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BLOG DO GABRIEL: Amor à camisa

Em suas apresentações nos clubes, os jogadores de futebol juram amor, beijam o escudo e fazem promessas milagrosas: gols em finais, defesas sensacionais e entrega de corpo e alma nos clássicos.

Acervo pessoal

Não me tornei profissional (na verdade, eu nem tentei), mas hoje me apresento em algo relativo ao Corinthians. Por mais que não tenha gol do Gabriel, é um sonho. Alguns talvez já me conheçam da Falando de Corinthians, perfil de Instagram que mantenho com muito orgulho. Porém, isso não é o foco de hoje, nem a formação em comunicação, nem a recém-iniciada pós em Jornalismo Esportivo (que eu tenha tempo para tanta coisa!).

O foco hoje é vestir a camisa. Uma unidade muito especial eu diria. Lembro-me que, em 2002, com apenas 6 anos, chorei por horas e horas após a derrota para o Santos pelo Brasileiro, o que me dói até hoje. Meus pais, não fãs de futebol (não peguei o amor deles), não entenderam aquilo tudo, mas deixaram.

Porém, a maior prova de amor ainda não é essa. Não vou forçar a barra e dizer que passei fome, não foi assim, mas a gente não tinha muita grana mesmo. Filho de um assalariado que precisava economizar muito para fechar minimamente no azul, não me sobrou muito para o preto e branco.

O nome de ídolos da época como Jô e Gil não dariam para ser estampados em uma camisa, pelo menos não oficial. Então, o garotinho pegou uma camiseta branca e algumas tintas. Com alguns minutos, pintou o escudo, o patrocinador e aquela faixa preta que ficava próxima à manga. Depois o número. E ali ficava pronta a camisa. Se era igual à original? Pouco importava, a graça era escancarar para o mundo tanto amor, mesmo sem saber o que era isso.

Algum tempo depois eu ganhei uma camisa melhor, ainda que do camelô, mas com uma produção melhor que a minha. A de tinta guache no pano branco ficou meio de lado e se tornou uma lenda. Talvez ela ainda exista nos fundos da minha casa em Minas Gerais, talvez ela seja apenas uma memória. Quem sabe um dia eu não a encontre e poste uma foto?

Até lá vocês ficam com um pouquinho do que eu senti fazendo essa obra de arte: todo o corinthianismo de um garoto.

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