- Por Vinícios Cotrim | Redação da Central do Timão
Em 14 de dezembro de 1983, o Corinthians empatava em 1 x 1 com o São Paulo e conquistava seu 19º título Paulista, o segundo da Democracia Corinthiana. Disputado de maio e dezembro, o Paulistão recolocou o Corinthians na liderança do ranking de títulos estaduais, depois de nove anos atrás do Palmeiras.
Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos monopolizaram a disputa pelo título, fazendo semifinais emocionantes e históricas. Era a primeira vez na história do Paulistão que os chamados ‘quatro grandes’ se enfrentaram nesta fase da competição em formato mata-mata.
Buscando o bicampeonato, o que não acontecia desde 1951/52, o Corinthians havia mantido a mesma base do time campeão de 1982, inclusive na ‘Democracia Corintiana’, capitaneada pelo Doutor Sócrates, líder da equipe nos protestos e dentro das quatro linhas do campo.
O Timão fechou a primeira fase somando 50 pontos, contra 37 do São Bento, de Sorocaba, o segundo colocado do seu grupo. Somente o São Paulo, em outra chave, superava a campanha do Timão, com 52 pontos.
Na fase seguinte, o São Paulo fez dez pontos e superou o Palmeiras com sete, segundo de sua chave. Já o Corinthians tinha nove, líder do seu grupo à frente do Santos, o outro classificado, também com nove. Nas semifinais, o favoritismo da dupla prevaleceu. Corinthians e São Paulo fariam a final pela segunda vez seguida.
Enquanto isso a Fiel assistia a uma das mais célebres despedidas de um ídolo do Parque São Jorge. Sócrates chegara ao Corinthians em 1978 e havia conquistado os Paulistas de 79 e 81. Naquele final de campeonato, o último do Doutor com a camisa do Timão, ele marcou os quatro gols que levaram a equipe ao título, nos quatro jogos que restavam. Em junho de 1984 ele seria vendido para a Fiorentina da Itália.
No primeiro jogo da semi, aos 31 minutos do segundo tempo, o Palmeiras vencia por 1 x 0, quando Sócrates empatou. Na volta, Sócrates também marcou, decretando a classificação para a final contra o São Paulo.
No primeiro jogo da decisão, Sócrates de novo marcou, dando a vantagem do empate ao Timão no jogo seguinte. Com o jeito corinthiano de ser, sofrido, aos 46, na prorrogação, o Doutor deixou o seu. Dois minutos depois o São Paulo empatava, mas quase ninguém viu. A fiel comemorava, Jorge Vieira – o técnico – chorava e o Corinthians, mesmo sem saber, se despedia de um dos maiores ídolos de sua história.
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