Treinador do time feminino do Corinthians lamenta parada em época de valorização da modalidade

Após conquistar títulos e bater recordes em 2019, equipe feminina do Corinthians enfrenta dificuldades na pandemia

A crise por conta da paralisação dos esportes não atingiu apenas o futebol masculino. As equipes femininas têm sofrido com a redução das verbas, ainda mais por ser uma modalidade em ascensão. O Corinthians, vencedor da Libertadores e do Paulista de 2019, já anunciou cortes de salários e de direitos de imagem das atletas. Em entrevista ao Uol, o treinador do time, Arthur Elias, lamentou a parada neste momento.

“O ano de 2019 foi marcante, foi marcante para a história do futebol feminino com a Copa do Mundo com um bilhão de pessoas, foi marcante pelo que a gente construiu, o Corinthians ter batido recordes mundiais, ter ganhado os títulos que a gente conquistou. Então, a modalidade teve muito mais visibilidade, deu muitos passos à frente”, disse Arthur ao ‘Blog do Perrone’, que ainda completou.

“Esperava-se esse ano que esses passos continuariam sendo para frente. Então, digo que a gente não vai dar muitos passos para trás, mas, obviamente, com a pandemia, é difícil qualquer setor esse ano dar passos adiante. Realmente, fica essa frustração, mas também temos que ver que a sociedade como um todo perde muito”, declarou o técnico.

Apesar dos cortes de salários – que seguiram os 25% do elenco masculino -, a tendência é que a modalidade continue recebendo investimentos do Corinthians. O treinador também citou as conversas com a diretoria do clube.

“Eu tive uma conversa com o Andrés, converso muito com a nossa diretora, a Cris, e a gente entende. Todo mundo está vendo isso, é um momento difícil para o mundo inteiro, é difícil para o futebol, vai ter um impacto, a curto prazo, pelo menos. A gente espera que a médio prazo o futebol consiga retomar as suas receitas”, explicou Arthur, que ainda completou.

“Houve muitas conquistas, por determinação da Fifa, inclusive. Então, vejo que a gente não é uma receita tão alta dentro dos clubes de futebol. Se você faz o futebol feminino com 1%, 2% do faturamento dos clubes grandes, por exemplo, você faz projetos grandes dentro da modalidade. Então é uma questão de saber administrar e dar valor”, defendeu o técnico ao jornalista.

Por: Gabriel Gonçalves / Redação Central do Timão