Em 7 de março de 1895, nascia Manoel Nunes, o Neco, um dos primeiros ídolos da história alvinegra. Craque e polêmico (indisciplinado algumas vezes), tinha facilidade para atuar como centroavante, meia-esquerda e ponta-esquerda. Dizem que ele era uma fusão de Tevez com Edmundo, devido à sua vontade de vencer, a sua técnica impressionante e o seu temperamento explosivo.
Em 1911, o Corinthians seguia em sua luta na várzea. Sem sede ou campo para treinar ou jogar, reunia dinheiro entre os jogadores e torcedores e alugava o Campo do Lenheiro para mandar suas partidas. Foi nesse cenário que César trouxe Manuel Nunes, o Neco, seu irmão mais novo para o Corinthians.
César era um dos 13 rapazes que ajudaram a fundar o Clube, foi o primeiro meia-direita do time, que depois “caiu” para o meio e é considerado o primeiro “Paredão” alvinegro. Neco era um menino e a partir dali, viveu o Corinthians em toda a sua intensidade. O defendeu como poucos, com valentia. Presente em todas as primeiras conquistas da equipe, sagrou-se campeão em 1914 e 1916, tricampeão em 1922-1923-1924 e novamente em 1928-1929-1930.
Foi um jogador valente, técnico e temperamental, especialmente contra o Palestra. Neco não ganhava salários no Corinthians e emprestou dinheiro para comprar a segunda bola da equipe.
“Neco foi mais do que os fanáticos corinthianos acham: símbolo e primeiro ídolo do Corinthians, destacando-se nas primeiras décadas do século 20; um dos grandes atletas da seleção brasileira de 1919 e dos selecionados paulista e brasileiro”, diz Antonio Roque Citadini, em seu livro “Neco – O primeiro ídolo”.
Para os corinthianos mais antigos, um dos maiores, talvez o maior, da história do clube do Parque São Jorge e por isso Manoel Nunes, o Neco, mereceu ser eternizado, ainda em vida, com seu busto nos jardins do Parque São Jorge.
Pelo Timão, Neco fez 296 jogos e 228 gols. Foi campeão paulista em 1914, 16, 22, 23, 24, 28, 29 e 30 como jogador, e em 1937 como técnico. Após Amílcar Barbuy, que foi o primeiro atleta do Corinthians convocado para a Seleção Brasileira (1916), Neco foi o segundo alvinegro convocado e com a Seleção conquistou duas Copas América: 1919 e 1922 e marcou nove gols.
Além de ser jogador, Neco foi também treinador do Corinthians em algumas passagens (1927 e 1937/38) e conquistou o título de 1937.
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