O técnico Vanderlei Luxemburgo não foi questionado sobre o assunto na coletiva após a vitória por 1 x 0 contra o Universitario, na última terça-feira, 11, mas fez questão de comentar do surto da síndrome de Guillain Barré no Peru, onde o Corinthians terá que disputar o jogo de volta dos playoffs da Copa Sul-Americana no dia 18. O treinador pediu a alteração do local do duelo, marcado para o Estádio Monumental de Lima.
“Isso (surto) é muito sério, não é brincando. Será que no futebol terá que ter sempre uma morte ou alguma coisa para que as pessoas que comandam o futebol tenham mais responsabilidade nas decisões? É muito complicado. Muito complicado. Houve um decreto de um surto. Tenho que ir lá me expor e expor a equipe?“, iniciou Luxemburgo.
“Não queremos deixar de jogar no Peru, muito pelo contrário. Temos que jogar, vamos jogar. Mas eu acho que, neste momento, tem que ter responsabilidade para não correr risco. Os profissionais de imprensa foram cancelados e não vão mais. Por que não muda de local? É normal isso. Por que temos que ir lá jogar?“, completou.
A síndrome de Guillain Barré é uma doença neurológica rara que ataca os sistemas imunológico e nervoso periférico, resultando em inflamação dos nervos e fraqueza muscular progressiva. Há a possibilidade de levar à paralisia em casos mais graves. No último domingo, 9, o Peru decretou emergência nacional de saúde por 90 dias após quatro mortes por conta da síndrome, que não é transmissível de pessoa para pessoa.
Vanderlei Luxemburgo disse que o decreto no país sul-americano precisa ser respeitado. Para o técnico do Corinthians, a realização do segundo jogo dos playoffs no Peru deveria ser proibido. O treinador ainda pediu mais seriedade às pessoas e entidades que comandam o futebol quando se trata de assuntos que podem colocar vidas em risco.
“É uma coisa muito importante. O Peru é um país coirmão. Já fui ao Peru diversas vezes jogar com a Seleção, Libertadores… É muito agradável ir lá. Mas um surto é um surto e uma pandemia e é uma pandemia em qualquer lugar do mundo. Se tiver um decreto do governo que decreta surto, tem que ser respeitado.”
“Precisa pensar com mais responsabilidade no que é o futebol. As decisões precisam ser tomadas com coerência e equilíbrio, não só preocupar com competição, data, parte financeira… Eu morri, minha mulher ficou viúva. Quem vai ser o responsável? Qualquer lugar que tenha um surto ou problema sério, tem que ser proibido“, afirmou.
“Vão falar ‘aconteceu, não poderíamos evitar’. Não. Tem um decreto do Ministério da Saúde que decreta que tem um surto. Isso tem que ser respeitado. Até quando o futebol vai ser tratado por pessoas que não conseguem entender que isso é um problema muito sério?”
“Nós não somos cobaias. Nem o Peru, se tivesse surto no Brasil, e nem nós, que temos que ir lá. A imprensa cancelou seus profissionais de irem lá por causa do surto, não vão deixar arriscarem. Quem é o responsável por nós viajarmos e sermos contaminados? Quem vai ser o responsável se acontecer algo mais grave?“, finalizou.
O Ministério da Saúde informou, na terça-feira, 11, que monitora a situação de emergência sanitária no Peru. A pasta, no entanto, ressaltou que a doença não é transmissível de pessoa para pessoa e que, por isso, há baixo risco para o Brasil. A síndrome de Guillain Barré está associada a infecções virais anteriores e trata-se de uma manifestação autoimune, segundo a Fiocruz.
O Corinthians, agora, aguarda uma definição das autoridades sobre o surto no Peru. Por enquanto, o jogo de volta dos playoffs segue mantido no Estádio Monumental de Lima na próxima terça-feira, 18. Um empate coloca o Timão nas oitavas de final da Copa Sul-Americana, enquanto uma vitória mínima do Universitario leva a decisão da vaga para os pênaltis.
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