- Por Levi Natan / Redação da Central do Timão
Técnico com passagem pelo Corinthians, Tiago Nunes falou sobre o atual momento vivido da equipe. Em entrevista concedida ao canal do jornalista André Hernan no Youtube, o profissional elogiou o trabalho do treinador Vítor Pereira.
“O trabalho do Vítor é muito bom, mas ele teve que se render à cultura do futebol do Corinthians, né? É um time que marca muito, toma poucos gols, muito assertivo nas ações ofensivas. Mesmo criando pouco, é um time que sabe fazer gol no momento certo. Fica claro, né André? Não tem como você mudar a cultura de um clube que nem eu fui contratado para mudar a cultura do Corinthians no sistema de jogo em três, cinco meses. Não tem como, cara, é muito maior e mais forte que o treinador. Isso teria que mudar muitas variantes para conseguir fazer isso e ter muito tempo“, opinou o profissional, que seguiu comentando.
“Fica evidente isso com o passar do tempo, o Corinthians voltou a ser um time competitivo, consistente e que toma poucos gols. Mérito do trabalho que se fez, que iniciou nesse processo de transição, depois vem o Mancini, o Sylvinho quando vem os jogadores. O Mancini também colocou muitos jogadores jovens a jogar depois da minha saída. Então muita gente colocou aí e deu a cara a tapa para estar vivendo este momento bom de novo que o Corinthians está passando“, concluiu Tiago Nunes.
Depois, o profissional relembrou a tentativa de trazer o atacante Rony, hoje no Palmeiras, para o Corinthians. Ambos trabalharam juntos e foram campeões no Athletico-PR. Tiago Nunes comentou os motivos que levaram a não vinda do atleta e falou sobre o período em que treinou o Timão.
“Na prática, é uma dificuldade financeira que o Corinthians passava, já tinha uma limitação financeira. O Corinthians caiu na minha vida em um momento muito difícil, era o meu melhor momento profissional, mas o momento mais difícil do Corinthians nos últimos 20 anos, talvez. Porque é um momento onde o momento estava fragilizado, se apostou muito nos jogadores da base, o potencial de investimento era muito baixo, era um ano de eleição e, para potencializar isso tudo, tivemos ainda a pandemia.
“Não sei quantos treinadores do Corinthians tiveram que dirigir a equipe sem torcida, é muito difícil, o fator local da Neo Química Arena é sensacional. Mas ao mesmo tempo ficaram alguns legados legais, que fogem às vezes do grande público, mas que me dão prazer. O goleiro Matheus Donelli, o Raul Gustavo que subiu conosco da equipe Sub-23 para a principal, o Lucas Piton que firmou, subiu da Copa São Paulo e trouxe para o elenco principal, o Roni e Xavier, o Mosquito que ninguém lembrada que existia, estava esquecido no Paraná e trouxemos de volta.“
“Alguns jogadores que colocamos para jogar, o Gabriel Pereira também que subiu da base para o profissional. Então em um momento muito difícil do Corinthians nós fomos tentando achar soluções caseiras. Não era um time competitivo, nós éramos o 13º da competição e hoje sei que o máximo que se podia entregar naquele momento com aquela equipe era esse aí.
“A gente fez o máximo que podia, mas deixou algumas coisas que, com o passar do tempo e com as contratações que estão chegando e chegaram, o Corinthians voltou a ser o time que se acostumou a ver, um time forte e competitivo, mas não se faz um time forte só com a camisa, tem que ter jogadores de alto escalão para poder fazer esse time ser competitivo.”
Aos 42 anos, Tiago Nunes está sem clube desde que deixou o comando do Ceará, em março deste ano. O técnico também acumula passagens por São Paulo-RS, Veranópolis, Ferroviária, Athletico-PR, Corinthians, Grêmio e Ceará.
No Timão, Tiago Nunes chegou no começo de 2020 e deixou o clube com 45,67% de aproveitamento. Em 27 partidas sob seu comando, a equipe teve apenas nove vitórias, dez empates e oito derrotas, além de 32 gols pró e 27 contra.
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