Por Tatiana Carvalho / Redação da Central do Timão
Danilo Avelar estava muito próximo de acertar com o Cruzeiro para 2022, no entanto, por conta da venda da SAF do clube, todas as negociações pararam e a ida dele para o clube mineiro esfriou. Buscando alternativas para o jogador, de acordo com a UOL, o Timão negocia com o Ceará.
Os clubes conversam sobre duas possibilidades, um empréstimo até o final do ano ou a venda de Avelar. Precisando fazer caixa com a saída de jogadores, o Corinthians deve tentar negociar a saída definitiva do atleta.
A ida de Danilo para o Ceará foi um pedido do técnico Thiago Nunes, que treinou o jogador em 2020, durante sua passagem pelo clube alvinegro. Com o comandante, o lateral atuou em 14 partidas e marcou dois gols.
É válido lembrar que Danilo Avelar possui contrato com o Timão até dezembro de 2022, mas por conta da injúria racial cometida em 2021, o clube alvinegro afastou o jogador e não tem pretensões de utilizá-lo. Além disso, ele ainda se recupera de uma lesão no joelho que ocorreu em outubro de 2020.
Recentemente, o Corinthians liberou três jogadores para acertarem com novos clubes e, a partir da próxima quinta-feira (01), outros dois não terão mais vínculo com o Timão. São eles: Camacho, que foi em definitivo para o Santos; Bruno Méndez, que foi emprestado ao Internacional; Ramiro, que foi emprestado ao Al-Wasl, dos Emirados Árabes Unidos; Jemerson e Romulo Otero, que estão em último dia de contrato.
Consequentemente, os números que os atletas usavam nas camisas do clube ficam disponíveis para outros adquirirem. Dito isto, a Redação da Central do Timão te trás todos os números que, atualmente, estão sem dono. Confira:
Entre os principais, os números dois, três, oito, nove, dez e onze estão disponíveis desde as saídas de Michel Macedo, Jemerson, Ramiro, Vagner Love, Juan Cazares e Romulo Otero, respectivamente. O zagueiro e o venezuelano, vale lembrar, têm esta quarta-feira (30) como último dia de contrato.
O atacante Marquinhos, que retornou de empréstimo ao Sport, herdou a camisa 20, que há duas semanas pertencia ao volante Camacho, que agora está no Santos. Além dos casos citados, Bruno Méndez, que foi emprestado ao Internacional, de Porto Alegre, disponibilizou a camisa 14.
Desde o início do ano, diversos jogadores deixaram o Corinthians, como exemplo de Cazares, André Luís, Matheus Jesus, Ederson, Walter, Everaldo, Mallon, Jonathan Cafu e Michel Macedo. Na última terça-feira (15), o clube definiu a saída de mais um atleta: o volante Camacho rescindiu seu contrato e, inclusive, já foi anunciado como o novo reforço do rival Santos. Até o início do próximo mês, Otero e Ramiro também devem respirar novos ares. Jemerson, que possui vínculo até o próximo dia 30, está negociando sua renovação.
Diante de tantas saídas, o Timão se vê com certo alívio na folha salarial, que é o objetivo da atual diretoria, chefiada pelo presidente Duilio Monteiro Alves, desde a posse em janeiro.
Essa grande economia nos cofres, portanto, pode abrir espaço para contratações pontuais para o segundo semestre da temporada. No momento, não há nenhuma negociação em andamento, mas com uma certa saúde financeira pode haver uma maior facilidade para aproveitar as oportunidades do mercado e reforçar o elenco de Sylvinho. O Alvinegro, vale lembrar, é o único clube da Série A que não contratou jogadores em 2021.
No entanto, como foi frisado pelos mandatários corinthianos desde o início do ano, a prioridade segue sendo a contenção de despesas e isso não será modificado. Assim, se os reforços vierem, serão nomes para compor elenco, sem badalação e com perfis financeiros adequados à realidade do clube, que atualmente não permite grandes investimentos. Alguns atletas das categorias de base também estão sendo observados de perto, como o lateral-direito Igor Formiga e o atacante Hugo Borges, ambos comandados por Danilo na equipe Sub-23.
Na última quinta-feira (13), o Corinthians perdeu para o Peñarol, na Copa Sul-Americana, e foi eliminado do torneio. Três dias depois, perdeu para o Palmeiras, na Neo Química Arena, e foi desclassificado do Campeonato Paulista.
Portanto, os resultados negativos devem selar a saída de dois jogadores do Timão, ambos com vínculo até o dia 30 de junho: Jemerson e Otero.
O entrave para a renovação do zagueiro é apenas financeira. As suas pretensões salariais e de luvas são incompatíveis com as possibilidades atuais do Timão. Já no caso do venezuelano, além da parte financeira, ele ainda não possui a confiança dos torcedores, que frequentemente pedem sua saída nas redes sociais.
Diante do rival alviverde, o defensor foi substituído após sentir dores musculares e, dependendo do período de recuperação, pode não atuar mais pelo clube. Já o meia, além das críticas, foi pré-convocado por sua seleção nacional para a disputa da Copa América, a partir do dia 11 de junho, a 19 dias do término de seu contrato.
Porém, a negociação de ‘Gustagol’ com os coreanos enfrenta uma série de impasses. Primeiro, o atleta tem seus direitos ‘fatiados’: 30% do montante pertencem ao Corinthians, 15% ao Internacional, 35% ao Criciúma e outros 20% ao Taboão da Serra. Para concluir o negócio, todas as partes devem dar o seu aval.
A priori, a proposta de pouco mais de US$ 2,5 milhões não teria agradado o Internacional, que espera faturar mais com o negócio. De acordo com o jornalista Tomás Hammes, do GloboEsporte.com, apesar da negativa inicial, os colorados estariam disponíveis a vender o jogador, ainda mais que o clube também precisa fazer caixa no meio da pandemia.
Logo, todas as partes teriam que ceder um pouco para chegar em um valor comum à cada uma delas. Porém, os problemas para a conclusão do negócio não param por aí. Por medida de controle do COVID-19, a Coréia tem estabelecido novas restrições para a entrada de estrangeiros. Após uma redução, o número de casos voltou a subir no país, assim, Gustavo não sabe nem se poderia embarcar no momento.
Além disso, de acordo com a reportagem do GE, o estafe de Gustavo ainda discute questões contratuais com os coreanos do Jeonbuk Motors, como tempo de contrato e valores de salário. Portanto, o Corinthians ainda precisará aguardar a resolução dos impasses para contar com os 30% que ainda lhe cabem na venda.
Negociações têm novidades nesta terça-feira (9); acompanhe
Após a saída do atacante Vágner Love ser anunciada na última sexta (5), o Corinthians pode encaminhar a negociação de mais um atleta do seu elenco, o lateral-esquerdo Carlos. De acordo com o GloboEsporte.com, o empresário do atleta estaria na Europa para recolher propostas.
No início de 2020, o clube recusou negociar o lateral. Genoa e Roma foram apontados como interessados. Vale ressaltar que o jogador tem cidadania italiana, logo, não contaria como estrangeiro em equipes da comunidade europeia. O Corinthians é dono de 100% dos direitos de Carlos, que tem contrato até 31 de dezembro de 2021.
Paralelamente às tratativas de Carlos, o Corinthians estaria negociando a contratação de um atleta para a outra lateral da equipe. O nome é de Marcinho, atualmente no Botafogo. Porém, em entrevista também ao GloboEsporte, o diretor de futebol do Timão, Duílio Monteiro Alves, negou o acerto com o jogador.
Segundo o jornalista Paulo Vinícius Coelho, Duílio ‘estranhou’ a negociação e declarou “e ainda estamos sofrendo críticas, por supostamente contratar jogadores”. O diretor se refere às notícias de problemas financeiros no Corinthians, como o atraso de três meses nos salários dos jogadores.
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Conversamos, por meio do nosso Colaborador Tio Sam, com o Canhão do Parque São Jorge, Célio Silva. Com 157 jogos e 19 gols pelo Timão, Célio foi Campeão Paulista em 1995 e 1997, além de ter conquistado a primeira Copa do Brasil do Corinthians, em 1995.
Célio ficou conhecido pelos gols de falta e pela potência dos chutes, por isso, o apelido de Canhão do Parque. Célio falou bastante sobre sua história com o Corinthians e deu detalhes de sua saída do futebol de base do clube. Confira:
Central: O que o Corinthians representa para você?
“No Corinthians eu vivi 4 bons anos e, se não fosse o Vanderley Luxemburgo, eu não teria saído, mas vêm muito de encontro ao que eu venho falando, há uma passagem na bíblia que eu gosto de usar, não sou fanático, mas que o profeta não tem honra na sua casa. As pessoas preferem pegar gente de fora por medo de que você conhece ou sabe demais o que acontece aqui dentro. Temem que a gente seja “dedo-duro” e isso acaba atrapalhando um pouco.”
“Eu fui muito feliz no Corinthians, minha origem é Rio de Janeiro e minha infância foi o Botafogo, mas aqui em São Paulo eu sempre fui corinthiano, sempre tive um carinho muito grande pelo Corinthians e o fato de ter vindo jogar no Timão me fez muito mais corinthiano do que torcedor do Botafogo.“
“Eu encarnei o espírito corinthiano, senti realmente o que precisava para ser ídolo no clube, não para ser melhor que os outros, mas para poder representar o Corinthians, o que precisava e, graças a Deus, eu consegui com meu estilo de jogo, consegui entrar para a história do clube. Hoje, sou o quinto maior zagueiro-artilheiro do clube, isso sem bater pênaltis, hein, até porque na minha época existia o Marcelinho, que dificultava muito a concorrência para bater. Eu tenho um amigo, que faleceu há pouco tempo, o fotógrafo Ulisses que me dizia que eu nunca tinha saído do clube, meu coração sempre esteve aqui.“
Central: Com relação ao Luxemburgo, o Ronaldo também disse, diversas vezes, que ele “queimou” alguns jogadores…
“Na época que ele chegou, ele mandou todo mundo embora. Ele entendeu que íamos prejudicá-lo por termos liderança aqui dentro. E tínhamos mesmo. Outros atletas não foram embora, como Marcelinho, Edílson, Vampeta (na verdade, referiu-se à Rincon), mas eles não foram porque renovaram contrato com a Excell.”
“Gosto do Luxemburgo, a gente conversa, bate papo, acho que foi um dos melhores treinadores do Brasil, um dos dois melhores com quem trabalhei, o outro foi o Ênio Andrade. Luxemburgo é um estrategista, por tomar algumas atitudes, teve dificuldades em alguns momentos, mas é um grande treinador.”
Central: Você tem defendido a inserção de ex-jogadores nas bases dos clubes e outras áreas.
“É muito mais fácil você pegar um ex-atleta e colocar para estudar do que pegar um professor e colocar para chutar bola. Eu não sou contra os estudantes no futebol, mas do sub-20 pra cima, porque aí não tem mais ensinamentos, aí é 100% tática. Mas lá embaixo, seu filho tem 4 ou 5 anos, tem que ter base para passar qualquer ensinamento, antes do garoto começar a correr, tem que ficar em pé, ter equilíbrio.”
“Os formadores não somos mais nós, perdemos espaço para os livros. Teoricamente eu não sou contra, penso que é fundamental estudar, porém, o campo tem que ser ensinado por quem sabe e soube jogar.”
“Hoje quem tem dinheiro pra fazer o Curso B da CBF conquista os espaços. Eu fiz o curso e não teve nenhum ex-atleta me ensinando, ou seja, o cara vai me ensinar alguma coisa que ele não sabe. Eu tenho minha vida estabilizada, hoje, graças a Deus, então eu tenho a liberdade para falar e não estou falando nenhuma besteira, falo o que tem sentido e possibilidade de discussão.”
“Os clubes, de um modo geral, estão fadados a cair, no futebol brasileiro já se vê uma decadência muito grande. O feeling e o detalhe final os jogadores não têm mais.”
Central: Você está comandando o futebol sub-13 do Corinthians?
“Eu entreguei meu cargo há quatro meses. Isso ninguém sabia né? E ninguém veio me perguntar o porquê também.”
Central: Por quê?
“Isso é uma outra história, um assunto mais… eu prefiro discutir com o alto escalão do clube para depois eu abrir, mas ninguém do comando, que tenha a caneta na mão veio me perguntar por que eu entreguei o cargo. Será que é por ser ex-atleta que pode deixar pra lá? Os que estão lá são donos de empresas, é formado, tem MBA, então eles têm a certeza que sabem muito mais do que eu.”
“O futebol profissional é resultado, a base não pode ser. Base tem que ver qual a gana que o moleque tem, o 1 contra 1, 1 contra 2. Hoje estão sendo implementados treinos de profissional em categorias de base que não é compatível. Você treina o moleque de 12, 13 anos em campo reduzido de 30 metros, sendo que o campo tem 100. Então o moleque não consegue se adaptar ao espaço. O atacante não tem o tempo de bola, o zagueiro também não, não tem reação de domínio, porque o adversário está chegando. Eles estão habituados no espaço curto, assim, é só domina e toca.”
“Eu ouvi um diretor do Corinthians dizer para um menino que se ele for bem, vai para um clube grande, sendo que ele já está em um clube gigante. Ele está no Corinthians e ouve que pode ir para um clube grande? Algo está errado, principalmente dentro do Parque São Jorge. Falta realmente a base, a formação.”
“Se você pegar todos os grandes europeus, a linha de frente ou é sul-americano ou africano: No Barcelona é o Messi e Suárez, no PSG tem o Neymar e Cavani. Isso quer dizer que ainda temos grandes talentos no Brasil, a diferença é a forma de treinar, desde a base, a formação. Não podemos copiar a forma de jogar dos europeus, podemos copiar a organização, administração, mas a forma de jogar tem que ser da forma que sempre foi.”
“Para mim, o que evoluiu no futebol brasileiro é medicina, centros de treinamentos fantásticos, agora campo… Quem diz que o futebol atual ficou mais rápido é porque nunca viu Romário jogar. Se jogador corre 13 kms, Romário corria 2, mas resolvia. Quem tem que correr é a bola, não o jogador. Cansei de ver o Túlio dormir na área. Se colocasse GPS nele, daria uns 3 kms no máximo, a bola chegava era gol. Futebol, hoje, é correr.”
“Infelizmente, hoje, não tem como fazer comparação com anos 90, muito menos 80 pra baixo. Os treinadores não são os únicos culpados, porque as instituições os obrigam a jogar pelo resultado. Você enche a Arena Corinthians, e com 4 milhões de renda não paga os salários. Hoje, um ganha 600, outro 700 mil, treinador ganha 800, então o clube, depende do patrocínio, direitos de TV e fica refém do resultado. Esquece o futebol bonito, é resultado.”
Central: Você fez uma dupla de zaga muito boa com Henrique. Foi teu parceiro de zaga preferido?
“Se você me perguntar qual zagueiro foi melhor entre Henrique e Gamarra, eu te digo, sem sombra de dúvidas, que foi o Henrique.”
“Gamarra foi muito mais malandro do que bom zagueiro. Henrique era zagueiro que combatia e tinha o tempo de bola perfeito, enquanto Gamarra ficava na sobra, sempre teve o serviço mais fácil, muito mais tranquilo. Eu prefiro mil vezes um jogador como o Henrique ao Gamarra.”
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