Jornalistas que participaram da cobertura do Mundial de Clubes em 2012 contam episódios ‘curiosos’ da equipe do Timão durante viagem e estadia no país asiático
Os jogadores do Corinthians não viveram grandes emoções e passaram por dificuldades apenas nos gols de Guerrero ou nas defesas milagrosas de Cássio. Antes de entrar em campo contra o Chelsea – final que a TV Globo reprisou no último domingo -, a delegação alvinegra enfrentou outros dramas no outro lado do mundo. Pelo menos é o que conta o episódio #50 do podcast ‘GE Corinthians’, do Globo Esporte.
Uma das grandes dificuldades de jogar no Japão é o “jetlag” causado pelo fuso horário, que provoca alterações psicológicas e físicas. Para ajudar na adaptação dos jogadores, o Corinthians seguiu a estratégia adotada anteriormente pelo Internacional: parar por 24 horas em Dubai. Nesse sentido, os preparadores e médicos corinthianos adotaram outras medidas ‘curiosas’, como fazer um treino no shopping. O jornalista da ESPN, Gustavo Zupak, que esteve cobrindo o time, revela:
“Quando o Corinthians chegou em Dubai, a comissão técnica não queria que os jogadores fossem direto dormir, porque isso ia bagunçar muito o fuso. Então, para mantê-los acordados, a comissão técnica mandou os jogadores todos para um shopping gigantesco, para eles ficarem andando lá. Era o chamado ‘treino no shopping’, para mantê-los acordados em deslocamento. E a gente foi liberado para que se a gente encontrasse qualquer jogador, poder entrevistar”, conta Zupak.
O jornalista também do Grupo Globo, Carlos Ferrari, ainda cita que os jogadores reclamaram que os preços do shopping eram muito caros. Ferrari ainda comenta que “se estavam caros para os jogadores, imagina pra gente…“
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Os jornalistas relatam que viajaram no mesmo voo que o Corinthians, utilizando um modelo de aeronave com dois andares. A parte de cima, mais luxuosa, para jogadores e comissão. Já os profissionais da imprensa, foram no andar de baixo. Carlos Ferrari conta que, já no aeroporto em Dubai, encontrou os jogadores e questionou Ralf sobre o descanso durante a viagem. Daí o volante contou uma história curiosa.
“Ele falou ‘deu, cara, só foi aquele problema quando a porta abriu’. Falei ‘como assim, a porta abriu?’. Ele falou ‘é, na hora que deu uma meia hora mais ou menos de voo, a aeronave fez um movimento que deslocou uma das portas. E foi um desespero para as aeromoças, elas começaram a colocar cobertor para tampar o buraquinho que fez. Era bem do lado do Chicão'”, relatou o jogador a Ferrari. Gustavo Zupak completa:
“O Fábio Santos falou que na hora que ele viu a aeromoça fazendo o sinal da cruz, rezando, aí que ele realmente ficou preocupado”, conta Zupak.
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A presença da torcida do Corinthians foi um capítulo à parte na história do Mundial. Desde o aeroporto, quando 15 mil corinthianos foram desejar ‘boa viagem’ para o time no aeroporto de Guarulhos. Outros milhares – para mais de 30 mil – viajaram para o Japão, o que ficou conhecido como mais uma das grandes ‘invasões’ da Fiel.
De acordo com os jornalistas, o jeito brasileiro de torcer e vibrar com o time, bem como a emoção de estar do outro lado do mundo para um jogo deste tamanho, contrastavam com a cultura japonesa. O ‘choque’ levou os locais a tomarem medidas ‘drásticas’. Um hotel, em Nagoya, chegou a colocar uma placa de ‘entrada proibida para fãs do Corinthians’ tentando diminuir o tumulto nas áreas comuns. Sobre isso, o jornalista José Gonzalez comenta.
“A torcida que tá do lado de fora (esperando a chegada do time, em Nagoya) entra no saguão do hotel. E aí tem ali uns recepcionistas do hotel. Aquela elegância japonesa assim e eles segurando umas plaquinhas dizendo ‘proibido fans do Corinthians’. E o cara ficava simplesmente segurando a plaquinha’. E os caras lá no saguão, bandeirão, pórópópó, nem aí para o japonês”, conta Gonzalez.
Por Gabriel Gonçalves / Redação da Central do Timão
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