostos e contribuições. Entretanto, foram R$ 46,03 milhões em despesas operacionais, com um déficit operacional de R$ 15,28 milhões.
Veja mais:
Conheça a Fala Timão – clique AQUI: a operadora de telefonia móvel que conecta você ao Corinthians, com cobertura em todo o Brasil e ainda 50% de desconto em seis recargas para os sócios do Fiel Torcedor. Apoie o clube a cada recarga realizada e aproveite diversos benefícios exclusivos!
Em seu balanço financeiro de 2020 divulgado neste domingo (28), o Corinthians projeta um aumento considerável nos valores relativos a prováveis perdas em processos.
No balanço anterior, o valor era de R$ 4.980.000 e cresceu R$ 56.730.000 de um ano para o outro, fechando em 31 de dezembro de 2020 em R$ 61.710.000. Segundo a nota explicativa (foto abaixo), o montante é uma provisão a “processos cíveis, trabalhistas e fiscais de perda provável, amparados pela opinião dos assessores jurídicos do clube”.
Chama atenção o valor que o documento informa como “contingências trabalhistas”. O Timão projeta uma perda de R$ 61.617.000 referentes, em sua maioria, a “questionamentos quanto ao direito de uso de imagem de atletas profissionais e comissão técnica, contratos de trabalho, vínculo empregatício, horas extras, salários adicionais, entre outros”.
Os processos cíveis, trabalhistas e fiscais de perda provável, amparados pela opinião dos assessores jurídicos do Clube, totalizavam em 31/12/2020 o valor de R$806.868 mil.
Muito se fala sobre a gestão do futebol do Corinthians, seus gastos, falta de eficiência, erros, e a consequência disso nas contas, mas o Clube Social e os Esportes Amadores estão também causando um grande prejuízo anual.
O balanço financeiro do Timão é dividido em duas partes: segmento Futebol Profissional e segmento Clube Social e Esportes Amadores. Cada um tem suas arrecadações e despesas apuradas separadamente, mas, ao fim, se juntam, e formam o total das contas da instituição.
No mundo ideal cada seguimento desses deveria, ao menos, ter um empate entre despesas e arrecadação, sendo que o melhor dos panoramas seria um superavit, com as receitas sendo superiores aos gastos.
O rombo do futebol profissional do Corinthians já vem de alguns anos, pois os gastos com todo esse segmento estão superando as receitas. Para piorar, com a pandemia atual, algumas receitas não foram obtidas ou chegaram de forma inferior ao planejado.
Foto: Divulgação Corinthians
Já o clube social e os esportes amadores estão tendo exatamente os mesmos problemas, pois este segmento vem aumentando seu deficit ano após ano.
Em 2020, segundo o balanço financeiro recentemente divulgado, o Clube Social e os Esportes Amadores registraram rombo de R$ 61.614.000,00, enquanto o futebol profissional apresentou rombo de R$ 61.700.000,00. Ou seja, ambos os segmentos ficaram na casa dos R$ 61 milhões de rombo anual, sendo que a soma deles resultou no deficit final de R$ 123,314 milhões.
Assim, a gestão do Corinthians terá que achar soluções de redução de despesas e geração de mais receitas tanto para o Futebol Profissional quanto para Clube Social e os Esportes Amadores.
O segmento Futebol Profissional é o que tem mais margem para crescimento de receitas, já o Clube Social e os Esportes Amadores podem, com boas ideias colocadas em prática, aumentar sua receita, mas o leque de opções é bem mais reduzido.
Para piorar o quadro, a principal receita do Clube Social e os Esportes Amadores vem diminuindo, já que, em 2020, a arrecadação com sócios foi de R$ 12,1 milhões, contra R$ 14,8 milhões em 2019.
As contas apresentadas pelo Corinthians referentes a 2020 foram aprovadas pelos Conselhos de Orientação (CORI) e Conselho Fiscal (CF) do Clube na última semana. Mesmo com o alto valor deficitário de R$123,3 milhões, não foram vistas irregularidades nos números apresentados, e os órgãos sugeriram a aprovação aos membros do Conselho Deliberativo.
Porém, no balanço de 2019 que inicialmente apresentou o déficit de R$177 milhões, a sugestão foi de reprovação no ano passado, tanto pelo Conselho de Orientação, quanto pelo Conselho Fiscal. A afirmação é que haviam erros na discriminação dos valores, e após o ex-presidente do Clube, Andrés Sanchez, admitir os erros e solicitar uma nova revisão, o déficit saltou para R$195,4 milhões.
Foto: José Manoel Idalgo
Após vários adiamentos, as contas deverão ser votadas novamente. Mas segundo a Gazeta Esportiva, as atuais composições do Conselhos de Orientação (CORI) e Conselho Fiscal (CF) não irão emitir um novo parecer sobre o balanço de 2019.
Ainda sem data para acontecer, devido ao surto de coronavírus no estado, a reunião para verificar os balanços de 2019 e 2020 também avaliará os primeiros números de 2021.
Na última terça-feira (23), o Conselho de Orientação do Corinthians – CORI apreciou o balanço do ano de 2020 e o orçamento referente ao ano de 2021. O Colegiado emitiu parecer de aprovação de ambos os documentos.
Foto: Divulgação Corinthians
Agora, os documentos precisam passar pelo Conselho Fiscal, que também dará seu parecer, e depois serem apreciados pelo Conselho Deliberativo. Por este Conselho também ainda deve passar de forma atrasada a análise do balanço de 2019 (apresenta um déficit de R$ 195,4 milhões), que se arrasta sem apreciação por muito tempo.
O balanço do ano de 2020, que deve ser publicado nas próximas semanas, traz um déficit de R$ 123 milhões. Assim como em anos anteriores, o clube não conseguiu equacionar as despesas com o montante arrecadado.
Com isso, a dívida do clube passou dos R$ 900 milhões de reais, sem contar a parte que envolve a Neo Química Arena, que tem praticamente uma contabilidade independente.
Já o orçamento de 2021, elaborado pela gestão Andrés Sanchez, que ainda deve sofrer alterações pela nova gestão do Clube, prevê um pequeno superávit nas contas. Segundo informou o site Meu Timão, o orçamento 2021 apresenta previsão de arrecadação de R$ 500 milhões de reais, além do referido pequeno lucro ao fim do período.
Ou seja, espera-se, segundo o documento orçamentário, que ao fim do ano de 2021 não tenhamos mais um rombo nas contas, como ocorreu nas últimas temporadas.
Em 2020, vimos um resultado final bem diferente do que o orçamento tinha previsto, pois diferente do superávit indicado inicialmente, o Clube fechou com R$ 123 milhões de déficit.
Desde o ano de 2017, o Corinthians vem acumulando sucessivos déficits em suas contas, situação esta que ocasionou um aumento significativo das dívidas totais da instituição.
Despesas altas e arrecadações baixas; como o Corinthians transforma o próprio patrimônio em prejuízo?
Foto: Divulgação Corinthians
Em 2019, conforme demonstrações divulgadas no portal da transparência, o Corinthians fechou o ano com um déficit contábil de R$ 177 milhões. O montante não se refere apenas aos gastos no futebol, mas também engloba as despesas do clube social situado no Parque São Jorge.
Isso porque, na apresentação de resultados, o clube separa as descrições do segmento ‘futebol’ e do segmento clube social e esportes amadores. Este último diz respeito apenas à estrutura localizada no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo, e que conta com quadras, piscinas e salões para os associados.
De acordo com o estatuto do Corinthians, para utilizar as dependências do complexo do Parque São Jorge, o associado precisa ser aprovado pelo clube, cumprir as exigências mínimas e pagar as mensalidades. Aí já começa um problema nas finanças. De acordo com reportagem do GloboEsporte.com, dos 16 mil sócios, apenas 3,7 mil pagaram a mensalidade do último mês de maio.
Frequentadores ‘de graça’
O GE ainda mostra que brechas no estatuto vigente do clube permitem que certos associados tenham acesso à estrutura sem pagamentos mensais. O levantamento aponta mais de oito mil sócios remidos, que não arcam com as mensalidades, expandindo os benefícios para seus dependentes.
112 conselheiros vitalícios também estão isentos das mensalidades, e ainda possuem poder de voto em decisões do clube, como escolha do presidente e início de processos de impeachment. Mais de dois mil sócios estão na categoria ‘familiares’, pagando um título de R$ 200 por mês e com direito a incluírem filhos e cônjuges.
Ainda segundo o GE, há 447 sócios individuais, que pagam R$ 180 por mês. Somado-se a isso, contam mais de 5 mil dependentes, que não pagam as mensalidades. Os números podem estar desatualizados devido a não contabilidade de falecimentos.
Estrutura cara
Uma das quadras do complexo.
Foto: divulgação Corinthians
Independentemente do valor pago ou da ausência dele -, todo e qualquer associado gera custos ao clube. O uso de piscinas, quadras, academias e espaços de convivência necessita de manutenção e gastos com reparo. De acordo com o balanço financeiro do Corinthians, em 2019 foram gastos mais de R$ 66 milhões com a estrutura do clube social do Parque São Jorge.
Este valor engloba gastos com pessoal, contratação de serviços de terceiros, custos operativos e administrativos, depreciação, rateio de despesas e investimentos em esportes amadores.
Logo, esses R$ 66 milhões gastos com a estrutural social representam cerca de 17% dos R$ 388 milhões arrecadados com o futebol no ano de 2019. Porém, para o diretor financeiro do Corinthians, Matías Romano Ávila, o impacto é baixo.
“É muito pouco para o tamanho do orçamento do Corinthians. Se você for fazer isso (reduzir custos do clube social), eu vou chegar lá e falar assim: corta a folha aqui. Eu vou deixar de ter academia e uma série de serviços, restaurantes, bares e tudo que a gente consegue fazer lá dentro, vou reduzir limpeza, segurança e tal. Vou deixar o associado descontente”, disse em entrevista ao Ge, ainda em março. Matías completou:
“Vale a pena? Quem elege o presidente, os vices e os conselheiros? É o associado. O clube é feito para 8 mil sócios que votam e 40 milhões de torcedores, infelizmente é assim. Temos que cuidar do patrimônio do clube”, disse o dirigente.
Ginásio do Parque São Jorge
Intitulado como “a maior sede social do Brasil”, o próprio site do Corinthians evidencia a estrutura dos mais de 162 mil metros quadrados, onde se encontram Memorial, Anfiteatro, Espaço Panorâmico, piscina, playground, sauna, cabeleireira, podóloga, manicure, churrasqueiras, quiosques, deparamento médico e a Capela de São jorge.
Além disso, há dois ginásios poliesportivos, com capacidade para 9 mil e 1.500 pessoas; quadra de tênis, bocha e peteca. O site do clube ainda completa:
“A nossa academia, uma das mais amplas e bem montadas da região, está equipada para atender musculação, ginástica, yoga, boxe, capoeira, dança de salão e muito mais. O clube possui várias quadras poliesportivas ideais para as práticas de basquete, vôlei, futsal, tamboréu. Conta também com uma quadra society e dois campos com gramado sintético para o futebol”, diz o setor ‘Seja Sócio’ do site oficial do Corinthians.
Arrecadação baixa e déficit alto
Enquanto gastou R$ 66 milhões no segmento ‘clube social e esportes amadores’ em 2019, o Corinthians arrecadou cerca de R$ 35 milhões, sendo R$ 8,8 milhões deles com as contribuições dos sócios. Portanto, ao subtrair 35 de 66, pode parecer que o Corinthians teve um prejuízo de R$ 31 milhões, mas não é tão simples assim. A conta final ainda engloba impostos e pagamentos de dívidas antigas.
Assim, ao colocar na balança outros gastos contábeis como arrecadações fiscais e pagamentos de juros, o problema do setor ‘clube social e esportes amadores’ amadores fica ainda mais complexo. A área foi responsável por um déficit de R$ 61,4 milhões na conta do Corinthians. Como diz o balanço do Corinthians, cerca de R$ 30 milhões são apenas de juros. Para efeito de comparação, o setor ‘futebol’ gerou R$ 115,6 milhões de déficit.
Este valor tem crescido vertiginosamente desde 2011, quando o club registrou o déficit de R$ 10 milhões relacionados ao clube social. Em menos de dez anos, o ‘prejuízo’ multiplicou-se por seis nos cofres do Corinthians.
Números e ações do Corinthians contrastam com declarações da diretoria; entenda
Nos últimos meses, as discussões sobre os problemas financeiros do Corinthians tomaram conta das conversas esportivas. Após o déficit de R$ 177 milhões registrado nas demonstrações de 2019, o clube vem sofrendo com atrasos de salários e processos movidos por ex-atletas.
No meio disso tudo, veio a pandemia de coronavírus, que ‘paralisou’ o mundo e desacelerou as economias dos quatro cantos do planeta. Porém, de acordo com o jornalista especializado em negócios do esporte, Rodrigo Capelo, “a culpa da tragédia financeira do Corinthians não é da pandemia”.
Em seu blog no GloboEsporte.com, Capelo publicou uma análise do atual momento financeiro do Corinthians. A Central do Timão estudou o texto e adicionou outras informações complementares para te ajudar a entender os problemas do clube; acompanhe.
Time forte x time barato
Chegando sem alarde, Paulinho se tornou um dos jogadores mais importantes da história recente do Corinthians. Foto: YASUYOSHI CHIBA/AFP via Getty Images
A publicação de Capelo junto ao podcast ‘Dinheiro em Jogo’, também do GloboEsporte.com, analisaram a situação do Corinthians. Pelas demonstrações, é possível ver que o clube se apoia em algumas práticas vitoriosas no passado, mas que vêm mostrando-se ineficientes no atual contexto.
A primeira delas é a contratação de jogadores ‘mais baratos’. Por exemplo, ainda no início do primeiro mandato de Sanchez, em 2008, o Corinthians apostou em nomes como Elias, Douglas e Chicão. Na sequência, já no início da década passada, investiu em Paulinho e em Ralf, e, posteriormente, Romarinho. A estratégia deu certo na época, como explica o próprio diretor de futebol, Duílio Monteiro Alves.
“Já fizemos isso na primeira passagem, alguns jogadores deram muito certo no Corinthians, como Leandro Castán. Felipe, Paulinho e Romarinho. É o momento que o clube atravessa, a gente quer investir em um time que seja mais barato, que tenha um prazo maior de validade, para quatro, cinco anos. Temos buscado promessas por aí que venham com custo baixo, que tenham salário menor, como é o caso do Mateus Vital”, citou Duílio ao ‘Mesa Redonda’, da TV Gazeta, ainda em 2018.
Em 2018 e 2019, o clube investiu também neste tipo de estratégia. Assim, foram vários jogadores vindos de maneira ‘mais barata’, como Marllon, Roger, Jonathas, Sergio Díaz, Richard, Manoel, Jr. Urso, Régis e Matheus Matias. Muitos não deram resultado dentro de campo, e foram emprestados ou devolvidos em pouco tempo, contrariando a ideia de “prazo maior de validade” defendida por Duílio.
Roger chegou ao Corinthians em 2018 e não se firmou na equipe. Foto: Schneider/Getty Images
No ano de 2019, o Corinthians gastou cerca de R$ 223 milhões com salários, como demonstra o balanço financeiro do clube. O maior rival gastou cerca de R$ 263 milhões, também contando os direitos de imagem. O Flamengo superou os R$ 270 milhões. O Athletico Paranaense, campeão da Copa do Brasil e quinto colocado no Brasileirão 2019, apresentou uma folha de cerca de R$ 140 milhões.
Desse modo, a contratação de ‘apostas’ que não deram certo pode ser um problema para o clube. A folha salarial se infla de jogadores emprestados e não aproveitados pelo time principal, gerando gastos que podem não se converter em resultados esportivos.
Patrocínios
De acordo com o balanço financeiro de 2019, o Corinthians aumentou a arrecadação comercial, conseguindo cerca de R$ 90 milhões com patrocínios. O clube ainda segue uma estratégia adotada em 2009. À época, para arcar com os custos de Ronaldo, o marketing dividiu o uniforme de jogo em várias partes.
Uniforme de jogo com diferentes patrocinadores, em 2009. Foto: MAURICIO LIMA/AFP via Getty Images
A ação foi um marco no patrocínio esportivo brasileiro. Ao aproveitar omoplatas, axilas e partes inferiores, o Corinthians fechava contratos menores, mas arrecadava mais dinheiro na soma total. Nos últimos tempos, o clube enfrentou problemas de quebras de contrato e falta de pagamento dos valores acertados.
“[A empresa] honrou um ou dois meses. Está com o jurídico. Ele [o dono da Apollo] deu o passo errado, e isso trouxe consequências para nós. É um contrato que não foi cumprido. Tiramos a marca dele, e o espaço está livre. Estamos prontos para negociar com qualquer outro”, declarou Roberto de Andrade ainda em 2017, a respeito de uma marca que ‘sumiu’ e não pagou os valores do contrato.
Segundo o jornalista Rodrigo Capelo, o Corinthians, ao se associar a empresas com faturamentos menores, pode correr os riscos de não contar com a mesma segurança de mercado de uma gigante do segmento. Assim, fecha contratos mais simplórios e pode levar ‘calotes’.
Por mais que a somatória dos patrocínios tenha atingido valores altos, o patrocinador máster caiu consideravelmente. Pós-Libertadores de 2012, a Caixa Econômica Federal pagava algo próximo dos R$ 30 milhões anuais. Atualmente, o BMG acertou um contrato de R$ 12 milhões fixos mais bônus por abertura de contas no banco, o que não tem arrecadado altas quantias para o clube.
Patrocínios do Corinthians na camisa, em 2019. Foto: MIGUEL ROJO/AFP via Getty Images
Relação receitas x endividamento
Na opinião do economista Cesar Grafietti, o déficit de R$ 177 milhões por si só, fora de contexto, não é um alarme tão grande. Segundo o profissional, os clubes e até mesmo grandes empresas conseguem operar com anos deficitários. Porém, os problemas principais do Corinthians aparecem ao se examinar mais a fundo o balanço de 2019.
Além da relação receitas x despesas, outra questão a ser observada é a relação entre endividamento e receitas. Em 2016, o clube teve uma arrecadação de R$ 416 milhões perante R$ 383 milhões acumulados em dívidas. A relação de um para um torna o balanço financeiro mais equilibrado.
Porém, em 2019, o quadro ficou bem mais instável. Enquanto arrecadou R$ 353 milhões (segundo as contas de Rodrigo Capelo e já retirando estádio e repasses de mecanismos da FIFA por jogadores), a dívida do clube atingiu R$ 665 milhões. A relação então chegou a 2 para 1, ou seja, as dívidas são quase o dobro da arrecadação. Veja o gráfico do GloboEsporte.
Foto: reprodução GloboEsporte.com
Em sua participação no ‘Jogo Aberto’ da última terça (16), o diretor de futebol Duílio Monteiro Alves assegurou que o clube tem novas fontes de renda, inclusive com a chegada de patrocinadores. Porém, segundo o gráfico, é preciso entrar muito dinheiro para equiparar a balança.
Gastos com o clube social
Sede social do Corinthians, onde fica localizada a Praça de Esportes. Foto: reprodução Corinthians
Segundo o balanço financeiro de 2019, o ‘Segmento Clube Social e Esportes Amadores’ do Corinthians arrecadou algo próximo de R$ 32 milhões de reais, entre contribuições de sócios e explorações comerciais, como patrocínios. O levantamento publicado por Rodrigo Capelo cita que os gastos com o mesmo setor chegaram a R$ 80 milhões em 2019.
Assim, desconsiderando valores de depreciação do patrimônio, que não altera o caixa, o clube teve um prejuízo acima de R$ 45 milhões com o clube social, algo adquirido e mantido há muito tempo, consideravelmente anterior à pandemia de coronavírus. Vale ressaltar que o balanço financeiro ainda traz R$ 15 milhões relativos a ‘rateio de despesas’ que foram desconsiderados na conta.
Conclusões
Os efeitos da pandemia serão sentidos nos próximos balanços financeiros do clube, principalmente relativos a 2020. Porém, enquanto dirigentes afirmam que “todo mundo vai sofrer” e que “o momento da economia é complicado”, o Corinthians apresenta dificuldades econômicas com origens anteriores ao início da pandemia de Covid-19.
Documento oficial já consta no Portal da Transparência do clube
O Corinthians publicou de forma oficial a demonstração financeira relativa ao ano de 2019. No documento disponibilizado on-line, constam os registros das operações diversas do clube ao longo de toda a temporada.
Foto: Rodrigo Gazzanel
Uma análise prévia do documento, que inclusive apontou um déficit de R$ 177 milhões nos cofres, já havia sido veiculada anteriormente. Porém, a versão oficial saiu apenas na tarde desta terça-feira (28).
É possível acessar o balanço financeiro no Portal da Transparência, bem como o parecer da auditoria aprovado pelo Conselho. Ambos os arquivos podem ser baixados gratuitamente.
Vale ressaltar que o Portal da Transparência conta com outros documentos oficiais do Corinthians, como Estatuto, Relatório de Sustentabilidade, Regimento Eleitoral e Regimento Interno do Conselho Deliberativo.
Todos os arquivos fazem parte da gama de documentos que o Corinthians, enquanto associação esportiva, tem o dever de disponibilizar gratuitamente para consulta.
Valor vem de direitos de formação e econômicos de em vendas atletas por outros clubes
O balanço financeiro de 2019 do Corinthians, embora ainda não tenha sido oficializado pelo clube, vazou para a imprensa. Nele consta o valor da dívida do Timão, mas também quanto o Alvinegro tem para receber em negociações de jogadores. O valor exato do crédito, segundo o documento é de R$ 14,5 milhões.
Malcom jogou muito no Brasileiro de 2015 (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)
O dinheiro é proveniente do “mecanismo de solidariedade”, da Fifa, ou seja, a porcentagem que o clube formador do atleta tem direito em qualquer negociação. É neste item que entra Malcom. O atacante que atualmente defende o russo Zenit, renderá R% 5,6 milhões para o Timão, que serão pafos por Barcelona e pela própria equipe da Rússia.
No tocante aos direitos econômicos, o Corinthians tem para receber R$ 1,5 milhão do Botafogo, pelos empréstimos do zagueiro Yago, do lateral Moisés, e do volante Jean. Ainda vão gerar receitas para o clube do Parque São Jorge o volante Felipe Bastos, o meia Matheus Pereira e o lateral Uendel.
Entretanto, no documento obtido pelo site Globoesporte.com, constam valores a serem pagos por Roma, em referências aos zagueiro Marquinhos e o lateral Dodô. Além do clube italiano também estão na lista do balanço de 2019 Boca Juniros-ARG, pelo meia Lodeiro e o atacante Martínez, e Amiens-FRA, pelo atacante Mendoza. Mas todos estes já quitaram suas dívidas co o timão.
reprodução do documento obtido pelo site Globoesporte.com
Segundo documento apresentado em matéria do site Globoesporte.com na manhã desta segunda-feira (05), valor teve acréscimo de mais de 100% em relação ao ano anterior
Mesmo com o futebol paralisado devido ao coronavírus, o noticiário referente ao Corinthians não para. Entretanto, algumas das vezes não são informações sobre campo e bola, possíveis reforços, e ou entrevistas com jogadores e membros da comissão técnica. O que movimenta o “mundo do Timão” nos últimos dias são revelações de bastidores, quase todas relacionadas as finanças do clube.
Segundo o balanço, Fagner é um dos jogadores com valor a ser recebido (Foto: Daniel Augusto Jr./Ag/Corinthians)
Nesta terça-feira (05), não foi diferente. Uma matéria do jornalista Bruno Cassucci, publicada no site Globoesporte.com, revela que o Alvinegro fechou a temporada passada com uma dívida de R$ 48,4 milhões referente ao não pagamento de direitos de imagem para alguns jogadores. A informação consta no balanço financeiro corinthiano que o portal teve acesso.
A publicação aponta ainda que em 2018 o valor referente ao não pagamento destes direitos era de 21,6 milhões. Ou seja, em um ano a dívida teve acréscimo de mais de 100%. Cristian, que teve seu vínculo com o Corinthians encerrado em 2017, e Jadson, que deixou o clube no início deste ano, são alguns dos atletas com valores a serem recebidos.
Como funciona o pagamento de direitos de imagem
No futebol brasileiro é uma prática comum os clubes “dividirem” os salários dos jogadores. Parte no regime CLT, na carteira de trabalho, como um funcionário “comum”, e a outra fatia, geralmente a maior, em “direitos de imagem”. Ou seja, através de um empresa, que representa ou mesmo do próprio atleta, para que o pagamento seja efetuado para pessoa jurídica. Nesta modalidade, A comprovação do recebimento é feito através de notas fiscais.
Documento que consta valor de direitos de imagem devidos pelo Corinthians obtido e publicado no site Globoesporte.com nesta Segunda-feira (05)
No caso referente ao valor devido pelo Corinthians, a EBDX Consultoria Desportiva, onde um dos sócios é Eduardo Bou Daye, agente que intermediou a contratação do atacante Mauro Boselli, é quem tem o maior valor a ser recebido: R% 2,98 milhões.
No documento aparecem algumas empresas nos nomes do próprios jogadores, como são os casos do lateral Fagner e o meio-campista Ramiro. O primeiro tem R$ 1,8 milhão de direitos de imagem para ser recebido, enquanto o segundo R$ 1,75 milhão.
Férias e demais encargos
Ainda de acordo com a matéria do Globoesporte.com, no balanço financeiro do ano passado consta que o clube do Parque São Jorge apresente cerca de R$ 4 milhões de dívida no tocante a férias de funcionários,e R$ 6,5 milhões de estimativa de gastos com férias e demais encargos no ano/exercício do balanço, ou seja, 2019.
Depois de um sofrível final de 2018, o time do Corinthians ganhou uma nova cara com a volta do vitorioso treinador Fábio Carille, o que deu muita confiança e esperança para a FIEL sonhar com um ano melhor do que aquele.
Além
disso, chegaram vários reforços, deixando o elenco bem mais forte do que era.
Nomes como Júnior Urso, Manoel e Sornoza chegaram e logo assumiram a titularidade,
dando mais consistência ao time.
O
time do Corinthians disputou 39 jogos, incluindo um amistoso diante do Santos, venceu
16, empatou 13 e foi derrotado 10 vezes, com um aproveitamento total de 52,13%.
No
campeonato dos clássicos, seguiu com boa vantagem frente aos seus rivais, tendo
disputado 10 jogos, com 5 vitórias, 3 empates e 2 derrotas.
Dos
4 campeonatos que iniciou disputa, foi CAMPEÃO do Campeonato Paulista,
eliminado nas oitavas de final da Copa do Brasil, classificado para as oitavas
da Copa Sulamericana e ocupando, atualmente, a décima colocação no Campeonato
Brasileiro, com um jogo a menos.
Assim,
com mais um título para a coleção, com apoio e também críticas ao treinador e a
alguns atletas, o time do Corinthians fechou mais um semestre, estando a FIEL,
agora, de olho na janela de transferências (possibilidade de chegadas e saídas)
e no período de folga para treinos e aprimoramento do futebol.
Por
Redação Central do Timão
2019 @ Central do Timão - Todos os direitos reservados