Janderson, que chegou para a Base do Corinthians em 2018 e já dá seus primeiros passos no profissional, tem um trunfo para ganhar espaço: tem sido treinado para atuar também na ponta direita e não só na esquerda

O menino de 20 anos que saiu de Missão de Aricobé, povoado de Angical/BA e chegou ao Corinthians em 2019, emprestado pelo Joinville para atuar na categoria sub-20, se firmou rapidamente na equipe, sendo inscrito inclusive na Copa São Paulo de Futebol Júnior 2019, já dá seus primeiros passos no profissional.

“– Sou do interior da Bahia, morava em Missão de Aricobé, um povoadinho pequeno. Nasci em Barreiras, a uma hora de Missão. Sou um nordestino que lutou pelo sonho, que veio para a cidade grande para dar algo melhor para a família. Com muito trabalho e sofrimento estou hoje no Corinthians” – disse o garoto em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Ganhou seu espaço no time titular por sua facilidade em driblar, por ser um atleta rápido e por “ter muita personalidade” como citou o técnico Fábio Carille no dia da estreia profissional do garoto, contra a Chapecoense no início do ano.

“- Eu jogo meu futebol, é ousadia e alegria. Não tem que intimidar, eu não caio na pressão de ninguém. É o que eu gosto de fazer, jogar bola!”

Para ter Janderson no elenco, o Corinthians pagou R$ 700 mil ao Joinville por 70% dos seus direitos. Em setembro último, concedeu ao garoto um aumento salarial e estendeu seu contrato para até 2023.

O jogador acumula 23 jogos pela categoria sub-20, com 4 gols marcados e 9 jogos pelo profissional, um deles como titular, 5 vitórias, 1 empate e 3 derrotas e ainda nenhum gol marcado.

Destro, atuou em três dos últimos seis jogos do Timão, tem sido treinado para atuar também na ponta direita e não só na esquerda, para assim dar opção de substituir não só Clayson, como também Pedrinho. O mesmo que Carille faz com Pedrinho (canhoto, que joga pela direita) e Clayson (destro, que joga pela esquerda).

“- Janderson está crescendo demais, menino que eu vi jogar pela direita na base, mas gosta de jogar na esquerda também, assim como Clayson e Everaldo. Os três de velocidade que eu tenho gostam da esquerda, então estamos trabalhando para ele jogar na direita, também, para poder ter dois agudos conforme a situação do jogo”, comentou Carille em coletiva de imprensa após o empate com o Grêmio no último domingo.

Fernando Yamada, o gerente da Base, aponta Janderson como um exemplo de investimento tardio que está dando certo. A base do Corinthians tem investido em um grande número de jogadores para formá-los ao profissional. Janderson chegou ao Corinthians aos 19 anos, com investimento baixo: empréstimo com preço fixado, se destacou e foi adquirido em definitivo.

A gerência de Base tem agido dessa forma com vários garotos com potencial, apostando em duas frentes: a formação de garotos desde as menores categorias e a aquisição de garotos de clubes menores.

Sua avó Maria, que o criou desde os três anos de idade está de mudança de Missão de Aricobé para a capital paulista, onde Janderson mora sozinho.

Por Omar Chaaban