O técnico português Vítor Pereira completa, neste sábado, cinco meses à frente do Corinthians. Em 23 de fevereiro, o treinador era anunciado como substituto de Sylvinho, demitido 21 dias antes após conviver com forte pressão da torcida e ver sua situação ficar insustentável com derrota para o Santos, na Neo Química Arena.
Vítor Pereira chegou ao Corinthians sob grande expectativa da Fiel por sua carreira vitoriosa em clubes do exterior. O português, no entanto, teve um início conturbado no Timão, com eliminação na semifinal do Paulistão em seu sexto jogo à frente da equipe, além de derrotas em clássicos e revés na estreia da Libertadores, para o modesto Always Ready-BOL.
Vítor Pereira foi, aos poucos, colocando sua mão no Corinthians. Após a derrota na Bolívia, o treinador decidiu iniciar um rodízio no elenco, modificando (quase) todo o time titular de um jogo para outro e até alterando sistemas táticos, a fim de descansar os jogadores em meio a um calendário que não permite tanta recuperação.
O rodízio começou a funcionar em termos de resultados, e logo levou o Corinthians à liderança do Brasileirão. Por outro lado, a equipe não enchia os olhos do torcedor em questão de desempenho, uma vez que as diversas modificações de Vítor Pereira dificultavam um entrosamento maior dos jogadores.
O treinador, no entanto, foi forçado a dar uma pausa no rodízio ao começar a perder diversos atletas importantes por lesões, como Paulinho, Fagner, Willian, Maycon, Renato Augusto, Gustavo Mosquito, Du Queiroz e Gil, além de nomes como Gustavo Mantuan e João Victor, negociados com o futebol europeu.
Porém, mesmo com tantos desfalques, o português conseguiu manter o Corinthians competitivo. A equipe perdeu a liderança do Brasileirão, mas se manteve no G-4 em todo o primeiro turno, além de ter se classificado às quartas de final da Libertadores ao superar o Boca Juniors-ARG na Bombonera, nos pênaltis. O Timão também está entre os oito melhores times da Copa do Brasil.
Os cinco meses de Vítor Pereira no Corinthians também ficaram marcados pelo alto número de jogadores formados nas categorias de base do clube utilizados pelo treinador. Nomes como Lucas Piton, Du Queiroz, Raul Gustavo, Adson, Roni, Gustavo Mantuan, negociado com o Zenit-RUS, ganharam a confiança do português e acumularam vários minutos ao longo da temporada.
Além dos citados, Vítor Pereira vem observando “miúdos” que ainda não estão 100% integrados ao elenco profissional. Ele já chegou a dar oportunidades na equipe principal para jogadores que ainda pertence às categorias de base do clube, como Giovane, Wesley, Guilherme Biro, Robert Renan, Matheus Araújo e Felipe Augusto, todos com idade entre 17 e 20 anos.
O panorama, no entanto, mudou nos últimos dias, e vem deixando a Fiel mais empolgada para o segundo semestre de 2022. Isso porque a equipe teve o retorno de boa parte dos atletas que estavam lesionados, como Maycon, Fagner, Willian e Gustavo Mosquito, e contratou reforços pontuais para o restante do ano.
Nas últimas semanas, o centroavante Yuri Alberto e o zagueiro Balbuena integraram o elenco alvinegro, que ainda deve receber o volante argentino Fausto Vera nos próximos dias. Renovado e com mais peças, o Corinthians de Vítor Pereira, agora, tem boas perspectivas para o segundo turno do Brasileirão e para a sequência da Copa do Brasil e da Libertadores.
Em cinco meses à frente do Timão, Vítor Pereira acumula 36 jogos, com 15 vitórias, 12 empates e nove derrotas – a contagem leva em consideração os duelos em que o português foi substituído pelo auxiliar Filipe Almeida. O aproveitamento é de 52,7%. Vale destacar que o técnico sustenta a marca de maior invencibilidade de um treinador corinthiano na história da Neo Química Arena. Ele ainda não perdeu em Itaquera.
Vítor Pereira não comandou o Corinthians nos últimos dois jogos por conta da expulsão contra o Flamengo, em 10 de junho. O português, porém, volta a estar à frente da equipe neste domingo, às 18h (de Brasília), contra o Atlético-MG, pela 19ª rodada do Brasileirão, no Mineirão.
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