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BLOG DO MATHEUS: Análise tática do Botafogo de Alberto Valentim

Foto: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians

Na briga pela vaga na Libertadores, o adversário da vez é o Botafogo. O time carioca não me passa nenhum tipo de convicção, não me parece ser um adversário forte, se encontra na 14° posição com 36 pontos. Está longe do nosso radar de preocupação em relação a vaga na competição continental do ano que vem, mas da mesma forma devemos dar a devida importância para o confronto.

Hoje eu trouxe, aqui no meu blog, uma breve análise sobre o Botafogo de Alberto Valentim.

ENTENDENDO O TREINADOR

Foto: Vitor Silva/Botafogo

O técnico é Alberto Valentim, com 7 trabalhos como treinador na sua vida. O comandante é mais um da safra de novos técnicos, que vem com ideias inovadoras. Busca a intensidade sempre nos jogos, e também nos treinos.

A linha alta de marcação, intensidade física e a correria para recuperar a bola se tornaram armas de Alberto. A rapidez em concluir a jogada também se tornou características do treinador Alvinegro.

AS PEÇAS DE MEIO CAMPO

É de suma importância que três jogadores do Botafogo sejam neutralizados: Alex Santana, João Paulo e Cícero. Estes meio-campistas tem bom passe, velocidade e técnica para encostar no trio de ataque, e ajudar a equipe a concluir a jogada e marcar o gol. Os jogadores também apoiam seus companheiros na saída de bola do adversário, para afogar e fazer a equipe forçar o passe, muitas vezes errar e entregar a bola de graça.

Também estão presentes no ataque para conseguir assinalar um tento, e colocar a equipe em vantagem. A imagem abaixo mostra muito bem a aproximação dos atletas para finalizar a jogada e marcar o gol:

O garoto Rhuan também pode ser um ponto alto na equipe do Botafogo. Rápido e muito incisivo, o garoto tem facilidade em afogar a defesa adversário, tem verticalidade e velocidade para ajudar a sua equipe a marcar o gol.

AS FRAQUEZAS QUE DEVEM SER EXPLORADAS

O Botafogo é o time que mais permite a finalização de equipes adversárias. Apesar de serem incisivos no ataque, não conseguem muito bem defender a entrada da área e sofrem muitas finalizações. O Corinthians deverá explorar os chutes de fora da área. Com a volta de Pedrinho, o time ganha mais velocidade e poderio ofensivo de longa e média distância.

A imagem abaixo demonstra como o Botafogo não faz questão em pressionar o adversário antes que ele chegue perto de seu goleiro, onde apenas três jogadores marcam a entrada e outros cinco atletas preferem defender a área:

Foto: Reprodução/SPORTV/Premiere

Contudo, o time de Alberto Valentim tem bastante facilidade de defender sua própria área, e talvez a jogada pelo alto não seja uma boa opção para a equipe de Dyego Coelho. O argentino Boselli, caso seja titular, terá dificuldades para receber a bola em seus pés e terá de buscar o jogo.

A imagem abaixo ilustra muito bem a compactação do time em sua área defensiva, onde são seis jogadores bem próximos ao goleiro alvinegro.

Foto: Reprodução/SPORTV/Premiere

É importante que além de disciplina tática, os nossos jogadores tenham garra e vontade de vencer até o final, independentemente da situação que a partida se encontra.

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SCOUTS: Análise dos gols de Corinthians 2 x 0 Botafogo

Na tarde do último sábado (17), Corinthians e Botafogo se enfrentaram na Arena Corinthians pela décima quinta rodada do Campeonato Brasileiro. O Timão venceu a partida por 2×0 com gols de Boselli e Everaldo. Carille escalou os donos da casa no 4-1-4-1 com: Walter; Fagner, Manoel, Gil e Carlos Augusto; Gabriel; Pedrinho, Urso, Vital (Jadson) e Everaldo (Clayson); Boselli (Gustavo).

Primeiro Tempo

O Corinthians dominou o primeiro tempo e mereceu sair vencedor. Como aconteceu em outras partidas, o Timão começou o jogo fazendo aqueles 15 minutos em que o adversário não tinha tempo nem para respirar com tranquilidade e depois diminuiu a intensidade sem perder o controle do jogo e criar algumas chances aproveitando erros do oponente.

Leia também:  "EU NÃO TENHO 11 TITULARES": Fábio Carille e o rodízio corinthiano 

Mais uma vez o ponto forte do ataque corinthiano foi o seu lado direito com Fagner, Pedrinho e Urso que conseguiram, em alguns momentos, envolver a defesa do Botafogo com triangulações, o que levou vantagem no 1×1, algo que pode ser visto no lance do primeiro gol. O lado esquerdo do ataque, totalmente modificado, não deixou a desejar dessa vez. Carlos Augusto apoiando o ataque, Everaldo mostrando muita atitude quando teve a posse e, Vital participando da criação, deram mais vida ao setor esquerdo de ataque.  

O Corinthians não permitiu que o Botafogo criasse algum perigo ao gol de Walter. Marcou a saída de bola do adversário no seu campo de ataque e forçou vários erros dos visitantes. Quando o Botafogo superava essa marcação pressão, a equipe recuava e se postava de forma bem compacta no campo de defesa, sem dar espaços para o Fogão criar.

Marcação pressão do Corinthians na saída de bola do Botafogo

Segundo Tempo

O Corinthians voltou à segunda etapa com a ideia de forçar o erro, recuperar e sair em velocidade no contra-ataque. A estratégia deu certo, já que o Timão teve vários bons contra ataques, como por exemplo, o lance do gol de Everaldo, onde Urso rouba a bola que sobra, para Manoel lançar Pedrinho que saiu em velocidade e, no rebote da sua finalização, Everaldo marcou o gol que sacramentou a vitória alvinegra. Destaque para mais uma boa partida de Vital após a pausa.

O Timão continuou fazendo uma partida segura, onde manteve a forte marcação saída de bola Gabriel e Urso se destacaram bastante no momento defensivo. O primeiro volante foi o dono do meio campo sendo bastante agressivo na marcação sem dar um segundo de respiro ao adversário. Já Urso conseguiu se impor no meio campo com a sua força física, uma de suas principais qualidades.

Estatísticas do jogo via Sofascore

Conclusão

A boa atuação serve para aumentar a confiança do time e da torcida, além de mostrar a Carille que tem jogadores pedindo passagem e que o Corinthians pode ser mais ofensivo sem perder a força defensiva.

Leia também: Júnior Urso é assaltado em Taboão da Serra

Por Jhonata Souza do Corinthians Scouts para a Redação da Central do Timão.

Twitter/@Jhonny14Souza @sccpscouts

SCOUTS: Comportamento, postura e tática – As mudanças do Corinthians no segundo semestre

A melhora do Corinthians pós parada da Copa América é nítida, e isso se deve a vários fatores, os quais iremos tentar abordar nesse texto. Confiram.

Pressão na saída de bola adversária/Linha alta 

Um ponto crucial nessa mudança de postura do Corinthians na parada, se deve à mudança de filosofia na hora de fazer a marcação. Um dos marcos de Fábio Carille sempre foi uma equipe organizada, que trabalhava bem com os blocos médios e baixos de marcação. Porém, com desempenhos ruins, atuações fracas e uma dificuldade crônica de ter um jogo propositivo, o técnico corinthiano veio com uma mudança nesse segundo semestre, uma equipe que marca alto, realiza a famosa “pressing”, termo utilizado para descrever a marcação-pressão na saída de bola adversária.

Na imagem acima, vemos um Corinthians com seis jogadores dentro do campo de defesa do Flamengo, apertando a saída de bola, fechando as linhas de passe da equipe adversária e na sequência recuperando a bola ainda no campo de ataque. A equipe entendeu que era, sim, capaz de fazer uma marcação alta e intensa sem perder a organização, ponto que é muito importante para Carille. O Corinthians entendeu também que retomar a posse de bola ainda no campo de ataque é mais vantajoso do que ter que começar a construção de jogo a partir do campo de defesa. 

Gabriel foi outro ponto chave para começarmos a entender como a pressing realizada pelo Corinthians tem sido eficiente. Por ter como característica a antecipação, devido à sua mobilidade e velocidade, o volante ajuda muito a marcação alta da equipe, sempre buscando apertar os homens de meio adversários na hora que vão receber o passe. 

Nesta imagem podemos ver bem isso. Gabriel antecipa o meia do Goiás e recupera a bola próximo à entrada da área da equipe adversária, fazendo o Corinthians pegar uma defesa mais desorganizada e tendo superioridade numérica em vários setores. 

Saída de bola mais qualificada

Outra melhora que tivemos desde a parada até agora, foi, sem dúvidas, a saída de bola. Tivemos um primeiro semestre burocrático, muitos chutões, uma transição lenta, falta de aproximação e um Fagner sobrecarregado no quesito. 

Com a chegada de Gil, claramente tivemos um upgrade técnico em relação à dupla de zaga titular anterior, que era Henrique e Manoel (esse que iremos falar mais para frente). Além de uma liderança gigantesca, o zagueiro trouxe à equipe uma qualidade maior para a nossa saída de bola, que parou de focar nos lançamentos longos para tentar sair pelo chão, triangulando a atraindo o adversário para subir as linhas. 

Porém, nem tudo é graças ao Gil. Gabriel também faz parte diretamente dessa mudança. Com mais mobilidade, mais iniciativa e mais qualidade técnica, ajuda no desafogo aos zagueiros e na hora de fazer a bola chegar nos homens de meio e ataque da equipe.

Os gráficos acima mostram como Gabriel é muito mais vertical que Ralf, conseguindo ajudar com muito mais qualidade a transição ofensiva do Corinthians a partir do campo de defesa. Enquanto o camisa 15 aparece menos para o jogo e busca bem mais o passe de segurança muitas vezes voltando o jogo nos zagueiros e deixando a saída mais burocrática. 

Manoel foi outro que teve uma melhora importante no quesito. Com mais confiança e tendo ao seu lado um zagueiro mais qualificado, passou a ser mais ousado, cresceu tecnicamente e começou a encaixar mais passes nas entrelinhas, ligando bem mais o ataque e fazendo a ligação diretamente com os homens de frente. 

A imagem acima retrata o início da jogada do primeiro gol contra o Montevideo Wanderers, nela podemos perceber como o passe do Manoel abre um caminho nas entrelinhas do adversário, onde o Corinthians constrói a jogada do gol. 

Jogo propositivo e mais gente na área 

A maior crítica em relação ao Corinthians sempre foi a dificuldade propor jogo, a pouca inspiração da equipe quando tinha a bola, um fator que melhorou bastante desde a parada. 

Muito dessa melhora se deve a Pedrinho, que começou a deixar de lado o rótulo de “talismã” e começou a entender que é protagonista dentro da equipe. Juntamente com Fagner, forma o lado mais forte da equipe que ainda conta diretamente com a participação de Junior Urso que apresenta bastante para a triangulação pelo setor. 

O fato do garoto ter começado a virar protagonista, também passa diretamente pelo entendimento maior dele sobre a função que exerce. Pedrinho nunca foi um ponta de drible ou propriamente um driblador, sempre foi um armador com capacidade e recursos muito grandes individualmente. Quando começou a entender isso, seu jogo cresceu. Hoje, temos um jogador mais coletivo, sem perder a individualidade, mas acrescentando um poder de criação melhor e entendendo que é de fato o cara que vai construir o jogo no ataque e acionar os pontas e os atacantes. 

Um dos pontos fortes do nosso protagonista são os cortes para o meio, sempre buscando clarear a jogada. No lance acima, ele aciona Boselli no lançamento que resulta no gol de empate contra o Fortaleza. 

Outra mudança importante foi a presença maior de jogadores na área para finalizar. Antes tínhamos uma equipe isolada, muitas vezes deixando o ataque brigar sozinho contra uma defesa fechada e que quase sempre não resultava em nada. Uma das diferenças nesse segundo semestre é um time que conta mais jogadores dentro da área adversária. 

Hoje, o Corinthians busca sempre atacar a área do rival com pelo menos três jogadores. Além do atacante, Junior Urso tem um papel importante para ser o elemento surpresa, e a presença de um dos pontas também. Na imagem, Clayson é quem está junto a Love e Sornoza. 

Já nessa imagem, Pedrinho é quem está lá com Love e Junior Urso. 

As mudanças aconteceram. O Corinthians que tinha como média de finalizações certas uma baixíssima porcentagem de apenas 3,8%, viu seu número aumentar em mais de 50% depois da parada, subindo para quase 6%. Além de ter reduzido o número de finalizações certas sofridas para 16% (números do Footstats). Ou seja, entendemos que é possível sim ser mais ofensivo sem perder a qualidade defensiva e muito menos a organização, só precisávamos sair dessa caixinha que muitas vezes nos prende. 

As melhoras são claras, porém, para que a evolução continue, algumas coisas ainda precisam ser revistas. A sequência ruim do Sornoza, a titularidade absoluta de Vágner Love são as principais delas.  A pausa fez bem ao Corinthians, voltamos com evoluções, melhoras e o principal, recuperamos a confiança de alguns jogadores. Crescemos em muitas coisas e sem perder a organização e muito menos os fatores defensivos. Carille prometeu um time melhor depois da parada e vem entregando isso. Sem alarde, sem muito barulho, vamos criando nosso espaço novamente dentro do Campeonato Brasileiro.

Por Corinthians Scouts para a Redação da Central do Timão
Twitter @sccpscouts

SCOUTS: ANÁLISE INTERNACIONAL 0X0 CORINTHIANS

No último domingo (11), Dia dos Pais, Internacional e Corinthians se enfrentaram no Beira-Rio pela décima quarta rodada do Campeonato Brasileiro, sendo que o jogo terminou com o placar que começou, em 0x0. O técnico Fábio Carille escalou o Timão no 4-1-4-1 com os seguintes jogadores: Cássio; Michel Macedo, Manoel, Gil e Avelar; Gabriel; Pedrinho, Urso, Sornoza e Clayson; Vágner Love. No banco ele teve as seguintes opções: Caique, Filipe, Henrique, Carlos Augusto, Matheus Jesus, Ramiro, Régis, Mateus Vital, Everaldo, Jadson, Boselli e Gustagol.

PRIMEIRO TEMPO

Foi um primeiro tempo bem fraco do Corinthians e que lembrou bastante o time antes da pausa. Nos primeiros 25 minutos o Timão subiu a marcação para tentar roubar a bola no campo de defesa do Inter. Conseguiu forçar o erro do adversário em alguns momentos, o problema foi que o Timão parou nos seus próprios erros quando tentou fazer o gol.

Quando estava atacando, o Corinthians buscou bastante o lado direito com Michel, Pedrinho, Urso e Gabriel. Isso deixou bem clara a falta que Fagner faz para a equipe. Só no fim do primeiro tempo que o Coringão conseguiu criar uma chance real de gol com Junior Urso, que se enrolou na hora da finalização após chute de Clayson.

Alguns dos problemas do Corinthians na hora de criar as jogadas:

  • Sornoza mal no jogo
  • Clayson e Pedrinho saindo pouco das pontas
  • Jogadores longe um do outro na hora do contra ataque
  • Muitos erros de passes
  • Love mal na partida

Se o ataque deixou a desejar, a defesa foi muito bem. O Timão se defendeu de forma exemplar, onde a estratégia foi fechar o meio com o objetivo de forçar o Inter a jogar pelos lados e fazer o adversário ter que usar dos cruzamentos para tentar marcar o gol. Essa estratégia acabou consagrando a zaga corinthiana. Destaque para as boas partidas de Urso e Gabriel que foram importantes na defesa.

Corinthians organizado sem dar espaços ao ataque adversário

SEGUNDO TEMPO

O jogo continuou parecido com o que foi no primeiro tempo. O Corinthians continuou se defendendo para buscar o gol num contra ataque. A defesa continuou muito bem e cedendo poucos espaços para o Inter. Destaque especial para a dupla de zaga, formada por Gil e Manoel, ambos além de proteger bem a área, souberam lidar e neutralizar Paolo Guerrero.

O Corinthians tentou ter mais a bola na segunda etapa. Clayson e Pedrinho começaram a circular mais pelo campo e a ajudar na criação. Mesmo assim, o time continuou tendo dificuldades em criar algo contra a boa defesa do Inter. As melhores jogadas vieram via contra ataques, pois o adversário deu muitos espaços para o Timão puxar os contra golpes. E novamente a equipe esbarrou em erros individuais, destaque negativo para Vágner Love, quando tentava criar lances de gol.

As opções de Carille na hora das substituições mostraram claramente que o treinador estava satisfeito com o empate no Sul. Ramiro e Matheus Jesus entraram a fim de deixar o meio campo com maior poder defensivo, enquanto que Everaldo no lugar Clayson acabou sendo uma troca de um ponta pelo outro. Everaldo puxou alguns bons contra ataques, mas, deixou a desejar na hora de finalizar as jogadas.

Estatísticas do jogo via Footstats

CONCLUSÃO

Empatar no Beira-Rio não é um resultado ruim, porém da maneira que foi jogo, ficou aquele gosto amargo que poderia ter vencido. O jogo mostrou que Sornoza e Love estão merecendo dar lugar a outros jogadores, que hoje o Corinthians tem uma defesa confiável e que Carille precisa repensar a postura do time em alguns momentos, pois ser conservador demais em alguns jogos grandes é o que está impedindo o Corinthians de entrar na vez na briga por mais um titulo Brasileiro.

Por Jhonata Souza do Corinthians Scouts para a Redação da Central do Timão

@jhonny14souza @sccpscouts