Mesmo enfrentando lesões e banco de reservas, Túlio Maravilha foi o artilheiro do Timão no Campeonato Paulista de 1997
O ano de 1996 foi nada bom para o Corinthians. Eliminado nas quartas de final da Libertadores e da Copa do Brasil, além do quarto lugar no campeonato Paulista e o 12º no Brasileirão, algo teria que ser feito para que os erros desse ano não fossem cometidos no ano seguinte.
Assim sendo, 1997 começa com o anúncio bombástico da parceria Corinthians/Excel-Econômico, instituição financeira que durante o período do contrato de 2 anos, daria um aporte financeiro de R$ 12 milhões ao clube, além da contratação de alguns jogadores renomados. Puxando a fila de nomes como Antônio Carlos, André Luiz, Fábio Augusto, Sangaletti e Donizete Pantera, chega o goiano Túlio Humberto Pereira da Costa, ou simplesmente Túlio Maravilha.
Artilheiro nato, o jogador chega como a grande esperança de gols que a Fiel almejava. Garoto-propaganda da instituição financeira que via no futebol a chance de expandir seus negócios, estreou com a camisa 9, já que o regulamento do torneio Rio-SP não previa a numeração fixa. Porém no Paulistão, vestiu a camisa de número 12 em alusão aos 12 dias sem juros no cheque especial que o parceiro corinthiano contemplava a seus clientes.
Falastrão, sabia como poucos promover um duelo, um grande clássico. Logo no seu segundo jogo, marca o gol “Salve o Corinthians” na vitória por 2×0 sobre o Flamengo de Romário, no Morumbi, pelo Torneio Rio-SP no dia do aniversário da capital paulista.
Na estreia do Paulistão, Túlio volta a marcar, dessa vez na vitória corinthiana sobre a Inter de Limeira por 2×0, fora de casa. Era o começo de uma lua de mel que parecia que duraria muito tempo… Mas não foi bem assim.
Entre altos e baixos, Túlio Maravilha não rendeu o esperado, prejudicado também por uma contusão, principalmente nos jogos da Copa do Brasil, onde não marcou e ainda viu o time ser eliminado pelo Grêmio nas semifinais.
Mesmo tendo terminado como artilheiro do time no Paulistão com 13 gols não era mais unanimidade, tanto que o técnico Nelsinho Baptista resolveu mudar o esquema tático da equipe tornando o time mais veloz ao promover Mirandinha, que vinha entrando sempre bem, ao ataque titular juntamente com Donizete.
Embora tenha sido titular na maioria dos jogos, Túlio Maravilha amargou a reserva justamente na reta final do certame, algo inimaginável para quem já havia sido artilheiro e protagonista por onde passou. Após a conquista do título e infeliz com a incômoda situação, pediu ao patrocinador que o transferisse.
Com isso, rumou ao Vitória-BA, clube também patrocinado pelo mesmo banco. Anos depois, o artilheiro confessou em entrevista que foi a pior decisão que tomou na carreira, e que poderia ter sido mais paciente.
Terminava assim, apenas com 33 jogos e 14 gols marcados, a trajetória do artilheiro com a camisa do Corinthians. Atualmente, aos 50 anos de idade, depois de ter se aventurado como vereador em Goiânia e comentarista esportivo no Rio de Janeiro, encontra-se aposentado da carreira no futebol, porém até o ano passado, defendeu as cores do Taboão da Serra, tendo feito seu gol de número 1001 (segundo suas contas) aos 49 anos de idade.
Túlio Maravilha é parte essencial do folclore que permeia nosso futebol. Polêmico, direto e artilheiro nato. Foi mais um dos grandes do futebol brasileiro a defender o Timão.
Veja todos os gols de Túlio com a camisa do Timão.
Por Marcelino Rocha / Redação da Central do Timão
2019 @ Central do Timão - Todos os direitos reservados