Por Maria Beatriz de Teves / Redação da Central do Timão
Conhecido por ter iniciado a briga que interrompeu o jogo contra o Palmeiras na final do Paulista após as embaixadinhas de Edílson, Paulo Nunes participou do programa ”Seleção SporTV”, onde relembrou sua passagem conturbada pelo Parque São Jorge.
Na entrevista, o ex-jogador de futebol citou situações de tensão vivenciadas com os torcedores do Corinthians, como por exemplo, com a organizada dos Gaviões da Fiel.
“Seis seguranças. Quando a Gaviões invadiu a churrascaria, os meus seguranças pipocaram […] Eu andava com eles todos os dias e eles tinham mais medo do que eu”, comentou.
“Eu entendo perfeitamente como a torcida corinthiana me recebeu. Se eu fosse um torcedor corinthiano eu encararia da mesma forma, porque tudo o que acontecia de bom na minha vida, normalmente, era contra o Corinthians. Os meus melhores jogos foram contra o Corinthians, as maiores comemorações, as minhas maiores conquistas passaram pelo Corinthians, então era natural isso acontecer. Eu só não imaginava que ia ser tão forte, era todo dia”, completou.
Paulo Nunes chegou ao Mosqueteiro em 2001, logo após ter passado pelo Palmeiras, maior rival do Corinthians. Na passagem pelo clube alvinegro, o ex-atacante e atual comentarista disputou 25 jogos e anotou apenas quatro tentos, além de estar presente no elenco campeão do Paulistão de 2001.
O atacante se destacou no Alvinegro entre os anos de 1997 e 2000, quando foi eleito o melhor jogador do primeiro Mundial de Clubes da Fifa
Edilson da Silva Ferreira, o “Capetinha” nasceu no dia 17 de setembro de 1970, em Salvador (BA), e comemora seus 50 anos nesta quinta-feira. Como atacante, Edilson se destacou em vários clubes do futebol brasileiro, mas tornou-se ídolo corinthiano por ser protagonista de momentos marcantes para a história do clube.
O apelido, “Capetinha”, muito se deu por conta de seu jeito atrevido dentro e fora dos campos. Era um jogador veloz, habilidoso e de drible fácil, o suficiente para “causar” inúmeras vezes em prol do Corinthians. A sua estréia no clube foi na vitória contra o Bragantino, no dia 02 de outubro de 1987, quando o Corinthians venceu por 2×0, pelo Campeonato Brasileiro.
No total, foram 164 atuações em que Edílson vestiu o manto alvinegro, com 55 gols marcados e a marca de ídolo, graças as suas embaixadinhas inesquecíveis, as provocações aos rivais e aos títulos que ajudou o Corinthians a conquistar. Relembre:
Corinthians 1 x 0 Grêmio – Quartas de final do Campeonato Brasileiro de 1998
O Timão recebeu a equipe gaúcha no Pacaembu, para disputar a
vaga na semifinal da competição. Aos 36 minutos do primeiro tempo, Marcelinho
fez uma belíssima cobrança de escanteio.
A bola foi desviada por Gamarra e sobrou para o “Capetinha”, que chutou para o fundo do gol e abriu o placar para o Alvinegro. Com gols de Edílson e Marcelinho, o Corinthians venceu a partida por 2 x 0 e sagrou-se bicampeão Brasileiro daquele ano.
Corinthians 2 x 2 Palmeiras – Final do Campeonato Paulista de 1999
O Corinthians foi com “sangue no olho” para o jogo de ida. Já o Palmeiras preferiu poupar seus titulares, visando a final da Copa Libertadores, que iria disputar três dias depois. O Timão, por sua vez, foi pra cima do rival e venceu a partida por 3 x 0.
No jogo de volta, que aconteceu no Morumbi, os ânimos estavam acirrados e a rivalidade ainda mais quente entre os times. Marcelinho Carioca marcou o primeiro para o Timão. O Palmeiras não deixou barato e virou o placar na seqüência, com dois gols de Evair. Aos 28 minutos do segundo tempo, Edílson carimbou a rede e empatou a decisão.
O ídolo e suas famosas embaixadinhas
Pelo saldo de gols, o Timão já estava com uma mão na taça. Então, aos 31 minutos do segundo tempo, Edílson recebeu a bola no meio campo e começou a fazer embaixadinhas, passando a bola por trás da cabeça.
Os jogadores do Palmeiras ficaram irritados com a atitude do atacante e partiram para cima na intenção de agredi-lo. Com isso, houve uma briga generalizada em campo e o juiz encerrou a partida antes dos 45 minutos previstos. Enquanto isso, a “festa na favela” já acontecia: a Fiel comemorava na arquibancada a conquista de mais um título Paulista para o Corinthians.
A cena que marcou a rivalidade do Derby
Logo após as embaixadinhas e a fúria dos palmeirenses, no meio da briga entre os jogadores Edílson deu um chute no atacante Paulo Nunes. A imagem entrou para a história, e até hoje é usada como referência da rivalidade entre Corinthians e Palmeiras.
“Muito prazer, eu sou Edilson…”
No primeiro Mundial de Clubes organizado pela FIFA, em 2000, o Corinthians enfrentaria o expressivo time do Real Madrid. Alguns meses antes da partida, Edilson Capetinha afirmou que Christhian Karembeu, mundialmente famoso zagueiro adversário, era muito ruim para jogar no time Merengue e prometeu que daria uma caneta no jogador.
O comentário chegou até o então presidente do clube europeu, Lorenzo Sanz, que respondeu dizendo que não sabia quem era Edílson e que o brasileiro teria que nascer de novo para ser reconhecido.
Durante a partida, o Real Madrid abriu o placar. Roberto Carlos – que em 2010 jogaria pelo Timão – cobrou falta e Anelka desvia para fazer o gol. No segundo tempo, Edílson cumpriu a promessa. O atacante recebeu a bola pela direita, chutou no meio das pernas do francês Christian Karembeu e finalizou com um golaço no canto do gol de Iker Casillas, estufando as redes do adversário.
Edílson ainda marcou o segundo gol, mas Anelka empatou e o duelo terminou no empate de 2 x 2. Apesar disso, o lance mágico protagonizado pelo camisa 10 ficou registrado para a história da Fiel e dos brasileiros, como o dia em que o Real Madrid foi apresentado ao futebol do “Capetinha”.
O Timão conquistou o seu primeiro título mundial e Edílson foi eleito como o melhor jogador da competição. O fim da carreira de Edílson no Corinthians se deu após a eliminação do clube na Libertadores de 2000. Revoltados com os jogadores, alguns torcedores foram até o Parque São Jorge cobrar os atletas durante um treinamento.
Com a confusão, Edílson decidiu colocar fim em um ciclo de grandes conquistas no Timão. No entanto, seus feitos e contribuições para a história do alvinegro jamais serão esquecidos.
A Central do Timão Parabeniza Edilson pelos seus 50 anos, com eterna gratidão por toda a sua contribuição para o crescimento do Sport Club Corinthians Paulista
Por Amanda Koiv para a Redação da Central do Timão