- Por Henrique Pereira / Redação da Central do Timão
O dia 8 de abril de 2018 vai estar sempre na memória do torcedor corinthiano, pois foi quando o Corinthians conquistou o Campeonato Paulista derrotando o Palmeiras nos pênaltis, dentro do Allianz Parque, casa do arquirrival. Durante a partida, um lance causou polêmica. O árbitro do jogo havia marcado um pênalti para a equipe mandante, mas voltou atrás, gerando revolta no time e na torcida do rival.
O árbitro escalado para a partida foi Marcelo Aparecido de Souza. Ele apitou um pênalti para os mandantes quando o Corinthians vencia por 1 x 0. No lance, Dudu invadiu a área e o volante Ralf chegou para desarmar. O atacante rival caiu, e o juiz apitou falta, causando revolta nos corinthianos. Entretanto, depois de muita confusão, a penalidade foi anulada. Em entrevista ao podcast ‘Resenheira’, no último sábado (8), o dono do apito daquela final detalhou como foi todo o lance.
“Primeiramente, não houve interferência. Não houve interferência nenhuma. Isso foi criado por um ex-árbitro em uma emissora de televisão. Ele criou essa teoria da conspiração. O meu erro foi o que, chega um momento da partida, que você não pode acelerar. Tem que ter calma”, comentou o árbitro.
“Eu tenho uma característica de deixar o jogo rolar. Tanto que o Moisés sofre a falta, o lance segue e acontece a cena do Dudu. Eu não vejo o toque na bola do Ralf. Durante meus 20 anos de arbitragem, a premissa do toque na bola é a mudança de duração. E não houve”, continuou.
“Eu marco com convicção, mas eu tenho total controle sobre tudo, atletas, estádio. Eu marco num impulso. Marquei por que eu não vi a mudança de direção. Ela mudou a velocidade, a rotação. Eu sei as lideranças da equipe, quem é quem. O Cássio, o Balbuena, o próprio Ralf, mas o Cássio veio imediatamente e eu senti que eu errei. Mas o que eu ia fazer?”, revelou Marcelo.
O árbitro explicou que depois que os ânimos se acalmaram dentro do campo, ele ouviu pelo rádio o quarto árbitro, Adriano de Assis Miranda, comunicando que viu Ralf acertando a bola, e portanto o pênalti não existiu.
“Pelo rádio, eu ouço: ‘Marcelo, para mim foi na bola’. Como assim? Não é possível que de lá ele viu que foi na bola. E ele estava numa muvuca no banco do Palmeiras. Eu olho, ele está pressionado. Não era ele. Nessa hora, está o quarto árbitro tentando se comunicar comigo. Os jogadores do Corinthians viram e apontaram ele para mim”, disse o árbitro.
“Quando eu consigo me aproximar, ele me disse: ‘Para mim, Marcelo, o Ralf pega a bola, mas a decisão é sua’. Vamos fazer a coisa certa. Eu sei que eu errei, vamos voltar. Você percebe quando um atleta quer levar vantagem. O Dudu era um cara que sabia que tinha acertado a bola e tinha cavado. Você não via convicção nele”, finalizou.
Após o lance, o Corinthians venceu a partida por 1 x 0 no tempo normal, e a decisão foi para os pênaltis, que terminou com novo triunfo do Alvinegro por 4 a 3. Dudu e Lucas Lima perderam suas cobranças, enquanto apenas Fagner desperdiçou pelo Timão, que na ocasião conquistou o seu 29° título estadual.
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