Torcedora promove ação que possibilita crianças carentes assistirem pela primeira vez o Corinthians na Arena
Na torcida do Corinthians é possível encontrar inúmeras histórias emocionantes. Essa que a Central do Timão conta a seguir, não apenas emociona, como gera mudanças – ainda que pequenas – numa sociedade extremamente desigual. Além disso, é um dos exemplos que traduzem na prática o porque de o Corinthians ser chamado de “o time do povo”.
Liah Mattos, 33 anos, é corinthiana fanática. O amor pelo clube se estendeu, foi além das arquibancadas. Chegou aos arredores da Arena Corinthians. Ali, onde há inúmeros pequenos torcedores que apenas observam de fora a movimentação do estádio em dia de jogo.
Natural de Patos de Minas, Liah trabalha como produtora de eventos corporativos. Há dois anos passou a morar em São Paulo. Além de poder acompanhar mais de perto o Timão, tornou-se, também, uma agente de transformação, dando visibilidade às crianças que ficam nas proximidades do estádio e nunca tiveram a oportunidade de entrar para ver o Corinthians em campo.
A ideia de promover essa ação do bem, levando meninos e meninas carentes entre oito e doze anos para assistir ao Corinthians na Arena surgiu por acaso: no ano passado, Liah comprou um par de ingressos para ela e um primo que mora no interior. Ele, no entanto, não pôde comparecer por conta da greve dos caminhoneiros.
Com um ingresso sobrando em mãos, ao invés de vender, Liah preferiu presentear alguém. Mas não a um amigo ou parente, e sim um alguém até então desconhecido, que nem imaginaria receber esse convite tão especial. Tocada pela experiência, ela passou a fazer isso sempre que possível quando vai aos jogos.
Bem cedo, em torno de duas horas antes da partida, a “fada madrinha” corinthiana já está em Itaquera, de olho em quem será o sortudo da vez. Um pequeno Fiel é claro. Liah procura sempre por crianças que estejam acompanhadas de um responsável, pois só leva para a Arena se houver autorização.
“Antes de fazer o convite para a criança, eu me apresento ao responsável primeiro e peço autorização para o filho ir. Principalmente para não gerar expectativa na criança e causar um desconforto. Já aconteceu de um pai não autorizar, pois o filho estava ali para ajudá-lo na venda de produtos. A criança em si, não soube do convite. Na matéria que fiz para o GE uma mãe também não autorizou mas, o motivo era pelo fato dela ser santista e estar ali na arena a trabalho”, conta.
Além de possibilitar a entrada no estádio, antes de começar o jogo Liah também faz questão de passar na loja oficial do clube e presentar à criança com o manto alvinegro. Graças à essa atitude, aproximadamente 15 crianças já foram beneficiadas. Para ela, o número ainda é baixo.
O meio que Liah encontrou para gerar incentivo a outras pessoas em fazerem parte desta ação foi a vaquinha solidária, algo que não estava nos planos quando tudo começou. Ela pretendia buscar ajuda apenas por meio de doações de ingressos e camisas do Corinthians.
“Muita gente, inclusive de fora do país, pedia a minha conta, queria doar dinheiro. Então, a forma mais justa e correta de fazer e prestar conta desse dinheiro posteriormente foi abrindo esse método de vaquinha online, onde todos podem contribuir com qualquer valor. Também continuo recebendo outros incentivos, como doações de roupas e ingressos.”, afirma.
Todas as crianças que a torcedora já levou ao estádio trazem consigo histórias que de alguma maneira se cruzam. Desde a infância, vivenciam os males gerados pelo desequilíbrio das condições de vida.
“A história do Peterson em si me emocionou muito. A humildade, dele em todos os sentidos. Mas, o que mais me marcou foi a história do Gabriel, um garoto de 13 anos que ajuda a vizinha a vender balas na porta da arena e nunca tinha entrado no estádio, tentava juntar dinheiro e quando pensava que estava perto de conseguir realizar o seu sonho, a família precisava da ajuda dele com a grana”, relembra.
A segunda fase do Brasileirão começou hoje. Novos meninos e meninas poderão ter a chance de pisar pela primeira vez em solo sagrado, graças a atitude da torcedora. O corinthianismo se faz presente no sorriso de cada uma dessas crianças, que para Liah, é o principal estímulo da ação. “Continuo fazendo o que amo e onde amo estar”, diz.
Se você quiser fazer parte dessa corrente do bem, acesse o link da vaquinha online e contribua:
https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ingresso-solidario
Por Redação Central do Timão
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