Por Henrique Pereira / Redação da Central do Timão
No dia 22 de julho de 1928, há 95 anos, o Corinthians inaugurava o Estádio Alfredo Schürig, a Fazendinha, e fazia seu primeiro jogo como mandante. Desde então, o local passou a receber os jogos do time profissional do Corinthians, até a inauguração do Pacaembu.
Cerca de dois mil torcedores viram o primeiro duelo na Fazendinha. A equipe recebeu o América-RJ, em partida amistosa, válida pela Taça Vada. O confronto terminou empatado em 2 a 2, com os dois gols marcados por De Maria, sendo um deles o mais rápido da história do estádio, com 29 segundos de jogo.
O nome do estádio é uma homenagem ao empresário Alfredo Schürig, sócio do clube, que ajudou na compra do terreno em que hoje se localiza a sede social do Corinthians, no Parque São Jorge. Depois do amistoso, o empresário se tornou presidente do clube entre os anos de 1930 e 1933.
A última vez que a equipe masculina do Corinthians jogou na Fazendinha foi em 2002. Naquela oportunidade, a equipe venceu o Brasiliense por 1 a 0, com gol de Fabinho. O estádio, desde 2018, recebe partidas da equipe feminina e das categorias de base do Alvinegro Paulista.
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Há exatos 99 anos, no dia 25 de janeiro de 1923, o Corinthians jogava a sua primeira partida no estádio Alfredo Schürig, conhecido popularmente como ‘Fazendinha’. O jogo em questão era válido pelo segundo turno do Campeonato Paulista de 1922, contra a equipe do Syrio. O clube do Parque São Jorge saiu com a vitória por 1×0, com gol de Gambarotta, de cabeça.
Na época, o Alvinegro entrou em campo como visitante, pois o espaço pertencia ao Esporte Clube Syrio. O Timão tinha como casa o estádio da Ponte Grande, situado em um terreno da antiga rua dos Imigrantes, na Região Norte da cidade de São Paulo.
O Corinthians comandado por Guido Giacominelli entrou em campo com: Mário, Garcia, Del Debbio, Rafael, Amílcar, Ciasca, Peres, Neco, Gambarotta, Tatu e Rodrigues.
Com a vitória sobre o Syrio, a equipe do Parque São Jorge começou a engrenar, o que acabou culminando com o título paulista, o terceiro na história e o segundo do histórico tricampeonato estadual de 1922/1923/1924.
Em 1926, o Alfredo Schürig passou a ceder jogos do Corinthians. No entanto, com o crescimento da Fiel Torcida, o Timão começou a disputar as partidas no Morumbi e no Pacaembu. O último jogo na Fazendinha foi no dia 3 de agosto de 2002, contra o Brasiliense, por 1×0, com gol de Fabinho.
Atualmente, a Fazendinha sedia jogos das categorias de base do clube, do futebol americano e do futebol feminino.
Confira o retrospecto do Timão na Fazendinha:
Ao todo, foram 469 partidas oficiais do Timão no local, com um aproveitamento de 74%: 347 vitórias, 60 empates e 62 derrotas. A equipe alvinegra marcou 1.321 gols e sofreu 480 no estádio.
Em 30 de janeiro de 1941, morria um dos maiores presidentes do Sport Club Corinthians Paulista, cujo maior legado foi a construção do patrimônio e a área social do clube: Alfredo Schürig.
Segundo conta o historiador Celso Unzelte, Alfredo Henrique Oscar Schürig, muito antes de se envolver com o Corinthians, teve a sorte de ganhar 20 contos de Réis na loteria, o equivalente, hoje, algo em torno de 100 milhões de Reais. Com aquele dinheiro, fez fortuna e excelente administrador que era, se tornou proprietário de uma fábrica de parafusos.
Curiosamente, Alfredo Schürig nunca foi um apaixonado pelo futebol, mas começou a participar da vida do Corinthians já na década de 10, envolvido pelo lado social que faz parte do DNA corinthiano. Fez parafusos e outros materiais de construção a preço de custo para tornar realidade o primeiro estádio do clube, o Estádio da Ponte Grande, que foi inaugurado em 1918.
Anos depois, em 1926, o Corinthians se muda para o local onde hoje é o Parque São Jorge. Era praticamente um terreno com um campo de futebol, um “arremedo” de clube – uma “fazendinha” -, comprado a prestações junto ao Clube Syrio. Em 1927, passando por grandes apuros financeiros, a diretoria não tinha dinheiro para pagar as prestações. Então apareceu aquele que foi o grande anjo da guarda da história centenária do Timão. Alfredo Schürig bancou 30 contos de réis, hoje algo em torno de 150 milhões de reais, para quitação do terreno.
Celso Unzelte conta que, as doações de Schürig , na época, incluindo o período que ele foi presidente do clube, passaram dos 200 contos de réis. Ao todo, as contibuições de Schürig passaram do equivalente a atuais 1 bilhão de Reais. Com esse dinheiro, foi construído o clube do Parque São Jorge, sendo no social e no patrimônio do Corinthians sua maior contribuição, nos três anos em que foi presidente – de 1930 a 1933.
No início de 1930, um dos momentos mais emblemáticos da história do já clube do Parque São Jorge. Tricampeão Paulista, disputa com Vasco, campeão Carioca, a chamada Taça APEA, e ganhou o troféu que lhe deu o status de “Campeão dos Campeões”, que dura até hoje, inclusive no hino do clube.
Com a saída dos principais craques do tri, o Corinthians sofreu um abalo e demorou para se reerguer. Foi sexto colocado em 1931, quinto em 1932, quarto em 1933 e só voltaria a ser campeão em 1937. E, com o time desmantelado, em 1933, após uma derrota dolorosa de 8 x 0 para o principal rival, o Palestra Itália, torcedores, incentivados por opositores políticos da diretoria, invadiram a sede do clube com tochas de fogo, e Alfredo Schürig, desgostoso e assustado, renunciou à presidência junto com toda a diretoria.
Não existem registros de grandes envolvimentos de Schürig com o futebol. Mas foi nas suas mãos que o Corinthians constituiu um grande patrimônio, transformou-se em um clube poliesportivo, passou a participar das regatas, e houve um grande crescimento no número de associados do clube.
Hoje, o Parque São Jorge compreende uma área construída de 158 mil metros quadrados, diversas quadras poliesportivas, dois ginásios, restaurante panorâmico, a sede social e administrativa e um dos maiores parques aquáticos do País e um valor incalculável.
Alfredo Schürig faleceu em 30 de janeiro de 1941, aos 57 anos. O estádio do Parque São Jorge, carinhosamente chamado de “Fazendinha”, leva seu nome. Nenhuma homenagem é tão justa como ter sido dado ao estádio, o nome de Alfredo Schürig.