Jogador mais velho do Corinthians, campeão Paulista e último remanescente do ataque dos 103 gols de 1951, o ex-meia-esquerda Jackson Nascimento, nascido em 24 de agosto de 1924, completa 98 anos nesta quarta (24).
Jackson fez parte do Corinthians de 1951 que passou como um rolo compressor em cima de seus adversários, e alcançou a incrível marca de 103 gols em apenas 28 partidas.
O meia chegou ao Corinthians em 1950, vindo do Athletico-PR, onde já era um grande ídolo. Foi por suas atuações que o time paranaense ganhou o apelido de Furacão. Segundo o Almanaque do Timão, de Celson Unzelte, Jackson agradou em cheio à torcida corinthiana, com exibições “de encher os olhos” e com média de mais de meio gol por partida. No ataque dos 103 gols, Jackson marcou 10.
Teve passagem breve pelo Timão, que deixou em 1952, após 57 jogos, 35 gols marcados e campeão Paulista de 1951. No ano em que saiu do Corinthians, Jackson marcou incríveis 21 gols em apenas 29 partidas.
Advogado, Jackson prestou concurso público, foi aprovado, e se mudou para Curitiba, fato que abreviou sua carreira no futebol. Ainda jogou pelo Athletico-PR, onde é um dos maiores ídolos do clube paranaense, marcando incríveis 140 gols, e encerrou sua carreira em 1954. Aposentou-se como funcionário público.
Em dezembro de 2020, localizado pela Central do Timão, o ex-jogador, lúcido e emocionado, participou do programa ‘Crônicas Corinthianas” da TV Central do Timão e fez sucesso entre a Fiel.
O lendário ataque dos 103 gols
Foram vários os fatores que fizeram com que o ano de 1951 ficasse marcado na história do Corinthians. O time que vivia, há quase 10 anos um jejum de títulos, superou a barreira dos 100 gols pela primeira vez na era do profissionalismo, tendo marcado 103 gols em 28 partidas, e dominado a lista de artilheiros do Campeonato Paulista. Além disso, com a conquista do troféu de campeão, o Corinthians se tornou o maior detentor de títulos estaduais, com 13, uma a mais que o rival Palmeiras.
Os destaques daquela equipe eram muitos, a começar pelo técnico José Castelli, o Rato, ex-jogador do Clube. Nunca, em toda a história, o Corinthians teve um ataque tão arrasador quanto o do Paulistão de 51.
Carbone foi o principal artilheiro daquele ano, ao fazer 30 gols. Além dele, mais dez jogadores colaboraram para que a equipe chegasse a inédita marca dos 103 gols: Baltazar, com 24 gols; Cláudio, 18; Luizinho, 13; Jackson, 10; Colombo e Nelinho, com dois cada; e Idário, Mário, Roberto Belangero e Sula, com um gol cada.
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Parabéns ao Sr. Jackson Nascimento por mais um ano de vida! Rumo aos 100 anos!!
Duas questões que gostaria de comentar. Na verdade não foi o ataque que fez 103 gols, mas sim o time, pois, como está no texto, defensores como o Idário, Roberto e Sula também anotaram os seus. E o Jackson também jogou na histórica excursão do Corinthians à Europa. Em 2012 tive a honra de resgatá-lo entrevistando-o.
Mais um detalhe, sem me estender muito. Jackson não é somente o único remanescente do título paulista de 1951, mas de todas as três conquistas estaduais do Corinthians da época. Antes dele ainda estava vivo o Sr. Luiz Morais, o ex-goleiro Cabeção (falecido em 2020), que tinha sido bicampeão em 1952 como reserva de Gylmar e de 1954, pois começou como titular, sendo depois substituído pelo mesmo.
Parabéns, vô Jack! A eterna lenda do Verbena! Que Papai do Céu te ilumine e proteja sempre! Muita saúde e que o Senhor continue olhando por vc!