- Por Levi Natan / Redação da Central do Timão
Na tarde desta sexta-feira (29), a Conmebol, entidade máxima do futebol no continente sul-americano, soltou uma nota repudiando os casos de racismo que aconteceram recentemente na Copa Libertadores. Apenas nesta semana, há relatos de racismo em pelo menos três partidas envolvendo equipes brasileiras.
Inclusive na vitória do Corinthians sobre o Boca Juniors, por 2 x 0, na última terça-feira (26), um torcedor do clube argentino foi detido após ser flagrado imitando um macaco na direção da torcida corinthiana. Também houve atos racistas nas partidas entre Emelec-EQU e Palmeiras e Universidad Católica-CHI e Flamengo.
Na nota, a entidade afirma que aumentará as punições em casos de racismo, mas não detalha e nem afirma se irá punir os casos citados. Vale ressaltar que recentemente a entidade penalizou o River Plate-ARG pelo ato racista cometido por um torcedor na partida contra o Fortaleza, em Buenos Aires, com a multa mínima prevista no Código Disciplinar da Conmebol, que é de 30 mil dólares (cerca de R$ 150 mil).
Confira a nota divulgada pela Conmebol nesta sexta-feira (29):
Em vista dos últimos casos de expressões racistas durante os torneios da CONMEBOL, a Confederação Sul-Americana de Futebol manifesta o seguinte:
“A CONMEBOL considera ABSOLUTAMENTE INACEITÁVEL qualquer manifestação de racismo e outras formas de violência em seus torneios. Assume e sempre assumirá sua parte de responsabilidade na luta contra todas as formas de discriminação. A luta contra este flagelo ocupa um espaço central nas preocupações e no trabalho da CONMEBOL, o que é evidente nas múltiplas campanhas de conscientização e ações de alcance massivo, assim como na aplicação de penalidades àqueles que incorrem nestas práticas desprezíveis.
A CONMEBOL promoverá mudanças nos regulamentos para AUMENTAR e ENDURECER as penalidades em casos de racismo. Compromete-se também a elaborar e implementar novos programas e ações que visem banir definitivamente este problema do futebol sul-americano.
O futebol é um disseminador único de valores positivos e construtivos na sociedade. Nos campos, nos treinamentos e nas competições, os jogadores de futebol aprendem desde pequenos a respeitar seus adversários e a apreciar suas virtudes, a tolerar os erros de seus colegas de equipe e a ajudá-los a corrigi-los, a trabalhar em equipe e em unidade, a saber que o caminho para a vitória é através do trabalho duro e do sacrifício. A CONMEBOL intensificará o trabalho contra o racismo e outras formas de discriminação nas CATEGORIAS DE BASE.
É preciso ressaltar que o racismo não é um fenômeno que começa e termina com o futebol, que, como espetáculo massivo, torna-se outra área altamente visível onde este e outros vícios sociais podem vir à tona. A sensação de anonimato proporcionada pela arena esportiva incentiva os desajustados a terem comportamentos inaceitáveis. Entretanto, isto mudou muito nos últimos anos, pois agora é possível IDENTIFICAR COM CLAREZA OS INFRATORES E PUNI-LOS COM MAIOR SEVERIDADE.
Estes flagelos não serão superados se não houver um entendimento de que devem ser atacados em todos os âmbitos: na educação familiar, nas escolas e colégios, na mídia, nas organizações civis, no mundo empresarial, através de políticas públicas e, certamente, também no esporte.
A CONMEBOL exorta todos os atores do futebol sul-americano – clubes, federações, mídia e torcidas – a REDOBRAREM OS ESFORÇOS PARA ERRADICAR O RACISMO e outras formas de violência e discriminação e preservar o que é mais valioso em nosso esporte: sua mensagem de companheirismo, esportividade e saudável competição.“
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